Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi recebido rapidamente no Canadá pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, para discutir alternativas ao tarifaço. Uma nova reunião ainda deve acontecer para acelerar as negociações.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/4aBXycy-6C4

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no X:
https://x.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#OsPingosnosIs

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E ao contrário do esperado, o governo brasileiro teve uma breve conversa com os Estados Unidos
00:05e entregou a proposta do país para encerrar o tarifácio.
00:10O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esperava se reunir por mais tempo
00:15com o secretário de Estado americano, Marco Rubio,
00:18mas o chanceler conseguiu apenas solicitar uma nova conversa presencial
00:23para conseguir avançar nas tratativas comerciais.
00:26Segundo o Itamaraty, a proposta brasileira foi encaminhada em 4 de novembro
00:30e ressalta a urgência do Planalto em acelerar as negociações com a gestão Trump
00:36para, pelo menos, suspender o tarifácio.
00:40Começar essa com o Cristiano Beraldo, nós falávamos, inclusive, no programa de ontem
00:44sobre a expectativa para esse encontro entre Marco Rubio e o chanceler Mauro Vieira.
00:51De fato, aconteceu, viu, Cristiano Beraldo, mas o que ficou acertado
00:54é que, possivelmente, uma nova reunião será realizada.
00:59É, foi como aqueles dois cariocas que se encontram no shopping, né, passando assim,
01:05opa, tudo bem, prazer em te ver, passa lá em casa, hein, passa, é, tá bom, ficou por isso mesmo.
01:11E não conversaram absolutamente nada de relevante.
01:13Aí eu me pergunto, né, como é que o governo brasileiro, um país importante como, quer dizer,
01:20que deveria ser importante como o Brasil, se submete a esse tipo de situação?
01:28É vergonhoso demais.
01:30Porque se não tem certeza se vai ter o encontro, se não vai ter o encontro, não fala nada.
01:35Você tá indo cumprir uma agenda internacional, ok, por acaso ele tá lá.
01:38Você não precisa anunciar, criar expectativa, porque é muito humilhante para o Brasil
01:44e confirma a nossa insignificância internacional.
01:49E veja, Caniato, ao mesmo tempo que o presidente Donald Trump está anunciando
01:55que vai rever tarifas em cima do café, que nos beneficia como país,
02:01porque o Brasil é um grande produtor exportador de café,
02:04o chanceler brasileiro se quer recebido.
02:07E aí a gente vai naquela linha do que eu falei ontem.
02:10Os Estados Unidos vai resolver pontualmente naquilo que interessa a ele.
02:14E vai dar uma banana para o governo brasileiro.
02:17Nós não podemos ficar tão submissos assim.
02:21A América Latina como um todo tem uma importância para o mundo
02:24e o Brasil tem uma importância, deveria ter uma importância,
02:29deveria até ter um papel de liderança na região,
02:33mas não consegue exercer esse papel de liderança.
02:35Porque sempre fica nessa situação que não consegue tomar uma posição firme sobre nada.
02:44Nicolás Maduro faz o que quer.
02:46E tantos outros líderes, como o da Colômbia aí,
02:51que fica passeando pelo mundo, militando a favor da cocaína,
02:56não recebe do Brasil o tratamento duro que deveria receber.
03:00O Paraguai, que é responsável por um contrabando gigantesco de armamentos e cigarro
03:07para o Brasil,
03:09atingindo não só o alimentão do nosso sistema de criminalidade,
03:17mas sobretudo provocando um dano multibilionário na arrecadação do governo brasileiro,
03:24mais de 20 bilhões por ano por causa desse cigarro contrabandeado,
03:28o governo brasileiro não faz nada.
03:30Nós somos uns bobocas.
03:33Nós não temos firmeza para defender os nossos interesses como país.
03:38O povo brasileiro hoje é não representado.
03:40Não é que ele é mal representado.
03:42Ele é não representado no cenário internacional.
03:46Fazem do Brasil o que querem.
03:47A China já anunciou, vai construir uma ferrovia que vai do Atlântico até o Pacífico,
03:53cruzando o Brasil inteiro e vai dominar o sistema
03:57para escoar toda a produção agrícola brasileira.
04:00E o que o Brasil está fazendo?
04:02Achando lindo o governo brasileiro, aplaudindo,
04:05querendo vender isso como se fosse investimento em infraestrutura feito pelo governo.
04:09Não!
04:10É o governo brasileiro sendo frouxo, fraco,
04:12entregando o Brasil na mão de quem quiser vir aqui tomar.
