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O CURIOSO CASO DE NATALIA GRACE T01EP03 - ID

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Transcrição
00:00Polícia de Westfield, qual é a emergência?
00:06Estou perseguindo um dos meus vizinhos, eu quero machucar eles.
00:10Tô com medo do que pode acontecer se ninguém me ajudar.
00:14Eu vou enviar ajuda.
00:16Qual é o seu nome?
00:17Natana Barnett.
00:30O Curioso Caso de Natalia Grace
00:40Westfield, Indiana
00:4426 de abril de 2010, foi o dia em que adotamos a Natalia.
00:50Quando chegamos ao final de 2012, estávamos vivendo com uma sociopata que tentava nos matar todos os dias.
01:03Não sabíamos quem era, não sabíamos a idade dela, ela não admitia quem era, não nos contava a verdade sobre quem era.
01:11Os médicos nos falaram que ela não estava nem perto da idade que ela nos disse que tinha.
01:17E nós entramos com o processo na justiça do condado de Marion, para que a idade dela fosse corrigida para algo mais apropriado.
01:26O juiz tinha uma petição, preparada por um advogado, com os argumentos para justificar que ela não tinha oito anos.
01:36Eles acreditavam que ela era adulta, ninguém sabia ao certo a idade.
01:40Mas, ela não havia crescido em quatro anos.
01:44Então, o juiz criou uma fórmula própria.
01:48Você para de crescer aos dezoito anos, e ela não havia crescido em quatro anos.
01:52Então, ela tinha ao menos dezoito anos quando entrou na vida deles.
01:56Tudo bem, então ela tem vinte e dois anos.
02:02Quando a idade dela foi determinada, eu sabia que ela era adulta.
02:05Se eu sabia se ela tinha dezoito, vinte e dois, trinta e cinco, ou cento e cinquenta...
02:09Não.
02:11Redefinir a idade não é incomum.
02:14Isso acontece em adoções internacionais.
02:18Talvez tirem uns dois anos da criança, porque ela fica mais atraente para famílias adotivas, se for mais nova.
02:25Pelo menos é nisso que acreditam.
02:27Então, eu aceito uns dois anos.
02:32Tudo bem, ela não tem oito anos, ela tem dez, ou mais ou menos por aí.
02:36Mas, pular quatorze anos para vinte e dois anos, isso não faz sentido.
02:41Na época da redefinição da idade dela, havia uma documentação sólida sobre uma idade aproximada.
02:50E teve um clínico geral que olhou toda a documentação e também forneceu evidências.
02:56Aquele médico viu informações de outros médicos para chegar a uma conclusão de fato.
03:04E naquele momento, com uma diferença tão grande de anos, você precisa pensar no que faz mais sentido, baseado nas provas e nos profissionais.
03:15O que eles pensam.
03:16E que o melhor para a criança é mudar a idade dela.
03:19É problemático que o lado dela, o lado da Natália, não tenha sido apresentado nem ao menos por um tutor indicado pelo juiz.
03:30Crianças não podem entrar no tribunal e falarem e se expressarem.
03:34Elas podem ser questionadas, é claro, mas existe alguém que representa os interesses delas.
03:40Não havia um tutor legal para representar a Natália.
03:43E o juiz não ter tido a oportunidade de falar com a Natália é um problema.
03:49E isso devia ter sido feito.
03:51E não foi.
03:52Foi estranho para mim que o lado da Natália não tenha sido ouvido por nenhum dos especialistas que achavam que ela era mais nova.
04:00Por que o juiz assinaria uma decisão tendo ouvido só um lado?
04:04Agora, isso foi apresentado como emergência.
04:06Eu pensaria que talvez o juiz pudesse ter decidido e depois ter dito que precisava de mais tempo para revisar tudo isso.
04:13Bom, eu não sou médica e nem juíza, mas acho que a decisão foi baseada em algo crível.
04:23Deram uma nova certidão de nascimento, uma nova data, uma identidade nova do estado de Indiana.
04:29Tudo mudou do ano de nascimento, em 2003, para 14 anos atrás, em 1989.
04:39Entrevista forense de Natália Barnett, 19 de setembro de 2019.
04:43Quando eu estava no hospital, eles me mandaram uma papelada e mudaram minha idade.
04:49Então...
04:49Pode me falar sobre isso?
04:51Eu não sei o que dizer sobre isso, porque...
04:53Entendi.
04:54Eu não sei o que aconteceu.
04:56Tá bom, me fala o que você sabe.
04:58Eu só sei que eu saí do hospital e ela tinha alugado uma casa para mim.
05:04A família Barnett estava muito preocupada de ter a Natália de volta na casa deles.
05:11A Christine queria garantir que ela teria um bom lugar para morar.
05:14Então ela saiu com a Natália no dia seguinte e acharam uma casa em Westfield.
05:19Westfield, Indiana
05:20Westfield, Indiana, fica no condado de Hamilton e o condado de Hamilton é a parte mais rica do estado.
05:30Era um... era um condomínio de casas.
05:34Ela tinha uma sala de estar, uma sala de jantar, uma pequena cozinha, um banheiro e um quarto.
05:43A Christine e a Natália assinaram o aluguel pagar os três primeiros meses.
05:49No dia da mudança da Natália para aquela casa, eu sei que nós demos alguns móveis da nossa casa para ela.
05:55Nós fizemos compras para ela e eram só... eram só coisas básicas, não tem muita coisa para contar.
06:02Eu acho que a Christine não sabia o que fazer com a Natália.
06:08Por que não colocar ela em uma casa e dizer que ela tinha 22 anos?
06:11Eu sou Sue McCallum e eu era a vizinha da Natália quando ela morava no condomínio em Westfield.
06:29Ok. E agora?
06:37Eu a conheci sem querer um dia.
06:39Eu vi a mãe dela colocando as compras na calçada e eu achei...
06:44Bom, ela estava de costas para mim e eu pensei...
