O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, senador Alessandro Vieira (MDB), quer um mapa de 70 facções do país e mais verbas para a segurança. Ele ainda afirmou que um diagnóstico completo é crucial para os trabalhos da comissão. Reportagem: Lucas Martins.
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00:00Vamos começar aqui chamando o Lucas Martins porque o relator da CPI do Crime Organizado, o senador Alessandro Vieira, tem entre os eixos de apuração o mapeamento de cerca de 70 grandes facções existentes no país.
00:12Vamos então conversar com o Lucas Martins porque ele defende a elaboração, não o Lucas, o Alessandro Vieira, a elaboração de um plano de segurança pública.
00:21E como o que teria nesse plano, o que o senador já está adiantando sobre os resultados ou as informações buscadas por essa CPI.
00:31Bem-vindo, Lucas. Boa tarde.
00:36Oi, Evandro. Muito boa tarde a você e a todos que estão na nossa companhia no 3 em 1.
00:40Exatamente. Olha só, o relator da CPI, Alessandro Vieira, ele quer fazer um diagnóstico completo sobre a atuação das facções criminosas em todo o país.
00:52Com isso, ele pediu a elaboração de um mapeamento da atuação dos grupos criminosos em todo o Brasil.
01:00Isso já significa, simboliza o começo dos trabalhos da CPI.
01:06Alessandro Vieira, que quer mostrar trabalho em relação a essa CPI, então ele pediu esse mapeamento completo dos locais, das regiões em todo o país que essas facções atuam.
01:18O relator quer ouvir também moradores de comunidades como o Alemão e da Penha, onde aconteceu a mega operação da polícia do Rio de Janeiro na semana passada.
01:30E eles estão tentando viabilizar a melhor maneira de poder ouvir esses moradores.
01:37Uma das alternativas seria por meio de uma audiência sigilosa.
01:42Então, os parlamentares envolvidos aí, os senadores envolvidos na comissão estão tentando viabilizar essa forma de entender aí qual é a necessidade e também ouvir a população que mora nessas comunidades.
01:57Começa os trabalhos com o trabalho das comissões, da comissão parlamentar, começa ouvindo aí, já pedindo, convidando os governadores de alguns estados
02:09para entender sobre as demandas, sobre a questão da segurança pública em todo o país, com a previsão aí de Cláudio Castro e também Tarcísio de Freitas,
02:19esses convites que foram aprovados, esses requerimentos foram aprovados ontem durante a instalação da CPI.
02:26Então, muitas movimentações, digamos assim, já começam nos trabalhos dessa comissão.
02:33Temos também, Evandro, um contexto em relação ao governo e também essa CPI.
02:39Porque, por mais que a presidência ficou com a base governista, com Fabiano Contarato, que é do PT,
02:45há algumas restrições aí de alguns parlamentares, inclusive do relator Alessandro Veira,
02:52que chegou a criticar o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski,
02:57chegou a afirmar que ele não teria expertise para atuar aí na pasta da Justiça em todo o país.
03:04Então, são muitas movimentações, os parlamentares querem mostrar trabalho em cima dessa comissão.
03:10A gente, é claro, continua, segue aqui acompanhando todos os detalhes, trazendo todas as informações atualizadas para a nossa audiência.
03:19Volto com você, Evandro.
03:20Muito obrigado, Lucas. Bom trabalho para você aí em Brasília.
03:22Zé Maria Trindade, o Vieira quer começar com um mapeamento, quer entender o funcionamento dessas facções.
03:28Inclusive, quer também ouvir pessoas que vivem hoje em comunidades e locais dominados pelas facções,
03:33mesmo que de maneira reservada para que essas pessoas não sejam expostas,
03:36para, segundo ele, digamos, sair do gabinete, ultrapassar as paredes do gabinete.
03:41Você acha que essa CPI pode trazer algo de diferente do que já acompanhamos em outras comissões, hein, seu Zé?
03:49Eu tenho a impressão de que essa CPI, com essa mesa diretora ali dominada pelo governo,
03:54mas não debaixo exclusivamente das asas do governo, pode nos mostrar o que é o crime organizado no país.
04:03Eu não tenho expectativa de que vá mudar nada, de que vá mostrar a ligação política do crime organizado,
04:10e existe, existe a ligação política.
