Home office para servidores: reforma administrativa causa polêmica

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A proposta de reforma administrativa apresentada pelo deputado Pedro Paulo (PSD) está causando polêmica por prever o home office para funcionários públicos. Servidores de cidades, estados, Distrito Federal e União poderão trabalhar de casa em 1 dia da semana, desde que 80% da equipe trabalhe presencialmente. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que o Brasil conta com quase 12 milhões de funcionários públicos e, em um cenário em que todos seriam beneficiados, a cada dia mais de 2 milhões poderiam, em teoria, trabalhar de casa.

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00:00E a proposta de reforma administrativa apresentada pelo deputado Pedro Paulo está causando polêmica.

00:07Há uma previsão de home office para funcionários públicos.

00:12Servidores de cidades, estados, Distrito Federal, mas também da União,

00:16poderão trabalhar em casa em um dia da semana, desde que 80% da equipe trabalhe presencialmente.

00:23Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada indicam que o Brasil conta com quase 12 milhões de funcionários públicos

00:31e em um cenário em que todos seriam beneficiados, a cada dia mais de 2 milhões poderiam, em teoria, trabalhar em casa.

00:40Enfim, chamar os nossos comentaristas para entender um pouco dessa análise que é preciso ser feita

00:46da possibilidade de funcionários públicos trabalharem em home office um dia da semana.

00:54A gente só vai receber o pessoal da rede e aí todos acompanham na íntegra o comentário dos nossos analistas.

01:01A conta que nós temos para compartilhar, cerca de 2 milhões de servidores seriam beneficiados uma vez por semana.

01:10É o que consta nesse projeto que ainda está sendo desenhado da reforma administrativa.

01:15A reforma administrativa que é muito defendida, inclusive, porque existe uma demanda para que o funcionalismo público seja organizado.

01:24Agora sim, recebendo as pessoas que nos acompanham pelas emissoras de rádio espalhadas por todo o Brasil.

01:31Rede Jovem Pan agora vai acompanhar na íntegra a análise dos nossos comentaristas.

01:35Você, Dávila, projeto que indica home office para funcionários públicos uma vez por semana.

01:41Esse projeto deve tratar disso? O que acha dessa ideia?

01:47Caniato, essa é uma ideia parcial, pequena, no escopo de uma reforma extremamente importante.

01:54Há pontos positivos no texto da reforma previdenciária.

01:58Tem a questão da reestruturação das carreiras públicas.

02:01Tem a história de avaliação de desempenho dos servidores.

02:05Para que a progressão da carreira seja baseada em mérito e não mais por tempo e serviço.

02:11Tem a história da modernização da seleção dos cargos comissionados.

02:14Exatamente o que a gente estava falando no comentário passado.

02:17Tem 27 mil cargos.

02:18Agora tem que ser cargos comissionados seletivos.

02:22Vão diminuir muito o número desses cargos.

02:24E tem a história de gestão de pessoal e carreira.

02:27Então tem pontos positivos na reforma.

02:29Existe um outro que ainda está de fora que nós precisamos acabar aqui que são os penduricalhos.

02:34Os privilégios.

02:35É um absurdo que apenas 1% dessa elite do funcionalismo público ganha remuneração acima do teto constitucional.

02:45Tem milhares de privilégios que custam quase 4 bilhões de reais ao contribuinte.

02:52Este 1% da elite recebe esses 4 bilhões que daria para pagar 1 terço do Bolsa Família.

02:58Então a reforma administrativa está atacando pontos importantes.

03:03Está deixando de fora outros casos.

03:05A história de home office é apenas uma azeitona numa reforma inteira.

03:11Ela pode até ser justificada.

03:14O fato é que se não encararmos a reforma administrativa para valer,

03:19não há a menor chance do Estado prestar serviço de qualidade.

03:23Essa é a expectativa, né?

03:25Que essa reforma acabe corrigindo muitas distorções que existem no funcionalismo público.

03:32Você, Mota, claro, há muitos aspectos que nós poderíamos debater e analisar em relação a esse projeto,

03:37mas a notícia em destaque é a possibilidade de home office uma vez por semana para os funcionários públicos.