06:47Minha nossa, aquela garotinha carregando as compras para dentro.
06:50Então eu fui até elas.
06:51Eu estava indo para a caixa de correio, então eu disse...
06:53Querida, você precisa de ajuda?
06:55E eu perguntei onde estava a mãe e ela virou-me e disse que tinha 22 anos.
07:01Eu esperava que ela fosse, sabe, nova.
07:04Mas não, ela era uma adulta.
07:06Dava para ver olhando para ela.
07:08E a mãe dela tinha um cadilac.
07:11Ela ficou sentada no cadilac enquanto eu estava ajudando a menina a levar as compras para dentro...
07:16Porque a mãe colocou tudo na calçada e deixou lá.
07:19Ficou sentada olhando a gente levar para dentro.
07:22Ela nem abriu a janela para agradecer por eu ter ajudado.
07:25Nada, nada.
07:26Ela ficou lá olhando e depois...
07:28Uf!
07:28Foi embora.
07:30Eu achei uma grosseria.
07:32Porque a Natália mal conseguia abrir a porta da frente, sabe?
07:37Colocar a chave e abrir.
07:40Eu levei as compras e coloquei na cozinha para ela, sabe?
07:46Eu levei ela no mercado algumas vezes.
07:50Ela recebia a vale alimentação do governo.
07:53Eu vi que ela tinha um cartão quando eu fui com ela ao mercado.
07:56E eu pensei, bom, se você pode dirigir um cadilac, por que não pode cuidar melhor dela?
08:02Sabe?
08:05Westfield, Indiana.
08:08Livros de culinária.
08:13Meu nome é Melanie.
08:15Eu e meu marido fomos vizinhos da Natália em Westfield, Indiana.
08:19A primeira vez que eu vi a Natália, eu acho que eu estava com a minha esposa plantando flores.
08:29Ela veio correndo pela rua e eu lembro de olhar para a minha esposa e a gente pensou, tipo, o quê?
08:37O que está acontecendo?
08:38No começo eu fiquei estressada, porque eu pensei que era uma garotinha atravessando a rua.
08:44Aí ela chegou e começou a falar com a gente e ela, com certeza, não era uma criança.
08:52E ela era gentil, se expressava bem e, sabe?
08:58Ela estava sendo amigável com a gente.
09:00Ela se apresentou, sentou e começou a conversar, como se fôssemos amigos, há anos.
09:05E aquilo não me incomodou.
09:09Na época.
09:11Na época.
09:12Meu nome é Andrew Rice.
09:28Eu sou mecânico com certificação ASE.
09:33Eu morava na Catherine Drive, em Westfield, Indiana.
09:38Um dia meu neto brincava na entrada da garagem.
09:42Fazia uns 15 graus do lado de fora.
09:45E a minha esposa entrou na casa por um momento e eu fui atrás dela.
09:49Quando eu olhei pela janela, eu vi uma pessoa com nanismo andando pelo nosso jardim em direção à garagem.
09:55Ela começou a conversar com o meu neto e eles começaram a brincar ali fora.
09:59Eles estavam andando com a moto elétrica pela entrada da garagem, apostando em corrida.
10:03Em suas marcas.
10:06Preparar.
10:07Vai.
10:08Vai, vai, vai, vai.
10:09Isso, vai, vai.
10:12Minha primeira impressão da Natália foi que ela tinha... ela tinha nanismo.
10:18Eu vi logo que ela não era uma criança.
10:20Mas quando conversamos com ela, ela admitiu que tinha 26 anos de idade naquele momento.
10:25E ela nos disse que morava na casa no fim da rua.
10:29Umas... duas ou três casas do outro lado da rua.
10:32Hoje nós temos um dia claro...
10:34Eu não quero.
10:36Para!
10:37Eu...
10:38Ai, que droga.
10:40Tá bom, eu tô presa.
10:41Por favor, me ajuda.
10:42Tá bom.
10:43Presa, presa, presa!
10:46Quando o sol começou a se pôr, começou a esfriar.
10:50Eu sabia que a Natália não tinha um casaco e estávamos com casacos porque estava ficando frio.
10:54Ela precisou de ajuda.
10:57Você pode me ajudar a sair daqui?
10:59E parecia que ela não tinha uma higiene básica que a maioria das pessoas tem.
11:04O cabelo dela estava sujo e tinha...
11:08É, por falta de uma expressão melhor, um cheiro desagradável.
11:11Ela não era uma pessoa muito limpa.
11:16Ela tinha um forte odor corporal.
11:18E ela usava as mesmas roupas por dias e dias antes de trocar.
11:24Os sapatos estavam gastos e rasgados, mas parte disso era por causa da maneira dela andar.
11:32Sabe, deviam ter comprado mais sapatos para ela?
11:35Não sei.
11:35Eu lembro claramente de olhar para ela e dizer...
11:39Sabe, depois de ver as roupas sujas, eu me perguntei se ela conseguia tirar as roupas para lavar.
11:46Será que ela conseguia vestir roupas limpas?
11:50Há quantos dias ela estava usando aquelas roupas?
11:52Ela só consegue trocar de roupa quando tem alguém para ajudar?
11:55Eu me lembro de ter pensado isso.
12:00Eu nunca vi a mãe dela ou os irmãos visitando a Natália.
12:04A única pessoa que eu vi lá foi o pai adotivo dela.
12:07E eu só o vi de longe.
12:10Eu notei porque eu acho que ele estava dirigindo um carro esportivo.
12:13E era um carro que eu não via por ali.
12:16Mas ele não ia com frequência.
12:19E ele não ficava lá por muito tempo.
12:24Eu só o vi uma vez, sem querer.
12:27Chegando e saindo do carro.
12:29Nós estávamos ali onde estão as latas de lixo.
12:32E ela disse, é o meu pai, preciso ir.
12:34E eu disse, aquele é o seu pai naquele carro.
