Jair Bolsonaro e aliados preparam ofensiva contra governo após tentativa de aumentar impostos

Os Pingos Nos Is

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados preparam uma ofensiva contra o governo de Lula no Congresso, após a derrota da "MP Taxa Tudo". A estratégia da oposição é barrar todas as pautas prioritárias do Planalto, como forma de retaliação ao aumento de impostos e à perseguição política contra o ex-presidente.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/54RcaVR40J0

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00:00Por aqui, na TV Jovem Pan News e nas demais plataformas, nós seguimos com outra notícia,

00:06porque enquanto o governo quer aumentar a arrecadação, Jair Bolsonaro e aliados preparam

00:11uma nova ofensiva no Congresso para barrar os projetos considerados essenciais para o

00:16Planalto, principalmente os econômicos.

00:20Em longa reunião com Valdemar Costa Neto, o ex-presidente cobrou que o PL endureça a

00:26oposição ao governo no Legislativo, forçando o Executivo a cortar gastos.

00:31Bolsonaro também teria defendido uma postura mais incisiva no Senado, mas sem romper o

00:37diálogo com o Centrão, pressionando principalmente Davi Alcolumbre a retomar as negociações

00:43com a direita.

00:44Já na Câmara, a Comissão de Segurança Pública aprovou uma moção de repúdio ao presidente

00:50Lula por ataques ao Congresso.

00:52Em evento recente, o chefe do Executivo declarou que a atual composição do Congresso nunca

00:58teve tão baixo nível como agora.

01:01Deixa eu chamar o Roberto Mota para falar a respeito desse tema, Mota.

01:06Bolsonaro pressionando o Valdemar Costa Neto para que toda a oposição seja mais incisiva

01:13e ofensiva contra o governo Roberto Mota.

01:17A gente não viu nenhuma declaração do próprio Bolsonaro dizendo isso, né?

01:25A gente não viu o Bolsonaro conclamando que a oposição fizesse isso.

01:31A gente também não viu ninguém com acesso direto ao Bolsonaro dizendo isso.

01:36É apenas uma notícia.

01:39Mas ontem aqui a gente viu uma notícia que dizia que o presidente Bolsonaro estava muito

01:45mal, estava morrendo aos poucos.

01:48Agora vem essa notícia aí que apresenta o presidente Jair Bolsonaro muito bem, capitaneando

01:55o esforço e a estratégia política da oposição.

01:58Onde está a verdade?

02:01Na notícia de ontem ou na notícia de hoje?

02:04Qual é o Bolsonaro verdadeiro?

02:06Aquele que está sofrendo na sua prisão domiciliar com um problema grave de saúde, preocupado

02:13com o seu futuro?

02:15Ou esse Bolsonaro que, segundo essa notícia, está extremamente confiante, articulando com

02:20Valdemar da Costa Neto a estratégia da oposição?

02:24Qual é o Bolsonaro de verdade?

02:27E aí, Luiz Felipe Dávila, como você enxerga essa situação de Bolsonaro?

02:33Tem força para pressionar o Valdemar e toda a oposição no Congresso Nacional em um minuto?

02:40É preciso pressionar para que, pelo menos, seja uma oposição coerente com as nossas bandeiras.

02:49As bandeiras da defesa do empreendedorismo, da livre iniciativa, da economia de mercado,

02:55e não um Congresso que dobra os joelhos para o governo, porque está com medo de perder

03:03alguns bilhões de emendas.

03:04Mas para quem tem 50 bilhões, se perder 6 ou 7 ou 10, 15%, vale a pena, para pelo menos

03:11ser coerente e não dar mais dinheiro para esse governo fazer campanha eleitoral o próximo

03:17ano.

03:17Essa é uma questão muito interessante porque todo mundo, na oposição principalmente, fica

03:24olhando para onde mirará o Jair Bolsonaro, que nesse momento não consegue nem usar redes

03:30sociais, não consegue se apresentar publicamente, está preso domiciliarmente, não pode nem falar

03:36através de terceiros.

03:37A gente se lembra que isso foi, inclusive, um dos motivos que agravaram a sua situação

03:41nas cautelares, tirando ele das cautelares de tornozeleira eletrônica e levando para

03:47a prisão domiciliar.

03:49E aí parece que fica todo mundo meio no escuro, sem saber para onde ir, uma oposição um pouco

03:54batendo cabeça.

03:55A gente viu isso muito acontecendo quando vieram as medidas norte-americanas, em que uns criticaram,

04:01outros se reuniram para tentar acordo e outros até fizeram um pedido de moção de aplausos

04:06para Donald Trump em relação às taxações.

04:10Eu quero muito saber a opinião do Cristiano Beraldo.

04:13Agora, quando são 18 horas e 33 minutos e vocês que estavam no nosso intervalo da

04:18rede estão de volta, nós estamos comentando aqui todo o movimento de Jair Bolsonaro em

04:22relação à pressão que exerce sobre Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que a oposição

04:27seja mais incisiva contra as pautas do governo no Congresso Nacional.

04:32Como é que está agindo a oposição, Cristiano Beraldo?

04:35Bom, a gente precisa lembrar que nós estamos indo para o último ano de governo e a oposição,

04:42ela, a essa altura, ela é o que é.

04:45Ela desenvolveu a sua estratégia para a eleição da presidência da Câmara e do Senado, conseguiu

04:53eleger Hugo Mota e Davi Alcolumbre como aliados da oposição, foram eleitos graças aos votos

05:01dos deputados e senadores que apoiam Jair Bolsonaro sob orientação do próprio ex-presidente

05:07e agora estão aí preocupados com a efetividade da oposição.