04:12Deputados sérios me dizem, olha, aqui nós temos 12, dos 513, 12 deputados ligados ao crime organizado.
04:20E me dizem os deputados, os deputados conversam com a gente assim no cafezinho e falam abertamente.
04:25Quando passam, falam, olha, aquele ali é ligado ao crime organizado.
04:29Então, para você ter uma ideia do enraizamento, né?
04:32Então, a expectativa, primeiro, é que vá levar a todos que existem 52 ou 54 facções criminosas no Brasil.
04:44Mais de 50 organizações criminosas debaixo do nariz do poder federal, do poder estadual e do poder municipal.
04:53Essas facções, elas se unem, se agrupam.
04:56É como o partido político, né?
04:58Se agrupam de um lado, se agrupam de outro.
05:00No estado, uma facção tal trabalha junto com a outra, para se ter uma ideia do organograma e de como funciona,
05:08inclusive camadas superiores, que é a lavagem de dinheiro e a legalização, bancarização e legalização do crime organizado,
05:16que é muito grave, muito sério.
05:19E deixa de ser aquela história, ah, a facção é no morro, é o dono do morro.
05:23Não, a coisa está muito mais ampla e muito parecida com as máfias, né?
05:28Que dominaram ali o submundo dos Estados Unidos num determinado momento.
05:34Então, pelo menos, haverá uma radiografia de como estão agindo essas facções.
05:40A partir daí, o poder terá obrigação de tomar providências, né?
05:45E por isso que eu acho importante, e principalmente pela mesa diretora, não ficar igual a CPI do INSS,
05:54está uma guerra conflagrada entre governo e oposição, para saber quem vai proteger quem e quem vai atacar o adversário.
06:03Nesse caso, eu tenho expectativa de que haverá um raio-x e uma investigação para saber como andam e como estão as facções criminosas.
06:13Nós precisamos de conhecer isso.
06:15Inclusive, eu quero perguntar para você que nos acompanha, está lá na nossa enquete.
06:18A CPI do crime organizado pode, de fato, enfraquecer as facções?
06:22Sim, se investigar a fundo ou não, CPI não resolve segurança.
06:26Tem mais uma também, é mais palco político do que solução.
06:30Participe, dê a sua opinião para a gente trazer aqui no 3 em 1.
06:32Ô, Fábio Piperno, o Zé Maria Trindade cita essa possível, ou essa guerra que está acontecendo na CPI e do INSS,
06:38por conta dos políticos que estariam expostos também a essas irregularidades.
06:44O tema segurança pública também não costuma ser um tema que agrega opiniões.
06:49Você acha que podemos acompanhar mais uma guerra nessa comissão?
06:52Eu acho que o Zé Maria foi extremamente otimista.
06:56Eu não espero absolutamente nada, porque mais uma vez se aplica, então, a máxima do Barão de Itararé.
07:02De onde menos se espera e de onde não sai nada mesmo.
07:04Imagina sair algo de útil desse Congresso.
07:07Então, veja, todo mundo já sabe, essas facções já estão mapeadas.
07:12Eu, até por conta da minha outra atividade profissional, todos os dias da semana, de segunda a segunda,
07:19incluindo sábados e domingos, eu dou uma olhada, eu passo por jornais e por portais
07:27de muitos estados do país, de todas as regiões do país.
07:32Então, se eu clicar agora no Diário do Nordeste, lá de Fortaleza, eu vou achar notícias,
07:38várias notícias por sinal, sobre infacções criminosas, sobre crime organizado.
07:43Se eu entrar, por exemplo, vai no Liberal de Belém, é uma coisa.
07:47Nos jornais de Alagoas, nos jornais da Bahia, no sul do país.
07:51Não, todo mundo já sabe que existe.
07:53Agora, nos últimos tempos, eu, honestamente, acho até que a gente viu alguns sinais positivos.
08:00A operação carbono oculto aqui em São Paulo, hoje, uma outra operação importante no Nordeste do país,
08:07outro dia na Bahia, mais recentemente lá no Centro-Oeste.
08:10A gente tem visto, todas as semanas, notícias envolvendo autoridades de muitos estados,
08:20autoridades do Judiciário, do Poder Executivo, de estados como Tocantins, de estados lá do Nordeste.