03:43Mota.

03:43Imaginem uma reforma que será feita com o consentimento dos reformados.

03:51Imagine uma reforma feita na véspera de uma eleição muito importante.

03:56Você, caro ouvinte, caro espectador, pense e responda.

04:00Qual é a chance no Brasil de hoje de acontecer uma reforma que realmente enxugue a máquina pública?

04:08Na iniciativa privada, quem decide se um funcionário pode trabalhar em home office ou não é o dono da empresa.

04:18Então vamos lembrar o que disse uma vez Roberto Campos.

04:22No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo.

04:28E empresa estatal é aquela que ninguém controla.

04:32Pois é, mas é engraçado, né?

04:35Porque me parece, né, Beraldo, que em alguns casos você consegue ofertar a possibilidade para o funcionário da empresa

04:43de atuar em home office, né?

04:45Porque possivelmente ele utiliza o quê?

04:47O telefone e um computador conectado à rede.

04:51Agora, há casos em que esse profissional não consegue ser contemplado com essa possibilidade.

04:56Há funções em que você não consegue fazer home office.

04:58A pessoa precisa estar lá, né?

05:00Enfim, só para a gente colocar uma situação que certamente será debatida em algum momento.

05:06Mas como avalia essa possibilidade?

05:09Home office para os funcionários públicos?

05:11A garantia seria um dia da semana.

05:15Bom, vamos lá, Caniato.

05:16A gente tem que olhar alguns aspectos dessa notícia.

05:18Primeiro, a gente precisa lembrar quem é o deputado Pedro Paulo.

05:22O deputado Pedro Paulo, ele é um parceiro de longa data do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

05:32Ele já exerceu cargos de muita confiança nas prefeituras, nas administrações de Eduardo Paes.

05:38Foi, se não me engano, secretário da Casa Civil.

05:41Depois, exerceu o cargo de secretário de finanças.

05:48Enfim, é uma pessoa das mais próximas, talvez o político mais próximo de Eduardo Paes.

05:53Aí a gente precisa observar o que acontece na prefeitura do Rio.

05:57Eduardo Paes é um prefeito que sai criando secretarias para acomodar parceiros políticos.

06:05Na prefeitura de Eduardo Paes tem espaço para todo mundo, do PT ao PL.

06:11Se está ali alinhado com o prefeito, se é um partido que ele quer trazer

06:15para poder apoiá-lo na sua candidatura de 2026 ao governo do Rio,

06:20ele traz, cria prefeitura, dá cargo em empresa pública, não tem problema nenhum.

06:25Aí a gente tem que olhar também o que acontece numa empresa municipal do Rio de Janeiro

06:29chamada Rio Eventos.

06:32Aliás, seria muito importante o deputado Pedro Paulo explicar

06:37como é que a Rio Eventos pode dar tanto emprego sem produzir absolutamente nada.

06:46Porque a Rio Eventos é utilizada para acomodar indicação de vereador,

06:51de parceiro político, etc.

06:54Não produz nada.

06:55Não agrega absolutamente nada para a população do Rio de Janeiro.

06:58Mas está lá cheio de cargo e cheio de funcionário público que já faz home office.

07:03Porque não sai de casa para absolutamente nada.

07:06Mas recebe seu salariozinho lá.

07:08Então, o deputado Pedro Paulo, que conhece profundamente a estrutura administrativa

07:16da cidade do Rio de Janeiro, tem muito mais explicação a dar

07:20do que sugestão numa questão de reforma administrativa.

07:24O Rio de Janeiro está longe de ser referência para qualquer lugar do Brasil

07:29em termos de administração pública.

07:32Então, por favor, deputado Pedro Paulo, esquece a tua experiência com o nervosinho

07:36e vá tratar de forma séria do que é o Estado brasileiro.

07:41Porque não será através da tua caneta que encontraremos um modelo

07:45de administração pública eficiente como o Brasil precisa.

07:47Então, é um termo de segurança pública.

07:48Até a próxima.

07:49Até a próxima.

07:50Até a próxima.

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