05:11Então, me desculpa, mas me parece que agora é um pouco tarde, até porque quando o próprio

05:19ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu aquelas pessoas que ele apoiou de forma muito incisiva

05:27nas eleições de 22, eu custo a acreditar que ele não sabia exatamente o perfil de cada um.

05:34Veja o astronauta Marcos Pontes, que era afiliado ao Partido Socialista Brasileiro,

05:41mas que, de repente, virou ministro do governo de Jair Bolsonaro,

05:46e a gente acredita que um ministro de um governo que tem poucos ministros convive bastante

05:52com o presidente da República e ele construiu ali uma relação de confiança a ponto do ex-presidente

05:59promovê-lo senador por São Paulo.

06:02E foi uma promoção do ex-presidente porque o ex-ministro e atual senador astronauta,

06:08ele não tinha a menor condição de sozinho ser eleito senador por São Paulo.

06:13E aí está aí, não faz absolutamente nada que seja alinhado com os interesses de Jair Bolsonaro.

06:22Ainda teve aquele episódio que eu adoro lembrar aqui, aquela cena quando ele foi negociar as tarifas

06:27com o governo Trump, ele de bermudinha lá no hotel, muito confortável dando entrevista.

06:33Então, enfim, um desastre. E esse é um exemplo de tantos outros que a gente poderia citar aqui.

06:38E aí, quando hoje, nesse momento, com Jair Bolsonaro em prisão domiciliar,

06:44apesar de poder, né, de ter, estar tendo autorizadas as visitas de lideranças políticas.

06:51Valdemar da Costa Neto, que hoje foi citado por Alexandre de Moraes,

06:56no julgamento que ocorreu hoje, dizendo que era preciso reabrir a investigação

07:01contra Valdemar da Costa Neto para incluí-lo na tentativa de abolição do Estado de Direito.

07:07Então, convenhamos, ali não há ninguém, neste momento, com força suficiente

07:13para lutar essa guerra. Me parece que o momento deles, o momento de maior força,

07:18maior engajamento deles, já passou. Agora vão tentar fazer bravata

07:24para negociar algum alívio, mas, sinceramente, me parece que está difícil para eles.

07:28Perdendo força ou mota, ou não?

07:31Muito difícil de fazer qualquer avaliação nesse momento, Cobra.

07:42Eu acho que as condições sobre as quais a política brasileira está sendo exercida

07:51nesse momento são absolutamente excepcionais.

07:54Não é possível a gente fazer nenhuma avaliação sem lembrar de todas essas coisas

08:02que estão acontecendo.

08:06Esses últimos acontecimentos...

08:08E todo dia acontece uma coisa nova que eleva uma temperatura que já era elevadíssima.

08:15Como eu sempre digo aqui, nós estamos vivendo mais um desses momentos na história

08:22em que tudo, absolutamente tudo, pode acontecer.

08:27O que eu acho muito difícil de mudar é a popularidade que foi conquistada por algumas figuras da política.

08:40O Beraldo tem razão quando ele diz que muita gente, nos últimos anos,

08:46pegou carona na popularidade de Jair Bolsonaro.

08:50E a gente viu algumas dessas figuras que passaram a acreditar que elas eram populares.

08:57Pessoas que não conseguiam se eleger nem para vereador.

09:00Subitamente foram eleitos com votações expressivas para deputado, para senador,

09:06e passaram a acreditar que aqueles votos eram deles.

09:11Não eram.

09:13Então a gente dá a volta por tudo quanto é assunto,

09:17mas nós voltamos àquele que é o epicentro da situação política atual do Brasil,

09:23Jair Bolsonaro.

09:25Por isso eu disse ontem aqui,

09:26a política do Brasil está em prisão domiciliar.

09:31E toda a nação continua parada no dia 8 de janeiro.

09:38Dávila, eu quero também a sua opinião sobre a parte dessa estratégia

09:43que envolveria o presidente do Congresso Nacional,

09:45o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

09:47Porque, segundo as informações, a ideia seria pressionar Davi Alcolumbre

09:52para que ele retomasse o diálogo e as negociações com a direita.

09:57Como é que você vê essa tentativa de Jair Bolsonaro

10:01em relação especificamente ao presidente do Congresso?

10:06Coba, observando as atitudes e a fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre,

10:13nós só podemos concluir que deve haver inúmeros interesses de Davi Alcolumbre

10:18com o governo e com o Supremo Tribunal Federal

10:21que o fazem render a pauta governista e ignorar completamente a oposição.

10:26Ele simplesmente vem dando as costas para a oposição

10:31que, como o Beraldo gosta sempre de lembrar aqui no programa,

10:35ajudou a elegê-lo presidente do Senado.

10:38Mas agora, uma vez instalado no poder,

10:40os seus interesses particulares, eleitorais e políticos

10:45parecem que estão alinhados com o governo e o Supremo.

10:51E realmente ele não vem atuando como presidente do Senado.

10:55Ele vem atuando como um partidário do governo.

11:00E isso é muito ruim para a instituição.

11:03Enfraquece o Senado, demonstra a ausência de independência do Senado

11:09e faz com que a oposição não tenha nenhum recurso

11:14para colocar em votação aquilo que lhe interessa.

11:18Ou seja, hoje a concentração de poder

11:22nas mãos do presidente do Senado,

11:24assim como do presidente da Câmara,

11:27tornou-se quase um poder arbitrário e absoluto.

11:31Eles é que decidem o que será votado,

11:35o que sairá da gaveta.

11:36E não há outro mecanismo parlamentar

11:39para demovê-los se eles quiserem insistir

11:43em manter projetos de interesse da oposição na gaveta.

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