O presidente Lula (PT) afirmou que "não existe veto a nenhum assunto" que possa ser tratado numa possível reunião bilateral com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula considera que a taxação de produtos brasileiros e a punição de ministros "não têm explicação".
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00:00Falando nisso, às vésperas de um possível encontro com Donald Trump, o presidente Lula disse que não há veto a nenhum assunto.
00:06Ou seja, a questão envolvendo a Venezuela se traz tanta preocupação assim para o Brasil, também poderia entrar nessa mesa de discussão.
00:13Mas é óbvio que a gente acredita que as sanções econômicas sejam a prioridade para a discussão do presidente Lula.
00:20Ele falou sobre isso numa reunião, vamos acompanhar.
00:22O Brasil tem interesse em recolocar a verdade na mesa, mostrar que os Estados Unidos não é deficitário, portanto não tem explicação, a taxação feita ao Brasil, não tem explicação.
00:36Não tem por que explicar, sabe, a punição de ministros nossos, sabe, de personalidades públicas brasileiras nas leis americanas.
00:47Não tem nenhuma explicação, porque eles não cometeram nenhum erro, eles estão cumprindo a constituição do meu país.
00:54E ao mesmo tempo, a política de tributação é uma coisa que depende do Brasil, depende do Congresso Nacional.
01:00Então, isso vai ser colocado na mesa.
01:02Se o presidente Trump quiser discutir qualquer outro assunto, Rússia, Venezuela, sabe, eu estou aberto a discutir qualquer assunto.
01:09O que é importante é o seguinte, nós não temos veto, disse no começo da minha primeira resposta.
01:15Não existe veto a nenhum assunto.
01:19Qualquer assunto que for colocado na mesa, a gente vai discutir o assunto.
01:23Não existe veto, Alangani.
01:25O problema é que o Brasil tem posicionamentos diferentes e opostos dos Estados Unidos, inclusive nesses temas que foram mencionados aí pelo presidente.
01:32Em relação à Venezuela, se um tema como esse entra na mesa de negociação, o quanto isso pode prejudicar ou não uma solução relacionada a um problema que é nosso mesmo,
01:42que é o fato de os empresários brasileiros serem prejudicados por um tarifácio aplicado pelos Estados Unidos.
01:48Pois é, e isso é uma questão bastante sensível.
01:50Até porque o presidente recentemente deu uma declaração, dando uma indireta para o Trump, claramente,
01:57dizendo que não se podia abater ali os navios, né, na costa.
02:02Enfim, se entrar aqui no mérito da questão, evidentemente que essa declaração, ela foi desnecessária, Evandro.
02:09Por quê? Porque justamente a gente está tentando aqui defender os interesses dos brasileiros.
02:14Então, defender os interesses dos empresários exportadores do Brasil, do agronegócio, para reduzir as tarifas protecionistas.
02:23E uma declaração como essa, justamente num momento em que os Estados Unidos preparam algum tipo de ação mais coordenada na Venezuela,
02:36isso acaba nos prejudicando. Por quê?
02:40Porque, evidentemente, que é contrário aos interesses norte-americanos.
02:43E aí eu pergunto, o que a gente ganha com isso?
02:45Quer dizer, agora a gente virou paladino para defender a Venezuela?
02:49Isso não faz o menor sentido.
02:50A gente tem que defender os interesses do Brasil.
02:52E defender os interesses do Brasil, muitas vezes, é ficar quieto em relação à Venezuela.
02:57Piperno, eu vi que você fez algumas caras e bocas aí.
03:00Você acha que o governo está falando de mais ou de menos e que o ideal seja fechar a boquinha em algumas questões?
03:06Eu acho que o governo brasileiro tem que defender, sim, uma posição de soberania de todo mundo.
03:12Não existe ninguém com procuração para ser policial do mundo.
03:16Não se invadem outros países só porque eu estou descontente com o governo local.
03:20Aliás, eu fico imaginando, por exemplo, se amanhã depois alguém vai invadir Camarões,
03:25porque o presidente Paul Biá está no poder desde 1982.
