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Apesar da expectativa de um encontro entre os presidentes Lula (PT) e Donald Trump, o Itamaraty adota uma postura de prudência. A diplomacia brasileira trata o assunto com cautela pela imprevisibilidade do governo norte-americano. Reportagem: André Anelli.

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Transcrição
00:00Vamos lá agora, depois dos acenos e trocas públicas de gentileza na Assembleia Geral da ONU,
00:04o Itamaraty segue com cautela sobre um possível encontro entre Lula e Trump.
00:09O André Anelli vai trazer as informações pra gente agora.
00:12Já há algum tipo de tratativa, algum tipo de planejamento,
00:16porque, se não me engano, o presidente Lula pediu,
00:18olha, vamos com paciência porque a gente sabe como o Trump funciona.
00:25Pois é, Evandro, até o momento,
00:27eu acabei de conversar aqui com a sede do Itamaraty,
00:30com o Ministério das Relações Exteriores,
00:32e nesse momento não existe nenhum tipo de confirmação
00:35sobre uma possível reunião entre o presidente Lula e o presidente americano Donald Trump.
00:40De fato, nos bastidores, o que prevalece nesse momento é cautela,
00:45uma vez que o governo brasileiro considera Donald Trump, de certa forma, imprevisível,
00:51e isso até mesmo é demonstrado em algumas ocasiões.
00:55Há exemplos de quando ele recebeu o presidente da Ucrânia,
00:59Volodymyr Zelensky, e acabou gerando um mal-estar entre eles na Casa Branca,
01:04na sede do governo americano.
01:06Então, pra que não haja o risco de nenhum tipo de evento dessa natureza,
01:11o governo brasileiro adota nesse momento um tom de cautela.
01:14Mas existe, sim, o interesse de que haja uma reunião entre os dois presidentes
01:20nos próximos dias, repito, ainda sem data marcada.
01:24A gente relembra que, nos Estados Unidos, no dia de ontem,
01:27o presidente Lula se colocou à disposição, inclusive,
01:30pra fazer uma reunião pessoalmente com o Donald Trump,
01:33mas essa reunião deve ocorrer realmente por telefone.
01:37O vice-presidente Geraldo Alckmin,
01:39ministro do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços,
01:43afirmou que aquela troca de elogios entre Trump e o presidente Lula
01:48pode representar, sim, o início de um diálogo,
01:51uma ponte pra que haja, então, toda uma negociação,
01:55principalmente em relação ao fim do tarifácio americano,
01:59que impôs 50%, então, de taxas sobre os produtos importados brasileiros.
02:05E, nesse sentido, Geraldo Alckmin continua, inclusive,
02:08com aquele mesmo discurso de que esse tarifácio não faz sentido,
02:12porque, na verdade, a balança comercial é favorável aos Estados Unidos
02:16e, então, desfavorável ao Brasil,
02:19ou seja, não existiria a necessidade de taxas,
02:22uma vez que os Estados Unidos ganham dinheiro na relação comercial com o Brasil.
02:27Mesmo diante de todos esses argumentos, então,
02:30ainda não existe uma reunião prevista entre os dois líderes.
02:35Evandro.
02:35Obrigado pelas informações, viu, Anely?
02:37Bom trabalho pra você.
02:38É claro que a fala de ambos ali no púlpito gerou bastante expectativa,
02:42ou geraram bastante expectativa.
02:44Agora, é preciso ver como que essas autoridades,
02:47e principalmente Donald Trump, vai acordar na semana que vem,
02:49porque pode ser que chegue lá e ele entenda que essa reunião não seja mais necessária,
02:54ou que sim, que daria pra obter as informações que o presidente Lula disse
02:58que seriam informações corretas,
03:00diferentemente das que foram entregues para Donald Trump até esse momento
03:04e que o levaram a tomar decisões incorretas também em relação ao Brasil.
03:09Como é que se avalia tudo isso, hein, Gani?
03:11Olha só, né, o Trump é imprevisível,
03:14então ninguém esperava aquele aceno que ele fez ao presidente Lula.
03:19E eu vi uma análise, vou dar o crédito aqui,
03:21eu falei que não ia dar o crédito não,
03:22mas minha parte acadêmica obriga a dar o crédito com o Emílio, né?
03:26O Emílio aqui da casa do Emílio Suri, conversando com ele.
