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00:00Olá! Seja lá quem esteja vendo isso. Oi!
00:25O Curioso Caso de Natalia Grace
00:27No começo, a Natalia, ela fazia o máximo possível
00:34para conseguir machucar ou estressar a família inteira.
00:41Eu peguei a minha filha adotiva tentando envenenar e matar a minha esposa.
00:48Ela já ficou parada ao lado da minha cama com uma faca.
00:52Ela é claramente perigosa.
00:54Aí, neste ponto, o que fizemos? Levamos ela para uma clínica.
01:05Clínica de Estresse
01:06Ela foi avaliada por um psiquiatra.
01:10E, naquele momento, nós já tínhamos começado a pedir ajuda a profissionais de saúde,
01:15procurando por uma direção, tentando definir a medicação certa.
01:18E o que nos diziam sempre era...
01:22Não tem nada que possam fazer. Ela é assim.
01:27Isso não some. Isso aí não muda.
01:32E ela não pode ficar na clínica.
01:35Ela é... Ela é de vocês. Levem ela para casa.
01:37Mas, eles disseram que...
01:45Não podíamos mais deixar a Natália solta pela casa.
01:48Tínhamos que colocar um fecho do lado de fora da porta dela.
01:51E, sempre que ela precisasse...
01:52Precisasse de comida, ir ao banheiro, ou seja lá o que fosse...
01:56Devíamos acompanhá-la pela casa inteira.
01:59Ela não podia mais ficar livre pela nossa casa.
02:02Naquele momento, já tinha muito tempo que não fazíamos nada como uma família.
02:09Não conseguíamos jantar juntos.
02:11Não íamos ao mercado juntos.
02:13Estávamos sempre de olhos abertos.
02:16Não fazíamos nada.
02:18Bom, era aniversário do meu filho.
02:22Ethan, meu filho mais novo, amava vacas.
02:24Então, para o aniversário dele, achamos um lugar em Indianápolis...
02:28Que permite que você ordem uma vaca.
02:32Se chama Trades Point Creamery.
02:34Ordenha de vacas.
02:35Diariamente às sete e meia da noite.
02:36Nós chegamos e nos disseram...
02:37Que tínhamos que assinar uns documentos.
02:40Aviso.
02:41No local onde ficam as vacas, tem uma cerca eletrificada.
02:44E você precisa dizer que você sabe que tem uma cerca elétrica ali.
02:47Que se encostar e se machucar, o local não será responsabilizado.
02:51Quando nos disseram isso...
02:53Os olhos da Natália brilharam como se fosse amanhã de Natal.
02:59É mesmo?
03:00Tem uma cerca assustadora.
03:03E eu preciso assinar isso.
03:07E ela assinou feliz.
03:11O prédio ficava a uns 400 metros de onde a cerca começava.
03:15Estava tudo bem.
03:16Assim que chegamos a três metros da cerca...
03:22A Natália do nada parou de andar.
03:29Antes de nós entrarmos na trilha...
03:32A minha mãe e a Natália ficaram para trás.
03:35Aí a Christine decidiu que a Natália não ia estragar o aniversário do Ethan.
03:43Michael, leve os meninos e vá na frente.
03:48Eu vou ficar aqui e lidar com isso.
03:49Eu e os meus três filhos continuamos.
03:54Continuamos.
03:55Fomos andando e depois de 40 a 50 metros escutei gritos.
03:59Eu me virei e olhei.
04:03E a Natália e a Christine estavam brigando fisicamente.
04:08Parecia que a Natália estava tentando puxar a Christine.
04:10Você pode pensar.
04:12Ela tem danismo.
04:13Como pode ter tanta força?
04:16Acontece que ela usava muito os braços.
04:18Ela se pendurava nas coisas.
04:20Subia as escadas usando os braços.
04:23Ela tinha moques que impressionariam Schwarzenegger.
04:26Ela era muito forte.
04:29Minha esposa era frágil.
04:30Tinha uma doença degenerativa chamada lupus.
04:33Era fraca.
04:34Eu comecei a voltar e a Christine me disse...
04:36Não.
04:38Continua.
04:38Tudo bem.
04:41Ela queria que meu filho curtisse o aniversário.
04:43Nós continuamos.
04:44Eu e os meninos apressamos o passo.
04:48Nos afastamos mais.
04:52E depois escutamos sirenes.
04:55Assim que eu ouvi as sirenes...
04:58Achei que minha esposa tinha morrido.
05:01Eu pensei que ela estava morta.
05:04A polícia estava lá.
05:06As ambulâncias tinham chegado.
05:09E eu pude ver a Christine lá.
05:12Ela estava com muita raiva.
05:14Muito chateada.
05:15A Natália estava com os paramédicos.
05:18Ela tinha tentado puxar a Christine para a cerca eletrificada.
05:22E ela estava gritando.
05:29Como é aqui nessa entrevista?
05:30Será que eu posso usar palavrão?
05:33Sua filha da p***.
05:34Eu vou te matar.
05:34Eu vou te matar, sua p***.
05:36Você vai morrer.
05:37E a Christine estava gritando.
05:40Ela tem que ser presa.
05:41Tentou me matar.
05:42Tem que ser presa.
05:43Tentou me matar.
05:45Queríamos prestar queixa.
05:47Queríamos que ela fosse presa.
05:48Ela admitiu.
05:51Na cara deles, quando responderam a ligação para a emergência.
05:53Ela disse que ia matar a Christine.
05:56Mas aí então, eles olharam para ela e pensaram.
06:01Peraí, ela é uma garotinha.
06:04Não está tentando matar ninguém de verdade.
06:06Está doente.
06:07Vamos levá-la ao hospital.
06:11Disseram que não iam registrar a queixa.
06:13E que ela passaria por uma avaliação de saúde mental.
06:16Eu acho que ela já estava na ambulância.
06:19Na hora que eu voltei.
06:21E eu pensei.
06:22Ah, bem.
06:22Acho que a Natália não está bem psicologicamente.
06:25É bom que vá ao hospital.