04:15Então, Caniato, esse tipo de episódio
04:20em que se cria a expectativa de um encontro de dois chanceleres
04:25e que isso vira um
04:27Oh!
04:28Aqui, vamos sentar para conversar, hein?
04:31Oh, vamos marcar!
04:32Vamos!
04:33Liga lá!
04:33Liga lá para casa para a gente falar!
04:36O que é isso, Caniato?
04:37Isso é coisa de garoto.
04:38Isso é coisa de moleque.
04:39Isso não é coisa de um chanceler que representa um país da importância do Brasil.
04:44Aparentemente, Dávila, a expectativa virou frustração?
04:49Virou frustração porque o Brasil não sabe negociar.
04:53Ou seja, o Brasil não tomou a dianteira na negociação.
04:57Tudo o que ocorreu de redução de tarifas em produtos específicos
05:01partiu dos Estados Unidos.
05:03Partiu dos Estados Unidos porque Donald Trump entendeu que esses produtos
05:08afetaria demais a inflação do dia a dia do povo americano.
05:13E aí acabou eximindo, por exemplo, lá o suco de laranja.
05:17E agora vai eximir o café.
05:18Por quê?
05:18Por quê?
05:19Porque o café subiu 18%.
05:21Esse cafezinho que o Beraldo está tomando ficou 18% mais caro lá nos Estados Unidos.
05:26Então é isso que ele está fazendo.
05:28Ele está olhando e fala assim, opa, a turma está insatisfeita com o preço de café.
05:32Então vamos diminuir a tarifa do café.
05:34Não foi a destreza negocial da diplomacia brasileira.
05:38Não.
05:38Foi simplesmente uma constatação que esse é um dos itens que hoje está perdendo.
05:43E eu não duvido, viu, Beraldo, que vai cair a carne também
05:47porque parte, boa parte do hambúrguer brasileiro é feito com a carne que vem do Brasil.
05:52E o hambúrguer está ficando mais caro também.
05:54Então o negócio é o seguinte, suco de laranja, hambúrguer e café mais barato
05:58e o Brasil acaba se beneficiando.
06:01Mas não por nenhuma estratégia negocial.
06:03E aí, se o Beraldo acha que foi humilhante a participação do chanceler,
06:08mais humilhante vai ser quando o presidente Lula
06:10telefonar para Donald Trump reclamando que a negociação não está decolando.
06:14E aí ele vai falar, Lula da onde?
06:17Você vai ver só.
06:18Vai cair no esquecimento total.
06:21Donald Trump já virou a página.
06:23O Brasil já é história.
06:25E ele já está olhando outros assuntos mais importantes.
06:29E nós, mais uma vez, perdemos a oportunidade de negociar seriamente com os Estados Unidos.
06:36E isso custa trabalhos.
06:38Mais de 14 mil postos de trabalho já foram fechados
06:41por causa da queda das exportações para os Estados Unidos.
06:44E também já perdemos mais de 10 bilhões de reais em exportações
06:49que não foram feitas para os Estados Unidos.
06:51E não podemos esquecer que os Estados Unidos são o principal investidor internacional aqui no Brasil.
07:01Mota, depois daquele encontro entre o presidente brasileiro e o presidente norte-americano,
07:06parecia que a negociação para reverter o tarifácio seria um pouco mais fácil, né?
07:11Pelo menos muitos pintaram dessa forma.
07:14Mas na vida real a gente tem visto uma situação bem diferente, né?
07:18É difícil a gente imaginar, Caniato, o que se passa na cabeça de algumas pessoas, né?
07:31Porque essa é a segunda vez que o chanceler se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
07:40A primeira vez foi lá em Washington.
07:42Essa agora foi no Canadá, parece que em paralelo a uma outra reunião que estava acontecendo lá.
07:51E segundo as notícias, o governo brasileiro entregou ao secretário de Estado americano
07:58uma proposta para acabar com a tarifa de 40% sobre as exportações.
08:06não foi um pedido, o que disseram é que foi uma proposta.
08:11Aí eu fiquei aqui pensando comigo, que proposta teria sido essa?
08:17Eu fiquei imaginando, será que foi o seu secretário, tira a tarifa e a gente solta o Bolsonaro?
08:26Será que foi, tira a tarifa e a gente desiste dessa história de censurar redes sociais?
08:33Será que foi, tira a tarifa e a gente aprova a anistia?
08:40Ou então foi simplesmente, tira a tarifa porque ano que vem tem eleição e está pegando mal para a gente?
08:47Eu não consigo parar de pensar que tipo de proposta o governo brasileiro fez para o secretário Marco Rubio
08:56em troca da retirada dessas tarifas.
