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A ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que a ausência de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) em evento sobre a isenção do Imposto de Renda (IR) "não ofusca" o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP).

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Transcrição
00:00Agora vamos voltar a falar de governo Lula, porque a ministra das Relações Institucionais,
00:06Glaise Hoffman, disse que a ausência de Mota e Alcolumbre naquele evento de sanção do
00:13projeto de isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais, não afetou em
00:20nada e não ofusca o governo.
00:22Vamos ouvir.
00:23Não adiantou mentiras, fake news.
00:26A grande verdade, senhor presidente, é que o senhor entra novamente para a história
00:56que realmente na visão de aliados do governo Lula não causa nenhum impacto para o governo,
01:15mas pode impactar a imagem dos próprios presidentes das casas.
01:20Eu conversei rapidamente com alguns aliados de Lula lá do Palácio do Planalto e o que
01:25eles disseram é o seguinte, é mais um motivo, mais um argumento no discurso que o Congresso
01:32não está interessado em pautas populares.
01:35Então eles avaliam que Lula continua bem popularmente com um projeto que tem grande
01:41repercussão, enquanto os presidentes da Câmara e do Senado resolveram não comparecer em um
01:46momento importante como esse, claro, essa é a visão do governo Lula.
01:50Vamos chamar os nossos comentaristas justamente para falar de como está essa situação, essa
01:56articulação entre Congresso e governo, porque as ausências de Mota e Alcolumbre, claro,
02:04se deveram, e isso a gente confirmou com aliados dos dois, se deveram porque o clima está ruim
02:10entre Câmara e Planalto e entre Senado e Planalto, principalmente no caso de Davi Alcolumbre,
02:16que era um aliado muito próximo do presidente Lula e ficou chateado com a indicação de Jorge
02:22Messias.
02:23Aqui até que ponto, vou começar pelo João Bellucci, até que ponto, João, você avalia
02:27que isso pode impactar nas pautas que o governo precisa aprovar até o final do ano, principalmente
02:34pautas econômicas que o governo ainda precisa fechar a conta, né?
02:38Eu acredito que tem um grande impacto e por mais que o governo tenha tentado mencionar
02:43que não, o impacto foi bastante insignificante, o impacto é bastante sentido, tanto assim
02:48ou é que estamos falando dele.
02:51Se esse evento fosse algumas semanas atrás, muito provavelmente os dois presidentes lá
02:55estariam, mas com essa questão do Supremo Tribunal Federal, com a votação da lei antifacção
03:00e outros temas que houve um desencontro de ideias, de ideais entre o governo e as casas legislativas,
03:07certas casas legislativas certamente comprometeu.
03:11Mas agora há de se levar em conta também que essa pressão do Congresso, especialmente
03:15na figura do presidente do Senado, Alcolumbre, em relação ao governo, é, conforme bem mencionado
03:20pela Vitória, a questão do indicado ao Supremo Tribunal Federal.
03:24A ideia do Alcolumbre era indicar o Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado, que franqueou
03:29apoio ao próprio Alcolumbre, que também já tinha sido presidente do Senado lá na gestão
03:34do Jair Bolsonaro.
03:35Então me parece que já havia uma grande construção e que eles imaginavam que esse projeto seria
03:39facilmente levado a cabo e de fácil convencimento do presidente Lula, que não aceitou e indicou
03:45o seu AGU, o Jorge Messias, que vinha há muitos anos em alinhamento com o Lula em todos os temas.
03:53Então há esse desencontro.
03:54Mas caso o Messias seja aprovado, certamente o governo vai fazer uma grande composição ali
04:00com o Senado e eles voltarão a caminhar.
04:03O que tudo vai ditar o ritmo são as pesquisas internas que esses partidos têm.
04:08Então se o Alcolumbre e o Gumota estão sentindo que há uma grande chance de derrota para o governo,
04:13eles certamente já estão movimentando os caminhos aí para ir para a oposição.
04:17Porque dependendo do dia, a gente fala que eles são oposição, dependendo do dia eles
04:22são situação.
04:22Exatamente, bem o centrão, né?
04:25Agora, Gesualdo Almeida, qual análise que você faz desse fim de ano do governo, apresentando
04:32essa sanção do novo IR, fechando o ano pós-COP 30 e tudo o que aconteceu aí nesse último
04:39semestre, dá para dizer que o governo Lula ganhou um fôlego para 2026, para o ano eleitoral?
04:46A COP 30 não, de modo geral ela foi um desastre.
04:50Mas a questão do tarifaço que o Eduardo Bolsonaro colocou no colo do governo, o controle da inflação,
04:57imaginava-se uma inflação um pouco maior, embora esteja no limite do teto, está no limite do teto,
05:03o desemprego que anda abaixo, o governo tem o que comemorar.
05:07E quanto à isenção do IR, mais uma vez, a oposição trabalhou em favor do governo.
05:12Quando o governo manda esse projeto para o Congresso, caramba, abraça o projeto, o projeto tem apelo popular,
05:19o projeto dá uma repercussão muito grande, mas não, a Câmara criou uma série de embaraços,
05:25fez uma série de entraves, inclusive colocando a votação desse projeto vinculado à votação da anistia.
05:31São coisas totalmente diferentes, tanto assim que o Senado passou a avançar mais.
05:35E o Senado, mais uma vez, poderia dizer, o projeto passou porque nós interferimos diretamente.
05:41E quando o governo vai anunciar a isenção do IR, não tem ninguém lá do Senado para compartilhar os logos da fama.
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