06:30LaRue Carter.
06:31Hospital Psiquiátrico Estadual de Indiana.
06:34Eu senti um alívio instantâneo.
06:36Porque estaria mais seguro.
06:40Eu e a Christine dissemos que ela precisava ficar internada.
06:44E conseguir ajuda.
06:46Não sabíamos por quanto tempo.
06:48Ela não podia voltar para casa até estar melhor.
06:51Quando a Natália estava lá no hospital.
06:53Ela ficou sob observação 24 horas por dia.
06:56E era cuidada por 90 médicos.
06:59Enfermeiras.
07:00Técnicos.
07:00Terapeutas.
07:01Muita gente.
07:03Enquanto ela estava lá.
07:04Ela admitiu abertamente que estava tentando matar a Christine.
07:08Ah, e por sinal.
07:10Eu vou falar para vocês, médicos.
07:11E eu vou escrever no meu diário.
07:13Vou matar os meninos também.
07:15E vou fazer com eles exatamente o seguinte.
07:20Eu vou esfaqueá-los lentamente enquanto estão dormindo.
07:25E eu vou arrastar os corpos deles para fora da casa e vou colocá-los embaixo do deck dos fundos.
07:29A Natália fez esse desenho logo depois de ser internada no hospital.
07:38Tchau, Wesley.
07:39Está escrito tchau.
07:41Adeus.
07:42Tchau, Christine.
07:44Tchau, Jake.
07:45Tchau, Ethan.
07:46Devido às preocupações em relação ao emprego, os funcionários do hospital permaneceram anônimos.
07:54De acordo com eles, a Natália foi transferida para a ala de adultos depois que viram os pelos pubianos dela.
08:00Ela não é uma criança, ela é uma adulta.
08:03Ela era agressiva e muito manipuladora.
08:07Ela podia ser sorrateira às vezes.
08:11Ela fingia que não sabia falar nosso idioma, mas depois ela falava com a gente normalmente quando não tinha ninguém por perto.
08:16Eu lembro que ela brigava com os funcionários.
08:21A gente deu uma injeção no bumbum dela, obviamente, já que ela estava lutando.
08:25Então, uma das primeiras coisas que você notava é que ela tinha pelos pubianos.
08:30Ela era adulta, sabe?
08:34As roupas, o jeito de falar.
08:37Eu lembro de ver como ela era madura com o corpo desenvolvido.
08:46As roupas dela revelavam bastante o corpo dela, sabe?
08:53Os seios.
08:56Ela falava muito sobre sexo.
09:00Ela ficava na mesa com vários pacientes homens.
09:05E ela falava com ele sobre ter um namorado.
09:15Umas duas semanas depois, nós recebemos uma ligação do hospital.
09:20Tínhamos que buscá-la.
09:22Por quê?
09:23Bom, eles tentaram ser delicados.
09:28A Natália estava se insinuando para os homens.
09:32Do que é que você está falando?
09:34LaRue Carter, Hospital Psiquiátrico Estadual de Indiana.
09:37A Natália estava no hospital.
09:41Estávamos tentando interná-la para um tratamento.
09:45Estávamos implorando para as pessoas nos ajudarem.
09:48Todo mundo dizia que precisávamos de ajuda.
09:51Que a nossa família estava em perigo.
09:53Ela precisava ser internada.
09:55Ótimo.
09:57Neste hospital tem internação.
09:59Podem nos ajudar?
10:00Não.
10:00Sr. Barnett, no hospital psiquiátrico, na ala adulta,
10:08a maior parte dos homens não lida muito bem com crianças.
10:15E, particularmente, com as meninas.
10:21Enquanto o tempo passava, a verdade sobre ela surgia.
10:25Sempre perto dos pacientes homens.
10:27Ela falava de sexo e precisávamos dizer a ela que aquilo não era adequado.
10:35Eu me lembro que ela era bem sexual.
10:38Ela falava de namorar com eles, sabe?
10:42Querendo um namorado.
10:45Eles ficavam muito animados, sabe?
10:47Muito animados mesmo.
10:49A linguagem que ela usava com os homens me deixou...
10:55chocada.
10:56Mencionaram que ela realizava atos sexuais em troca de dinheiro.
11:05Então, depois de um mês, precisavam que ela saísse do hospital,
11:08porque coisas ruins estavam prestes a acontecer com os homens na unidade.
11:13Levem ela para casa.
11:14Mas ela vai nos matar.
11:16Não podemos ajudar.
11:19O perigo ao qual estávamos expostos
11:21não acabaria nem tão cedo e não poderia ser controlado.
11:32Eu sou a Beth Karras.
11:34Eu sou advogada em Nova York e já fui promotora.
11:39O que me chamou a atenção foi a história estranha neste caso.
11:42Ela já teve vários diagnósticos e o mais recente foi o de sociopata.
11:51Mas, na minha opinião, existem várias outras questões neste caso.
11:57A regra fundamental de toda investigação é que você deve seguir os fatos,
12:02seja lá para onde eles te levem.
12:03E algumas coisas não pareciam certas para mim.
12:10Se ela está ameaçando matá-los,
12:14eles precisam procurar a polícia.
12:21A Christine e o Michael não chamaram a polícia.
12:24Mas uma vizinha ficou preocupada a ponto de ligar para o conselho tutelar
12:31e a polícia foi envolvida em março de 2012.
12:35Fizeram um relatório de maus tratos infantis com a Natália.
12:41Março chegou.
12:43Christine e Natália estavam tendo uma briga no estilo
12:45Quem é você?
12:46A Christine queria que a Natália escrevesse o nome
12:49das pessoas com quem ela morou.
12:51Onde já esteve?
12:52Fale sobre as pessoas que você conhece.
12:54E naquela noite, a Christine resolveu
12:59que o melhor jeito de forçar a Natália a falar
13:02era deixá-la sem quarto, sem cama.
13:07Ela ia dormir do lado de fora.
13:10Pega o cobertor.
13:11Você vai dormir no deck.
