Argentina vive dia de eleições legislativas e põe governo Milei à prova; saiba detalhes

TIMES BRASIL - LICENCIADO EXCLUSIVO CNBC

Nesta edição do Plantão Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC: Argentina vai às urnas neste domingo (26) em eleições legislativas, e Wiliander Salomão, professor de direito internacional da Universidade de Itaúna, analisou o impacto do encontro entre Lula e Trump na Malásia.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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00:00Boa tarde para você, seja muito bem-vindo e muito bem-vinda.

00:08Eu sou Marcelo Torres e é um prazer estar aqui no Times Brasil, licenciado exclusivo

00:13CNBC para este plantão de domingo.

00:16Vamos agora com um destaque do nosso site, o timesbrasil.com.br.

00:21Mesmo com um atraso de 60 dias, reunião entre Lula e Trump é vista pela psicultura como

00:27um passo decisivo para destravar as tarifas em cima do pescado brasileiro.

00:32O presidente da Peixes BR, o Francisco Medeiros, afirmou que o encontro Lula-Trump é importante

00:38porque as tarifas de 50% causaram prejuízos, especialmente no caso do filé fresco de tilápia,

00:44na venda para os Estados Unidos.

00:46A tilapicultura brasileira tem capacidade de resposta rápida e pode ampliar a oferta em

00:51até 20% se o mercado americano retomar as compras.

00:55Para ver mais notícias como essa, é só acessar o timesbrasil.com.br.

01:01Milhões de eleitores argentinos estão indo às urnas hoje para as eleições legislativas

01:06do país.

01:07A votação vai eleger metade da Câmara dos Deputados, ou seja, 127 cadeiras, além

01:13de um terço do Senado, 24 cadeiras.

01:16Essa eleição coloca à prova o governo de Javier Millet, que está no meio do mandato.

01:21O repórter Pablo Waller tem as últimas informações sobre a votação.

01:26Pablo, boa tarde para você e seja bem-vindo.

01:30Oi Marcelo, obrigado, boa tarde a todos.

01:33Estou acompanhando por aqui os números de lá e já tem uma grande diferença aí, viu?

01:38Por esse horário, mais ou menos 45% dos eleitores foram às urnas.

01:43Quando a média histórica seriam aí uns 70% dos 35 milhões que estão aptos a votar.

01:51Alguns analistas de política lá da mídia argentina dizem que está ocorrendo simplesmente

01:56uma apatia com a política, né?

01:59Porque a Argentina, de novo, enfrenta aí uma forte crise.

02:03Tem uma outra diferença também desse ano por conta de uma nova lei.

02:06A boleta, a cédula, agora ela é única.

02:10Antigamente, existiam várias cédulas para cada partido.

02:14Aí você escolhia, assinalava o seu candidato e colocava então mais de uma cédula na urna.

02:19Agora a boleta é enorme e única.

02:23Todos os partidos e todos os candidatos ali.

02:26Você assinala e coloca uma cédula só na urna então.

02:29E também tem uma outra diferença aí que essa é mais para nós mesmos, né?

02:34Do porquê que eles votam em metade das cadeiras dos deputados e um terço das cadeiras dos senadores.

02:42Simplesmente para não ocorrer uma mudança abrupta a cada quatro anos, no caso de deputados,

02:47e seis anos, no caso de senadores.

02:50Eles fazem então de maneira mais fluida, para que a política não tenha aí decisões

02:54que de repente desagradem uma maioria.

02:57E também, esse ano, com essas eleições, estamos aí com o presidente de altos e baixos em termos de popularidade.

03:05E ultimamente, mais em baixa, tem pesquisas que mostram ele com 53%, outras com 55% de reprovação.

03:15Então essa é uma prova de fogo para Javier Milley, que mudou muita coisa por lá na política monetária, fiscal.

03:22Ele teve também pontos bons, conseguiu um superávit, também conseguiu diminuir a inflação,

03:29mas aumentou e muito a desigualdade social, que também pode ser um motivo aí desse desencanto com a política dos argentinos.

03:38Marcelo.

03:39Muito obrigado, Pablo, pelas informações.

03:42E sobre o encontro entre Lula e Trump na Malásia, eu vou falar agora com o William Anderson Salomão,

03:47que é professor de Direito Internacional Público na Universidade de Itaúna.

03:52Boa tarde, professor. Seja bem-vindo.

03:55Boa tarde, Marcelo. Um prazer estar de volta ao Times Brasil da CNBC.

03:59Bom, a primeira pergunta que eu quero fazer é qual a sua avaliação desse encontro aí?

04:04Aconteceu mais do que você esperava ou menos do que esperava?

04:07Como é que foi a sua percepção?

04:08Sim, a percepção é muito positiva, né, desse primeiro ano dessa iniciativa que teve logo na abertura da sessão geral da Assembleia da ONU,

04:17com o próprio Trump no seu discurso no plenário, dizendo do encontro com o Lula.

04:23Então, sim, é muito positiva, até mesmo histórica, esse início de negociações bilaterais para a redução das tarifas impostas ao Brasil.

04:32Um aspecto mais prático agora, né?

04:35Tem muita gente se perguntando quando vai vir o resultado disso daí.

04:39Pelo que o Trump falou, pode ser que venha algo rápido,

04:42mas o fato de que as equipes ainda vão começar a negociar, agora já começaram na prática, né,

04:48mostra que talvez, pelo menos, para ser otimista, mais alguns dias, não?

04:53Sim. Pela entrevista de hoje, né, que o Mauro Vieira concedeu,

04:57há uma pressa, inclusive dos Estados Unidos, dessas equipes começarem as negociações.