09:00Você, Cristiano Beraldo, reunião para tratar sobre tarifaço, parte 2, a missão.
09:07Resultado, até agora, uma terceira reunião possivelmente será realizada.
09:14É missão impossível, a derrota.
09:16Esse foi o nome do filme que a gente viu passar.
09:21Neto, o que acontece é o seguinte,
09:22A gente tem que avaliar como hoje a atuação da diplomacia brasileira
09:29foi reduzida a algo marginal aos efetivos interesses brasileiros.
09:36E isso não é, obviamente, uma crítica ao corpo diplomático brasileiro
09:41formado por pessoas extremamente competentes, na sua maioria.
09:44O Brasil tem uma tradição diplomática muito forte,
09:49mas o Brasil perdeu, o Brasil, o governo, os governos brasileiros
09:54perderam a percepção e a compreensão do valor estratégico do uso da diplomacia.
10:02Se você observar o que faz os Estados Unidos,
10:06ele, em várias oportunidades, em embaixadas estratégicas,
10:11o governo usa figuras importantes do meio empresarial.
10:15Então, por exemplo, hoje o embaixador dos Estados Unidos na Itália
10:20é um dos empresários mais ricos de Houston.
10:25Dono de uma, talvez, a maior cadeia de restaurantes dos Estados Unidos.
10:29Tem diversos outros negócios, é dono de time de basquete da NBA,
10:34números imóveis e tal, e ele saiu de Houston para ser o embaixador lá.
10:39Por quê?
10:40Porque há uma compreensão do governo norte-americano
10:43que essa visão de negócio é importante para trazer oportunidades para os Estados Unidos.
10:52Isso acontece em diversos países.
10:55é os Estados Unidos olhando, são os Estados Unidos olhando para esses parceiros comerciais
11:02e tendo gente lá com um olhar de falcão ali para poder conseguir observar novas oportunidades,
11:10como melhorar essa relação, como os Estados Unidos, no fim,
11:13tirar vantagem maior dessas relações comerciais.
11:17Então, quando você olha para um país, por exemplo,
11:20eu vou mandar um embaixador para a Ucrânia.
11:23Obviamente, você tem uma circunstância ali,
11:25você precisa de alguém muito experiente naquele tipo de circunstância,
11:28um país em guerra,
11:30onde vai ter que lidar com o interesse de diversos outros países
11:33que estão financiando a guerra,
11:34questão de armamento, como é que lida com a Rússia.
11:37Isso é uma coisa.
11:38Outra coisa é você usar a tua diplomacia,
11:41esses postos diplomáticos,
11:43em países que você não tem uma relação de tensão,
11:46mas você tem uma relação que pode ser de oportunidade.
11:49O Brasil não faz isso há muito tempo, Caniato.
11:51O Brasil, aliás, fez muito pouco disso.
11:55A migração daquele ambiente internacional,
11:58da Guerra Fria,
12:00onde era muito mais complexo e difícil
12:03a relação internacional entre países,
12:06para esse mundo globalizado
12:08que passou por décadas de expansão econômica,
12:12e o Brasil estava indicando
12:14o amigo do presidente da República
12:19que tinha ficado desempregado.
12:22Eu me lembro, na época,
12:23acho que foi do Itamar Franco,
12:24que ele foi indicar, não sei quem,
12:26para a embaixada,
12:27mas tinha que ser na embaixada de Lisboa,
12:30porque o amigo do Itamar Franco
12:31não falava outro idioma,
12:33era monoglota.
12:34Então, Caniato,
12:35por favor,
12:36você chega,
12:37você vê o Brasil
12:38simplesmente jogando no lixo
12:41esse instrumento
12:43tão poderoso e estratégico.
12:45E aí está nisso,
12:46está nesse tipo de situação.
12:47Eu nem acho que é por culpa
12:49do chanceler brasileiro,
12:51mas não é dado a ele
12:52nenhum estímulo,
12:54nenhum instrumento necessário
12:55para que ele haja da forma
12:56que se esperava dele.
12:58Beraldo fez uma piada há pouco,
13:00dizendo que possivelmente
13:03essa reunião que mencionaram
13:05teria sido como aquela anedota,
13:08ou aquela história que contam
13:10sobre dois cariocas
13:11que se encontram
13:12em algum estabelecimento comercial.
13:14Curiosamente, viu Beraldo,
13:16parece que foi mais ou menos
13:17isso que aconteceu,
13:18porque pelo menos
13:18o portal Metrópolis
13:20noticiou há pouco.