13:15A Natália estava lá fora chorando.
13:17Finalmente, depois de umas três horas,
13:19eu disse para a Christine que ela não podia fazer aquilo.
13:22Eu levantei e deixei a Natália entrar e ir para o quarto dela.
13:26Um dos vizinhos chamou o conselho tutelar.
13:29Então, o conselho tutelar apareceu na nossa porta
13:32com o detetive da polícia local.
13:35Eles entraram e disseram que tinham recebido
13:37uma ligação sobre negligência com a Natália.
13:39Criança negligenciada.
13:42O detetive da polícia de Westfield
13:44em uns dez minutos
13:48deu uma olhada na casa
13:50viu toda papelada
13:52nos escutou por uns dois minutos
13:55e ele
13:56imediatamente percebeu
13:58que não estava ali
14:00para proteger a Natália.
14:03Estava ali para proteger meus filhos.
14:05Ele soube instantaneamente
14:06que estávamos em perigo.
14:09O detetive Klaus
14:10conduziu uma investigação.
14:12Ele voltou a nos ver.
14:13Ele pegou uma foto da Natália
14:15quando ela foi naturalizada
14:17como cidadã americana em 2008.
14:19Quando ela veio para cá, da Ucrânia.
14:22Ele pegou as informações
14:23da naturalização dela
14:25e estatísticas vitais básicas.
14:27A Natália admitiu ao detetive Klaus
14:31que disseram a ela
14:32que sua data de nascimento
14:34no orfanato da Ucrânia
14:35que o ano de nascimento
14:38era 2003.
14:41O detetive Klaus
14:42mostrou a ela uma foto
14:44de quando ela chegou ao país.
14:47Mas ela não se reconheceu
14:50naquela foto.
14:52Ele não ficou convencido
14:54de que a menina na foto era ela.
14:55Outra coisa interessante
14:57que ele mencionou para nós
14:58foi a altura dela.
15:00Desde que foi naturalizada,
15:02ela não cresceu
15:03nem um centímetro.
15:06Não importa o tipo de nanismo
15:07que você tem.
15:08Se você tem seis anos,
15:09você vai crescer.
15:13Ele nos disse que acreditava
15:14que a certidão de nascimento
15:16ucraniana era falsa.
15:17ele nos deu um cartão de visitas
15:21de um advogado.
15:22Precisam falar com ele imediatamente.
15:24Precisam corrigir a idade dela.
15:28Mas como assim?
15:30Corrigir a idade dela?
15:31Você não pode simplesmente
15:34apagar a certidão.
15:35Eu nunca tinha ouvido falar
15:36de algo assim.
15:37Nunca nem tinha passado
15:38pela minha cabeça.
15:39Eu só pensei que tínhamos
15:40uma adulta se fazendo
15:42passar por uma criança
15:43e era isso.
15:45Então, ele me explicou
15:47que é comum que crianças
15:48estrangeiras tenham
15:49certidões incorretas.
15:51Que isso precisa ser corrigido.
15:52Essa foi a recomendação legal
15:54que a polícia nos deu.
15:57Nós temos isso por escrito.
15:59Então, para proteger a minha família,
16:01eu precisava provar
16:03que ela era uma adulta.
16:05E que ela tinha uma certidão
16:07ucraniana de nascimento falsa.
16:11Eu e a Christine, novamente,
16:13entramos em contato
16:14com a agência de adoção
16:15e pedimos ajuda
16:16para conseguir o contato
16:17da outra família dela.
16:19Precisávamos descobrir
16:20o que estava acontecendo.
16:22Eles disseram que não podiam.
16:24A resposta sempre era
16:25de que foi uma adoção fechada.
16:27Que a outra família
16:28não queria passar
16:29nenhuma informação para nós.
16:32Acontece que, mais tarde,
16:35naquele dia,
16:36uma secretária da agência
16:37de adoção nos ligou e disse
16:39e disse,
16:40não posso dizer
16:41de onde ela é,
16:45mas dêem uma olhada
16:45nas coisas dela.
16:48Inspecione bem as mochilas.
16:51Então, nós subimos,
16:54pegamos as mochilas
16:55e começamos a olhar tudo.
16:56Tinha uma pequena etiqueta
16:59de identidade
17:00dentro da mochila dela
17:01de quando a adotamos
17:02e que tinha a informação
17:03da primeira família.
17:06Qual era o nome deles?
17:08Gaelry e Diane Ticcone.
17:10Nós sabemos,
17:20de acordo com os registros,
17:22que a Natália começou
17:23a vida dela
17:24em um orfanato
17:25na Ucrânia.
17:26Mas todos os conflitos
17:28neste caso
17:29são sobre a idade
17:30da Natália.
17:31Ela é uma criança
17:32ou uma adulta?
17:34Em 2020,
17:35um investigador ucraniano
17:37foi atrás da mãe biológica
17:39da Natália Anagava
17:41e encontrou
17:42a irmã da Anagava,
17:43Tatiana.
17:44Oi.
17:47Boa tarde, Tatiana.
17:50Eu gostaria de conversar
17:51um pouquinho com você,
17:52se possível,
17:53sobre a sua irmã Anagava.
17:56Ela não mora aqui.
17:58Já me disseram isso.
17:59Queremos esclarecer
18:00a questão da filha dela,
18:03Natália.
18:04Você a conhece?
18:05Natasha?
18:06Aqui mora nos Estados Unidos?
18:08Nós precisamos
18:09esclarecer o que aconteceu.
18:11Tudo bem?
18:11Ela foi abandonada
18:12e uma família a acolheu,
18:14mas depois jogou ela fora.
18:15Aí outra família
18:16pegou e jogou ela fora
18:18como lixo.
18:20Tá.
18:20Você pode ligar?
18:24Alô, Ana?
18:26Escuta,
18:26tem um cara aqui
18:27querendo falar com você
18:28sobre a Natasha.
18:29O rapaz está insistindo
18:30muito para falar com você.
18:32Disse que é importante.
18:33Ana.
18:34O que ele quer?