03:29E, na verdade, ele que é um mestre aí da comunicação,
03:33na verdade, quando o Trump fala que,
03:36olha, sentiu uma química entre a gente e tal,
03:40ele meio que neutralizou todo o discurso do Lula,
03:44porque o Lula foi aplaudido, né, fez um discurso duro contra o Trump.
03:48Então, o Trump, qual que foi a estratégia dele?
03:50A defesa ali de, levou pro humor,
03:53falou, não, sentimos uma química e tal.
03:55Então, ele se vendeu pro mundo naquele momento,
03:57o Trump, o Trump país e amor, o Trump bem-humorado.
04:00Foi uma forma de neutralizar aquele discurso mais duro do presidente Lula.
04:05Agora, daqui pra frente, a gente não sabe exatamente, né,
04:09o que que vai acontecer.
04:10Será que o Trump tá disposto, sim, a uma negociação?
04:13Ele tem interesse em terras raras aqui no Brasil?
04:15Ou será que ele vai fazer o que ele fez com o Zelensky, né?
04:18Armou ali o palco pra depois dar a ferroada.
04:22A gente não sabe.
04:24Uma coisa a gente tem certeza do Trump, Evandro.
04:27Ele é imprevisível.
04:28É, o Felipe Monteiro, e você entende que realmente as informações
04:30que foram entregues ao Trump antes e que levaram as sanções contra o Brasil
04:35são informações, digamos, sem qualidade ou informações errôneas
04:40e que, a depender da maneira como o Lula conversar e dialogar com o presidente Donald Trump,
04:46a situação possa melhorar para o Brasil e, inclusive, expor ainda mais
04:50o deputado Eduardo Bolsonaro e alguns aliados que hoje atuam lá fora
04:55na tentativa de impedir o avanço de alguns ministros, principalmente aqui no Supremo Tribunal Federal?
05:02Ah, essa é uma pergunta interessante, Sine.
05:05Tem dois pontos aqui.
05:06Quando você pega, por exemplo, a carta que o Trump fez para o governo brasileiro
05:10justificando o aumento de tarifa,
05:12você vê claramente que tinha uma questão ideológica ali muito clara, né?
05:15Ele falou que o Brasil deixou de privilegiar a liberdade de expressão,
05:21que a Suprema Corte estava criando vários abusos, várias posturas arbitrárias
05:28em relação ao direito de defesa dos réus, né?
05:32Inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
05:35Então, tem uma questão ali claramente ideológica.
05:37Em relação a esse aspecto, eu não tenho dúvida que a informação que chegou para o Trump
05:42não foi 100% confiável, né?
05:44Foi informação de um lado apenas da demanda, né?
05:48Agora, no que tange aquela ideia que o Trump falou no seu discurso, né?
05:53E também colocou implicitamente na carta,
05:56dizendo que o Brasil impõe tarifas grandes aos Estados Unidos
06:01e que o Estado teria déficit em relação ao Brasil,
06:04isso com certeza é uma informação inverídica, né?
06:07Porque os Estados Unidos têm superávit em relação ao comércio com o Brasil, né?
06:12Então, na minha opinião, tem esses dois lados.
06:14A questão ideológica, que permeou também a decisão do Trump, né?
06:18Em relação ao STF, ao Alexandre de Moraes,
06:21e tem a questão econômica.
06:22Em relação à questão econômica, no modo de ver,
06:24é uma decisão dele, é uma retórica dele.
06:27Mas em relação à questão do judiciário do Brasil,
06:29não tenho dúvida que foi uma questão enviesada
06:31que ele recebeu das pessoas que estão vociferando contra o Brasil
06:36e aceitou aquela informação como a verdade absoluta.
06:39É, mas eu fico pensando também o quanto o Trump ficaria incomodado
06:44se ele tivesse a percepção.
06:47Olha, me entregaram essa informação,
06:49tentaram aqui me enganar,
06:50e aí ele faz um movimento oposto, né?
06:52Que possa, inclusive, digamos,
06:55atrapalhar os planos do deputado Eduardo Bolsonaro
06:58e alterar a relação que ele tem, por exemplo,
07:01com o presidente Lula e com outras figuras aqui importantes do país.
07:05Porque Trump também não é uma figura que gosta de ser passada para trás, né?
07:09Mas eu acho que ele passou...