13:21Segundo fontes do Itamaraty,
13:24os dois tiveram uma conversa informal.
13:26conversa informal pode ser o quê?
13:29Se cruzaram no corredor,
13:31uma conversa ali de 50 segundos,
13:34um minuto e meio
13:34para acertar a próxima reunião.
13:36Então, a piada do Beraldo
13:38não está fora do que talvez
13:40tenha acontecido mesmo.
13:42E aí, Dávila,
13:43é preciso também a gente lembrar
13:45da informação de ontem.
13:46O presidente brasileiro
13:48teria levantado a possibilidade.
13:49Olha, se essas tratativas
13:51não avançarem,
13:53eu passo a mão no telefone
13:54e ligo para Donald Trump.
13:55O Beraldo sempre conta
13:57a história de Lula
13:58na gestão de número 2
14:00que se vangloriava
14:02de ter acesso
14:03a George Bush
14:05filho, né?
14:07Filho.
14:07George Bush filho.
14:08E aí, queria que você
14:09trouxesse também
14:10essa possibilidade.
14:12Parece que está no radar
14:13da presidência da República
14:14um novo contato direto
14:16entre os presidentes.
14:18Eliato,
14:19uma das maiores dificuldades
14:22que um presidente da República
14:24tem no caso de Lula
14:25é não entender a mudança
14:27de contexto.
14:28Sabe aquela piada
14:29que ele fez lá atrás
14:30que você acha que a pessoa
14:31vai dar a mesma risada
14:32depois de 20 anos, 15 anos?
14:33Sabe aquela relação
14:34que ele teve com o Bush?
14:35O contexto era completamente
14:37diferente.
14:38Sabe quando o Obama
14:38chamou o tal do Lula
14:40de o cara?
14:41Aquilo já é água passada.
14:43Aquilo é outro contexto.
14:44Acabou.
14:44Nós estamos em outro contexto.
14:46Então, o grande drama do Brasil
14:49é que o presidente da República
14:51não tem noção
14:52no contexto em que ele está atuando.
14:55E ele acha que o discurso,
14:57a narrativa,
14:59as piadas
15:00que ele fazia
15:01há 20, 30 anos atrás
15:02que elas continuam sendo válidas
15:04no contexto de hoje.
15:06E isso é algo desesperador
15:08porque mostra
15:09um presidente da República
15:11totalmente desconectado
15:14da realidade.
15:15desconectado
15:16da compreensão
15:17do contexto atual
15:19no qual o Brasil
15:20tem que atuar
15:21como nação.
15:22Por isso,
15:23é triste.
15:24É quase ver
15:25uma figura
15:25absolutamente decadente
15:28e desconectada
15:30da realidade
15:30num momento
15:32extremamente importante
15:33para o Brasil.
15:35Porque o Brasil
15:35hoje está sofrendo
15:37por não ter
15:39relações comerciais
15:41à altura
15:41com o seu segundo
15:42maior parceiro comercial.
15:43e isso aumenta
15:45a dependência
15:45do Brasil
15:46e da China.
15:47O que é péssimo.
15:48Tudo que nós...
15:49Primeiro,
15:50nós dependemos
15:50praticamente de três commodities
15:52para 70%
15:53da exportação.
15:54Depois,
15:55nós dependemos
15:55de um único comprador.
15:56Olha como o Brasil
15:58está vulnerável.
16:00Qualquer coisa
16:01que acontecer
16:02nesta relação
16:03unilateral
16:04ou com duas
16:05ou três commodities,
16:07nós estamos perdidos.
16:08Eu vou dar um exemplo aqui.
16:09se amanhã
16:10acontece
16:11o entrevério,
16:12como está
16:12traduzido com os Estados Unidos,
16:14com a China.
16:15O Xi Jinping
16:15vai falar assim,
16:16não embarco mais
16:17soja brasileira.
16:19A gente quebra.
16:20Acabou a exportação brasileira.
16:21Veja como é frágil.
16:23Então,
16:24o que a diplomacia
16:25brasileira
16:25deveria estar fazendo
16:27neste momento
16:28de rearranjo global?
16:31Buscando
16:31justamente
16:32outras parcerias,
16:35aumentar
16:35as suas parcerias,
16:36expandir as relações
16:38comerciais
16:39com outros países
16:41para nós não
16:42dependermos
16:43tanto
16:43da China
16:44e melhorar
16:46a relação
16:47com os Estados Unidos,
16:48com a comunidade europeia,
16:49com outros países
16:50na Ásia
16:51para que nós possamos
16:52ter escolhas
16:53e não dependência.
