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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi aplaudido de pé ao entrar no Parlamento de Israel, onde fará um discurso sobre o acordo de paz entre os israelenses e o grupo terrorista Hamas. Thulio Nassa analisou.
Reportagem: Luca Bassani
Comentarista: Thulio Nassa

Assista ao Jornal da Manhã na íntegra: https://youtube.com/live/zX2HhnY4ILw

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Transcrição
00:00Agora vemos na imagem Donald Trump subindo ao plenário, muito aplaudido por todos os membros do parlamento,
00:07seguido pelo presidente de Israel, Isaac Herzog, e atrás também o premier Benjamin Netanyahu.
00:13Todos eles, obviamente, muito felizes nesse dia com o retorno dos reféns,
00:17que muitos até descartaram que seria uma possibilidade para acontecer nesse ano,
00:21mas que aconteceu também, principalmente pela pressão política e pela habilidade de negociação de Donald Trump,
00:28que é uma figura muito polêmica em alguns aspectos internamente,
00:33mas externamente é conhecido como um homem forte que consegue fazer com que os seus acordos sejam aprovados,
00:40obviamente, depois de várias e várias rodadas de negociação.
00:44Vamos observar o que o presidente tem a falar a toda a nação de Israel,
00:48e provavelmente também aos seus próprios correligionários norte-americanos,
00:52que devem estar assistindo este momento, ou deverão assistir ao longo desse dia,
00:58considerando o fuso horário um dia de grande comemoração,
01:02e o presidente vai, obviamente, colher todos os frutos desse trunfo político
01:07que foi acabar com uma guerra de mais de dois anos,
01:09e que foi extremamente violenta para os israelenses,
01:13que morreram naquele terrível atentado terrorista,
01:16e para os palestinos, que depois, com a resposta israelense,
01:18também pereceram mais de 67 mil pessoas, muitas crianças,
01:22a grande destruição da faixa de Gaza,
01:25tudo isso ficará para os anais da história como um período de grande dificuldade,
01:30mas que pode ter o seu desfecho a partir de agora.
01:35Como eu disse anteriormente, não sabemos se a segunda, terceira e outras fases
01:39serão simples de serem implementadas,
01:42considerando que o Hamas não quer abandonar o poder,
01:44mas o primeiro e principal passo foi dado,
01:47a libertação dos reféns, a ajuda humanitária chegando aos palestinos com fome, com escassez,
01:52então deve ser um dia comemorado e lembrado, talvez, mais pelos seus pontos positivos.
01:57Agora, observamos um grande momento de aplauso,
02:00desde que Trump adentrou o recinto,
02:03vamos acompanhar e ver o que ele discursará em breve.
02:08Agora são 6 horas e 57 minutos.
02:10Repita.
02:116 horas e 57.
02:12Bom, a gente segue com o Luca Bassani da Europa, conversando com a gente,
02:19a gente vê aí o presidente Donald Trump que subiu...
02:20Longamente aplaudido de pé, né, Paulo?
02:22Exatamente, o presidente Donald Trump que subiu ali ao parlamento,
02:25deve discursar a qualquer momento.
02:26Enquanto a gente aguarda o discurso do presidente Donald Trump, Luca,
02:29a gente tem conversado com muitos estudiosos aqui, especialistas em política internacional.
02:37Luca, está com a gente? Luca vai fazer tradução para a gente?
02:39Exato. Por enquanto, estão falando em hebraico.
02:43Hebraico, Zeta Bursa.
02:45Exato.
02:45Não, perfeito.
02:46Vamos aguardar quando começar o presidente Donald Trump,
02:48já faremos a tradução para que todos que nos acompanham aqui por imagens,
02:53pelo rádio, possam também saber as primeiras falas do presidente Trump
02:58depois desse grande trunfo político.
03:00Então, Luca, enquanto a gente não escuta o presidente Donald Trump,
03:03quero saber de você, a gente tem conversado com muitos especialistas,
03:06enfim, em política internacional aqui no Jornal da Manhã
03:10e muitos deles falam para a gente sobre as próximas fases desse acordo
03:14e dizem que as próximas fases são bem delicadas, bem sensíveis
03:17e que a gente precisa ficar preocupado, né?
03:20Que a gente precisa ficar de olho.
03:22Não é somente essa primeira fase de comemoração
03:24em que os reféns estão sendo libertos
03:26e que as próximas fases são delicadas.
03:28Queria que você falasse para a gente, burocraticamente,
03:30o que a gente pode esperar dessas próximas fases desse acordo, Luca.
03:34Olha, Paula, as próximas fases são delicadas
03:38porque elas envolvem não só a reconstrução da faixa de gás
03:42e vale dizer que ficou mais de 90% da faixa de gás destruída por essa guerra,
03:47mas envolve grandes aportes de dinheiro.