05:03Então, hoje, vão começar essa rodada de negociações bilaterais.

05:08É claro que, no outro contexto, isso vai ser um pouco demorado,

05:11porque ambas as equipes terão que consultar o setor empresarial até que se negocie.

05:17O presidente Lula, a intenção dele é que, durante essas negociações, as tarifas sejam suspensas.

05:24Então, as negociações, elas já vão começar de imediato,

05:28mas o resultado, só daqui a algumas semanas, mas eu acredito que, sim, será positivo para os dois lados.

05:34Bom, lá atrás, quando o Trump impôs esse tarifácio aí de 50% contra o Brasil,

05:39ele colocou na mesa muitas questões indigestas aí para o presidente Lula.

05:43Uma delas, o processo contra o ex-presidente Bolsonaro,

05:46mas também questões aí que o Trump classificou de censura aqui, né,

05:49ação judicial contra abusos de redes sociais e também algumas outras questões aí ligadas ao comércio.

05:58Agora, essa questão do Bolsonaro, uma repórter lá na Malásia,

06:02ela perguntou para o Trump sobre o Bolsonaro e ele disse que sente muito pelo que está acontecendo,

06:06mas parou por aí, né, não disse que isso é crucial para um acordo ou não.

06:11A impressão que dá para a gente, professor, é que ele meio que virou essa página.

06:15É correto afirmar isso?

06:17Do Trump a gente pode esperar qualquer coisa, mas eu acredito que sim.

06:23Com esse comentário do Trump, esse assunto, né, da questão do Bolsonaro,

06:27ele ficou mais de lado porque, inclusive, o Trump elogiou, não é,

06:32a volta por cima do presidente Lula antes na prisão e agora como presidente.

06:38Então, ele ficou bastante surpreso e elogiou o Lula e até prometeu, né,

06:44há uma intenção dos dois países de realizarem ambos visitas oficiais, a Washington e a Brasília.

06:50Então, acredito que esse assunto Bolsonaro não tem mais a tanta importância como tinha antes.

06:57Bom, a gente soube também, por relatos feitos da reunião,

07:01que o Brasil se colocou à disposição dos Estados Unidos para mediar a crise com a Venezuela.

07:05Olha, eu acho que é muito cedo ainda, já que o presidente Trump está fazendo manobras militares,

07:18navais, ali próximos da Venezuela.

07:21Então, isso é muito cedo ainda.

07:23Mas, como o Lula já tinha oferecido como se fosse um mediador e tem um relacionamento com a Venezuela,

07:30pode ser, sim, que mais para frente os canais diplomáticos entre os três países possam ser acionados.

07:37Mas, no momento, eu acredito que o presidente Trump está querendo mesmo focar em retirar o Maduro.

07:44Mas, isso aí, a gente está muito cedo ainda.

07:46Há manobras, não há grandes discursos,

07:48mas a gente vai ter que aguardar um pouco o desdobramento dessa situação.

07:53Ontem, a gente viu uma entrevista do secretário de Estado americano, Marco Rubio,

07:57dizendo que o Brasil, a longo prazo, deveria ter os Estados Unidos como parceiro preferencial,

08:02em vez da China.

08:04Hoje, o presidente Lula deu uma declaração dizendo mais ou menos o seguinte,

08:08que para o Brasil não interessa a guerra fria,

08:10que ele quer ter um bom relacionamento com esses dois países.

08:14Essa questão da multipolaridade que o Brasil sempre prega,

08:18e que também foi levada para essa reunião com o Trump,

08:22o senhor considera que é um assunto facilmente digerível ali pelo presidente dos Estados Unidos,

08:27que tem essa sede de protagonismo?

08:30Olha, a diplomacia brasileira sempre priorizou pelo multilateralismo.

08:35Então, o Brasil, ele deixa claro que ele pode negociar com todo mundo.

08:39Ele não teria uma prioridade.

08:42bem porque os Estados Unidos é segundo em exportações do Brasil,

08:47ficando atrás da China.

08:49E o presidente Trump sabe que essa política tarifária imposta,

08:53ela abre caminho para que a China entre com mais força em outros mercados,

08:58até mesmo aumente a sua parceria com o Brasil.

09:01Eu acredito que vai ficar nessa retórica mesmo,

09:03de algum protesto, alguma animosidade,

09:06mas não vai passar disso porque o Brasil tem a China como seu principal parceiro.

09:12Então, eu acho difícil mudar um pouco essa retórica

09:15por causa da opinião do dono de Trump.

09:17Agora, falando especificamente dos países que o presidente Lula visitou ali na Ásia,

09:22especialmente Indonésia e Malásia,

09:24o senhor acredita que o saldo dessa viagem é positivo?

09:27Vai trazer na bagagem motivos para comemorar?

09:30Sim, porque esse encontro aconteceu em Kuala Lumpur, da ASEAN,

09:35que é uma organização internacional ali do sudeste asiático.

09:39E sim, o Brasil busca ampliar os seus mercados, principalmente o asiático.

09:44Então, o presidente Lula também, ele diz que é um saldo positivo

09:48só de ter comparecido a esse evento.

09:51Então, acredito que sim, o Brasil vai ampliar ainda mais seus laços comerciais

09:54com a Ásia nesse momento aí de negociação das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

10:03O Ileander Salomão, professor da Universidade de Itaúna,

10:06muito obrigado pela sua participação e boa tarde.

10:09Muito obrigado, boa tarde a todos.

10:12Essa edição termina por aqui, mas a gente volta já já com mais notícias para você

10:16aqui no Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC,

10:20a maior emissora de negócios do mundo, agora no Brasil.

10:23Até já.

10:24Transcrição e Legendas Pedro Negri

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