16:55Mas o Brasil
16:56nunca esteve
16:57tão vulnerável
16:58num cenário
17:00tão adverso
17:01onde
17:02a polarização
17:03cada vez mais
17:04aumenta
17:05entre China
17:06e Estados Unidos.
17:08Pois é,
17:08e uma porção
17:09de pessoas,
17:10viu,
17:10Mota,
17:10dizendo que
17:11parecia que
17:12em algum momento
17:13o governo
17:13conseguiria
17:14reverter o tarifácio
17:16ou negociar
17:17uma tarifa menor.
17:18Mas que,
17:20segundo as últimas
17:21informações
17:22ou essas notícias
17:23que nós estamos
17:24discutindo,
17:26isso pode se tornar
17:27um grande problema
17:28para o governo,
17:29inclusive, né?
17:30Porque tinha uma
17:30grande expectativa
17:31de reversão,
17:32vamos negociar,
17:33o presidente foi,
17:35se tornou o cara,
17:37vai se utilizar
17:38do seu carisma
17:40para,
17:41de alguma maneira,
17:43seduzir o norte-americano,
17:45mas talvez
17:45não dê certo.
17:46E é preciso também
17:47colocar isso no radar.
17:49Talvez não dê nada certo.
17:52Eu acho que eu sou
17:53opinião
17:54minoritária
17:56nesse assunto,
17:57Caniato.
17:58Porque eu acho
17:59que a maioria das pessoas
18:00não está nem aí
18:02para essa história
18:02de tarifa.
18:04Se você parar
18:05um cidadão na rua
18:06hoje e perguntar
18:06para ele
18:07com o que ele
18:08está preocupado,
18:09ele vai falar
18:09quatro ou cinco coisas
18:10e não vai estar
18:12a tarifa
18:12nessa lista.
18:14Ele vai falar
18:14sobre crime,
18:17ele vai falar
18:17sobre o preço
18:18das coisas no mercado.
18:19Eu fiz mercado hoje.
18:21Está tudo um absurdo.
18:22Ele vai falar
18:23sobre
18:24prisão de pessoas
18:26que não deveriam
18:27estar presas,
18:28mas eu duvido
18:29que qualquer pessoa
18:30que você pare
18:31na rua fale.
18:32Não, eu estou
18:32muito preocupado
18:33com a questão
18:34das tarifas
18:35sobre as exportações.
18:37Eu acho
18:37que para a maioria
18:38das pessoas
18:38isso não está
18:40no radar.
18:42Então, eu sou cético
18:43quanto essa,
18:45primeiro,
18:45essas avaliações
18:47de que as tarifas,
18:49a imposição
18:50de tarifas
18:50aumentou
18:51a popularidade
18:52do governo.
18:53Eu não consigo
18:54enxergar isso,
18:55sinceramente.
18:57E também
18:57não consigo
18:58enxergar
18:59essa tarifa
19:00prejudicando
19:01o governo.
19:03Não consigo
19:03enxergar
19:04o governo
19:04genuinamente
19:05preocupado
19:06com essa tarifa.
19:08Eu acho
19:08que o governo
19:08está feliz
19:10da vida
19:10porque deram
19:12para ele
19:12um tema
19:15para a narrativa.
19:17Não que eu
19:18ache
19:19que essa
19:19narrativa
19:20está resultando
19:22em qualquer coisa
19:23positiva
19:23para o governo.
19:24Mas o governo
19:25não se importa
19:26com isso.
19:27O governo
19:27quer a narrativa,
19:29seja em que assunto
19:31for.
19:31A gente está vendo
19:32isso acontecer
19:33na segurança
19:34pública.
19:35Qual é o problema?
19:36Quais são as soluções?
19:38Qual é o impacto
19:39disso na vida
19:40das pessoas?
19:40Isso é irrelevante,
19:41eu juro.
19:42Um dia eu quero
19:43viver
19:44neste país
19:45que o Dávila
19:46sempre descreve
19:47nos comentários dele.
19:49Nós deveríamos
19:50fazer isso,
19:51o governo
19:51deveria...
19:52um dia
19:53dávila.
19:54Deus vai ouvir
19:55isso que você
19:55está dizendo
19:56e nós vamos
19:57viver
19:58neste país
19:59que você
20:00descreve.
20:01Porque no país
20:02onde a gente
20:02está vivendo
20:03hoje,
20:04o governo
20:05não está dando
20:06a mínima
20:07para os problemas
20:08reais.
20:09Ele quer mesmo,
20:09é a narrativa.
20:11Quer complementar,
20:11Dávila?
20:12Depois eu passo
20:12para o Beraldo.