07:11É, ele foi assim,
07:12ah, é o lado que eu acho que está correto mesmo
07:14e essa briga eu vou comprar, entendeu?
07:16Então ele nem quer saber a informação correta em relação a esse assunto
07:20ou a informação objetiva, né?
07:21E a gente não pode desprezar que talvez
07:23quem tenha levado essa informação foi o Rubio, né?
07:27Marco Rubio.
07:27Porque quem compra muito essa pauta aqui na América Latina
07:32é os secretários de Estado, né?
07:35E não necessariamente o Trump.
07:38O Trump é mais China, geopolítica, é lógico,
07:40os temas acabam se misturando.
07:41Fala, Musa.
07:42Se mistura muito, né?
07:43Porque, obviamente, o Brasil mantendo uma relação
07:45e o Lula batendo forte na questão do...
07:47O eixo sul-sul muito mais próximo à China
07:50acaba impactando também os Estados Unidos
07:52nessa relação de comércio e dos produtos que ele importa do Brasil
07:56num preço razoavelmente competitivo.
07:58Então, eu acho que as falas que estão sendo colocadas lá,
08:02seja por Marco Rubio, seja por Eduardo Bolsonaro,
08:05dos excessos do judiciário, da censura com os americanos,
08:08com a empresa americana,
08:09são razoavelmente simples de perceber
08:11o que aconteceu no Brasil nos últimos tempos
08:14e tudo o que a gente passou por aqui.
08:15O ex, por exemplo, ficou fora do ar por um mês no Brasil
08:18com multa diária de quem acessasse VPN.
08:21Então, veja, é razoavelmente simples de perceber isso.
08:23Então, eu não acho que ele tenha essa sensação
08:25de fui passado para trás.
08:26O que eu acho, realmente, é que ele pensa nos Estados Unidos.
08:30Concorde você ou não com o que ele está fazendo.
08:32E me parece que ele começa a enxergar,
08:35por isso eu sempre volto a falar, na minha opinião,
08:38é o que ele relata no livro dele,
08:39The Art of Deal, a arte da negociação.
08:41Vai com tudo para cima e depois ele começa a recuar.
08:44Não acho que seja o tal do taco, né?
08:47Trump always chicken out,
08:48como algo como ele sempre enfraquece logo depois.
08:51Faz parte da negociação dele no que ele acredita.
08:54Eu acho que as tarifas vieram para ficar
08:56num nível mais alto do que era na era pré-Trump,
09:00mas mais baixas do que estão sendo praticadas agora.
09:03Agora, eu queria falar com vocês
09:05de uma segunda camada dessa história,
09:06porque a gente está olhando muito para o discurso
09:09de ambos os líderes de Brasil e Estados Unidos
09:11como se só isso garantisse algum tipo de negociação,
09:15sem olhar também para o que acontece nos bastidores.
09:18E eu quero saber de vocês,
09:19se vocês compreendem que o movimento de empresários brasileiros
09:22em parceria com empresários norte-americanos
09:25não tenha influenciado muito do que pode acontecer
09:29nesse diálogo da semana que vem,
09:31se é que essa reunião de fato será marcada.
09:33Porque eu estava conversando na semana passada
09:35com o Marcos Matos,
09:36que é o diretor-presidente ali do C-Café,
09:40e ele inclusive já conversou conosco,
09:41porque o café foi um dos setores mais impactados
09:44por essa tarifação aí de Donald Trump,
09:45e ele estava nos Estados Unidos no momento em que eu conversei com ele
09:49e tinha acabado de se encontrar com autoridades norte-americanas
09:52e também com representantes da Embaixada Brasileira
09:55para falar sobre essa situação.
09:56E ele mencionou para mim o quanto as pessoas lá
10:00estavam interessadas em resolver essa situação
10:03e o quanto os empresários norte-americanos
10:05também estavam preocupados com essa taxação
10:09e do quanto isso poderia trazer reflexos
10:11para o consumo lá nos Estados Unidos.
10:13Então, de que maneira que esse movimento mais pragmático
10:17foi o que gerou, de fato, uma base sólida
10:20para que essa conversa entre Lula e Trump
10:22aconteça na próxima semana, Gani?
10:24Evandro, você toca num ponto muito importante.
10:26Eu não tenho a menor dúvida de que isso foi fundamental.
10:31Porque, novamente, quando a gente fala de Estados Unidos,
10:34não é uma massa uniforme, não.