03:29É um ditador lá que não sai nunca.
03:32Então, veja, a Venezuela, ela passa a ser um problema do Brasil
03:37à medida que uma possível invasão do território venezuelano
03:43pode, inclusive, provocar uma imigração em massa para cá.
03:48Esse é um dos aspectos que fazem do Brasil, sim, um interessado nessa questão.
04:00Primeiro que ninguém tem direito de invadir o país do outro.
04:04É claro que o Brasil tem que se posicionar e todo mundo tem que se posicionar.
04:09E não vai ser só o Brasil.
04:10Daqui a pouco outros países vão se manifestar.
04:13Aliás, eu tenho alguns que estão falando sobre isso.
04:16No caso da Colômbia, por exemplo, que absurdo é esse?
04:20Outra coisa, estão aí explodindo embarcações, enfim, mundo afora.
04:26E como eu disse aqui outro dia, quer dizer, de quem são essas embarcações?
04:32Quem são esses tripulantes?
04:33Quem foi que disse, por exemplo, que há transporte de drogas nessas embarcações?
04:38Ninguém mostrou nada.
04:40Estão simplesmente explodindo embarcações.
04:42E aí, então, isso é uma afronta ao direito internacional.
04:48A gente não pode simplesmente ficar morrendo de medo porque tem aí uma superpotência estuprando o direito internacional.
04:57Não, as coisas não podem ser assim.
04:59Tenho dois minutos para você, Zé.
05:00Eu estou achando muito estranho, sabe, esse debate sobre política internacional, países sérios como Brasil, Estados Unidos e outros, discutindo através de entrevistas e através de mídias sociais assuntos tão sérios.
05:18Nós estamos num momento muito sensível.
05:20O presidente Donald Trump mudou o eixo do mundo em vários setores, economia, política, né?
05:25E há uma reacomodação.
05:28É um momento muito sensível e acho que o presidente brasileiro deveria ficar mais em silêncio e negociar diretamente com o governo norte-americano para um bom resultado, não politicamente, não uma disputa política, mas de peito aberto, dizendo, olha como eu sou corajoso, estou enfrentando o maior poder bélico do mundo.
05:47Isso não é real, isso parece aquela história lá do cachorrinho irritando um pitbull, porque na verdade é um momento de negociar e o momento de negociar tem que ser um momento que, onde se preserva principalmente as suas ideias para serem discutidas lá na mesa de negociação.
06:06Então, é um momento sensível demais, inclusive para o Brasil.
06:11Eu repito aqui que está em jogo não é só a relação comercial e tarifas, está em jogo uma relação antiga Brasil-Estados Unidos e até uma reacomodação geral e onde vai ficar o Brasil nessa reacomodação.
06:25Acho inabilidade.
06:27Arremate, Bruno Mousa, rapidamente.
06:29Vamos lá, eu continuo achando que não tem o menor sentido, porque não tem retorno prático ele dar esse tipo de ti indireto.
06:38A gente viu até o discurso dele hoje falando a respeito de drogas na Indonésia, um país que condena drasticamente tanto o uso como o tráfico de drogas
06:48e é um discurso em que o Trump está usando com a Venezuela.
06:51Eu acho muito diferente, por exemplo, como o Piperno mencionou, o Paul Bia, que está em Camarões desde 1982, se não me engano, é sim o mais longevo ditador da história atual, pelo menos.
07:03Mas o que o Trump fala é sobre a entrada de drogas que passa pela Venezuela e que sai muito da Colômbia.
07:10Então, acho que o contexto é bastante diferente.
07:13Mas, de novo, olhando para o Brasil, eu não vejo efeito prático nesse tipo de discurso mais duro,
07:17quando parece, e eu continuo achando que não, que as coisas começam até fluir uma certa conversa entre Brasil e Estados Unidos.
07:23Mas, repito, eu continuo achando que ainda não temos tanto para comemorar.
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