03:50Alguns cálculos falam que são mais de 50 bilhões de dólares necessários
03:54para reconstruir a faixa de gás.
03:55A gente está falando aí de uma cifra de quase 300 bilhões de reais.
04:00Não é fácil encontrar quem queira pagar por isso.
04:03Nós sabemos que há países ricos na região do Oriente Médio,
04:06Arábia Saudita, Catar, o Kuwait, Emirados Árabes,
04:09até mesmo os países europeus dispostos a dar alguma quantia para ajudar
04:12fundos de investimento norte-americanos.
04:15Então, primeiro, é uma questão financeira.
04:17Segundo, é uma questão política.
04:18Afinal, o Hamas, desde 2006,
04:21quando venceu a eleição interna na Palestina
04:23e expulsou a autoridade palestina de Gaza,
04:27ele governa com mão de ferro.
04:28Não há novas eleições.
04:30Ele é uma força, obviamente, terrorista, militar,
04:33mas também é uma força política.
04:34Então, quem substituirá o Hamas?
04:36Como será feito esse processo?
04:38Essa saída do Hamas será pacífica ou não?
04:41Porque os israelenses também colocam essa condição como indispensável.
04:45Caso o Hamas queira se agarrar ao poder,
04:48isso poderia significar a retomada da guerra,
04:51o recomeço da guerra,
04:52o que ninguém quer que aconteça,
04:54e muito menos o presidente Donald Trump.
04:55Então, dependerá também do convencimento dos interlocutores
05:00mais próximos do Hamas, como o Qatar, como até o Egito,
05:03para tentar convencê-los a desistir do poder.
05:06O plano de Trump vê uma anistia para os terroristas do Hamas
05:09que queiram sair da faixa de Gaza.
05:12Obviamente que sabemos que a Mossad,
05:14os diversos órgãos de inteligência israelenses,
05:16no futuro, podem ter essas pessoas como alvo,
05:19mas, inicialmente, há um plano de saída
05:21para os terroristas palestinos da faixa de Gaza.
05:24O ponto é, isso será cumprido durante os próximos dias?
05:29Não sabemos.
05:30Obviamente que é uma problemática
05:31que ficaremos acompanhando a seguir.
05:36Sete horas.
05:39Repita.
05:39Sete horas.
05:41Nós estamos com imagens ao vivo lá de Israel
05:44e também do lado da Palestina, ali na faixa de Gaza.
05:46Os reféns sendo liberados do lado direito.
05:49O presidente Donald Trump está no parlamento lá de Israel.
05:52Está sendo aplaudido várias vezes.
05:54Ele fez uma...
05:55Luca Bassani está conosco acompanhando tudo também.
05:58Vamos acompanhar o discurso, evidentemente.
06:00E Trump também fez uma referência, né, Luca?
06:02Dizendo a todos vocês também,
06:03porque houve uma coalizão dentro
06:05para que isso pudesse acontecer lá no parlamento também de Israel, Luca.
06:09Exatamente, Marcelo.
06:13Nós temos em Israel uma espécie de conselho de segurança, né,
06:17um gabinete de segurança nacional
06:19que foi montado nesta época de guerra
06:21para decidir as questões mais importantes.
06:23Afinal, por mais que Israel seja uma democracia,
06:26quando há um momento de guerra,
06:27também temos várias mudanças, né,
06:31no seu legislativo e como o governo atua.
06:34Então, ele agradece os diversos outros partidos,
06:37além do Likud, que é o principal partido, né,
06:39o partido de Benjamin Netanyahu,
06:40pelo apoio dado ao plano apresentado.
06:43Naquela última sexta-feira,
06:45apenas um membro do gabinete votou contra,
06:48que foi o ministro da Segurança Nacional,
06:50Itamar Bengvir,
06:51que é um desses da ala mais conservadora,
06:54mais ultra-ortodoxa,
06:55mas um voto contra não foi suficiente
06:58para barrar o plano.
06:59O plano foi, então, aprovado internamente
07:01pelo legislativo israelense,
07:03por esse órgão israelense formado durante a guerra,
07:07e ele agradece esse esforço político conjunto,
07:10porque ele sabe que,
07:11por mais que Israel tenha superioridade militar
07:14e consiga, conseguiria, eventualmente,
07:17ao longo das próximas semanas,
07:19dominar a faixa de Gaza,
07:20esse momento tem sido de extremo desgaste
07:22para a imagem internacional de Israel,
07:25visto que muitos países que são aliados de Israel
07:27reconheceram a Palestina
07:29na última Assembleia Geral da ONU.