12:37E eles fazem você morar aqui.
12:40Eu e meu marido, nós...
12:42Nós ficávamos preocupados com ela.
12:45Porque ela era pequena.
12:47E...
12:48Estava morando sozinha, né?
12:50E...
12:51A gente...
12:52Só queria garantir que ela estava bem.
12:55É.
12:57Ela precisava de ajuda.
12:59E nós podíamos perceber isso.
13:00Tendo 5 ou 50 anos, ela precisava de alguém para ajudar.
13:03A cuidar de si mesma.
13:04Alguns vizinhos da Natalia estavam preocupados com o bem-estar dela.
13:11Então entraram em contato com o conselho tutelar.
13:14E o conselho tutelar abriu uma investigação.
13:18A Heather Wilson havia investigado a Natalia como uma criança na casa dos Barnett, em 2012,
13:24antes de mudar a idade dela.
13:26Quase um ano depois, a Natalia agora...
13:30Estava morando em uma casa sozinha.
13:33E a Heather Wilson foi trazida de volta para a situação.
13:38E agora, voalá, a Natalia tem 22 anos.
13:41E talvez a Heather Wilson não estivesse convencida de que a Natalia era adulta, então.
13:47Ela faria o que pudesse para investigar e garantir que as alegações de negligência não eram verídicas
13:53e que suas necessidades básicas estavam garantidas.
13:57Filmado pelo Michael com seu próprio celular.
13:59Depois que o Michael e a Christine souberam que a Heather Wilson estava de volta,
14:06começou a guerra contra o condado de Hamilton.
14:10Onde você estava quando eu cheguei?
14:19Eu só estava caminhando e esvaziei todas as lixias.
14:24E por onde você estava andando?
14:26Eu estava andando pela calçada, por aqui pertinho.
14:29Aqui, nesta área do condomínio?
14:31É.
14:31Eu dirigi por aqui, não te vi.
14:33Como você estava andando na calçada?
14:37Se eu dirigi por aqui, não te vi.
14:38Eu, eu estava lá atrás, andando lá atrás e...
14:42Eu estava vindo para cá.
14:45Você ia por ali?
14:46É.
14:46Eu dirigi por ali.
14:49Tá bom.
14:51A Heather esteve aqui?
14:52Uhum.
14:53Sobre o que conversaram?
14:54Ela tinha um outro relatório sobre mim.
14:58A Heather tinha outro relatório sobre você?
15:00E ela falou sobre o que está tentando fazer?
15:03Ah, não.
15:06Tá bom.
15:09Sei, eu acho que ela falou.
15:11Olha, a Heather disse que você falou que só trazemos comida a cada dois meses.
15:16Uhum.
15:18Mas eu mostrei os recebos para ela.
15:19Certo.
15:20De toda a comida que já trouxemos.
15:21E ela sabia que você estava mentindo.
15:23Ah, eles iam tentar fazer umas coisas, mas mostramos tudo para o nosso advogado e ele disse
15:31que eles não podem fazer nada.
15:33Nem deviam ter vindo aqui.
15:35É.
15:36Então, o que ela estava tentando fazer com você não deu certo.
15:40Parece que o Michael e a Christine só começaram a comprar comida para a Natália
15:45depois que o Conselho Tutelar reabriu a investigação.
15:51Onde conseguiu o Donuts?
15:52Eu não lembro de comprar.
15:54Não sabe?
15:56Não sabe de onde eles vieram?
16:01Isso é mentira.
16:03Eu não lembro.
16:03É sério, já passamos por isso.
16:06Eu achei quando eu estava arrumando os armários.
16:11Achou o Donuts ali dentro?
16:12É, mas ainda estão bons.
16:14Ah.
16:17Vamos ver se tem data.
16:18Olha, aqui diz 23 de abril, quer dizer que são novos.
16:36De onde vieram?
16:40Olha.
16:41Onde conseguiu esses Donuts?
16:43Alguém trouxe para mim.
16:45Quem trouxe?
16:45Su, a vizinha.
16:50Quem?
16:50A Su, a moça que mora ali.
16:56Su, a moça que mora ali, é da administração?
16:58Não.
16:59Por que ela trouxe Donuts para você?
17:03Para ser uma boa vizinha.
17:06Você nunca fala a verdade, né?
17:10Os pais dela não vinham com muita frequência, sabe?
17:13O pai dela vinha mais do que a mãe.
17:16Eu não sei porquê.
17:18E eu nem lembro de como era o pai dela, porque eu só o vi uma vez.
17:24O que mais a Heather falou?
17:26Nós conversamos sobre...
17:28Ah, eu ter enlouquecido.
17:31Eu tinha que...
17:33Eu estou enlouquecendo.
17:35E eu tive que ir para o hospital, para o North Community, porque eu estava enlouquecendo.
17:42Tá bom.
17:43Por que eu recebo comida todo fim de semana?
17:55Essa carta escrita à mão indica que a Natália está voltando atrás em tudo o que ela falou sobre a Christine no passado.
18:03Dizendo que ela inventou tudo para fazer a mamãe e o papai parecerem ruins.
18:09Será possível que isso aqui foi ditado pela Christine, para o conselho tutelar sair de cima dela?
18:15Eu estava na minha porta e uma mulher linda e a Natália chegaram.
18:20O cabelo da Natália estava molhado e cortado.
18:22Como se a mãe tivesse dado um banho, cortado o cabelo.
18:26E ela estava usando uma roupa diferente.
18:28Eu não sabia que ela era mãe naquele momento, porque eu nunca tinha visto ela, só o pai.
18:31E a mãe disse, diga para essa moça que você sente muito e que mentiu para ela.
18:36A Natália estava em pé, pior do que antes.
18:40E...
18:40Eu sinto muito, tudo que eu disse foi uma mentira.
18:44Eu fiquei sem conseguir entender o que estava acontecendo.
18:48E a mãe não disse que era a mãe da Natália.
18:51A Natália que disse que ela era a mãe dela.
18:56Bom, eu deletei tudo.
18:57Deletei todas as ligações e todas as mensagens de texto para ela.
19:04Aqui.
19:06E agora você não pode conversar com ela.
19:09Ah.
19:12O Michael limpou todos os contatos do celular da Natália.
19:17Incluindo o contato da Heather Wilson do conselho tutelar.
19:21Especificamente porque ele não queria que ela pudesse ligar para a Heather Wilson.
19:27O Michael tinha algo a esconder.
19:28Ele não queria que ela conversasse com o conselho tutelar sobre eles.
19:33Por que não deixar ela conversar com eles?
19:35Ela precisava de ajuda.
19:36Por que impedir essa ajuda?
19:38O que ele estava escondendo?
19:39Ter a Natália morando perto de mim, bom, no começo não tinha problema.
19:53E aí, ela começou a sentar nos nossos degraus, esperando a gente chegar em casa.
19:59E depois ela entrava atrás da gente.
20:02Algumas vezes, quando ela estava na minha casa, ela andava e olhava as coisas e pegava as coisas para olhar,
20:09como se ela estivesse vendo o que tinha de valor.
20:16A gente estava sempre pensando nisso.
20:18Ela vai estar por perto, ela está observando, ela vem para cá.
20:23Sabe, mesmo quando a gente ia sair, a gente olhava pela janela da frente,
20:27para ver se ela estava perto, se a gente podia sair,
20:30porque eu precisava ir para algum lugar e não queria ficar presa em uma conversa.
20:33Eu ainda conversava com ela, mas precisei marcar bem os limites, sabe?
20:38Porque, se não fosse assim, assim que chegássemos em casa,
20:42ela ia aparecer ou me ligar o tempo todo.
20:45Ela sabia quando as pessoas vinham, chegavam em casa ou quando as pessoas saíam
20:50e ela incomodava todo mundo.
20:52Ela me ligava e me mandava muitas mensagens, mas tudo bem, eu acho que ela era muito sozinha
21:04e não tinha muitas pessoas por perto dela.
21:07Nossos vizinhos têm nosso número.
21:09Se eles precisarem de alguma coisa, eles sabem que podem ligar,
21:12que podem aparecer e pedir alguma coisa se precisarem de ajuda.
21:16A gente tenta fazer parte da cultura do Centro-Oeste, de ser um bom vizinho.
21:20E, se você é um bom vizinho, eles também serão bons vizinhos.
21:24A gente se ajuda.
21:26É assim.
21:28E isso foi aproveitado de uma maneira muito errada.
21:33No sentido de que a Natália nos ligava com frequência para ver quando estaríamos em casa.
21:39Às vezes a gente estava no jogo de futebol do nosso filho
21:42e ela ligava duas ou três vezes.
21:44Até que a gente teve que falar.
21:46Aí, você tem que parar de ligar.
21:48Por favor, tá?
21:49Então, eu precisei falar para ela.
21:51Não foi de uma maneira ofensiva, mas foi tipo,
21:55Natália, estamos ocupados.
21:57Eu estou tentando curtir o jogo de futebol do meu filho.
22:00Então, eu preciso que você não me ligue.
22:04E eu te ligo quando eu chegar em casa.
22:06Assim que a gente chegava em casa,
22:08ela via o nosso carro parando na garagem e atravessava a rua direto.
22:13E tentava, antes que a gente tivesse tempo de relaxar ou algo assim,
22:17ela já vinha rápido,
22:20querendo saber onde a gente tinha ido,
22:22quando estaríamos em casa.
22:23E isso o tempo todo.
22:24Ninguém gostava dela.
22:34Ninguém.
22:35Eles sentiam pena dela,
22:37mas também tinham receio
22:38e não queriam ela por perto de jeito nenhum.
22:41Todo mundo reclamava dela o tempo todo,
22:44ligando para a administração,
22:45dizendo que ela ficava esperando na porta de casa.
22:50E aquilo era esquisito.
22:50Eles diziam que sabiam que estavam de olho nela,
22:54mas que precisavam seguir certos passos
22:56até que aquilo afetasse alguém,
22:57que estavam seguindo o processo.
22:59E eu disse, que bom.
23:01Eu acho que eu não fiquei surpresa.
23:03Eu senti que havia...
23:05muitas pessoas no bairro que estavam, assim...
23:11ficando cansadas das coisas que ela estava fazendo
23:16ou das coisas que estavam acontecendo.
23:17e as pessoas não estavam acostumadas
23:19a ter alguém aparecendo ou entrando na casa delas.
23:22A maioria das pessoas é assim.
23:24Então, isso deixou todo mundo muito perdido,
23:27porque não sabiam como lidar com isso.
23:30Eu acho que as pessoas tinham medo dela.
23:33Parece horrível.
23:34Sempre que alguém a via...
23:36Quando alguém a via,
23:38vinha me falar que ela tinha feito alguma coisa.
23:41Tipo, todo mundo falava dela.
23:43Eu cheguei em casa um dia
23:47e a Natália estava dentro de casa.
23:50Com a porta da geladeira aberta,
23:52pegando um refrigerante, salgadinhos,
23:55e olhando tudo.
23:57Eu disse que ela não devia estar ali,
23:58que ela devia estar na frente da casa.
24:01E...
24:01depois disso...
24:04eu comecei a trancar minhas portas.
24:07E aí, minha vizinha disse
24:09que a Natália tinha entrado na casa dela uma vez.
24:12Eu acho que ela também não gostou.
24:14Então, ela começou a trancar a porta
24:15para que ela não pudesse entrar.
24:18Mas ela estava sempre com fome,
24:20sempre querendo comida.
24:22Ela era sorrateira,
24:24porque ela podia te convencer
24:26a deixar ela entrar do jeito dela.