18:35Eu já estou cansada disso.
18:36Por favor,
18:37acalme-se, Ana.
18:37Olha para a Tatiana.
18:38A gente só quer...
18:38Eu sou com ela, tá bom?
18:39Somos gêmeas idênticas.
18:42Ana Gava,
18:43mãe biológica.
18:44Tatiana Gava,
18:45tia.
18:46Ai, que chato.
18:47Ana, eu vou voltar novamente.
18:49Não vai demorar.
18:50Ele disse...
18:51Meu Deus do céu,
18:51por que vocês não me deixam em paz?
18:53Mas que merda.
18:54Peraí, fala com ele.
18:56Eu não quero falar com ninguém.
18:58Faz 17 anos
18:59e ainda estão atrás de mim.
19:00Que merda.
19:01Ana.
19:01Esta mulher, Ana Gava,
19:07que supostamente é a mãe biológica da Natália,
19:10acabou de falar que ela está passando por esta saga há 17 anos.
19:15Bem, ela falou isso em 2020.
19:19Faça as contas.
19:20Isso significa que a Natália pode ter mesmo nascido em 2003,
19:25que era o que ela sempre dizia.
19:27E em 2008, Gary e Diane Ticone adotaram a Natália.
19:33Em 2009,
19:35é possível que tenham percebido que era difícil lidar com o comportamento dela.
19:39Eu não sei.
19:40Mas ficou bem claro
19:42que queriam se livrar dela.
19:45Adoção fechada,
19:46sem dar informações sobre ela,
19:48mas eles cometeram um erro.
19:50Deixaram informações deles em uma etiqueta da bagagem.
19:53Então, a família Barnett conseguiu ir atrás deles.
19:56Depois de seis meses com ela,
19:58a família Ticone a levava a convenções de pessoas com nanismo,
20:01tentando se livrar dela.
20:03Ih, vocês são um casal, não tem filhos.
20:05Querem um?
20:06Tem uma criança aqui.
20:08Descobrimos duas famílias para as quais tentaram dar a Natália.
20:11Deram para uma por quatro meses
20:12e exigiram 30 mil dólares.
20:15A família não aceitou,
20:16e aí devolveu a Natália.
20:18Clinton, Indiana.
20:20Meu nome é Judith Irving,
20:28e eu sou de uma pequena cidade de Indiana.
20:31E, é...
20:32Eu não sei mais o que dizer.
20:34Podemos recomeçar?
20:36Desculpa.
20:37Ah, Natália.
20:39A primeira vez que eu ouvi falar da Natália,
20:41foi quando eu recebi um e-mail da Little People of America.
20:45Little People of America.
20:46A Little People of America é uma organização
20:50onde pessoas com nanismo
20:51podem se encontrar e se reunir uma vez por ano.
20:55E nós nos apoiamos.
20:57Ajudamos uns aos outros, somos amigos.
20:59Frequentemente é onde conhecemos nossos maridos, esposas
21:01e nossos melhores amigos.
21:03A organização me disse que a família Ticone
21:05tinha adotado uma garotinha.
21:07Ela tinha nanismo diastrófico
21:08e eles estavam tentando encontrar um lar para ela.
21:10Será que você poderia conversar com os pais
21:13que a trouxeram aqui?
21:14E eu disse que sim.
21:16Que seria ótimo.
21:18Então, quando eu conversei com a Dayane no telefone,
21:21ela me contou como eles adotaram a Natália, da Ucrânia,
21:27e o quanto a Dayane e o marido pagaram pela adoção.
21:32E o fato de que, se eles a trouxessem para os Estados Unidos,
21:36ela só precisaria tomar umas vacinas
21:38e que teria um tamanho normal.
21:40Depois, a Dayane descobriu que ela sempre seria pequena
21:44e que precisaria de cirurgias e muitas internações
21:49e, talvez, equipamentos que a Dayane e o marido
21:55talvez não entendessem.
21:57baseada no que ela me disse e nos sentimentos que ela deixou transparecer,
22:02eu entendi que, por causa de todas as complicações
22:05que a Natália teria por causa do nanismo,
22:08eles achavam que não seriam as pessoas certas
22:10para ajudá-la a lidar com tudo isso.
22:12Quando eu vi a foto dela, eu me apaixonei instantaneamente.
22:18Eu pensei, é, essa garotinha, a Natália,
22:22ela precisa ser minha filha.
22:25Eu soube que ela amava dançar, cantar, e era criativa,
22:29e sabe, ela era perfeita para mim.
22:34A Dayane e o marido disseram que,
22:36se eu pagasse as taxas legais, eu podia adotar aquela garotinha.
22:40Se eu me lembro bem, ela me disse que
22:43os custos de adoção da Ucrânia foram 25 mil dólares.
22:47E eu acho que é uma loucura
22:49alguém adotar uma criança, pagar 25 mil dólares
22:53e só passar um ano com ela.
22:55Então, eu achei isso estranho.
22:58Eu não sei se era um golpe financeiro ou algo assim.
23:03Meu marido me disse que não teríamos condições financeiras
23:07de fazer aquilo, e eu acho que, se você vai adotar,
23:10os dois precisam estar totalmente envolvidos.
23:13Mas aquilo acabou comigo.
23:16Então...
23:17Desculpa.
23:18Só que...
23:21Quando eu não consegui adotá-la,
23:23eu só queria que ela fosse feliz.
23:26Quando eu soube o que tinha acontecido com ela,
23:28eu pensei, ela não estava feliz.
23:31Foi isso que...
23:33acabou comigo saber que ela não estava feliz.
23:36No meu coração, a Natália é a filha que eu nunca tive.
23:42Quando dissemos que não iríamos poder adotá-la,
23:47eles foram rapidamente falar com outro casal.
23:51Austin, Texas
23:52Meu nome é Robin Ferris
24:05e este é o meu marido, Dwayne Ferris.
24:08Em 2009, recebemos um e-mail da Little People of America
24:16perguntando se estaríamos interessados
24:18em uma possível adoção de uma garotinha chamada Natália.
