Em entrevista exclusiva ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, a ex-ministra do Meio Ambiente e co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU, Izabella Teixeira, falou com Fernanda Câmara sobre as expectativas para a COP30, em Belém. Ela destacou o papel do Brasil na agenda global e a urgência de ações climáticas efetivas.
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NotíciasTranscrição
00:00Faltam um mês para a COP30 em Belém, quando o Brasil vai ficar no centro das discussões climáticas.
00:12Isabela Teixeira, que é co-presidente do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU e também ex-ministra do Meio Ambiente aqui do Brasil,
00:20é uma das principais vozes brasileiras na agenda global do clima.
00:23A repórter Fernanda Câmara está ao vivo com a ex-ministra, que antecipa as expectativas e os desafios para a cúpula do clima em Belém.
00:32Bom dia para você, Fernanda. Bom dia, ministra. Seja muito bem-vindo aqui ao Real Time.
00:38Bom dia, ministra, que o Marcelo já falou aí para a gente, a ex-ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira,
00:47que está aqui, então, ao nosso lado, há um mês, né, para a COP30.
00:53Nós vamos falar sobre as propostas, sobre os desafios da cúpula do meio ambiente,
00:58que será realizada em novembro, então, em Belém do Pará.
01:02Primeiramente, muito obrigada por você, assim como ela prefere ser chamada.
01:07Obrigada por ter aceitado o nosso convite para a entrevista.
01:10E eu já quero saber quais as expectativas para a COP30 em relação ao compromisso dos países com as metas climáticas.
01:19Bom, primeiro, bom dia a todos novamente. Sejam bem-vindos aqui em casa.
01:23Não foi o jeito de a gente conciliar essa agenda, Marcelo.
01:25Obrigada.
01:25Obrigada pelo convite.
01:27Bom, eu acho que nós temos que considerar algumas coisas importantes.
01:31E isso não significa ter um olhar pessimista, não tem um olhar pragmático.
01:35Nós temos que entender que a maior conferência diplomática do mundo vai acontecer no Brasil
01:39num momento em que nós já experimentamos os efeitos da crise climática no nosso dia a dia.
01:47É a primeira COP que acontece com a natureza já tendo mudado, um grau e meio,
01:52superada a barreira de um grau e meio, que é a barreira mais recomendada.
01:57Nós temos pouquíssimas alterações do nosso jeito de viver, como se produz, como se gera vida no planeta.
02:02E ano passado, nós rompemos todos os meses essa barreira de aquecimento médio no planeta.
02:08Significa que a natureza mudou.
02:09Então, nós vamos fazer uma conferência com os eventos extremos cada vez mais frequentes,
02:13com magnitude mais expressiva, indicando o seguinte, o debate sobre a proteção climática
02:19é mais sobre o que vai acontecer no futuro, mas sobre o que está acontecendo no presente.
02:22Essa primeira observação, isso dá uma complexidade no entendimento das pessoas
02:28que precisamos acelerar as soluções climáticas e não só lidar com a diplomacia climática.
02:33E por essa razão, aí, o segundo aspecto que eu quero chamar a atenção,
02:37que o presidente da COP, o embaixador por outro lado, o Brasil preside a COP.
02:41O embaixador com o presidente da COP tem que cuidar dos interesses do mundo sobre essa ajuda,
02:45não só os interesses do Brasil.
02:47Isso é extremamente importante se observar.
02:50Então, ele lançou um desafio com o presidente da COP,
02:52que além do braço diplomático das negociações, que ainda estão em curso em alguns temas,
02:58nós teríamos um novo braço, que é o braço da agenda de ação.
03:03Nós temos que, com base nas decisões já tomadas pelos países,
03:07o Brasil lança o desafio de acelerarmos a implementação de ações
03:12e, por essa razão, essa COP vai ser chamada a COP da implementação.
03:17O mundo, o terceiro aspecto, é, então vamos agir.
03:20Agir significa trazer não só os países, o setor privado,
03:24trazer o setor financeiro, trazer a sociedade civil,
03:27o que a gente chama no jargão das Nações Unidas,
03:30os países, os membros não governam.
03:33Então, vão ter outros atores na sala, outros adultos na sala,
03:37discutindo como avançar a implementação dessa agenda.
03:40O que aumentam os desafios?
03:42Aumentam os desafios tremendamente.
03:44Na governança climática, as Nações Unidas,
03:46o desenho de governança é voltado para os países, para os governos.
03:52Então, nós vamos trazer outros atores.
03:53É uma dinâmica nova de como é que você vai conciliar uma visão de ambição dos países.
03:58E aí, o seu ponto, a sua questão é importante.
04:01Nós temos uma certa, eu chamaria, na minha perspectiva,
04:05uma frustração em torno da ambição de corte de missões globais,
04:11que os países se comprometeram 10 anos depois do Acordo de Paris
04:15em tracionarem essa ambição para os próximos 10 anos.
04:18O Brasil tem uma indeseira ambiciosa,
04:21mas você tem países muito tímidos na sua ambição.
04:24E países que sequer apresentaram aí.
04:26Então, você vai ter aí também uma nova atenção,
04:29um novo momento, um momento do mundo,
04:31um momento disruptivo, um mundo do sistema multipolar,
04:35não mais na crise do sistema internacional,
04:38do sistema de recuperação internacional.
04:39A Copa já está acontecendo nesse contexto.
04:42E aí, é importante entender por que o mundo está mais satisfeito
04:48do fato de ser no Brasil.
04:50Exatamente porque o Brasil é um país que tem capacidade de diálogo com o mundo,
04:53de construir soluções com o mundo,
04:55de buscar uma interlocução não só diplomática,
04:58mas buscar uma interlocução política junto ao setor privado,
05:01junto ao setor financeiro, esses novos atores
05:03sobre a sofisticação da ciência climática que nós temos no Brasil.
05:06Por isso que o Brasil terá muitas oportunidades, então,
05:09nessa cúpula do meio ambiente.
05:10O Brasil tem oportunidades, mas o Brasil, antes de tudo,
05:13tem um grande desafio de reconstruir a confiança da comunidade internacional
05:19na agenda climática.
05:21Então, qual seria o principal papel do Brasil?
05:24Eu acho que o Brasil tem três grandes papéis.
05:26A primeira coisa é dizer, reafirmar o nosso compromisso em torno da questão de Paris,
05:31em torno do sistema multilateral,
05:33mas reconhecendo a necessidade de mudar.
05:36Isso é o que eu chamo de reconstruir confiança.
05:38Não adianta ficar falando, temos que fortalecer, temos que fortalecer,
05:42sem reconhecer a necessidade de mudar.
05:44De 80 anos depois da segunda guerra do sistema multilateral das Nações Unidas,
05:48nós não podemos lidar com os problemas globais
05:50sem ter uma ONU, um novo sistema de cooperação multilateral funcionando.
05:54Isso dá trabalho de se construir.
05:56Então, é preciso reconhecer.
05:57Olha, temos uma transição também no sistema de cooperação internacional,
06:01mas isso não quer dizer que vamos reduzir ou deixar de lado a importância da agenda
06:07de temas globais, como a questão climática, como a questão dos direitos humanos,
06:11como a questão que envolve, por exemplo, a proteção da biodiversidade.
06:14Esse é o primeiro aspecto.
06:16O segundo aspecto é entender como que a sociedade vê o tema
06:21e enxerga o tema vivenciando isso.
06:24É um tema complexo do ponto de vista político,
06:26é um tema complexo do ponto de vista informático,
06:28é um tema complexo do ponto de vista climático,
06:32da ciência climática, da ciência,
06:34mas ele é um tema que está no dia a dia das pessoas.
06:36Então, eu tenho que ter uma nova capacidade de comunicar,
06:39eu tenho que ter uma nova capacidade de mobilizar.
06:41Eu não posso mobilizar pelo fim do mundo.
06:43Eu tenho que mobilizar pela capacidade dos desafios,
06:46de prover soluções e passo a passo também sermos residentes
06:50e ter o caminho de juntar a mitigação com a adaptação.
06:55Porque o Dona Maria e o Seu Pedro, quando tem um evento extremo,
06:58tem uma chuva forte em São Paulo, fora do padrão,
07:01eles sabem que aquilo ali tem algo mudando a natureza.
07:03E até porque a questão climática, ela não é estritamente ambiental, né?
07:07Não, a questão climática, esse é o terceiro ponto que eu quero chamar aqui.
07:10É preciso que a presença da Copa seja bem-sucedida
07:14em mostrar para o mundo que a questão climática impacta o desenvolvimento.
07:19Ela é uma questão sobre desenvolvimento.
07:21Substituir combustíveis fósseis por energias renováveis
07:24é falar de desenvolvimento.
07:26E é falar de poder político no mundo.
07:28Você substituir e ir para soluções climáticas,
07:31onde você é fortemente dependente do mundo digital tecnológico,
07:35as tecnologias, significa que você é fortemente dependente
07:38dos recursos naturais e dos materiais.
07:39Então, você tem que entender como é que você vai trocar
07:42uma matriz energética do mundo, baseada em combustíveis fósseis,
07:46há mais de 100 anos, que modela a economia do mundo
07:50e trabalhar isso a perspectiva das novas economias,
07:53das novas relações políticas, das novas relações geopolíticas,
07:55das novas relações de cooperação internacional,
07:57o comércio internacional e a capacidade da sociedade, dos municípios.
08:02Nós, nós sermos mais resilientes, estamos mais preparados
08:05com o mundo que se anuncia.
08:06Então, a COP, o desafio do Brasil é mostrar que essa agenda mudou.
08:12Não é só o mundo que mudou, não é só o sistema internacional que mudou,
08:15não é só a natureza que está mudando.
08:17A agenda mudou, o engajamento, a agenda mudou.
08:20Então, se eu tenho um setor privado vindo para o debate,
08:23o empresário brasileiro, ele não vai se relacionar com o mundo
08:25só pela questão do comércio, ele vai se relacionar com um autor político.
08:29Ele vai ter que entender os interesses do seu país
08:31e entender como é que esse país poderá retomar algo que está deixando de estar no mundo,
08:37que é a ideia de futuro próspero.
08:39Nós estamos perdendo a capacidade de desejar prosperidade.
08:42Isso não pode, porque nós temos que...
08:44É um desafio de desenvolvimento, temos caminhos, temos saídas,
08:48temos perspectivas, podemos fazê-lo e podemos exercer a solidariedade.
08:52Agora, isso dá trabalho, não tem nada pronto, a natureza não está entregando nada pronto.
08:57É estranho a pergunta, é um desafio viabilizado disso, né?
09:00Não tem long range food.
09:01As pessoas me falam, eu falo, a gente tem muito trabalho.
09:03Eu não sei um país, o Brasil não é um país altamente competitivo na agricultura,
09:08um dos maiores produtores de alimento, como se isso tivesse dado.
09:11Tem 40, 50 anos de trabalho, de trabalho intenso,
09:15do setor privado, da ciência, do governo, das políticas públicas, dos mercados.
09:19Então, para a gente ir avançar para uma economia de baixo carbono,
09:24tem um trabalho intenso a ser feito, de regulação, de lidar com o risco climático,
09:29de entender os modelos de negócio, quem perde, quem ganha, e não achar que está pronto.
09:34Então, acho que se o Brasil, que é um país que pode ser provedor de soluções,
09:38e é porque nós temos alternativas, de sair na agenda de energia, na agenda de agricultura,
09:43na agenda de enfrentar desmatamento, de lidar com restauração,
09:46esse país de minerais, esse país precisa tomar decisões sobre o seu futuro.
09:51O Brasil precisa, para mim, o grande resultado dessa cópia,
09:54se o Brasil e o mundo entenderem que nós temos que ter o futuro como grande aliado,
10:00e não mais um passado pressionado.
10:03Então, nós temos que chegar e falar assim, vamos por onde?
10:06E vamos trabalhar duramente, sem ter retrocesso,
10:09entendendo que tem transição.
10:10E transição significa fazer escolhas no curto prazo e parar com essa história,
10:15porque o Brasil produz petróleo e não vai descarbonizar a economia, pelo amor de Deus.
10:19Entendeu?
10:19Tem que ter uma inteligência estratégica sobre isso,
10:22para que esse país tenha papel no mundo, um papel solidário e próximo.
10:25Isabela, eu vou abrir aqui a nossa conversa,
10:28vou chamar aqui o Marcelo Torres para participar conosco,
10:32eu vi aqui que o nosso áudio abriu.
10:34Eu entendo que você queira também participar aqui da nossa conversa com perguntas, né, Marcelo?
10:39Então, nós estamos aqui ouvindo você.
10:42Ministra, ao longo de toda a preparação para a COP30,
10:45a gente ouviu muitas dúvidas e muitas críticas em relação à escolha de Belém para ser a sede.
10:50E agora, parece que finalmente a cidade está conseguindo entregar o que ela prometeu.
10:55Essa avaliação minha está sendo muito otimista,
10:57ou a senhora acha que é isso mesmo?
11:02Oi, Marcelo, tudo bem?
11:03Eu acho que é um desafio enorme fazer uma COP na Amazônia,
11:08como é um desafio enorme lidar com a mudança climática.
11:11Eu acho que o Brasil aposta em trazer uma reunião,
11:15como eu disse, a maior conferência do mundo para a Amazônia,
11:18para que as pessoas tenham dimensão também do desafio que é lidar com a segurança climática
11:23a partir da proteção daquela floresta tropical e das outras florestas tropicais,
11:27como o Congo e o Mekongi, na Indonésia.
11:30Então, é complexo.
11:31Eu acho que não é só pela questão do mundo, Marcelo,
11:34a questão dos brasileiros.
11:35Os brasileiros não irão, não poderão ir estar na COP,
11:38porque é caro, porque é distante.
11:39Antes da COP, não é uma questão só da COP.
11:41É caro ir para a Amazônia.
11:43Mas é importante, e eu tenho lançado esse desafio,
11:45que a gente, durante a COP,
11:47eu bem uso a ideia, a COP 30 também aqui.
11:50Nós temos que debater a questão climática no Brasil.
11:53A dona Maria, na Associação de Moradores, tem que sentar e discutir o que está acontecendo.
11:57E o mundo tem que saber esse engajamento.
11:59Não é pela tragédia, não é pelo medo.
12:01É pela capacidade de, na Amazônia, não ter segurança climática no planeta sem a Amazônia de pé.
12:07Esse é o papel de uma grande responsabilidade dos brasileiros.
12:10Esse é o papel de...
12:11Agora, os brasileiros precisam entender o que é a Amazônia para o Brasil.
12:14Nós não temos um conceito nacional sobre a Amazônia.
12:16Nós temos que ter uma pactuação dos brasileiros.
12:18Nós estamos sendo coniventes com o desmatamento que está lá há 40 anos.
12:21Como é que a gente é conivente com o crime,
12:23numa pedra, numa floresta, que é a nossa riqueza?
12:26Então, o Brasil precisa cuidar do Brasil.
12:28Eu acho que fazer na Amazônia pode ser também,
12:30com a gente, um alerta, um encarpe palco dos brasileiros
12:33entenderem o seu papel, a sua relação com o seu país,
12:36com a sua natureza, um país que é abundante, um país importante.
12:39Agora, um país que tem desperdício,
12:41tem um descuido com as coisas,
12:43que eu falo assim, gente, o que é isso?
12:44Que retrocesso é esse que a gente topa?
12:46Eu tenho, durante a minha gestão,
12:48as minhas menores taxas de desmatamento da história.
12:49Por que o brasileiro topou o aumento de desmatamento na Amazônia
12:53que 95% estão associados ao crime organizado, à ilegalidade?
12:57Nós temos que reagirmos como sociedade para falar assim,
13:01não, nós queremos escolher desenvolvimento.
13:03Agora, não tem como fazer também bioeconomia na Amazônia,
13:06que é importante, a economia a partir da natureza,
13:09sem discutir infraestrutura e logística,
13:10sem discutir acesso, escola, segurança,
13:13para os 28 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia.
13:15Olha, se eu posso ter estrada, se eu posso ter porto,
13:18se eu posso ter aeroporto,
13:19por que eu não posso, que eu posso ter ferrovia,
13:21por que eu não posso ter uma discussão estratégica
13:23de como é que eu vou fazer infraestrutura e logística na Amazônia,
13:25que sofre o risco climático,
13:27os rios estão secando e a hidrovia fica prejudicada.
13:30Então, como é que é o debate sobre a Amazônia,
13:32como é que é o debate sobre o Brasil?
13:33Debater a Amazônia é debater o Brasil,
13:36tendo sim o futuro como aliado.
13:38Então, nós temos que parar com essas polarizações,
13:40esses disputos, respeito aos povos tradicionais,
13:43respeito aos povos originários,
13:46mas entendendo qual é a agenda deles,
13:48o que eles demandam, como é que eles vão trabalhar,
13:50como é que eles vão cuidar dos seus territórios,
13:52vão cuidar do Brasil.
13:54Então, eu acho que tem que acabar com a polarização,
13:56um bando de gente que gosta de viver politicamente do problema,
13:59e eu acho que essa é a provocação que a COP vai trazer,
14:01vamos lidar com soluções.
14:03Isso significa rearrumar salas de arenas políticas de diálogo
14:08e sair dessa polarização de que não pode.
14:10O Brasil tem que poder ser um país mais justo,
14:13tem que poder ser um país de baixo carbono,
14:15faz bem para o Brasil a eletrificação,
14:17faz bem para o Brasil a descarbonização das cadeias positivas,
14:19faz bem para o Brasil conservar a sua natureza.
14:22Agora, não pode ser um debate fechado,
14:25não pode ser um debate que todo mundo é dono da verdade.
14:28A verdade terá que ser construída pelos brasileiros.
14:30Os brasileiros é que têm que ter consciência disso.
14:32E para isso, eles devem ser bem informados.
14:35Os dados científicos devem estar disponíveis.
14:36As métricas para dizer como é que a agricultura absorve carbono
14:40e ser reconhecida internacionalmente.
14:42Portanto, está na hora do brasileiro cuidar do Brasil
14:44e o Brasil, por isso, poder cuidar um pouco do mundo.
14:47O mundo novo, o mundo descarbonizado, passa pelo Brasil.
14:50Agora, o Brasil precisa querer entender que o mundo é esse que vem
14:53e não achar que nós estamos fora do jogo.
14:55Agora, não é somos o maior, somos o melhor.
14:57Nós podemos contribuir.
14:59Como nós vamos contribuir?
15:00Como nós temos que trabalhar e entender que quando um Congresso Nacional
15:03faz uma regulação sobre uma lei de combustíveis sócios,
15:08de combustíveis renováveis, como o etanol, etc.,
15:11isso vai impactar a nossa economia daqui para frente.
15:13Novas escolhas serão feitas e o brasileiro precisa se preparar
15:16para fazer as escolhas e não ficar reativos.
15:18Mas a senhora está otimista.
15:20Eu sou uma pessoa otimista e pragmática.
15:22Eu sempre fui.
15:23Se você me...
15:24Vamos discutir com base na realidade, eu sou de otimismo.
15:27Se você virar para mim, vamos discutir em cima do que é fake
15:31ou do que é polarizado, do que é o problema,
15:34eu vou falar, olha, sinto muito, eu vou para a realidade
15:36porque eu quero construir com base na realidade.
15:38Quem conhece a minha trajetória sabe o que eu construí na minha realidade.
15:41Fui, inclusive, criticado por muitos.
15:42Muitos que hoje defendem o que foi feito.
15:44Então, está na hora da gente lidar com a questão climática.
15:47Ela é real, ela é uma questão de desenvolvimento,
15:49ela é uma questão geopolítica, é uma questão geoeconômica.
15:52Ela dialoga com esse mundo digital novo,
15:55ela dialoga com esse mundo do poder político, da geopolítica.
15:57Eu não tenho uma indústria de defesa,
15:59não tenho um exército que não vai usar recursos naturais,
16:02minerais críticos, etc., para poder estar na nova realidade do mundo.
16:06E eu não tenho soluções de clima sem a natureza.
16:09A natureza é a grande aliada.
16:10O Brasil detém reservas estratégicas de recursos naturais,
16:13entra para a mesa a discussão que eu tenho colocado
16:15de transição de uso de recursos naturais, além da transição energética.
16:19Como é que nós vamos fazer escolhas?
16:20Quais são as parcerias?
16:21Então, eu sou otimista, se nós não precisamos trabalhar.
16:23Sou pragmática, porque tem muito trabalho para ser feito,
16:25não está nada pronto no mundo.
16:28É uma transição de mundo, é uma mudança de mundo.
16:30Agora, quem gosta de ficar na polarização,
16:32quem quiser cuidar do tema polarizando,
16:34eu estou certa, eu estou errada,
16:35aí eu vou ser não pessimista.
16:37Eu sou pessimista em relação a uma coisa,
16:40ao brutalismo que está no mundo hoje,
16:42no mundo político internacional.
16:44E o Brasil tem condições de conduzir isso,
16:46entendendo não só o que acontecerá em Belém,
16:48mas o pós-Belém.
16:50É importante que o brasileiro esteja concorrentido com o dia seguinte.
16:54Belém não é um evento.
16:55Belém vai iniciar um novo processo no mundo,
16:59um pontapé para que a gente olhe para a nossa realidade
17:01e tome novas decisões importantes
17:03sobre o presente e sobre o futuro desse país.
17:06E que possa influenciar os outros países também,
17:08com essa experiência toda que tem.
17:10Exatamente, filiando a das arenas de cooperação,
17:12entender como é que nós vamos querer estar presentes no mundo
17:16e não achar que nós somos líderes.
17:19Líderes são escolhidos.
17:20E para isso a gente precisa que a sociedade escolha
17:22e é preciso que o mundo escolha.
17:24O Brasil é um país que tem condições de contribuir mais?
17:26Tem.
17:27O Brasil tem uma sofisticada diplomacia?
17:29Tem.
17:30Climática, especial.
17:31O Brasil tem um povo incrível?
17:33Tem.
17:33Por que o Brasil está demorando tanto a dar certo?
17:37Tem que diminuir as confianças
17:38e entender que não é um país do futuro.
17:41É um país melhor no futuro.
17:43Um país mais próspero.
17:45Um país menos vulnerável às crises do mundo.
17:47Então, um país que vivemos com paz
17:48há mais de 150 anos com os nossos vizinhos.
17:50Um país que vivemos em uma região do mundo
17:52que não tem arma nuclear.
17:54Gente, isso vale muito.
17:56Quando você vai para o mundo,
17:57ou que você,
17:57se for na Ucrânia,
17:58você vai ver o que está acontecendo na África, etc.
18:01É real.
18:02Como é que os africanos querem discutir a questão de climática?
18:05Como é que você quer discutir a eletrificação de carro
18:08quando eu tenho mais de 45% de população na África
18:11sem acesso à energia?
18:12É real.
18:13Isso é um problema real.
18:14Como é que eu vou viabilizar
18:15que todos possam ter uma inclusão climática mais justa?
18:19Tudo está interligado, né?
18:21Tudo está interligado.
18:21Por isso que é uma agenda de desenvolvimento,
18:23é uma agenda sobre prosperidade ou não,
18:24é uma agenda de um rebalanceamento
18:26de alocação de poder político e econômico
18:28entre países e tecnológicos
18:29e entender que o mundo lá fora,
18:32o mundo,
18:33é um mundo que está trilhando para outros caminhos, entendeu?
18:35Então, para mim,
18:36é uma grande oportunidade para o Brasil cuidar do Brasil
18:38e cuidar do mundo também.
18:40Está certo.
18:40Eu agradeço muito a entrevista,
18:43agradeço muito a sua disponibilidade.
18:45Muito obrigada, então.
18:46Obrigada e nos vemos em Belém, né?
18:47E depois no pós-Belém.
18:49Muito obrigada.
18:50A gente vai ter...
18:51Muito obrigada.
18:52A gente vai ter ainda muita conversa, né?
18:54Muitos desafios pela frente,
18:55porque está todo mundo envolvido.
18:56Muitíssimo obrigada, viu?
18:57Obrigada.
18:58Pela sua disponibilidade.
18:59Obrigada.
18:59A gente está aqui atrás.
19:00O nosso cinegrafista.
19:02Então, eu me despeço.
19:03Despeço também de você,
19:05Marcela Torres.
19:05Muito obrigada.
19:07E a gente continua aí
19:08com a nossa audiência no Real Time.
19:10Obrigado a você, Fernanda,
19:11e também a ex-ministra Isabela Teixeira
19:13por esse tempo que ela dedicou aqui
19:14para falar com a gente.
19:15Obrigada.
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