07:30Você bem falou,
07:31países europeus como a França,
07:33Reino Unido, Espanha,
07:35até mesmo Canadá, Austrália,
07:37várias dessas democracias ocidentais
07:39que são próximas de Israel
07:40fizeram um aceno à Palestina.
07:42Então, para estancar essa sangria diplomática
07:45que também acontecia para Israel,
07:48muitos dos políticos israelenses
07:50escolheram o caminho do cessar-fogo
07:52para tentar recuperar um pouco
07:54o prestígio que tinham
07:55e também dar um respiro.
07:58Afinal, uma guerra que acontece no seu território,
08:00muito perto do seu território,
08:02é sempre desgastante,
08:03sempre muito estressante.
08:04A gente não pode esquecer
08:05que não é só a guerra em Gaza
08:06que aconteceu durante esses dois anos.
08:08A guerra com o Líbano
08:09aconteceu até no novembro, dezembro de 2024.
08:13A guerra com o Irã, de 12 dias,
08:14aconteceu em junho desse ano
08:16e que Israel foi severamente bombardeado.
08:18Dezenas de pessoas morreram também.
08:20Então, é uma guerra muito complexa, ramificada
08:23e que se espalhou pelo Oriente Médio
08:25e que, obviamente, também era importante
08:28para os israelenses finalizá-la,
08:30nem que seja temporariamente,
08:31para poder recuperar a sua força,
08:35recuperar essa vontade de...
08:39essa capacidade de interpretação
08:42de tudo aquilo que acontece no Oriente Médio,
08:45esse realinhamento de forças.
08:46Como você bem disse,
08:47o presidente Donald Trump sendo aplaudido em pé,
08:50muitos dos membros do governo,
08:52até mesmo alguns outros, acredito,
08:54reféns que sobreviveram
08:55estão presentes nessa sessão
08:57e por isso também são aplaudidos
08:58pelo esforço de terem aguentado
09:00alguns deles meses,
09:02outros deles anos,
09:03dentro dos cativeiros da faixa de Gaza.
09:05Também é um gesto de agradecimento
09:08ou de louvar essa bravura,
09:10essa coragem daqueles que resistiram
09:12aos porões da faixa de Gaza
09:15durante todo esse período.
09:16Agora, Luca, há uma narrativa que diz
09:19que Trump fez o que Netanyahu não fez.
09:23Qual que é o papel de Benjamin Netanyahu agora
09:25no cessar fogo?
09:26E queria que você falasse um pouco do papel dele também
09:28durante o conflito.
09:29Pois é, Paula,
09:31o primeiro Benjamin Netanyahu,
09:33ele é o mais longevo da história de Israel.
09:36Ele comandou Israel no seu,
09:38obviamente, como primeiro-ministro
09:40em várias ocasiões,
09:41você somado há quase 20 anos,
09:43desde a década de 90 até hoje,
09:46mas que teve um papel muito questionado
09:48durante esse período,
09:50porque em alguns momentos
09:51em que poderia fazer negociações
09:53para reaver os reféns antes,
09:55ele preferiu continuar com a guerra
09:57e, obviamente, as imagens da guerra,
09:59os bombardeios chocaram todo mundo
10:01e afastaram parte da comunidade internacional de Israel.
10:05Exatamente por isso que a sua postura
10:07é muito criticada.
10:09Muitas das declarações feitas
10:11contra o Estado palestino
10:13também foram amplamente criticadas.
10:15O ponto é que ele é fiador
10:17daquilo que Trump prometeu aos países muçulmanos,
10:20que a guerra não vai começar,
10:22recomeçar,
10:23ao mesmo tempo em que ele quer se manter no poder
10:25para evitar pendências com a justiça israelense.
10:28A gente tem que trazer para a nossa audiência
10:30que antes da guerra começar,
10:32Netanyahu já havia sido investigado
10:35por casos de corrupção internamente,
10:37por uma espécie de tráfico de influência
10:39no judiciário israelense.
10:41Então, ele estava com a justiça do país
10:43atrás da sua própria figura,
10:44mas na posição de primeiro-ministro
10:46estava blindado e continua blindado.
10:49Então, deixar o poder eventualmente,
10:51caso a coalizão governista caia,
10:54pode significar enfrentar a justiça israelense
10:57ou até mesmo perder os seus direitos políticos
10:59ou até mesmo ir preso.
11:01Então, essas questões são muito complexas politicamente
11:05e ele sabe disso.
11:06Por isso que tudo precisa ser muito bem calculado.
11:10Uma nova eleição em Israel acontecendo em curto prazo
11:13poderia significar uma guinada totalmente ao centro,
11:17até mesmo à esquerda dentro do parlamento israelense,
11:20o que Netanyahu não quer que aconteça
11:23porque, obviamente, gostaria de continuar governando o país.