20:13Vai lá.
20:14Verdade,
20:14toda vez que nós
20:15vivemos
20:16essas ondas
20:17populistas,
20:19ninguém se importa
20:19com os reais problemas
20:20que afetam as pessoas.
20:21as pessoas se preocupam
20:22com a narrativa,
20:23com a próxima eleição,
20:25com a vitória
20:25de curto prazo,
20:26como é que a emenda
20:27PIX vai chegar
20:29no meu reduto eleitoral
20:30e aquilo vai se converter
20:31em voto
20:32no próximo ano.
20:33Esse é o desastre
20:34do populismo.
20:36O populismo
20:37é feito
20:38para as pessoas
20:38pararem de pensar
20:39e simplesmente
20:41raciocinar
20:43com o curtíssimo prazo.
20:45Esquece o país,
20:46esquece a nação.
20:47Mas o fato
20:48é que
20:48nós tivemos
20:49este ano
20:51e o ano passado,
20:52Caniato,
20:52dois vencedores
20:54do prêmio Nobel,
20:55o Assemoglu
20:56em 24
20:56e o Morkir
20:58neste ano
20:59em 25,
21:00os dois falam o seguinte,
21:01o que garante
21:02o crescimento
21:04de um país
21:05de maneira sustentável
21:06é justamente
21:07instituições
21:09sólidas,
21:10inclusivas,
21:11isto é,
21:11respeito às regras
21:12do jogo,
21:13liberdade,
21:15livre economia
21:16e inovação.
21:18Inovação
21:18só acontece
21:19onde há
21:20essas instituições
21:21inclusivas.
21:22No Brasil,
21:23nenhuma das duas
21:24coisas existem,
21:25porque o populismo
21:26nessas últimas
21:27duas décadas
21:28destruíram
21:30todas as
21:31possibilidades
21:32de se construir
21:34instituições
21:35inclusivas,
21:36uma política
21:36pró-mercado,
21:38defesa da liberdade
21:39e principalmente
21:40um país
21:42que deixa
21:42os empreendedores
21:43trabalharem
21:44e inovarem.
21:46Agora,
21:46Beraldo,
21:47queria só que você
21:48discorresse também
21:49sobre esse ponto
21:50que foi abordado
21:51pelo Mota,
21:51porque é bem interessante,
21:53assim,
21:53o governo não estaria
21:55nem aí
21:55para essa situação
21:56e também parte
21:57da população
21:58talvez tenha
22:00pautas,
22:01assuntos,
22:02uma agenda
22:03muito diferente
22:03dessa que
22:04muitos acabam
22:06desenhando.
22:07Agora,
22:07não lhe parece
22:08que qualquer que seja
22:09o desfecho,
22:10quando a gente olha
22:10para essa situação
22:11do tarifácio,
22:13o governo
22:13tentará fazer
22:14uma limonada
22:16com esse limão?
22:18Ou seja,
22:18se não der certo,
22:19a narrativa
22:20estaria pronta.
22:21Claro,
22:22os Estados Unidos
22:23querem mesmo
22:25explorar,
22:26enfim,
22:26a gente poderia
22:27elencar aqui
22:28inclusive a narrativa
22:29que seria adotada.
22:30Se der certo,
22:32acreditariam provavelmente
22:34ao presidente
22:34da república.
22:36Antes disso,
22:37a produção
22:38acaba de me informar
22:39que 57,
22:41é isso,
22:41Felipe?
22:41Tá bom,
22:42daqui a pouco
22:42inclusive a gente
22:43vai chamar,
22:44dividir a rede,
22:45mas o Beraldo
22:46só vai fazer
22:47um complemento rápido
22:48em relação
22:49à situação
22:49que envolve
22:50essa percepção
22:51de que o governo,
22:52seja qual for
22:53o desfecho,
22:54vai ajustar
22:55o seu discurso
22:56e a narrativa
22:56estaria pronta
22:57para qualquer
22:58das duas situações.
23:0030 segundos,
23:00Beraldo.
23:02É,
23:02o que acontece,
23:03Caniato,
23:03é que o governo,
23:05ele tem um caminho
23:07agora onde ele
23:08ou vai vender
23:09uma vitória
23:10ou ele vai
23:11realmente dizer
23:13que os Estados Unidos
23:13estão avançando
23:14sobre a soberania
23:15brasileira
23:16e que ele não
23:16vai se curvar.
23:17Essa é a dinâmica
23:18do governo
23:18que a gente
23:19está vendo.
23:21Tá certo,
23:22é isso.