08:27Hoje, por exemplo, nessa operação que mirou 50 postos de combustíveis no Piauí,
08:34acho que no Paranhão, Tocantins e um lá em Aranaquara.
08:39Por exemplo, lá no Piauí, uma das pessoas que foram lá, enfim, que acabaram recebendo a visita das autoridades,
08:49foi um ex-assessor do senador Ciro Nogueira.
08:52Então, não é novidade para ninguém a existência desses grupos.
08:57Agora, a novidade é que acho que há muitas propostas para se endurecer a lei.
09:05É isso que precisa.
09:07Alangane, eu fico pensando também no cenário para essa comissão,
09:10porque a gente está falando de 2026, ano eleitoral,
09:13e um tema que já está dividindo a opinião pública
09:15e provavelmente será usada de maneira bastante intensa por ambos os lados.
09:20Inclusive, seria um trunfo da direita traçar um plano de segurança pública
09:25que chamasse a atenção do eleitorado.
09:27Quanto esse cenário vai prejudicar o debate que nós poderíamos acompanhar
09:32e que talvez seria útil dentro da CPI do crime organizado?
09:37Olha só, Evandro, eu vejo que a CPI do crime organizado pode,
09:41ela não vai resolver o problema, concordo aqui com a visão do Piperno,
09:45mas ela pode chamar a atenção para a segurança pública e não deixar o tema morrer.
09:52Então, é claro que segurança pública disparado é o maior problema do país,
09:58mas no Brasil, de tempos em tempos, o que a gente observa?
10:01Vem o problema, aí vem uma grande euforia no país,
10:05não, todo mundo se une, temos que encontrar uma solução,
10:08e o tempo vai passando e a gente vai se acostumando,
10:12a gente vai normalizando aquilo que não pode ser normalizado,
10:18que é justamente perda de vidas diariamente, pessoas morrendo por celulares.
10:23Então, eu vejo que a CPI pode funcionar como instrumento de pressão
10:29para manter esse tema vivo, extremamente necessário,
10:32e é claro que também servirá como um palco político,
10:37uma propaganda política, e isso, claro, beneficia principalmente a direita,
10:41porque essa CPI pode entregar uma solução mais concreta e prática
10:46fazendo uma oposição à PEC da segurança,
10:50que é algo muito mais jurídico e abstrato.
10:53Zé Maria Trindade, havia uma preocupação grande do governo
10:56que acabou não se confirmando,
10:58que seria a presidência da comissão dada à oposição.
11:02Isso não aconteceu, é Fabiano Contarato quem será o presidente da comissão,
11:06ele que é do PT do Espírito Santo,
11:08Alessandro Vieira também é um nome bastante moderado,
11:11é do MDB, mas tem boa articulação com o governo,
11:14mas o que a oposição pode fazer de barulho ali
11:17que pode ainda expor a dificuldade que o governo tem
11:21de traçar um projeto de segurança pública
11:23que seja acatado pelos governadores,
11:26e mais do que isso, a dificuldade que o governo tem
11:28de falar do tema, de explorar o tema
11:32sem caminhar para apenas um dos lados dele.
11:35Pois é, tudo é política,
11:39e no plenário de uma CPI,
11:41quem se convoca, quem se convida,
11:43e os debates ali,
11:45o controle dos debates,
11:46tudo é muito importante.
11:48Ontem eu mostrei aqui os bastidores
11:49de como o governo fez maioria,
11:51e tem a maioria no plenário,
11:52da CPI do crime organizado,
11:54tudo dependeu do PSD.
11:56PSD.
11:57O senador Nelson Trades,
12:00o Nelsinho Trades,
12:01estava na CPI,
12:04e ele não era a favor do governo.
12:08E aí ele foi substituído,
12:09ele pediu para sair,
12:10ele não aceitou a pressão de votar com o governo,
12:13e colocaram o senador Ângelo Coronel,
12:16do mesmo partido,
12:17porque a vaga é do partido,
12:18do PSD,
12:19mas do PSD da Bahia,
12:20e ele mais alinhado com o governo.
12:22Isso mudou completamente,
12:23a maioria era um para lá,
12:25virou um para cá,
12:26a maioria do governo.
12:28Tendo o controle da mesa diretora e do plenário,
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