24:23Entramos em contato com a mãe adotiva,
24:29Diane Ticone.
24:30Ela nos perguntou se iríamos cobrir as despesas médicas anteriores.
24:35Então, logo ali,
24:36começamos a ficar muito preocupados.
24:39Pensamos que era algum tipo de golpe estranho.
24:42Ela parecia uma vendedora de carros usados,
24:45tentando vender a Natália para nós.
24:47Então, dissemos que não.
24:50Não iríamos fazer aquilo.
24:52Não iríamos pagar por nada que aconteceu no passado.
24:54E acho que ela ainda insistiu um pouco.
24:57Mas acabou desistindo disso.
25:00Outra coisa que nos deixou preocupados
25:02foi por que a Diane adotou a Natália
25:07e queria se livrar dela rapidamente.
25:11E nos disseram que a Natália
25:14viu a série A Pequena Grande Família
25:17e queria morar com uma família como ela.
25:22O que, na época,
25:25eu pensei que era...
25:27Estranho?
25:27Eu não sei.
25:28É estranho.
25:28Eu não sei.
25:29Eu não acreditei.
25:32Estávamos preocupados com a saúde mental dela
25:35depois de sair de um orfanato na Ucrânia.
25:37Então, perguntamos a ela se podíamos levar a Natália
25:42para ser avaliada por um psicólogo
25:44porque as coisas não estavam indo bem.
25:47Então, era para ver como ela estava.
25:48E a Diane disse que não.
25:50Por que alguém faria isso se não tinham nada a esconder?
25:53Eu me perguntei...
25:54Por que recusariam uma avaliação psicológica?
25:58Foi com certeza estranho, esquisito.
26:02Nos deixou em alerta.
26:04Mas eu ainda estava interessado.
26:06Eu queria seguir em frente.
26:09New Hampshire, 2009.
26:11Eu estava indo para um lado de New Hampshire
26:12onde iríamos encontrar a Diane e a Natália.
26:15E eu me lembrei do acampamento Crystal Lake.
26:19Foi meio assustador.
26:22Ele estava preocupado porque
26:23a entrada era íngreme e de cascalho.
26:28E como temos deficiência, assim como a Natália,
26:32ficamos pensando
26:33como é que ela conseguia andar
26:35por aquela entrada.
26:37Porque quando vimos a Natália,
26:39ela estava descalça.
26:41Ela tinha um aparelho escorregadio nos pés.
26:46Se você está pisando no cascalho,
26:49vai machucar muito os pés.
26:51Então, ficamos surpresos
26:52por ela estar descalça,
26:54porque ela poderia cair naquela entrada
26:57sem ter o apoio correto.
27:01Nós achamos ela uma garotinha adorável.
27:05Ela estava prestes a fazer seis anos
27:07e com certeza ela parecia ter esta idade.
27:10Mas, na verdade,
27:12sentíamos que tinha
27:13alguma coisa ruim acontecendo.
27:22Nós dois somos cristãos
27:24e acreditamos que todo mundo tem
27:26dões dados por Deus.
27:28E um dos dões dele
27:29é o dom do discernimento.
27:31Para todo mundo,
27:34no geral,
27:35seria mais um
27:35sexto sentido
27:37ou intuição.
27:39Eu acho que eu sou bom
27:40para detectar mentiras.
27:42A Diane
27:42e a Natália,
27:46eu sabia
27:47que elas estavam mentindo.
27:49A Natália era
27:50muito quieta.
27:51Ela não
27:52interagia.
27:53É, ela era assim.
27:55Primeiro,
27:56olhava para ver
27:57se as respostas
27:58eram apropriadas.
28:00Segundo,
28:01a Diane.
28:01E quando você perguntou
28:02sobre o orfanato na Ucrânia,
28:04ela deu...
28:05Ah, é sim.
28:06...uma resposta
28:07bem natural
28:09e foi óbvio.
28:11Ela disse...
28:11Foi péssimo.
28:12É, foi péssimo.
28:13E a Diane
28:14a interrompeu.
28:16Parecia surpresa
28:16por ela ter dito aquilo
28:18e a Diane disse
28:18não, não foi ruim,
28:20você estava bem.
28:21E era quase como
28:21se a Diane
28:22tivesse que aprovar
28:23a Natália
28:23sair.
28:24Isso mesmo.
28:26É.
28:26E logo depois
28:27que ela disse
28:28o que devia dizer,
28:29ela voltou para casa.
28:30E eu nunca tinha visto
28:31outra pessoa fazer isso.
28:33Nem mesmo nos filmes.
28:35Nem mesmo no Exorcista.
28:37Aquilo me assustou
28:38para c******.
28:41eu consigo sentir
28:43o mal no ar.
28:47E eu não consegui
28:48identificar se era
28:50a situação
28:51que era a Mar
28:52ou se
28:53era a Natália,
28:55mas tinha alguma coisa
28:56errada com ela.
28:57Eu acho que foi
28:58a primeira vez
28:59que eu confiei
29:00totalmente
29:01na minha intuição.
29:11foi ali que eu tomei
29:20a decisão
29:21de que
29:22aquilo
29:23não iria acontecer.
29:25Por mais que fosse
29:26difícil tomar essa decisão,
29:27porque eu sabia
29:28que ia te afetar.
29:29É.
29:30E eu falei com você
29:31que tinha alguma coisa
29:32errada,
29:32apesar de eu não conseguir
29:33dizer o que era.
29:35Quando você ligou
29:36para a Diane
29:37para dizer
29:37que não íamos voltar,
29:38a história
29:40ficou mais louca
29:41ainda,
29:42porque ela ficou
29:42enlouquecida
29:45no telefone.
29:46Ela estava
29:47furiosa.
29:49Eu consegui
29:49escutar ela
29:50gritando no telefone.
29:51Então,
29:52eu disse que
29:53precisávamos
29:54ir embora,
29:55porque não tinha
29:56como saber
29:56o que ela poderia fazer.