11:27E é claro, né, Luca, que ninguém esqueceu também,
11:30evidentemente, nunca vai esquecer esse ataque no dia 7
11:33e também colocam também o Premier Benjamin Netanyahu, né,
11:37toda... como é que ele permitiu, né,
11:39que isso pudesse acontecer com todo o sistema desenvolvido
11:42e também muito profissional lá de Israel
11:44em relação aos ataques, né.
11:47E como você diz, ele tinha já uma trajetória
11:49sendo questionada, questões da justiça,
11:51questões também da corrupção,
11:53e agora... e o prolongamento dessa guerra
11:56o mantinha também nessa posição.
11:58E agora deve vir aí um enfraquecimento, evidentemente,
12:01e uma possível saída, né.
12:03Ah, exatamente, Marcelo.
12:09Essa possível saída de Netanyahu,
12:12ela preocupa o seu grupo político, o Likud,
12:15que é um dos partidos mais importantes
12:18desde a década de 70, 80, até atualmente,
12:22como eu disse, o primeiro-ministro mais longevo
12:25da história de Israel e que pensa
12:27não só no seu grupo político,
12:29que pode sofrer no caso de novas eleições,
12:31como pensa na sua própria figura,
12:34que pode responder essas pendências da justiça
12:37um pouco antes do que o esperado
12:39e complicar muito a questão da sua família.
12:43Nós sabemos como funcionam as pendências judiciárias
12:47em relação à classe política.
12:49O Brasil não é muito diferente disso.
12:50E exatamente que esse fato vai motivar
12:55os próximos passos das negociações
12:57e das decisões de Israel.
13:00Agora, acredito que em poucos instantes
13:03teremos as falas de Donald Trump
13:06depois dessa sessão de calorosos aplausos.
13:08Acredito, como eu disse,
13:09que havia alguns reféns no recinto,
13:12por isso os aplausos mais demorados.
13:15E agora o presidente do parlamento em si
13:18faz o seu discurso de introdução,
13:20para depois passar a palavra
13:22ou ao presidente de Israel, Isaac Herzog,
13:25que está à direita do vídeo,
13:27ou, obviamente, ao presidente Donald Trump,
13:29à esquerda do vídeo.
13:31Daqui a pouco a gente acompanha, então,
13:33ouviremos o discurso do presidente Donald Trump,
13:35que já está no parlamento neste momento.
13:37Quero passar para o nosso comentarista,
13:39Túlio Nassa, com a gente
13:40nessa edição do Jornal da Manhã.
13:42Túlio, vamos falar desse papel do premier
13:43Benjamin Netanyahu,
13:45que a gente estava falando com o Luca agora há pouco.
13:46De certa forma, Túlio, quero ouvir de você,
13:48Netanyahu preferiu continuar com a guerra.
13:52Ele não estava disposto
13:53a trazer de volta esses reféns, né?
13:55Bom dia, Paula, bom dia, Marcelo,
14:01bom dia ao Mota também,
14:02que daqui a pouco deve estar com a gente,
14:03e bom dia à audiência da Jovem Pan.
14:05Olha, Paula, é difícil a gente entender
14:08exatamente o que se passa na cabeça de Netanyahu.
14:11É bem verdade que ele adotou uma postura
14:13muito beligerante ao longo de todo esse conflito.
14:15Mas a situação é muito mais complicada.
14:19Eu acho que nem Netanyahu
14:20ou algum outro presidente mais pacifista
14:23conseguiria resolver isso de maneira tranquila.
14:25Veja, eu vou citar aqui Martin Luther King,
14:28exatamente aquele pacifista norte-americano
14:30que dizia que os homens aprenderam
14:32a nadar como os pássaros,
14:34a nadar como os peixes,
14:35a voar como os pássaros,
14:36mas não aprenderam a viver como irmãos.
14:38O grande problema disso
14:40não é esse acordo,
14:41essa troca de reféns,
14:42que acontece agora.
14:43Nós tivemos já cinco acordos de paz.
14:46Eu vou lembrar aqui o acordo de Oslo,
14:47de 93, assinado por Isaac Rabin
14:50e também por Yasser Arafat,
14:52que ganharam inclusive o prêmio Nobel da paz.
14:54O problema é que depois do acordo de Oslo,
14:56de paz,
14:57houve outros quatro acordos e frustrados,
15:00não cumpridos.
15:01Então o grande problema é o pós-acordo,
15:04é o que fazer daqui pra frente,
15:05aprender a conviver como irmãos.
15:07E aí é que mora o perigo,
15:09porque o Hamas já disse
15:10que não quer entregar as armas
15:11e não quer sair do governo.
15:13Esse vai ser o ponto X dessa costura.