23:22Vou passar mais uma vez
23:23para o Beraldo,
23:24ele faz o complemento,
23:25mas eu quero
23:26agradecer demais
23:28a participação
23:29de parte da rede
23:30que prestigiu
23:31o programa
23:31Os Pingos nos Is
23:32e ficará agora
23:33com a sua
23:34programação local.
23:36Nós seguimos aqui
23:37com os debates,
23:38as análises.
23:39Beraldo,
23:39eu passo para você
23:40mais uma vez
23:41se quiser fazer
23:42o complemento
23:43sobre a estratégia
23:44do governo
23:45caso as coisas
23:46dêem certo
23:46ou caso tudo
23:48dê errado
23:48em relação
23:49ao tarifácio.
23:51Já deu tudo,
23:52na prática já deu
23:53tudo errado
23:54em relação ao tarifácio.
23:55Agora,
23:56o que eu queria
23:56dizer sobre
23:57a colocação
23:59do Mota
23:59é que na verdade
24:01Mota
24:01e essa questão
24:04das tarifas
24:05ela tem um impacto
24:06muito grande.
24:07Por exemplo,
24:07se você for
24:08no interior
24:08do Paraná
24:09produtores
24:11ali de madeira
24:12que viviam
24:12da exportação
24:13dos Estados Unidos
24:14fecharam
24:14suas estruturas
24:15e demitiram
24:16todo mundo.
24:17Cidades foram
24:17muito impactadas.
24:19Agora,
24:19se você colocar
24:20isso diante
24:21do todo brasileiro,
24:22óbvio,
24:23é uma repercussão
24:25localizada,
24:28digamos assim.
24:30Entretanto,
24:31para o governo,
24:32ele de fato
24:33ele extrai disso
24:34uma narrativa
24:36porque ele não
24:37está concentrando
24:38nisso.
24:38Ele transformou
24:39o efeito
24:40prático
24:41num discurso
24:43de que os Estados Unidos
24:44estão agindo
24:45contra o Brasil.
24:47Estados Unidos
24:47estão avançando
24:49sobre a nossa soberania.
24:50Tudo agora
24:51virou isso.
24:51Antigamente,
24:52tudo era ataque
24:53à democracia.
24:54Agora,
24:54tudo é ataque
24:54contra a nossa soberania.
24:57Eles só não tratam
24:58de verdade
25:00daquilo que,
25:01de fato,
25:01é ataque à democracia
25:02e o que,
25:03de fato,
25:03é ataque à soberania,
25:04como o caso
25:05dessas facções criminosas
25:07que vão dominando
25:08regiões pelo Brasil
25:10afora.
25:11Mas,
25:11então,
25:12nesse aspecto,
25:13o governo só olha
25:15para as eleições
25:15do ano que vem
25:16e,
25:17tirando essa questão
25:18da segurança pública
25:19que o governo
25:20está remando
25:21contra a maré
25:21porque,
25:22obviamente,
25:23tem motivações
25:24que são impublicáveis,
25:26a gente vê,
25:27nessa questão
25:27da disputa
25:28com os Estados Unidos,
25:30um discurso
25:31mais fácil
25:32de ser sustentado
25:33por ele
25:33porque é
25:34esse discurso
25:35cretinho
25:36de que os Estados Unidos
25:37estão querendo
25:38o mal do Brasil
25:39e tal.
25:40É o Brasil
25:40que não sabe
25:41se defender.
25:41Isso é jogo de adulto.
25:43Se você não tem
25:44estofo
25:45para entrar no ringue,
25:46não entre.
25:47Agora,
25:47não fique
25:48de fora do ringue,
25:50longe do teu oponente,
25:51apontando o dedo
25:52e chamando ele
25:54de bobão
25:54porque isso é coisa
25:55de covarde
25:55e a gente está vendo
25:57o que o Brasil,
25:58de fato,
25:58é nessa disputa
26:00com os Estados Unidos.
26:01Você, Dávila,
26:02a maneira como
26:03o governo administra
26:04uma dificuldade,
26:06mas sempre levando,
26:08colocando também
26:08na sua lista
26:09qual é o discurso
26:11que seria adotado
26:12caso as coisas
26:12dessem certo
26:13ou caso houvesse
26:15a confirmação
26:16dos Estados Unidos.
26:17Não,
26:17não vai ter reversão
26:18nenhuma,
26:19os produtos continuarão
26:20sendo taxados
26:21em 50%.
26:22Um minutinho.
26:24Bom,
26:24primeiro,
26:25preciso distinguir aqui
26:26que vários produtos
26:27importantes
26:28estão fora
26:29das tarifas.
