O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira (sem partido), viaja aos Estados Unidos para se reunir com o secretário de Estado, Marco Rubio (Republicanos), em Washington. A missão diplomática visa discutir o "tarifaço" e a crise na relação entre os governos. Além do tema econômico, a pauta pode incluir a exploração de minerais críticos, a regulação de Big Techs e a crise na Venezuela. O comentarista Cristiano Beraldo analisou o assunto.
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00:00Seguimos aqui com as análises dos nossos comentaristas, você Cristiano Beraldo, que a gente deve esperar essa reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio, naturalmente em destaque o tarifaço, mas outros assuntos podem ser tratados, né?
00:16Olha, Neto, a gente precisa distinguir duas coisas importantes. Primeiro, o que é o papel da diplomacia brasileira, até porque o Mauro Vieira, o chanceler brasileiro, ele é um diplomata de carreira, que inclusive já serviu em Washington, ele conhece bem a dinâmica da política americana, da forma de agir do governo americano,
00:42obviamente hoje sobre a gestão de Donald Trump, mas certamente, aliás, inclusive, se não me engano, Mauro Vieira esteve em Washington na época do primeiro governo de Donald Trump, se não me estou enganado, mas enfim, não é necessariamente uma novidade para Mauro Vieira lidar com agentes e representantes do governo norte-americano.
01:07Qual é o problema neste momento? É que o presidente da república, o presidente brasileiro, o presidente Lula, tem dado contornos altamente ideológicos à política externa brasileira.
01:23A gente precisa lembrar que desde um primeiro momento o governo brasileiro tem feito da diplomacia ou tem feito da orientação à diplomacia brasileira um caminho muito indesejado, digamos assim, né?
01:42Começou naquela reunião no Japão, em que o presidente brasileiro simplesmente ignorou a presença do presidente da Ucrânia, Zelensky, que naquele momento foi festejado por todo mundo, menos pelo presidente brasileiro,
01:56que sequer levantou da cadeira para cumprimentá-lo.
01:59Depois vem o governo brasileiro servindo de porta-voz de ideias absolutamente tapafúrdias, como a questão de desdolarizar a economia dos BRICS e criar uma moeda própria,
02:14coisas que nem a China ou a Rússia, que seriam os maiores interessados, estavam falando.
02:19Então isso tudo vai tirando relevância, importância, vai minando o Brasil como um player mundial.
02:27É por isso que numa mesa de negociação em que de um lado tem Marco Rubio, que é o secretário de Estado norte-americano, e do outro tem o chanceler brasileiro,
02:38o Brasil chega pequenininho, muito menor do que a cadeira onde vai sentar e vai ter que lidar com essa realidade.
02:46E aí a gente vem nessa questão.
02:48As demandas do governo norte-americano são conhecidas e absolutamente diretas e objetivas.
02:53Agora, a resposta do governo brasileiro será necessariamente muito regada e temperada com questões ideológicas que não caberão naquela mesa de negociação.
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