15:16Veja, o Hamas há 20 anos
15:18doutrina a sua população em Gaza,
15:20alimenta esse ódio contra Israel,
15:22que é a eliminação do Estado de Israel
15:24e vai precisar de tempo
15:25pra essa situação ser acalmada.
15:27A população de Gaza
15:28não tem a mínima condição
15:30de criar um Estado democrático.
15:32Veja o que aconteceu com o Afeganistão.
15:34Dez anos de ocupação norte-americana.
15:37No dia seguinte da saída
15:38das tropas norte-americanas,
15:40o grupo terrorista talibã
15:41voltou com força total ao poder.
15:43Então é preciso, Paula,
15:44muita paciência,
15:45muita ajuda internacional
15:47que esse novo governo aí,
15:49por tecnocratas,
15:50ele possa ficar de forma perene
15:53e com tempo suficiente
15:55pra que possa devolver a paz em Gaza.
15:57Não é uma situação tão fácil.
15:59É motivo de alívio nesse momento,
16:01mas não é motivo de comemorar
16:02uma vitória a longo prazo.
16:04Paulo?
16:05Sem dúvida, né, Túlio?
16:07Porque a gente sabe,
16:09uma vez terrorista,
16:10o cara não vai,
16:11da noite pro dia,
16:12virar pintor, por exemplo.
16:13Ele vai permanecer
16:15na sua atividade principal,
16:16uma rearticulação.
16:18Evidentemente que toda essa ofensiva
16:20também vai servir aí,
16:22que foi realizada por Israel
16:23após os ataques,
16:24também vai servir
16:24pra essa articulação.
16:26É isso que você falou.
16:27Claro que estamos nesse momento agora,
16:29que precisa ser comemorado também
16:31pra esse fim dessa guerra,
16:32de toda a situação que vivemos aí
16:34nos últimos anos.
16:35Mas de qualquer forma,
16:36claro que o cenário,
16:38não é um cenário tão assim,
16:39pacificador assim, né?
16:41Pois é,
16:43esse é o grande problema.
16:44O problema é cultural,
16:46é fundamentalista.
16:47O Hamas quer no seu estatuto
16:49a eliminação do Estado de Israel.
16:52Então, enquanto o Hamas tiver células
16:54engajadas,
16:55células ali infiltradas em Gaza,
16:57é muito difícil ter uma paz duradoura.
16:59É preciso,
17:01da mesma forma que o Hamas
17:02doutrinou durante 20 anos
17:03aquela população,
17:04que haja 20 anos
17:05de regime democrático,
17:07institucional,
17:08com segurança internacional em Gaza,
17:11pra que seja possível
17:12um retorno à normalidade.
17:14Se houve esse tempo todo
17:15dessa cultura de guerra
17:17e de eliminação de Israel,
17:18é preciso um antídoto
17:20na mesma proporção, Marcelo.
17:21E esse é o problema,
17:23porque até quanto tempo
17:24os Estados Unidos
17:25vão aguentar,
17:26os organismos internacionais
17:27vão aguentar as pressões,
17:29as despesas
17:30de estar ali em Gaza?
17:32Veja de novo
17:32o que aconteceu com o Afeganistão.
17:34É uma história recente
17:35que a gente não pode repetir, Marcelo.
17:37Agora, Túlio,
17:39a reconstrução de Gaza
17:41também é um ponto
17:43ali do território
17:44pra ser discutido, né?
17:45Porque quando a gente
17:45observa as imagens,
17:47nós, aqui do Brasil,
17:48enfim, quem tá de fora também,
17:49observando as imagens de Gaza
17:50e principalmente quem tá lá,
17:51Gaza nesse momento,
17:52com perdão da palavra,
17:53não quero usar uma expressão
17:54muito chula,
17:55mas parece a Lua, né?
17:57Completamente destruída,
17:59cheia de buraco,
18:00bombardeada,
18:01vai precisar de muito investimento,
18:03muita ajuda internacional,
18:05muitas mãos ali
18:06pra conseguir reconstruir
18:07aquele território
18:08que não vai ser reconstruído
18:09da noite pro dia,
18:10de fato.
18:12Pois é, Paula,
18:13exatamente.
18:14Esse é o ponto,
18:15é preciso de ajuda internacional
18:16e de consistência
18:18e persistência.
18:19Veja,
18:20os países,
18:21eles trocam seus mandatários
18:22de tempo em tempo.
18:23Será que o próximo mandatário
18:25vai querer cumprir
18:26essa missão,
18:26essa dura missão
18:27de reconstruir
18:28uma terra arrasada
18:29como Gaza?
18:30e não é só reconstruir
18:32fisicamente,
18:32não é só reerguer
18:33os prédios,
18:34é também culturalmente,
18:36é militarmente,
18:37é uma presença constante
18:38ali durante grande
18:40espaço de tempo.
18:41Por isso que é um cenário
18:42muito difícil,
18:43é um cenário desafiador
18:44e pode ser aí sim
18:46uma grande virada de chave
18:47até mesmo para o
18:48multilateralismo mundial,
18:50para a própria ONU,
18:51que está tão enfraquecida.
18:53A ONU pode assumir
18:53o protagonismo agora
18:55e ser esse elo
18:56de ligação
18:57entre os diversos
18:58mandatários que vão passar
19:00pelos países-chave
19:01dessa reconstrução.
19:02A ONU pode,
19:03como um meio de ligação,
19:05como um meio de campo,
19:06fazer esse papel bem feito
19:08e retomar o multilateralismo
19:10do mundo.
19:10Da dificuldade pode surgir
19:12até a oportunidade,
19:13Paulo.
19:14Agora, Túlio,
19:15você acredita que,
19:16de fato,
19:16o Trump tomou
19:17a frente desse processo
19:19definitivamente,
19:20negociando com o Catar,
19:21com o Egito,
19:22com outras lideranças
19:23ali do Oriente Médio,
19:25até avançando
19:27muito mais
19:27que o Netanyahu
19:28para colocar fim
19:30nessa história?
19:32Com certeza,
19:33Marcelo.
19:33O Trump teve um papel
19:34fundamental,
19:35é de se elogiar realmente
19:36o papel dele.
19:38Como bem disse a Paula,
19:39o Netanyahu
19:40queria continuar
19:41e ir até o final
19:42com esse conflito,
19:42eliminar por completo
19:44o Hamas
19:44e acabar com a guerra
19:46na maneira mais beligerante
19:47possível,
19:48mas o Donald Trump
19:48apresentou um acordo
19:49de paz
19:49tecnicamente muito bem feito.
19:52Veja,
19:52ele propõe
19:53uma administração
19:54paritária em Gaza,
19:56com participação
19:57dos membros de Gaza,
19:58ele propõe uma reconstrução,
19:59ele propõe ajuda
20:00humanitária internacional,
20:02ele propõe investimento
20:03dos Estados Unidos
20:04ali em relação
20:05à segurança.
20:06Então,
20:06me parece um acordo
20:07bem proporcional,
20:09ele até permitiu
20:10que os próprios
20:11prisioneiros libertados
20:12voltassem com anistia
20:14às suas casas,
20:15às suas residências,
20:15sem serem incomodados.
20:17Então,
20:17é um acordo
20:18que o Hamas
20:18realmente deveria aceitar
20:20e por essas e por outras
20:21Trump tem sim
20:22um mérito
20:24nessa questão.
20:25E é curioso observar
20:26que ele não ganhou
20:26o Prêmio Nobel da Paz,
20:28muito embora
20:29Itzhak Rabin,
20:29que era o primeiro
20:30ministro de Israel,
20:31Yasser Arafat,
20:32o líder da Palestina,
20:34em 1993,
20:35depois do acordo
20:36de Oslo,
20:37conseguiram esse prêmio
20:38que Trump
20:39não conseguiu,
20:40muito embora
20:41fez um bom papel
20:42nesse caso,
20:43Marcelo.
20:44O Luca Bassani
20:45está com a gente também
20:46acompanhando tudo
20:46lá da Europa,
20:47acompanhando o discurso
20:48também,
20:49onde o presidente
20:49Donald Trump
20:50deve discursar
20:51a qualquer momento
20:52para falar sobre
20:52a libertação
20:53dos últimos reféns
20:54em gás,
20:55o presidente Donald Trump
20:56que teve um papel tático
20:57durante essa guerra,
20:59Luca.
20:59Eu quero utilizar
21:00uma palavra aqui
21:01do Túlio,
21:02que ele falou com a gente,
21:02que a gente está
21:03numa grande conversa
21:04aqui no Jornal da Manhã
21:04de hoje,
21:05analisando aí
21:06todos esses pontos
21:07desse acordo
21:08entre Israel e Hamas.
21:09Eu quero falar com você,
21:10Luca,
21:11uma frase que o Túlio
21:12mencionou agora,
21:13que o pós-acordo
21:14é o problema,
21:15né?
21:16Já que o Hamas
21:17disse que ele
21:18não quer entregar as armas
21:19e não quer sair
21:20do governo.
21:22O Luca,
21:22se o Hamas
21:23ele se recusa
21:23a entregar as armas
21:24nesse momento,
21:25esse cessar-fogo
21:27tem uma questão aí
21:29de virar apenas
21:30uma pausa?
21:32Não só o cessar-fogo,
21:34ele é temporário,
21:35mas a ocupação
21:36israelense também.
21:37É bom a gente
21:38lembrar que no ponto,
21:40no plano de 21 pontos
21:41do presidente
21:42Donald Trump,
21:43a retirada
21:44das tropas
21:44israelenses
21:45acontece em
21:46três momentos
21:47diferentes.
21:47O primeiro passo
21:49já foi feito,
21:50enquanto a libertação
21:52dos reféns,
21:53libertação
21:54de prisioneiros
21:54palestinos,
21:55um certo perímetro
21:57ele é ocupado
21:58pelo exército
22:00de Israel.
22:01Para que eles
22:02possam fazer
22:02os outros dois
22:04movimentos
22:04até a retirada
22:05definitiva,
22:06isso envolve
22:07a entrega das armas
22:08por parte do Hamas,
22:10o início
22:10deste governo
22:11tecnocrata
22:12e o início
22:13das reconstruções.
22:14Então,
22:14por mais que
22:15possa significar
22:17o fim
22:18do cessar-fogo
22:19a permanência
22:20do Hamas
22:20ou a retomada
22:21da guerra,
22:21algo que ninguém
22:22quer nesse momento,
22:23também pode significar
22:24a continuação
22:26da ocupação
22:26israelense
22:27neste território
22:29que,
22:30obviamente,
22:31é um território
22:31palestino.
22:33Então,
22:33acredito que
22:34aquilo que o Túlio
22:35mencionou
22:35é aquilo que
22:37acaba sendo
22:38um ponto
22:39de maior
22:39preocupação
22:40de todos
22:40os mediadores
22:41que vão
22:42voltar a se
22:43encontrar,
22:43seja no Egito,
22:44seja no Catar,
22:45durante esta
22:46semana,
22:47para convencer
22:48o Hamas
22:49a entregar
22:50todas as suas
22:51armas e
22:51abandonar
22:52as suas
22:52posições.
22:53O plano
22:54de Donald Trump
22:55também contempla
22:56que,
22:56uma vez que
22:57o Hamas
22:58abandone
22:58a luta
22:59armada,
23:00os seus atos
23:01terroristas,
23:01toda a sua
23:02estrutura militar,
23:03os seus túneis,
23:04o seu arsenal,
23:05serão destruídos
23:06para não dar
23:07nenhum tipo
23:08de possibilidade
23:09de retorno
23:09às atividades
23:10terroristas,
23:11às atividades
23:12de guerrilha
23:13que eles realizaram
23:15ao longo
23:15de quase 20 anos.
23:17Exatamente por isso
23:18que eu acredito
23:19pessoalmente
23:20que não será fácil
23:21que essa segunda fase
23:23de implementação
23:24demorará mais tempo
23:26do que a primeira fase
23:27e agora a posição
23:28do Hamas
23:29é muito mais difícil,
23:30porque até o presente
23:31momento,
23:32até hoje pela manhã,
23:33eles tinham uma
23:34poderosa moeda
23:36de troca.
23:37Mais de 20
23:38reféns vivos
23:39em sua custódia,
23:40algo que os
23:41israelenses,
23:42que os americanos
23:43queriam que fossem
23:44libertos,
23:45queriam que pudessem
23:46retornar às suas
23:47casas.
23:48A partir de agora,
23:49não há mais nada
23:50em suas mãos
23:50que os israelenses
23:51queiram.
23:52Então,
23:52ter algum tipo
23:54de justificativa
23:55para que não haja
23:56um ataque
23:57é apenas cumprir
23:58de maneira
23:59rigorosa
24:00tudo aquilo
24:01que foi estabelecido
24:02por Donald Trump
24:03em seus 21 pontos.
24:04Nós sabemos
24:05que negociar
24:05com terroristas
24:06é sempre
24:07muito difícil.
24:08Os Estados Unidos
24:08não adotaram
24:09essa postura
24:10anteriormente.
24:11Eles dizem
24:11que com terroristas
24:12não se negociam,
24:13mas aparentemente
24:14abriram uma exceção.
24:17Os países
24:17do Oriente Médio
24:19também são
24:20garantidores
24:21do cumprimento
24:23do Hamas
24:23neste aspecto.
24:24O Catar,
24:25principalmente,
24:26que tem grande
24:26interlocução.
24:27A Turquia,
24:27que até mesmo
24:28recebe em seu território
24:29parte dos membros
24:31do Hamas,
24:31também garante
24:32que tudo
24:33será cumprido,
24:34mas a promessa
24:36e a concretização
24:37são duas coisas
24:38bem diferentes
24:39e só acompanhando
24:41os próximos passos
24:42que nós saberemos
24:43o que de fato
24:43acontecerá.
24:45E, Luca,
24:45aquele atentado
24:46no Catar,
24:47havia uma reunião
24:49de líderes
24:50justamente do Hamas
24:51para chegar
24:52no acordo
24:53e houve aquele ataque.
24:54Netanyahu
24:55foi lá para a Casa Branca
24:56e Trump
24:57obrigou,
24:58ele foi registrado
24:59isso,
25:00houve uma ligação
25:01lá para o Catar,
25:02para o Emir do Catar
25:03e aí,
25:04ele pediu desculpas
25:06formal,
25:06foi feito ali
25:07para que não atrapalhasse
25:08o momento que nós
25:09estamos vivenciando
25:10hoje,
25:11aqui daqui a pouco
25:11Trump vai falar
25:12então no parlamento
25:13lá de Israel.
25:15Qual que foi o papel
25:16tático aí,
25:16até Paulo usou essa palavra
25:17e de fato é mesmo,
25:19tático aí do Catar
25:20e também agora,
25:21também do Egito?
25:24Olha,
25:24Marcelo,
25:25é importante a gente
25:26trazer que o Catar
25:27é um país
25:28que é pequeno
25:29em seu território,
25:30mas que tem
25:31um grande desejo
25:32de projeção
25:33de poder regional.
25:34Considerando
25:35a Arábia Saudita
25:36que já é um grande
25:37poder regional
25:38dentre as grandes
25:39monarquias do Golfo,
25:41o Catar também
25:41tem este ímpeto
25:43e ele acaba
25:44sendo até mais
25:45flexível
25:46do que a Arábia Saudita
25:47porque ele dialoga
25:48com o Irã,
25:49ele dialoga
25:49com esses grupos
25:50terroristas
25:51financiados pelo Irã
25:52e consegue fazer
25:54uma espécie
25:54de papel
25:55de agente duplo,
25:56falando tanto
25:56com o Ocidente
25:57como também
25:58com esses grupos
25:59mais radicais
26:00do Oriente Médio.
26:02Nesse sentido,
26:03eles acabam também
26:04abrigando a maior
26:05base militar
26:06norte-americana
26:07no Oriente Médio.
26:08Mais de 13 mil
26:09soldados norte-americanos
26:10vivem no Catar,
26:11atuam lá,
26:12numa das principais bases
26:13e por isso que Donald Trump
26:14se sentiu pessoalmente
26:15ofendido
26:16pelo ataque
26:17dos israelenses
26:19porque poderia
26:20comprometer
26:20a sua
26:21grande amizade
26:23com os catares
26:24que não só
26:25estão numa posição
26:26estratégica,
26:27mas também
26:27abrigam muitos
26:28dos soldados
26:28norte-americanos.
26:29Então,
26:30aquele momento
26:30foi de grande
26:31preocupação
26:32de que tudo
26:32poderia ir
26:33por água abaixo,
26:34afinal,
26:35segundo relatos,
26:36os israelenses
26:37avisaram os Estados Unidos
26:39apenas poucos minutos
26:40antes de
26:41realizarem o ataque,
26:43mas,
26:44por aquilo que
26:45vemos hoje,
26:46não foi suficiente
26:47para inviabilizar
26:48um acordo
26:49de cessar fogo,
26:50afinal,
26:51o Catar acabou
26:52meio que engolindo
26:53o seu orgulho,
26:54ficou muito insatisfeito,
26:55até muitos acreditavam
26:56que poderia
26:56retalhar,
26:57mas com a posição
26:58de amizade
26:59que tem com os
27:00norte-americanos
27:00preferiram não
27:01ir por esse caminho
27:02e continuar
27:03construindo
27:04toda essa relação
27:05pela via
27:06diplomática.
27:07Agora,
27:08em relação
27:08ao Egito,
27:09a questão é
27:10bem diferente,
27:11afinal,
27:11o Egito
27:11lutou contra Israel
27:13em vários momentos,
27:15seja na Guerra
27:15de 48,
27:16Guerra dos Seis Dias,
27:17Guerra do Yom Kippur,
27:18teve questões
27:19territoriais,
27:20lembrando que Israel
27:20dominou a Península
27:22do Sinai,
27:23depois devolveu
27:24aqueles acordos
27:25feitos por
27:25Menahin Beguin,
27:26por Anwar Sadat,
27:28isso na época
27:29do presidente
27:29Jimmy Carter,
27:30então o Egito
27:31tem uma posição
27:32mais estratégica
27:33que faz fronteira
27:34com Gaza,
27:34diferente do Catar
27:35que é apenas
27:36um emissário
27:37diplomático,
27:37o Egito
27:38de fato
27:38quer que isso
27:39seja pacificado
27:40para que não
27:40respingue
27:41no seu território.
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