29:57Ela pirou.
29:59A Christine Barnett
30:08tentou falar
30:09comigo
30:09no Facebook
30:11não muito tempo
30:12depois de ter
30:12adotado a Natália.
30:14Eu não queria
30:14falar com ela.
30:17Eu sabia
30:18que as coisas
30:18não estavam bem
30:19e eu não sabia
30:20se ela estava
30:21querendo que eu
30:21ficasse do lado dela
30:22ou sei lá o quê.
30:24Eu não sei.
30:26Mas
30:26eu não pensava
30:28nem em
30:30dizer oi
30:31para ela.
30:33A família
30:34Barnett
30:35dizia que
30:36a Natália
30:36tinha ameaçado
30:37eles.
30:38E daí,
30:38mesmo que ela
30:38tenha te ameaçado?
30:40Você é a mãe.
30:41Eu sou professora,
30:42tenho 600 alunos.
30:43Alguns deles
30:43são de famílias
30:44difíceis.
30:45Sabe?
30:46E já ameaçaram
30:47me esfaquear,
30:49já me disseram
30:49que iam beber
30:50o meu sangue,
30:51já me disseram
30:52todo tipo
30:53de coisa estranha.
30:54mas
30:55eu não tenho medo
30:57de que isso
30:58vai acontecer.
31:00As crianças
31:00precisam de ajuda.
31:02Então,
31:02você consegue
31:02ajuda para elas.
31:04Então,
31:04é,
31:05eu acho que
31:05ter medo
31:06de uma criança
31:07é
31:07quando você
31:09já é um adulto
31:11é uma ideia
31:12ridícula.
31:13Eu comecei
31:14a postar
31:15em grupos
31:15de adoção
31:16perguntando
31:17se alguém
31:18teve
31:21alguma experiência
31:22com a Natalia
31:23e foi tipo
31:24um ano depois
31:25que o Michael Barnett
31:28me mandou
31:28um e-mail
31:29do nada
31:29dizendo que
31:30achava ter adotado
31:31a garotinha
31:32da qual
31:32eu estava falando.
31:34E ele começou
31:35a falar o nome dela,
31:36Natalia
31:37e algumas outras coisas
31:38e eu disse,
31:39é,
31:39a esposa dele,
31:41Christine,
31:41queria falar com você.
31:43A Christine
31:43e eu conversamos
31:44por redes sociais
31:45durante vários anos.
31:47Parecia que tinha
31:48muita coisa estranha
31:50acontecendo.
31:50o Michael
31:52e a Christine
31:53Barnett
31:53mentiam muito.
31:56Eles fariam
31:56qualquer coisa
31:57para conseguir
31:58o que queriam.
31:59Mentiam
32:00sobre a Natalia
32:01ser violenta.
32:03Não tem como
32:03conhecer os Barnett.
32:05Quando a Christine
32:06nos contou
32:06todas aquelas histórias
32:07loucas,
32:08nós pensamos,
32:09peraí,
32:11ela,
32:12ela é
32:12minúscula.
32:13É.
32:14Aquelas histórias
32:15não faziam sentido.
32:17Nós começamos
32:17a perceber
32:18que tudo
32:19o que a Christine
32:20havia nos dito
32:21não era verdade.
32:23A Christine
32:23estava usando
32:25a mim
32:25e o Duane
32:26porque se nós
32:27acreditássemos
32:29neles
32:29que a Natalia
32:30tinha problemas,
32:33ela ia sentir
32:34que tinha razão
32:35em se livrar dela.
32:37O Michael
32:38e a Christine
32:39Barnett
32:40não só mentiram
32:41para levarem ela
32:43para a família deles,
32:45mas também mentiram
32:46para se livrarem dela.
32:50Se eles queriam dizer
32:51que a Natalia
32:52era mais velha
32:52do que falava,
32:53sabe,
32:54eu não sei
32:54de onde tiraram aquilo.
32:55Isso é uma maluquice.
32:57Tipo,
32:57quem pensa nisso?
32:59O detetive Klaus
33:01nos disse
33:01para corrigir
33:02a idade dela.
33:03Essa foi
33:04a recomendação legal
33:06que a polícia
33:06nos deu.
33:08Da minha avaliação
33:09do relatório
33:10do detetive Klaus,
33:11ele teve
33:12várias conversas
33:13com a família Barnett
33:14e, infelizmente,
33:16como ele faleceu
33:17em 2015,
33:19é impossível
33:19confirmarmos
33:20ou negarmos
33:21o conteúdo
33:22de todas
33:23aquelas conversas.
33:25O detetive Klaus
33:27escreveu este e-mail
33:28para Heather Wilson,
33:30do Conselho Tutelar.
33:32Estou anexando
33:33esta foto,
33:34supostamente tirada
33:35na entrada
33:35nos Estados Unidos.
33:37Parece que ela ainda
33:37tinha dentes de leite
33:39nesta foto.
33:40Também estou anexando
33:41uma foto
33:42de agosto de 2010,
33:43onde ela aparenta
33:45ter dentes
33:45de adulto.
33:47Parece,
33:47para todos os propósitos
33:49da nossa investigação,
33:50que ela é
33:50uma criança.
33:53Um estudo do lar
33:54foi feito
33:55na casa da família
33:57Barnett,
33:58no começo de 2010,
33:59por um assistente social
34:00licenciado.
34:01Uma parte
34:02que achei preocupante
34:03foi a informação
34:04sobre o passado.
34:06O assistente social
34:07perguntou ao casal
34:08se eles já haviam
34:10tido algum caso
34:11de violência doméstica
34:12e os dois disseram
34:13que não.
34:15O Estado
34:16acreditou neles,
34:18levando em conta
34:18a palavra deles.
34:20Eles deviam ter
34:22procurado a polícia
34:23para ver se os nomes
34:24deles apareciam
34:24no sistema,
34:26porque teriam achado
34:27violência doméstica
34:28em 2003,
34:30anos antes
34:31desse estudo
34:32do lar ser feito.
34:35Eles estavam brigando.
34:37O Michael
34:37deu um mata-leão
34:38nela
34:39e depois
34:40ele a empurrou.
34:45Essas são situações
34:47muito sérias.
34:49É assustador
34:50pensar no que
34:51poderia ter acontecido
34:52e outros segredos
34:54maldosos
34:55que começaram
34:56a surgir.
34:59Não me choca
35:00nem um pouco
35:01o fato de que
35:02o Michael
35:02e a Christine
35:03mantiveram
35:04esses segredos.
35:05Não faziam parte
35:06da persona pública
35:07que eles criaram.
35:08de vez em quando
35:13o Michael
35:14e a Christine
35:15estavam discutindo
35:16ou brigando
35:16no jardim da frente.
35:18Eu, na verdade,
35:19nunca vi nada físico.
35:20Eu só escutava
35:21muitos gritos.
35:22Devagar,
35:22crianças brincando.
35:24Eu senti a pena
35:24do Michael
35:25porque ela
35:26sempre o tratava mal,
35:28o chamando de
35:29fracassado
35:30e otário
35:30e eu só pensava
35:32coitado desse cara.
35:33eu fui enganada
35:38ao pensar
35:38que eles eram
35:39a família perfeita
35:40porque eu não acho
35:41que eles eram perfeitos.
35:47Não está na hora
35:48de você fingir
35:49que nunca
35:50fez nada de ruim.
35:51eu não fiz.
35:52Olha,
35:53você precisa parar
35:53de negar.
35:55Eu não sei
35:55se você percebe
35:56o que está fazendo.
35:59Você sabe
36:00que
36:00tem violência
36:03doméstica
36:04no seu passado.
36:06É por isso
36:07que você devia
36:08tomar remédio.
36:09Você devia
36:10porque vai impedir
36:11que você faça
36:11essas coisas loucas.
36:12existem várias
36:19alegações
36:19de que o Michael
36:20e a Christine
36:21fizeram
36:22sobre a Natalia
36:22agir de maneira
36:23violenta.
36:24Muitas vezes
36:25isso acontecia
36:26dentro da casa
36:27mas a questão
36:28é que
36:29todos os incidentes
36:30foram contados
36:31da perspectiva
36:32dos Barnett
36:32mas o último
36:33foi diferente.
36:35O incidente
36:36na Traitor's Point
36:37teve testemunhas.
36:40Eu sou o Chris
36:41eu trabalhei
36:42na Traitor's Point
36:43como pastor
36:44de 2012
36:45a 2015.
36:47Christopher Michael
36:48ex-funcionário.
36:50Bom
36:50eu recebi
36:51uma ligação
36:52que dizia
36:53que tínhamos
36:54um problema
36:54na cerca
36:55eletrificada.
36:56A polícia
36:57foi chamada
36:57e nós tínhamos
36:58que levá-los
36:59até onde
37:00as pessoas
37:01estavam.
37:05Eu tive a impressão
37:06de que
37:06quando chegássemos
37:07lá
37:08veríamos
37:08uma pessoa
37:10com nanismo
37:10é transtornada
37:13bem emotiva
37:14mas quando
37:15chegamos
37:15ao local
37:16a mulher
37:18parecia ser
37:19a pessoa
37:19mais emotiva
37:20das duas
37:21e a pessoa
37:24com nanismo
37:24parecia estar
37:25mais calma
37:26e racional
37:26com toda a situação.
37:29Não houve
37:29nenhuma menção
37:30da mulher
37:30ter corrido
37:31algum risco.
37:33Aviso
37:33cerca eletrificada.
37:35A Natalia
37:35estava tentando
37:36puxar a Christine
37:37para cerca.
37:38ela estava
37:38gritando
37:39muito alto.
37:40Sua filha
37:40da puta
37:41eu vou te matar
37:41eu vou te matar
37:42sua puta
37:42você vai morrer.
37:47Olha
37:47eu estava lá
37:49com o policial
37:51e eu não lembro
37:52de nada disso
37:53sendo dito.
37:53Eu não lembro
37:54mesmo de ameaças
37:55como eu vou te matar
37:56sua filha
37:57da puta
37:58ou qualquer coisa
37:59assim.
38:00Eu senti que
38:01a situação
38:01havia sido
38:02exagerada
38:03e que no fim
38:04das contas
38:04não era nada
38:05demais.
38:05assim
38:06eu tenho
38:06uma boa
38:07memória
38:07e eu
38:08tenho certeza
38:09de que eu ia
38:10me lembrar
38:10disso.
38:14O que eu
38:15mais me lembro
38:16de pensar
38:17é que
38:17se eu
38:18tivesse
38:18que lidar
38:19com a
38:20mulher adulta
38:21eu ia
38:21acabar
38:22ficando
38:23frustrado
38:23porque
38:24parecia
38:25que ela
38:25estava
38:26piorando
38:27a situação
38:27toda.
38:30Meu nome
38:31é Mark
38:31Eustetler
38:31e eu
38:32era gerente
38:33na fazenda
38:33Traitor's Point.
38:34eu recebi
38:35uma ligação
38:36de um dos funcionários
38:37dizendo que
38:38tínhamos um problema
38:39tem alguém na trilha
38:40passando por uma crise
38:42o que fazemos
38:43dá para desligar
38:44a cerca
38:44ou é perigoso
38:45era uma boa
38:46pergunta
38:46e eu respondi
38:48que não
38:49não era
38:50perigoso
38:50e não
38:51eu não podia
38:52desligar
38:52porque estava
38:53desligada
38:53aquela parte
38:55da cerca
38:55não estava ligada
38:56naquele dia
38:56porque as vacas
38:57estavam
38:57em uma parte
38:58diferente
38:59então talvez
39:00eu tenha sido
39:00um pouco grosso
39:01mas provavelmente
39:03porque era uma
39:03ameaça vazia.
39:04eu não posso
39:08imaginar
39:09como elevar
39:09as ameaças
39:10de uma criança
39:11tão a sério
39:13ter medo
39:14sabe
39:15você pode
39:15levar as ameaças
39:16a sério
39:17mas elas
39:18não são fortes
39:19temos nanismo
39:20diastrófico
39:21temos problemas
39:21nas juntas
39:22temos vários
39:23problemas
39:24que fazem ser
39:24difícil
39:25conseguirmos
39:25dominar
39:26alguém
39:26fisicamente
39:27não temos
39:28capacidade
39:29de machucar
39:29um adulto
39:31sabe
39:31a menos
39:32que a gente
39:32use
39:33armas
39:33de fogo
39:34mas alguém
39:37como eu
39:37não poderia
39:39machucar
39:39um adulto
39:40seria só
39:40ele me segurar
39:42se a versão
39:47do Michael
39:48do que aconteceu
39:49na Traitor's Point
39:50não foi
39:51verdade
39:51e a Natalia
39:53não tentou
39:53puxar
39:54a Christine
39:55para ser
39:55caletrificada
39:56e a matar
39:57então isso
39:58gera uma dúvida
39:58em todas as outras
39:59alegações
40:00sobre a Natalia
40:01ser violenta
40:02que o Michael
40:03e a Christine
40:03contaram
40:05eu não sei
40:06se alguém
40:06vai conseguir
40:07descobrir
40:07a verdade
40:08aqui
40:08porque tem
40:09muitas
40:09histórias
40:10diferentes
40:11por exemplo
40:14a versão
40:15do Michael
40:16sobre o que
40:16aconteceu
40:17não é muito
40:18confiável
40:182022
40:20sobre o incidente
40:24na Traitor's Point
40:25sobre como a polícia
40:26reagiu
40:26eu não sei
40:27eu e meus filhos
40:28estávamos lá
40:28na floresta
40:29quando
40:30vimos as luzes
40:31da polícia
40:32chegando
40:32ainda tínhamos
40:33mais de
40:34dois quilômetros
40:35para correr
40:35dentro da floresta
40:37para conseguir
40:38chegar
40:38onde elas
40:39estavam
40:39então naquele
40:40momento
40:41em que eu
40:41e meus filhos
40:42chegamos lá
40:43a Natalia
40:44já tinha ido
40:44embora
40:45os policiais
40:46tinham ido
40:46embora
40:47eu não falei
40:48com os policiais
40:49eu falei
40:49com a minha esposa
40:50continuamos
40:54e fomos andando
40:55depois de uns
40:5550 metros
40:56eu escutei
40:57gritos
40:57eu me virei
41:00e olhei
41:01e a Natalia
41:02e a Christine
41:03estavam brigando
41:04fisicamente
41:05parecia que a Natalia
41:06estava tentando
41:07puxar a Christine
41:08aviso
41:09cerca eletrificada
41:11olha
41:13eu não sei
41:13qual é a verdade
41:15mas passa
41:16pela minha cabeça
41:18se por acaso
41:19o Michael
41:20e a Christine
41:21não orquestraram
41:23sozinhos
41:24todo aquele incidente
41:26eles queriam
41:27um incidente
41:28fora de casa
41:29sabe
41:29que tivesse
41:31algumas testemunhas
41:33e talvez
41:35ela seria levada
41:36para longe deles
41:38para sempre
41:38Entrevista forense
41:40de Natalia Barnett
41:4119 de setembro
41:42de 2019
41:43sete anos depois
41:45do incidente
41:45na Traders Point
41:46Creamery
41:47pode entrar
41:50Natalia
41:51você está aqui
41:51tudo bem
41:52então
41:57eu quero que você
41:58saiba que
41:58qualquer sentimento
42:00é seguro
42:02nessa sala
42:02tudo bem
42:03seja lá
42:05o que você falar
42:06não vai ter
42:06consequências
42:07faz sentido?
42:08sim
42:08ok
42:08a outra coisa
42:10que eu quero
42:10te perguntar
42:11é se você sabe
42:11a diferença
42:12entre uma verdade
42:12e uma mentira
42:13sim
42:13o que aconteceu
42:15na fazenda?
42:16nós fomos
42:17a uma fazenda
42:18todos assinamos
42:19um documento
42:20ou o que fosse
42:20e depois fomos
42:21para uma trilha
42:22mas meu sapato
42:23não era bom
42:23então meus pés
42:25começaram a doer
42:26a sangrar
42:27e eu vomitei
42:29porque eu não tinha
42:30comido
42:30já tinha um tempo
42:31então
42:32eu vomitei
42:34e tinha sangue
42:36eu estava
42:36desidratada
42:37então
42:39eu sentei
42:40ela se sentou
42:42ao meu lado
42:42na grama
42:43porque ela disse
42:44para os meninos
42:44irem na frente
42:45e aí ela falou
42:46que eu precisava
42:47levantar
42:47e eu disse
42:48que meus pés
42:48estavam doendo
42:49ela disse
42:50que eu precisava
42:50levantar
42:51então eu levantei
42:52ela me ajudou
42:53sabe
42:54literalmente
42:55eu estava no chão
42:56estendi a mão
42:56e ela me ajudou
42:57a levantar
42:58e ela caiu
42:58e foi perto
42:59eu estava tentando
43:00levantar
43:01aí
43:02eu caí
43:03e ela caiu
43:04acho que ela pensou
43:05que eu estava
43:07tentando puxar ela
43:08para ser
43:08elétrica
43:09ou algo assim
43:09sabe
43:10porque eles disseram
43:11que não era
43:12para eu chegar
43:12perto
43:13então ela chamou
43:14a polícia
43:15por causa disso
43:15você queria machucá-los?
43:18não
43:18não
43:19quanto mais você
43:21investiga este caso
43:23mais difícil
43:25é saber
43:26o que é
43:27verdade
43:27talvez tenha
43:30mais de um vilão
43:31nesta história
43:31versão brasileira
43:32drymark
43:33lícia
43:36só
43:37ó
43:37só
43:38ilí
43:41o que é
43:41que é
43:41o que é
43:41é
43:42que é
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