10:36Pois é.
10:36Então, você está falando de Estados Unidos, quem?
10:39Estados Unidos, Trump a favor do protecionismo.
10:41Mas, dentro dos Estados Unidos, há vozes muito importantes
10:46contrárias a esse protecionismo.
10:48De intelectuais a consumidores e a empresários.
10:51Então, o setor exportador norte-americano,
10:54evidentemente, que vai querer mais protecionismo,
10:57vai querer viver de subsídio do governo.
10:59Já o setor importador tem muito interesse
11:03em comprar barato do Brasil, sim.
11:05É para abastecer o mercado interno.
11:07Então, de fato, esse lobby interno de empresários
11:11é fundamental e tem sido fundamental.
11:15Tanto é que há uma série de questionamentos na justiça
11:19e podendo chegar lá na Suprema Corte
11:21de que as tarifas, muitas vezes, são inconstitucionais,
11:26ilegais, porque extrapolam a função estritamente comercial.
11:31Fala, Musa.
11:31Eu tenho uma certa dúvida se realmente isso exerceu algum tipo de influência.
11:37Eu acho que, vamos lá, concorde ou não,
11:39com certeza, acho que a maioria sabe que bobo o Trump não é.
11:43Ou que ele não conhece do processo econômico
11:46e não conhece que realmente as tarifas são protecionistas
11:48e que ela impacta, inclusive, os preços daqueles produtos
11:52que os americanos estão consumindo.
11:54Então, eu acho que faz parte, é mais realmente,
11:57de uma estratégia dele que está pensada
12:00e passaria, por isso que eu mencionei no comentário anterior,
12:03ele ir para cima com tudo e, aos poucos, recuar.
12:06Não é só com o Brasil, com outros países,
12:08ele também fez isso e depois acabou recuando,
12:11manteve por mais tempo, subiu de novo, mas recuou.
12:13Agora também teve um certo recuo, se não me engano,
12:16com automóveis da própria União Europeia,
12:17em que ele baixou as taxas, as tarifas impostas.
12:21Então, eu tenho minha dúvida.
12:22Eu acho importante essa comunicação.
12:24Obviamente, até começou a circular que os irmãos Batista
12:27estavam com ele esses dias e exerceu uma determinada influência.
12:31Não digo que não seja importante essa conversa,
12:34mas eu acho que Trump não é a pessoa que é facilmente influenciável.
12:39E você, Felipe Monteiro?
12:40Teve influência, sim, de empresários brasileiros e norte-americanos.
12:43Quando você pega, por exemplo, o tarifácio do Trump,
12:46teve 700 pontos de exceções.
12:49Esse ponto de exceção, sem dúvida, foi o conversa com o empresário.
12:52Lobby.
12:52Lobby do empresário.
12:53A empresa de suco de laranja dos Estados Unidos
12:55entrou na justiça contra o tarifácio do Trump
12:57e o Trump colocou, como exceção, o suco de laranja.
12:59As empresas que têm avião da Embraer, por exemplo,
13:03que são os aviões mais utilizados nas malas internas dos Estados Unidos,
13:08entre os estados,
13:09foram lá reivindicar para tirar fora as peças da Embraer.
13:14Mas será que ele não sabe isso?
13:16Esse é o meu ponto.
13:17A conversa é importante, mas será que ele não sabe isso?
13:19Mas eu acho que vai construindo, ele vai construindo a convicção dele
13:22com a conversa com os empresários, com o lado da economia.
13:27Então, eu sinto que teve, sim, já reflete os empresariados
13:29e tem uma certa importância dos setores que estão sendo tarifados no Brasil,
13:34como o café.
13:34O café, por exemplo, os Estados Unidos, ele consome,
13:37ele importa 40% do café do Brasil.
13:40Ou seja, é relevantíssimo isso.
13:42E não tem como os Estados Unidos absorver café da Colômbia e do Vietnã, por exemplo.
13:47Vai aumentar o preço do café dos Estados Unidos.
13:50Isso é ruim para a inflação, é ruim para os consumidores norte-americanos,
13:53é ruim para os Estados Unidos.
13:54Então, eu sinto que, sim, ele vai ter que ouvir o empresariado,
13:57vai ter que ouvir os consumidores norte-americanos.
14:00Isso vai ajudar ele a tomar decisão, sim.
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