24:30E todo mundo sentia medo disso.
24:32Ela era assustadora.
24:39Polícia de Westfield, qual é a emergência?
24:42Estou perseguindo um dos meus vizinhos.
24:44Eu quero machucar eles.
24:46Estou com medo do que pode acontecer
24:48se ninguém me ajudar.
24:50Eu vou enviar ajuda.
24:53Enquanto morava no condomínio Union Street,
24:56a Natália ligou para a polícia.
24:59Para dizer que ela estava perseguindo uma vizinha
25:02e que ela tinha pensamentos
25:03de querer machucar as pessoas.
25:06Qual é o seu nome?
25:07Natália Barnett.
25:08Eu sei que a Natália ligou para a polícia
25:11algumas vezes enquanto ela morava naquela casa.
25:14E ela disse para os policiais
25:16que ela estava tentando colocar fogo na casa
25:18usando micro-ondas,
25:19tentando fazer o micro-ondas pegar fogo.
25:22Por favor, rápido.
25:25Logo depois disso,
25:26ela vivia agindo de maneira estranha.
25:29Um dia conversamos e eu perguntei
25:32por que ela não estava morando com os pais
25:35e ela disse
25:36eles têm medo de mim.
25:38Eu perguntei o motivo
25:39e ela disse que foi porque ela ameaçou eles
25:40uma vez com uma faca, sabe?
25:42Ela tinha um olhar muito estranho,
25:44como se aquilo fosse normal.
25:49Não foi...
25:51Só depois ela começou a falar comigo mais
25:54sobre a história dela com a família
25:56e ela disse
25:57eu tentei matar a minha mãe
25:59e eu comecei a fazer mais perguntas,
26:02tipo,
26:02e o que aconteceu?
26:04Como você tentou fazer isso?
26:05Eu fiquei perto deles com uma faca,
26:07então eles esconderam todas as facas.
26:10Depois eu tentei envenenar eles
26:11e precisei morar na garagem por um tempo.
26:14Parecia uma serial killer ou algo assim.
26:16Essa era a maneira casual
26:17com que ela tratava uma tentativa de assassinato.
26:19Tipo...
26:23E daí?
26:24Sabe, bom, a nossa...
26:25Oi, ameacei meus pais com uma faca,
26:28grande coisa.
26:29Esse é o jeito dela de...
26:31dizer as coisas.
26:35Isso é tipo o quê?
26:37O que vamos fazer com essa informação?
26:40Não somos assistentes sociais,
26:41não somos terapeutas?
26:42Tipo,
26:43por que você me diria isso?
26:45E o que você espera que eu faça
26:46com essa informação?
26:47Foi difícil para nós entendermos
26:50como que ela foi
26:51abandonada sozinha naquela casa.
26:55Bom, ela falou livremente
26:57que ela tentou
26:58matar a mãe dela.
27:01Sabe, isso é...
27:02estranho.
27:05Mas eu também acho que
27:06se eu tivesse alguém na minha casa
27:09que eu achava que fosse
27:11uma ameaça
27:13aos meus outros filhos,
27:16o que eu faria?
27:17E aí,
27:19de novo,
27:19se eu achasse que ela era uma criança
27:20que não poderia cuidar de si mesma,
27:22essa seria uma conversa diferente.
27:24Mas,
27:25naquele momento,
27:26eu comecei a me preocupar
27:28em como seria cortar laços
27:29com essa pessoa.
27:30Como se fosse um término ruim.
27:32Tipo,
27:33se eu terminar com você,
27:35você vai enlouquecer?
27:37Se eu ajudar
27:38e de repente eu parar,
27:40você vai ficar do lado
27:41da minha cama de noite
27:42segurando uma faca?
27:43O conselho tutelar
27:55passou semanas
27:56investigando a Natália
27:57naquela casa,
27:59mas a investigação
28:00não teve como se desenvolver,
28:02porque existe
28:04um documento sólido
28:06e legal do juiz,
28:08sabe,
28:08que assinou uma ordem
28:10dizendo que ela tinha 22 anos,
28:11era adulta.
28:12O conselho tutelar
28:13não tinha jurisdição
28:14neste caso.
28:16Então,
28:16o Michael e a Christine Barnett
28:18não precisavam mais
28:19se preocupar
28:20com o serviço social.
28:24Você podia perceber
28:25que ela era uma mulher adulta,
28:27dava pra ver.
28:28Ela não era só uma garotinha
28:30que eles abandonaram ali
28:32ou seja lá o que for.
28:33Ela devia ter os 25 anos.
28:36E,
28:36sabe,
28:38ela tinha...
28:39seios e tudo mais.
28:42Ela usava lingerie
28:43que adultos usariam.
28:44Ela usava um sutiã
28:46por baixo da blusa
28:47e dava pra ver as alças.
28:49Ela se comunicava
28:50muito fluentemente.
28:52Não falava como
28:53uma criança de 8 anos.
28:54Ela falava como uma adulta.
28:59Ela ia no meu escritório
29:02todos os dias
29:03e pegava doces
29:04porque a gente tinha
29:05uma tigela de doces
29:07e ela sentava
29:08e conversava comigo
29:09e era estranho.
29:10Eu perguntei diretamente
29:12a ela
29:13quantos anos ela tinha
29:14e ela meio que
29:15deu os ombros
29:16e disse que não sabia.
29:19Ela podia ser uma criança
29:21porque
29:22isso é uma coisa
29:23que uma criança faria.
29:25Entrar todos os dias
29:26em um escritório
29:27que você sabe
29:27que tem doces
29:28depois você faz amizade
29:30e vai pra casa da pessoa.
29:31muitas das coisas
29:32que ela fazia
29:33eram coisas de criança.
29:35Ela mostrava
29:35características
29:36de uma pessoa mais nova.
29:37Quando ela estava
29:38brincando com o meu neto
29:40que devia estar prestes
29:41a fazer 4 anos
29:42naquela época
29:43ela parecia uma criança
29:45se divertindo
29:45com um coleguinha.
29:49Tá gostando, filho?
29:51E quando ela interagia
29:52conosco
29:52parecia uma adulta
29:53pra nós.
29:54Você pode me ajudar
29:55a sair daqui?
29:56Talvez ela tivesse
29:57mais facilidade
29:58de se conectar
29:59com as crianças
29:59porque é mais fácil
30:00conversar com elas
30:02e normalmente
30:02tem menos julgamento
30:04então talvez
30:05só fosse fácil.
30:06Todo mundo
30:07ficava desconfortável
30:09com ela.
30:10Ela até falava
30:11sobre os irmãos
30:12dizendo que os pais
30:13não confiavam nela
30:15perto dos meninos.
30:17Eu perguntei
30:18por que não
30:19e ela respondeu
30:19você sabe por que.
30:21Eu perguntei
30:22se ela fazia coisas
30:23que não devia
30:24e ela respondeu
30:24que sim,
30:25provavelmente.
30:26Coisas do tipo
30:27é a vida.
30:30e era estranho
30:32que ela quisesse saber
30:33quando nosso filho
30:34estaria em casa
30:35e não a nossa filha
30:36só o nosso filho.
30:37Eu não lembro dela
30:38tendo interações
30:39com a nossa filha.
30:41Foi aí que as coisas
30:42deixaram de ser
30:44só desconfortáveis
30:45e estranhas
30:46e passaram a ser
30:47quase inapropriadas.
30:49Então ela vinha
30:50do outro lado da rua
30:51quando ele estava
30:52esperando o ônibus
30:53e quando ele estava
30:54lá fora sozinho
30:55esperando o ônibus.
30:57Ele tinha
30:58uns oito
30:59ou nove
30:59nove anos na época
31:01então
31:02idade o suficiente
31:03para ficar lá fora
31:04sozinho
31:04mas
31:05sabe
31:06chegou a um ponto
31:07em que nós
31:08ficamos desconfortáveis
31:09enquanto pais
31:10e
31:11de novo
31:13sem saber como lidar
31:14com a situação
31:14com alguém
31:15como a Natália.
31:16se você não deixasse
31:20a porta trancada
31:21ela entrava.
31:22Um dia eu cheguei
31:23em casa
31:23meu neto
31:26e o amigo
31:26estavam jogando
31:27videogame.
31:29Eu entrei
31:30e perguntei
31:31o que está acontecendo.
31:37Ele contou
31:38que ela estava
31:39perto demais
31:40das poltronas deles
31:41se esfregando
31:42se inclinando
31:44em cima deles
31:45coisas desse tipo.
31:47Meu neto
31:47ficou desconfortável
31:49então ele disse
31:50para a Natália
31:50para ela sair
31:52sair de lá
31:53e bateu
31:55a porta
31:55na cara dela.
31:57Eu pensei
31:57como ela ousava
31:58tentar alguma coisa
32:01com meu neto
32:01e eu pensei
32:02eu queria ir
32:02atrás dela.
32:04E eu disse
32:05para o meu neto
32:06nunca mais
32:07deixar ela entrar
32:08principalmente
32:09se eu não
32:10estivesse em casa.
32:12Uma mulher
32:13do condomínio
32:13veio aqui
32:14e eu acho
32:15que ela falou
32:15com a minha esposa
32:16sobre o incidente
32:18e que ela sabia
32:19que tínhamos filhos
32:20pequenos
32:21então era melhor
32:21tomar cuidado.
32:22Ela veio
32:23e falou
32:23muito sério
32:25nos avisando
32:26sobre algumas coisas
32:27que aconteceram
32:28com a Natália
32:29e que nós
32:30precisávamos
32:31tomar cuidado
32:32com os nossos filhos.
32:34E
32:34eu acho
32:36que chegou a ser
32:37como
32:37você não pode
32:38deixar ela
32:39entrar na sua casa
32:40porque
32:41sabe
32:42eu gosto
32:44de ser avisada
32:46quando tem um perigo
32:47mas
32:48ao mesmo tempo
32:50nós podemos
32:50pegar a informação
32:51e fazer o nosso próprio
32:53julgamento
32:54e tomar as decisões
32:54para a nossa família.
32:55um dia
33:02ouvimos
33:03a porta abrir
33:04e o nosso cachorro
33:05começou a latir
33:06e
33:07a gente
33:09correu
33:09até a sala
33:10de estar
33:10onde ficava
33:11a porta da frente
33:12e a Natália
33:13estava lá.
33:14nós ficamos
33:21chateados
33:22por ela
33:22ter entrado
33:23na nossa casa
33:23sem permissão
33:24e ela começou
33:25a ir na direção
33:26do quarto
33:26do nosso filho
33:27que ficava
33:28nos fundos
33:28da casa.
33:29Felizmente
33:30nós tínhamos
33:30um chihuahua
33:31na época
33:32que era
33:33pequeno
33:34mas feroz
33:35e
33:35ela tinha
33:37muito medo
33:37do chihuahua
33:38e
33:41foi aí
33:42que começamos
33:43a
33:43nos distanciar
33:45dizendo
33:46olha
33:47desculpa Natália
33:48mas não vamos
33:49estar em casa
33:49por um tempo
33:50estamos ocupados
33:51temos coisas
33:52para fazer
33:52não
33:53fomos tão duros
33:55quanto devíamos
33:56ter sido
33:56mas
33:57de novo
33:58sem saber
33:58o estado mental
34:00dela
34:00sem saber
34:01como ela lidaria
34:01com a rejeição
34:02e tudo mais
34:03eu lembro que
34:04eu e minha esposa
34:04conversávamos
34:05sobre isso
34:06sobre como nos
34:06afastar dela
34:07porque era demais
34:09era demais
34:09será que vai ser
34:13agora
34:13que ela vai pirar
34:15ninguém
34:19deixava os
34:20filhos
34:20chegarem
34:20perto dela
34:21depois de
34:22tudo que
34:22ouvimos
34:23sobre o que
34:23ela tentou
34:24fazer
34:24com o
34:25filho
34:25de um
34:25dos
34:26vizinhos
34:26você tinha
34:28quer dizer
34:28todo mundo
34:29tinha que
34:30tomar cuidado
34:31com essa
34:31pessoa
34:32que estava
34:32começando
34:33a dominar
34:33tudo
34:34ter a natalia
34:40como vizinha
34:41era como
34:42um filme
34:42do hitcock
34:43você odiava
34:47chegar na sua
34:48porta
34:48porque não
34:49sabia se
34:49ela estaria
34:50ali esperando
34:50você
34:51se fosse
34:54até a caixa
34:54do correio
34:55ela poderia
34:56estar lá
34:57ela entrava
35:00na casa
35:00das pessoas
35:01sem nem
35:01bater
35:02ela entrava
35:04na casa
35:04abria os
35:05armários
35:06e comia
35:06comida
35:07que tivesse
35:07
35:08se tivéssemos
35:09uma equipe
35:09de jardinagem
35:10ela ficava
35:13atrás
35:13dos arbustos
35:15e aparecia
35:17de repente
35:17assustando
35:18eles
35:18ela
35:22parecia
35:23ficar
35:24perto
35:24dos homens
35:25mais velhos
35:26ela
35:27bom
35:28ela
35:29ficava
35:29dizendo
35:30coisas
35:30sexuais
35:31para eles
35:32o Fred
35:33estava
35:34lavando
35:34as roupas
35:35dele
35:35e então
35:45ela entrou
35:46e ele
35:46achou
35:47que ela
35:47estava
35:48sendo
35:50amigável
35:50porque ela
35:51não conseguia
35:51alcançar
35:52e lavar
35:53as roupas
35:53dela
35:54é claro
35:54e eu
35:56acho
35:56que ela
35:57começou
35:57a falar
35:58as coisas
35:59coisas
36:01sexuais
36:01e grosseiras
36:02para ele
36:03tentou
36:03chegar
36:04perto
36:04dele
36:05ele
36:06disse
36:06que ficou
36:06tão
36:07desconfortável
36:08com ela
36:09queria tanto
36:09sair
36:10dali
36:10que quase
36:11deixou
36:11as roupas
36:11dele
36:12para trás
36:12mas ele
36:14disse
36:14que conseguiu
36:15se livrar
36:15dela
36:15e que
36:16nunca mais
36:17queria ficar
36:17com ela
36:18naquela
36:18lavanderia
36:19você
36:21acreditaria
36:22no homem
36:22se você
36:23o conhecesse
36:24ela
36:24é
36:25qual é a palavra
36:27ela ofereceu
36:27sexo a ele
36:28e ele disse
36:30para ela
36:30sair de perto
36:31dele
36:31a natalia
36:34saia de casa
36:35e tinha
36:36um homem
36:36mais velho
36:37na rua
36:38ela entrava
36:38na casa
36:39dele
36:39e ficava
36:40umas duas
36:40três horas
36:41ela ia
36:42muito
36:43para a casa
36:43dele
36:44ela dizia
36:48que estava
36:48vivendo
36:48num bordel
36:49no centro
36:50da cidade
36:51que ela
36:51via prostitutas
36:52e era
36:52prostituta
36:53antes de vir
36:53para cá
36:54em algum lugar
36:55em indianápolis
36:56eu não acreditei
36:57nela
36:57porque
36:58ela sempre
36:59enrolava
36:59as pessoas
37:00um dia
37:10eu vi
37:11um garotinho
37:12rolando
37:12na grama
37:13e logo depois
37:14eu disse
37:15que ia entrar
37:15em casa
37:16ela disse
37:17que tudo bem
37:17e foi
37:18para a casa
37:18do vizinho
37:19sabe
37:21quando você
37:21rola na grama
37:22eles estavam
37:24deitados
37:25ele e a natalia
37:25deitados
37:26e rolando
37:27para cima
37:27e para baixo
37:28e logo depois
37:31eu vi
37:32que ela
37:32estava
37:32perto
37:33do garotinho
37:34e a natalia
37:36estendeu a mão
37:37e começou
37:39a abrir
37:39as calças
37:40dele
37:40e eu falei
37:41natalia
37:41o que você
37:42está fazendo
37:43e então
37:49o pai
37:49chegou
37:50pegou o filho
37:51e começou
37:52a gritar
37:52com ela
37:53ele disse
37:54para ela
37:55nunca mais
37:55tocar no filho
37:56dele
37:57sabe
37:57ele estava
37:58com muita
37:58raiva
37:59ela saiu
37:59correndo
38:00e foi
38:00para casa
38:01fazer aquilo
38:02com um garotinho
38:03e na nossa
38:04frente
38:04Deus é que sabe
38:06o que ela faz
38:07atrás de portas
38:08fechadas
38:08para mim
38:09isso é doentinho
38:10entramos em contato
38:11com o pai
38:12do menino
38:12mas ele não
38:13quis falar
38:14sobre o incidente
38:15depoimento
38:19no pré-julgamento
38:20de natalia
38:20barnett
38:21de um membro
38:21da promotoria
38:2214 de outubro
38:23de 2022
38:2410 anos depois
38:26em westfield
38:27você admitiu
38:29ter batido
38:30na porta
38:31da sua
38:32vizinha
38:33e brincado
38:33com as crianças
38:34sim
38:35você se lembra
38:37se machucou
38:38alguma delas
38:39não
38:40eu nunca fiz isso
38:43já tivemos
38:47várias reclamações
38:49sobre ela
38:49incomodando
38:51os vizinhos
38:51e eles disseram
38:54que ela estava
38:54brincando
38:55com as crianças
38:56e que aquilo
38:56era estranho
38:57sabe
38:58uma adulta
39:00brincando
39:00com crianças
39:01do jeito
39:02que ela
39:02brincava
39:03tipo rolando
39:05com eles
39:05na grama
39:06uma pessoa
39:07disse que
39:07parecia que
39:08ela estava
39:08sendo indecente
39:09com eles
39:10tocando neles
39:11de maneira
39:11inapropriada
39:12como regra
39:13se recebermos
39:15três reclamações
39:16ou mais
39:17temos autoridade
39:18de não renovar
39:19o aluguel
39:20de alguém
39:20ela morou
39:22ela morou lá
39:22por um ano
39:23e o aluguel
39:25já ia acabar
39:25não iam renovar
39:27o aluguel dela
39:27então a Christine
39:29foi procurar
39:30um apartamento
39:30com a Natalia
39:31ela foi para
39:32Lafayette
39:32Indiana
39:33conhecíamos a cidade
39:36fizemos faculdade
39:37
39:37eu e ela
39:38frequentamos
39:38a Pordeaux
39:39então conhecíamos
39:40a cidade
39:40a Christine
39:42achou um apartamento
39:42para ela
39:43um pouco antes
39:45disso
39:45semanas antes
39:46descobrimos
39:46que teríamos
39:47que mudar
39:47para o Canadá
39:48para apoiar
39:48a educação
39:49do meu filho
39:50o Perimeter Institute
39:52em Waterloo
39:53Canadá
39:54queria que o Jacob
39:56que tinha 14 anos
39:57fosse estudar lá
39:58por um ano
39:59para fazer o mestrado
40:01mas eu não sabia
40:03naquela época
40:04que seria
40:05o último ano
40:07do meu casamento
40:08a Natalia
40:13foi objeto
40:14de inúmeros relatórios
40:16seja do serviço
40:17de proteção
40:18a adultos
40:18seja do conselho tutelar
40:20da polícia
40:21de Westfield
40:21e a família
40:23Barnett
40:23já estava cansada
40:25daquilo
40:25eles tinham que tirá-la
40:26daquele condado
40:27e aquilo foi
40:28o começo do fim
40:29você concordou
40:33em ir para Lafayette
40:34não
40:35eu não sabia
40:35para onde estávamos indo
40:36eu só fui
40:37você diz que ela
40:39só te levou
40:40para Lafayette
40:40isso
40:41e
40:43e o que aconteceu
40:44quando vocês foram
40:45para lá
40:45nós fomos olhar
40:47um apartamento
40:49e você queria ficar
40:50naquele apartamento
40:51eu não queria
40:53mas
40:54a Christine me disse
40:55que eu ia morar ali
40:56mas você não queria
40:58morar ali
40:58não
40:59certo
41:00e a casa
41:01em Westfield
41:02você queria morar lá
41:03não
41:04ela que decidiu
41:05por mim
41:06tá certo
41:06bom
41:07onde você queria morar
41:08eu queria morar
41:10com a Christine
41:11entendi
41:12eu queria ter
41:16uma família
41:18quem eu achava
41:19que eu achava
41:19que eu achava
41:19que era minha família
41:20então por que
41:21você queria morar
41:21com a Christine
41:22porque eu não sabia
41:25o que fazer
41:25tipo
41:26eu não sabia
41:28de nada
41:28eu não sabia
41:29como cuidar de mim
41:30eu não sabia
41:31ficar sozinha
41:32eles tiraram ela
41:34de lá
41:35bom
41:36todo mundo
41:36ficou aliviado
41:37e eu pensei
41:38oh
41:38todo mundo
41:40ficou feliz
41:40de vê-la
41:41indo embora
41:42então
41:44uma noite
41:45de uma hora
41:46pra outra
41:46a Natália
41:47foi embora
41:47e
41:48não vimos mais ela
41:49e
41:50eu
41:52eu tentei
41:53ligar pro celular
41:55mas
41:55tava desligado
41:56não sabíamos
42:00o que tinha
42:01acontecido
42:01com a Natália
42:02ela desapareceu
42:03eu não sei
42:06pra onde a Natália
42:07foi depois disso
42:08eu não sei
42:10de nada
42:10entendi
42:11eu acho
42:12que ela estava
42:13possuída
42:14é o que eu acho
42:15é só o que eu posso
42:17dizer
42:17ela se apresenta
42:19como
42:20uma pessoa legal
42:21mas ela é
42:22
42:22e maldosa
42:23as pessoas
42:26acham
42:26que ela é
42:27pequena
42:27e deformada
42:29então
42:29ela não poderia
42:30fazer
42:31todas essas
42:32coisas
42:32que todo mundo
42:33está dizendo
42:33mas estão
42:34errados
42:35ela fez isso
42:36eu estava lá
42:38eu vivi
42:39aquilo
42:39e eu ainda
42:41não tenho
42:41respostas
42:42concretas
42:43eu não sei
42:44a idade
42:44dela
42:45eu
42:45não sei
42:46se o que
42:46ela disse
42:47era verdade
42:47bom
42:50isso é
42:50é assustador
42:52pensar que a
42:53Natalia
42:53ainda possa
42:54estar
42:54fazendo isso
42:55que ela
42:57ainda esteja
42:58manipulando
42:59pessoas
43:00ninguém sabe
43:01deve estar
43:01pior do que
43:02quando ela
43:02era nossa
43:03vizinha
43:03eu acho
43:06que ela
43:06não pararia
43:07ela sempre
43:08vai achar
43:09outra pessoa
43:09para manipular
43:11como foi a primeira
43:17vez que você
43:18viu a Natalia
43:19a primeira vez
43:21que vi a Natalia
43:22foi
43:23sabe
43:24foi bem
43:25perturbador
43:26demais
43:27para ser honesta
43:28versão brasileira
43:29drymark
43:30tchau
43:31tchau
43:32tchau
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