26:30Nós falamos
26:31do suco de laranja,
26:32nós falamos
26:33dos aviões
26:33da Embraer,
26:34que é muito importante,
26:36agora provavelmente
26:36o café vai sair.
26:38Mas isso por deliberação
26:39dos Estados Unidos.
26:41Doze Estados Unidos,
26:42nada do Brasil.
26:43E como,
26:43e aí o outro
26:44contraponto a isso
26:45é o que o Beraldo
26:46falou,
26:47várias cidades brasileiras
26:49foram dramaticamente
26:50afetadas.
26:51Ele mencionou o Paraná,
26:53aqui mesmo no interior
26:54de São Paulo,
26:54a cidade de Piracicaba
26:55perdeu mais de
26:561,3 bilhão
26:58de reais
26:59de exportação.
27:00E outra coisa,
27:01exportava máquinas,
27:03ou seja,
27:03produto de maior valor
27:05agregado,
27:05que não é comodidade.
27:06E isso é o que nós
27:07deixamos de exportar.
27:09O pior de tudo isso
27:10é que o Brasil
27:11está deixando de exportar
27:12o pouquíssimo
27:13da pauta
27:15de exportação,
27:16que é produto
27:17de maior valor agregado.
27:18Então,
27:18é uma punição,
27:20sim,
27:20muito difícil
27:21para determinados setores
27:23e determinadas cidades.
27:25Sim,
27:25deixa eu só receber
27:26as pessoas que nos acompanham
27:27pela rede Jovem Pan,
27:28os Estados Unidos
27:29e o Brasil,
27:31na questão que envolve
27:32o tarifácio.
27:33Teve um encontro,
27:34parece muito rápido,
27:36entre Marco Rubio
27:37e Mauro Vieira,
27:39e aí o Brasil,
27:40na pessoa do Mauro Vieira,
27:42teria solicitado
27:43um novo encontro,
27:45uma nova reunião,
27:46possivelmente,
27:46para tratar
27:47e tentar avançar
27:48essa questão que envolve
27:50a reversão do tarifácio.
27:52Ô, C. Mota,
27:53só para a gente
27:53passar régua
27:55nessa discussão,
27:56as muitas expectativas
27:57têm esse aspecto
27:59que o Dávila
27:59destaca,
28:00sobre
28:00o mercado
28:02vai se ajustando,
28:04os Estados Unidos
28:04identificam
28:05emergências,
28:07já teve a retirada
28:09de taxação
28:10sobre produtos
28:10que os americanos
28:11entendem como importantes
28:12e, possivelmente,
28:14há um caminho
28:15de reversão
28:16do tarifácio,
28:18independentemente
28:19do governo.
28:20as coisas se resolveriam
28:22ou quase se resolveriam
28:23sem a participação
28:25do governo.
28:26É que para o governo
28:26também é importante
28:27a vitória,
28:29o troféu,
28:30a narrativa.
28:31A narrativa o governo
28:34vai ter de qualquer jeito,
28:35com o dinheiro
28:37que o governo
28:37gasta
28:38no Ministério
28:39da Propaganda,
28:40o Ministério
28:41da Fofoca,
28:43eu acho
28:44que essa questão
28:45vai se resolver
28:46de qualquer jeito,
28:47Caniato,
28:47concordo com isso,
28:49porque essa medida
28:50das sanções
28:52comerciais
28:53é uma coisa
28:54que muita gente
28:55tem dificuldade
28:56de entender,
28:56eu mesmo.
28:58Eu nunca
28:58entendi qual era
29:00a expectativa
29:01em termos de resultado
29:03para essa sanção.
29:05Você vai impor
29:06sanções comerciais
29:07como forma
29:08de pressionar
29:09o Estado brasileiro,
29:11o Estado brasileiro
29:12está pouco
29:13se importando
29:14com isso.
29:15Na verdade,
29:16essas sanções,
29:17se tivessem
29:17algum efeito,
29:19teriam esse
29:20de dar
29:21uma narrativa
29:22para o governo.
29:24Isso é completamente
29:25diferente,
29:25por exemplo,
29:26das sanções
29:27magníticas,
29:28que são sanções
29:29pontuais,
29:30diretas,
29:31pessoais,
29:32essas sim,
29:33com resultado imediato.
29:34Mas você
29:35impor tarifas
29:37ao país inteiro
29:39como forma
29:40de pressionar
29:41para que o Estado
29:42mude a sua atuação
29:43política,
29:44eu nunca entendi
29:45muito bem
29:46como se esperava
29:47que isso fosse funcionar.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado