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O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, detalha em uma entrevista histórica a Dávila a "trajetória incrível" de 50 anos que transformou o Brasil de um país que importava 30% de sua comida em um dos maiores exportadores do planeta. Ele revela como a criação da Embrapa e a "tropicalização" da tecnologia foram as chaves para essa revolução.

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Transcrição
00:00A agricultura e a pecuária brasileira são bons exemplos do Brasil que dá certo.
00:15O empreendedorismo no campo, a competição internacional, o desenvolvimento de tecnologia e inovação aplicado à agricultura de precisão e a melhoria genética.
00:25E também a constância do investimento público em instituições de pesquisa de ponta, como a Embrapa,
00:33permitiram que o agronegócio tivesse um extraordinário ganho de produtividade de mais de mil por cento nos últimos 40 anos.
00:42Para se ter uma ideia, no mesmo período, o ganho de produtividade da indústria brasileira foi abaixo de 20%.
00:50Mas o grande desafio do agronegócio é conciliar a sua extraordinária produtividade com sustentabilidade.
00:59Além de contribuir com a preservação de matas naturais e cerrados, que podem englobar de 25% da área total da propriedade até 80% no caso da região da floresta amazônica.
01:12A agricultura e a pecuária vêm avançando em outras frentes.
01:16Por exemplo, a adoção de biofertilizantes, a redução da emissão do gás metano na pecuária e a rastreabilidade de produtos do campo.
01:27Essas são algumas inovações de impacto que permitem o Brasil conciliar produtividade e sustentabilidade.
01:35E o ex-ministro da Agricultura e professor e engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues viveu, testemunhou e colaborou para essa revolução do agronegócio brasileiro.
01:48É possível o Brasil continuar sendo a superpotência global do agronegócio e conciliar a sua competitividade e produtividade com os desafios da sustentabilidade?
01:57Esse é o tema da minha conversa hoje com o Roberto Rodrigues, ministro e bem-vindo ao nosso programa.
02:07Um prazer grande estar com você aqui, Dávila.
02:08É um grande prazer estar aqui na entrevista com o Dávila.
02:11Ministro, o senhor viu essa enorme transformação da agricultura?
02:16Um país que importava alimentos para hoje ser um dos maiores exportadores de alimento e responsável para sustentar mais de um bilhão de pessoas no mundo.
02:24Isso em 50 anos.
02:26Isso em 50 anos, né?
02:28Há 50 anos atrás, o Brasil importava 30% da comida que consumimos aqui no país.
02:3330%!
02:34Não é?
02:34Hoje exportamos para 195 países.
02:36E coisas básicas como milho, feijão, tudo, nós importávamos tudo naquela época.
02:42Agora, essa revolução começa quando?
02:48Na verdade, durante o período do regime militar, que havia uma visão estratégica, o Brasil tinha um vazio econômico, populacional,
02:56que era o centro-oeste.
02:57Sim.
02:57Era o cerrado brasileiro.
02:58Imagine você, naquele tempo, eu ouvia, eu ouvia dizer, cerrado nem dado e nem herdado.
03:05Ninguém queria.
03:05Porque era uma terra ácida, com pouca matéria orgânica, pouca fertilidade, ninguém queria ser feito cerrado.
03:09Aí, o governo, na época, um país desse tamanho não pode importar comida.
03:16Tem cabimento de importar comida.
03:18Então, precisava conquistar a fronteira agrícola.
03:20A agricultura era costeira no Brasil até a inteira, era totalmente costeira.
03:23Porque a população era costeira na costa do país também.
03:28E aí, então, a Embrapa foi criada em 73 pelo ministro Firney Lima, um gaúcho, um agrônomo gaúcho brilhante,
03:36e que logo depois foi implementado por Alisson Polinelli, um grande...
03:40O Alisson Polinelli foi a grande figura, né?
03:43O visionário.
03:44E aí, virou a chave do Água Mundial.
03:49Até então, era o Água Temperado, Hemisfério Norte, Europa, Estados Unidos, Canadá, lá que estava a agricultura.
03:55E a tecnologia que era gerada lá não era aplicável integralmente numa região tropical, como a nossa.
04:01Então, a Embrapa tropicalizou as rotas tecnológicas, permitindo a explosão do crescimento da agricultura no Brasil.
04:09Então, esse foi o grande tema.
04:10A partir dos anos 80, a agricultura brasileira deu um salto de produtividade espetacular.
04:15Tem números para isso que mostram...
04:17Você já falou em 50 anos, mas eu gosto muito de usar o plano Collor, ou seja, 90 anos,
04:24porque foi um plano importante para dar uma mexida.
04:27De 1990, ali na época.
04:28De 1990.
04:29De 90 até aqui, portanto, 35 anos, a área plantada com grãos do Brasil, grãos, cresceu 122%.
04:37Dobrou.
04:38A produção de grãos cresceu 581%.
04:42Nossa, que espetáculo.
04:43Cinco vezes mais.
04:44O que é tecnologia colhida por hectare, a mais, mais produção por hectare.
04:50Esse resultado é fantástico, Davi.
04:52Imagina que hoje o Brasil cultiva mais ou menos 82 milhões de hectares por ano com grãos.
04:58Na verdade, pouco mais do que 60 milhões.
05:02Só que o Brasil é o único país do mundo que faz duas safras e até três safras na mesma área no mesmo ano.
05:07Então, se nós tivéssemos hoje a propriedade que tínhamos em 1990, seriam necessários mais 135 milhões de hectares para colher a safra desse ano.
05:17Ou seja, nós preservamos 135 milhões de hectares.
05:21A safra inicial é sustentabilidade na veia em grãos que não reza que o Brasil brasileiro não teria.
05:28E uma mudança importante foi que as pastagens mesmo cresceram.
05:32Eu me lembro quando a braquiária apareceu, que foi um capim que revolucionou essas áreas que eram imprestáveis, como o senhor bem colocou.
05:39De repente, passou a ser cobiçado, pelo menos pela pecuária.
05:43Esse cerrado brasileiro foi conquistado por três atividades.
05:48A soja, que tem uma característica interessante.
05:50A soja tem uma simbiose com a bactéria que traz o nitrogênio do ar e fica na terra.
05:58Então, é uma ficação biológica da adubação.
06:01Você não precisa adubar com nitrogênio.
06:03Isso melhora o solo.
06:04Isso melhora o solo.
06:04A soja, a braquiária e o zebu.
06:07Foi uma raça bovina de origem indiana que se adaptou perfeitamente ao mundo tropical.
06:13Esses três produtos abriram o cerrado.
06:15Depois veio atrás.
06:16Milho, cana, eucalipso, algodão, tudo mais.
06:19Mas esses três foram a grande alavanca da abertura do cerrado brasileiro.
06:23Uma coisa extraordinária.
06:24Extraordinária.
06:24Uma coisa incrível que aconteceu.
06:28Eu imagino isso, Davila.
06:31Quem fez isso?
06:33O governo.
06:34O governo criou dois programas.
06:36Polo Centro, Brasil e Centro-Oeste.
06:38E o Prodesser, Programa de Desenvolvimento do Cerrado.
06:40Com recursos de fora do Brasil, inclusive.
06:42Prodesser, com recursos do governo japonês.
06:45O Japão precisava de comida.
06:47Fez um acordo com o Brasil.
06:48Fizemos desenvolvimento no cerrado com cooperativas brasileiras para exportar comida para o Japão.
06:54Mas esse projeto era feito pelo governo federal.
06:58financiava comida de terra muito barato.
07:00E a terra era baratíssima.
07:01Ninguém queria.
07:02Cerrado era vagabundo.
07:03Ninguém queria.
07:04A Embrapa domou o cerrado.
07:06Fizeram uma tecnologia funcionária no cerrado.
07:08E aí, os gaúchos fizeram a maior saga da história agrícola do mundo no século XX.
07:14Saíram do Rio Grande do Sul e foram para o Centro-Oeste conquistando, abrindo tudo, derrubando o cerrado e plantando pasto e soja.
07:24Uma coisa fantástica.
07:26Depois vieram os paranaenses, catarinas, paulistas, pessoal do Espírito Santo.
07:32No sul do Pará, tinha uma cidade chamada Paragominas.
07:36Eu passei por 1968.
07:38Só tinha serraria, só tinha capixabas.
07:41Tinha mais de 100 serrarias de capixabas.
07:43Era um hub do Espírito Santo.
07:46Hoje, passa lá soja, milho, eucalipto, uma coisa espetacular.
07:50Então, nordestinos.
07:51Os nordestinos vieram.
07:52E isso, essa migração liderada pelos gaúchos, criou uma mistura de raças em genérico que se chama vigor híbrido.
08:03Então, é um povo forte, vigoroso, que transformou o Centro-Oeste no Maracanã,
08:09onde vai ser jogada a Copa do Mundo de Alimentação.
08:12E nós vamos ganhar essa Copa do Mundo aí.
08:13Com certeza.
08:14Essa aí, ninguém tira o nosso ouro dessa.
08:17Agora, então o senhor tocou num ponto muito importante.
08:19Primeiro, começou com uma visão de política de longo prazo, de Estado.
08:23Uma política estratégica de Estado, que foi um investimento na criação da Embrapa.
08:29Aí veio a grande figura do Alisson Paulinelli, que revolucionou isso.
08:33Aí começamos a nos especializar na plantação, principalmente tropical, o agronegócio tropical,
08:42que ninguém fazia no mundo.
08:43E nós nos tornamos referência nisso.
08:45E aí essa fronteira agrícola começou a crescer no Cerrado Brasileiro.
08:50Então, é...
08:51E aí começa essa inovação.
08:52Primeiro a pastagem, o zebu, como você falou.
08:54Logo em seguida nós temos a soja, começa a entrar com muita força, né?
08:58E hoje esse Centro-Oeste é um espetáculo.
09:01Eu tive aquela região, nós tínhamos até propriedade naquela região ali,
09:03perto de Luiz Eduardo Magalhães, ali, que é um espetáculo, né?
09:07O Oeste da Bahia.
09:08Que hoje faz parte do Mato Piba, né?
09:10O Mato Piba.
09:11Granhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que são a grande fronteira agrícola brasileira hoje em dia,
09:16que está tudo...
09:16Está sendo aberta, está sendo aberta, é espetacular também.
09:19Mas isso que você está comentando aí é realmente notável.
09:24Soja, que é o tema que você colocou aí.
09:27Imagine você, a soja é uma cultura de origem asiática, chinesa.
09:31E era cultivada no regime temperado.
09:36Em 1965, quando me informei, porque eu estava no Rio de Queiroz em 1965,
09:40tinha 400 mil hectares de soja no Rio Grande do Sul,
09:44produzindo 1.200 quilos por hectare.
09:47Hoje tem 45 milhões de hectares de soja,
09:51produzindo 4 mil hectares.
09:52O que é infeliz?
09:53Isso é Embrapa.
09:54Era uma cultura de clima temperado, tropicalizou isso.
09:56Hoje tem no Iapoque, Oxuí, do Acre até a beira do Atlântico,
10:00soja plantada.
10:02E o Brasil é hoje o maior produtor mundial de soja.
10:05Superou todo mundo, Estados Unidos, Canadá, todo mundo.
10:07Agora, uma outra revolução que foi muito importante,
10:09especialmente de produtividade,
10:11foi a melhoria da qualidade do nosso solo.
10:13O nosso solo tem uma qualidade muito pobre.
10:16Como foi essa transformação também?
10:18Isso é interessante.
10:19Posso fazer uma brincadeira com você?
10:22Tem uma história que eu brinco muito.
10:23Quando o Pedro Vaz de Caminha escreveu ao Reino Gauzelo,
10:29nesta terra e se plantando, tudo dá.
10:32Essa é a maior mentira da história do Brasil.
10:33Aquele sul da Bahia era fértil, úmido, muita chuva, floresta tropical.
10:41Não tinha ideia do que era o cerrado brasileiro.
10:43Ácido, pobre, infértil.
10:47O que fez isso foi tecnologia.
10:50Começou aqui no Estudio Agronômico de Campinas.
10:51Alguns estudos foram aqui em São Paulo, tem cerrado.
10:54Região de Brotas, Anândia, Tirapina, terra fraca.
10:58Mas o Agronômico de Campinas, que por sinal, foi criado por Dom Pedro II.
11:04Um homem com visão estratégica lá no tempo do Império ainda.
11:08Então o Agronômico dos anos 60 fez os primeiros estudos sobre cerrado,
11:12com correção com calcário e tal.
11:15Começou a olhar o negócio.
11:16Mas a Embrapa, criada em 74, 73, 74,
11:19criou um centro cerrado em 75, ainda em Brasília mesmo.
11:23E aí essa coisa evoluiu para o domínio do sistema cerrado,
11:29com toda a questão de correção do solo e fertilização.
11:33E hoje, fala-se muito em agricultura regenerativa.
11:36Hoje é uma palavra da moda.
11:37Nós fazemos isso há 60 anos.
11:39A agricultura regenerativa nada mais é do que o trinômio.
11:44Saúde do solo, saúde da planta, saúde humana.
11:47Então, o fundamento é o solo.
11:50O solo tem que ter micro-organismos que fazem a fisiologia do solo funcionar adequadamente
11:56para que a planta tenha saúde e alimente animais e seres humanos.
12:02Então, a grande mudança foi essa.
12:05Foi a virada-chave, tropequilizando a agricultura via cerrado,
12:09com a correção do solo.
12:10E, Roberto, uma coisa importantíssima nessa melhoria do solo
12:14foi a criação do plantio direto.
12:16Isso revolucionou também a agricultura.
12:19Conta um pouco como é que nasceu essa história do plantio direto.
12:22Como é que nós descobrimos que isso poderia ser algo
12:24que teria enorme impacto na produtividade brasileira?
12:27Surgiu no Paraná, por conta de um portor de origem alemã
12:32que chegou no Paraná e viu aquele solo fértil
12:36que tira o norte do Paraná, região de Londrina, Maringá, etc.
12:39E, naquele tempo, toda a técnica ensinada para nós, agricultores,
12:43era ter que revirar o solo com arado e grade
12:47para que o solo respirasse.
12:49Essa era a tese.
12:51Não podia ser a coisa na superfície.
12:54E o Bart, que era esse produtor rural,
12:58falou, não.
12:59Quanto menos mexer, melhor para biovidro, microgras do solo.
13:05Fica mais tranquilo lá.
13:07E aí surgiu a ideia de fazer o plantio direto.
13:10Inicialmente lá no norte do Paraná,
13:11que hoje o Brasil inteirinho aplica já há algumas décadas.
13:16Mas foi um produtor rural que trouxe a tecnologia
13:19que mais tarde os órgãos de pesquisa,
13:21inclusive a Embrapa,
13:22aplicaram cientificamente o processo.
13:25E o resultado é esse.
13:27Esse é outra coisa.
13:28Esse é um ponto.
13:28Um outro ponto é a integração,
13:30lavoura, pecuária, floresta.
13:32É uma coisa que eu lancei como ministro,
13:33embora fosse um tema também desenvolvido por agricultores,
13:36que depois a Embrapa aperfeiçoou
13:37e criou o programa
13:38Integração, Lavoro, Pecuária e Floresta.
13:41Esse negócio lancei em 2005.
13:44Imagina você, faz 20 anos.
13:46Já tem mais de 15 milhões de hectares no Brasil
13:48com a integração.
13:50O produtor rural, ele é empreendedor.
13:52E quando tem uma notícia boa, positivamente,
13:55incluído do ponto de vista da renda,
13:57ele encampa na mesma hora e aumenta a produção.
14:00A integração é um negócio fantástico.
14:03Só o Brasil faz isso no mundo inteirinho.
14:04É um pessoal tropical para fazer isso.
14:06Por quê?
14:08É o seguinte, você planta soja em outubro,
14:11colhe em janeiro, fevereiro.
14:13Planta milho em fevereiro, na mesma área.
14:17Vai colher esse milho em junho.
14:19Mas antes de colher, você joga semente de capim
14:22na área em que está o milho plantado.
14:24Você colhe o milho, já tem um passo formado.
14:26Põe boi.
14:26Você faz soja, milho e boi no mesmo ano,
14:32três culturas no mesmo ano.
14:34E hoje, a questão na floresta também está sendo intercalada.
14:38É possível você fazer na mesma área,
14:40linhas de eucalipto ou de peito,
14:41de uma árvore qualquer,
14:43de tal forma que a pastagem fique na sombra,
14:46o boi tem um desenvolvimento menor.
14:48E no intervalo, você faz a produção de grãos todos os anos.
14:52Então, é um negócio fantástico
14:54que só o Brasil faz.
14:55Três culturas por ano e até quatro
14:57quando tem a pastagem, na mesma área.
15:00Que espetáculo.
15:00Quando tem a floresta.
15:02Então, é um negócio que
15:04só o Brasil faz,
15:07mas é possível replicar
15:09na faixa tropical do planeta.
15:11Aliás,
15:12a África, quando a gente entrar ali na...
15:14A África vai aprender muito com a nossa agricultura tropical, né?
15:17É, porque a savana africana
15:18é muito parecida com o Cerrado Brasileiro.
15:20É quase que a continuação do Cerrado Brasileiro.
15:22Aliás, esse é um tema,
15:24se você me permitir,
15:27a desordem mundial hoje...
15:30Se eu não falar nova ordem,
15:31é uma nova desordem,
15:33é verdade.
15:33Do ponto de vista geopolítico, comercial, etc.
15:37Mas,
15:38o fato
15:39é que todo mundo precisa comer.
15:42Com ou sem desordem, tem que comer.
15:45E o Hemisfério Norte
15:46perdeu a condição
15:48de aumentar muito a produção.
15:50Chegaram ao limite da produção.
15:51Claro, vai aumentar a tecnologia.
15:53Aumenta um pouco.
15:53Mas,
15:54era um cinturão tropical.
15:55América Latina,
15:56África,
15:57subsarene,
15:58parte da Ásia também,
15:59que tem terra
16:00para aumentar a produção,
16:01e a produção é muito baixa ainda.
16:03E o Brasil é o líder desse processo.
16:04Então, o Brasil tem uma chance
16:06de ser o grande protagonista
16:07de uma estratégia mundial
16:08para assassinar
16:11os quatro modernos
16:13cavaleiros do apocalipse,
16:14que são
16:14segurança alimentar,
16:16transição energética,
16:19desigualdade social
16:20e mudanças climáticas.
16:22A gruta tropical
16:23liderada pelo Brasil
16:24na América Latina,
16:26na África,
16:26na Ásia,
16:26vai gerar comida,
16:30energia,
16:31com emprego e renda,
16:32reduzindo a desigualdade social
16:34e com aplicação
16:36de sustentabilidade.
16:38Então,
16:39tem um cenário
16:40fantástico
16:41para o Brasil
16:42fazer esse processo
16:43de avanço,
16:44considerando que daqui a
16:4530 anos,
16:45não tem 10 bilhões
16:46de habitantes no mundo,
16:4710 bilhões de habitantes
16:48em 30 anos
16:49têm que ser alimentados.
16:51Onde vai crescer isso?
16:52No mundo tropical.
16:53Liderado por quem?
16:53Para o Brasil.
16:54Então,
16:54temos uma chance
16:55fantástica.
16:58Tem que ter estratégia.
16:59Tem que ter estratégia
17:00para isso.
17:01Ministro,
17:02o senhor trouxe uma coisa
17:02muito importante
17:03que é a questão energética.
17:05O mundo cada vez
17:06vai consumir mais energia,
17:07ainda mais neste mundo
17:08de inteligência artificial
17:09que nós temos.
17:10Então,
17:11vai crescer exponencialmente
17:13o consumo de energia.
17:14O Brasil tem uma das matrizes
17:15mais limpas do mundo,
17:16de novo,
17:17graças ao agronegócio.
17:19Além dos investimentos
17:19que nós fizemos
17:20em eólica e solar,
17:22a biomassa
17:23é o que garante
17:24a estabilidade
17:26do sistema energético,
17:27né?
17:28E principalmente a cana.
17:29A cana passou a ter
17:30um papel fundamental
17:31e agora temos até
17:32a cana energética,
17:33capim, elefante
17:34e outras variáveis.
17:36Como o senhor vê
17:37a importância
17:38da agricultura
17:39não só contribuindo
17:40para a segurança alimentar
17:42como também
17:43para a produção
17:43de energia limpa
17:44no Brasil?
17:46Olha,
17:46com muito entusiasmo
17:48e muita expectativa.
17:49Mas se me permite,
17:50antes de fazer a tua pergunta,
17:51segurança alimentar,
17:53que é, para mim,
17:53o maior fantasma
17:54do mundo contemporâneo,
17:56é muito tratado,
17:57todo mundo fala
17:58segurança alimentar
17:58como se fosse
17:59uma expressão
17:59idiomática comum,
18:01convencional.
18:02Mas, na verdade,
18:03é muito mais do que isso.
18:05Um país com fome
18:06derruba o governo.
18:07A primeira velha árabe
18:07não é para lembrar
18:08desse negócio.
18:09Há dois anos atrás,
18:10o Sri Lanka
18:10não teve o Estado,
18:11derrubaram o governo.
18:12Então, segurança alimentar
18:13é a estabilidade
18:14política e social
18:14na nação.
18:16Fome derruba o governo.
18:17Então, é importantíssimo
18:18esse tema em Brasil
18:19pode contribuir
18:20com a paz universal
18:20com esse processo.
18:22Mas, indo para o teu tema,
18:23segurança alimentar,
18:24de fato,
18:26a matriz energética brasileira
18:27tem 50% renovável,
18:30metade.
18:31A do mundo é 15%.
18:33E nós entramos no mundo.
18:35Se não fosse o Brasil,
18:36seria muito menos
18:36do que 15%.
18:37Desses 50%
18:40que é renovável
18:40no Brasil,
18:4260% é agro.
18:44É etanol de cana,
18:46é etanol de milho
18:48que hoje está crescendo
18:48explosivamente,
18:50é biodiesel de soja,
18:52de óleo de palma,
18:53de sebo bovino,
18:55é biometano
18:56de resíduos
18:57de grandes animais
18:58ou do próprio estilo
18:59de latão de açúcar,
19:01é congelação de eletricidade
19:03nas usinas de açúcar
19:04e de álcool,
19:05é lenha.
19:06Cavaco, né?
19:07Cavaco, lenha,
19:08que é usado
19:09na siderúrgica
19:10e também na questão alimentar.
19:12Então, isso é 60%
19:14da metade
19:16da nossa matriz.
19:17Portanto,
19:18a agricultura
19:18é responsável
19:20por 30%
19:21da matriz
19:22de álcool brasileira.
19:23Isso é fantástico
19:24e é replicável
19:25no mundo tropical.
19:26Isso é uma coisa
19:27incrível,
19:28porque não levar isso
19:29para frente
19:29no mundo inteiro.
19:30E agora,
19:32tem dois temas novos
19:33surgindo
19:33que são espetaculares.
19:35Um deles,
19:35eu até brinco muito,
19:37é o SAF,
19:38que é o combustível
19:39para aviação.
19:41Então, eu digo,
19:41o céu é o limite
19:42nesse processo.
19:43porque realmente
19:43vamos voar
19:44com o etanol
19:45de segunda geração.
19:47E também a marinha
19:48vai usar
19:49biocombustível.
19:50Qual é o país
19:51que pode crescer?
19:52É o Brasil.
19:53Tem uma área enorme
19:54para crescer
19:54nesse processo todo
19:55e levar isso
19:56para o mundo tropical também.
19:57Então,
19:58são temas
19:59que se somam
20:00porque
20:01o etanol de milho,
20:02por exemplo,
20:04produz um resíduo,
20:05é o DDG,
20:07que na verdade
20:07é um farelo
20:08sólido de milho.
20:11você moe o milho,
20:13faz a destilação
20:15daquele produto,
20:17daquele melado todo,
20:18moído.
20:19O que sobra
20:20é seco
20:21e é um farelo
20:21riquíssimo em proteína
20:23que substitui o milho
20:24na ração animal.
20:25E hoje é um coqueluche.
20:27Todo mundo
20:27quer comprar o DDG.
20:29Então,
20:29o etanol de milho
20:30não só
20:31produz energia,
20:34como produz
20:34alimento
20:35para o gado.
20:36e o biodiesel
20:38de soja
20:38também
20:39cria um farelo
20:40de soja
20:41que é a alimentação
20:42animal.
20:43Então,
20:43a coisa
20:44interessantíssima
20:45da agronergia
20:46é que você faz
20:48energia
20:49e comida
20:50na mesma área
20:51da mesma atividade.
20:53Isso é um negócio
20:53impressionante
20:54no Brasil, né?
20:56Mesmo o cana,
20:56mas a cana,
20:58a cana
20:58não,
20:59porque
20:59o bagaço
21:01não faz comida,
21:02não faz mesmo,
21:03mas faz eletricidade
21:04que vai movimentar
21:05todo o processo
21:06industrial
21:06no entorno
21:07da atividade
21:08produtiva.
21:09Então,
21:10a agronergia
21:11tem toda razão.
21:12A questão
21:13da matriz
21:14energética brasileira
21:14é um exemplo
21:15formidável
21:16que o mundo
21:17conhece mal ainda.
21:19Conhece mal.
21:20E o mundo tropical
21:21pode replicar isso
21:22de maneira espetacular.
21:23Nós somos ruins
21:24de marketing
21:24nessas coisas
21:25que a gente faz bem, né?
21:26Somos ruins de marketing.
21:27Vamos saber
21:28mostrar a verdade
21:29para tudo.
21:30Agora,
21:30quero voltar um pouco
21:31na história
21:31da segurança alimentar.
21:33O Brasil
21:34perde quase
21:3430%
21:36parte da sua safra
21:37nessa transporte
21:38da lavoura
21:39até chegar
21:40ao supermercado.
21:41Temos um desperdício
21:41gigantesco.
21:42É péssima infraestrutura
21:44e, principalmente,
21:46pouco investimento
21:47em armazenamento
21:47de grãos.
21:48Hoje,
21:48a gente armazena
21:49a coisa de 16%
21:50da safra,
21:50o que é
21:51todo mundo tem
21:52que sair correndo
21:52e vendendo
21:53na época da safra,
21:54o que é o pior preço.
21:55Como é que nós...
21:56Nós não podemos ter
21:56uma política
21:57de longo prazo
21:58nacional
21:59para construirmos
22:01mais silos
22:01para nós
22:02podermos armazenar
22:03a nossa safra?
22:05Olha,
22:05esse tema
22:05é um tema
22:06que me deixa doente
22:07porque faz 50 anos
22:09que a gente fala
22:09sobre isso.
22:10Desde que a agricultura
22:12foi para o Centro-Oeste,
22:13o trem não foi,
22:15o armazém não foi,
22:17a estrada não foi,
22:18o porto não foi.
22:19Então,
22:20foi o produtor rural,
22:21o gaúcho,
22:22o catarina,
22:22o nordestino,
22:24o paulista,
22:26o mineiro,
22:27foi para lá
22:27com tecnologia,
22:28com dinheiro,
22:29com competência,
22:30com coragem,
22:30de determinação
22:31para largar tudo
22:32para trás
22:33e ir para aquela
22:33fazenda agrícola,
22:34mas a estrutura
22:35não foi.
22:36Isso se repete
22:38até hoje.
22:40Os números
22:40são impressionantes.
22:41Essa coisa
22:42de perda de 30%
22:43é um número
22:44bastante flexível
22:45porque perde 30%
22:46em hortifruti e granjeiras,
22:48que são produtos
22:48mais perecíveis.
22:50Mas em grãos
22:50é bem menos do que isso.
22:51Mas se mesmo perde.
22:52E você tem toda a razão.
22:54O Brasil hoje
22:54produz,
22:56esse ano
22:56produz 350 milhões
22:58de tonal de grãos.
22:58350 milhões
23:00de tonal de grãos.
23:00É um negócio
23:01impressionante, né?
23:03Mas a nossa armazenagem
23:05hoje
23:05é para 230 milhões
23:07de tonal de grãos.
23:08Então não tem armazenagem
23:09nem para uma safra.
23:10Nos Estados Unidos
23:11tem armazenagem
23:12para uma safra e meia
23:13porque fica rodando.
23:14A safra não...
23:15Acontece exatamente
23:16o que você falou.
23:17Acontece que o produtor
23:18é obrigado
23:19a vender a sua safra
23:20na boca da colheita
23:22quando a oferta
23:22é muito grande
23:23e os preços são menores.
23:24Então a armazenagem
23:25é um instrumento
23:27que permite
23:27um pouco mais de arbítrio
23:28ao produtor
23:29para vender a sua safra
23:30quando os preços são melhores
23:31ao longo do ano.
23:33Isso é um número
23:33muito importante.
23:35Mas tem outro
23:35que você acabou de falar
23:36que é muito pior.
23:38Nos Estados Unidos
23:38a armazenagem
23:40em nível de propriedade
23:41é de 60% na safra.
23:43Aqui é 17%.
23:45O produtor
23:45não tem silo,
23:47não tem armazen
23:48na fazenda dele.
23:49Então ele é
23:49inteiramente
23:50a vontade
23:52do sistema financeiro
23:54que compra
23:55na base das almas.
23:57Então é preciso
23:58fazer muito investimento.
23:59Agora,
24:00nós calculamos
24:01que precisa mais ou menos,
24:02pelo menos,
24:04dobrar
24:04essa armazenagem.
24:05Mas custa
24:06um milhão de reais
24:07por tonelada,
24:08por mil toneladas.
24:09Então nós precisamos
24:10de muito dinheiro
24:12para fazer
24:12esse processo avançar.
24:14E hoje o governo
24:15não tem dinheiro
24:15para isso mais.
24:17Então precisa ver
24:17a parceria público-privada
24:19e a ação
24:21de cooperativas.
24:22Isso que eu ia falar,
24:22as cooperativas.
24:24As cooperativas do Brasil
24:25hoje
24:25jogam um papel
24:26fundamental.
24:27É uma área
24:30que eu gosto muito,
24:31presidei a Aliança Mundial
24:32de Cooperativas,
24:32a OCB.
24:34Então conheço
24:34cooperativas no mundo inteiro.
24:3582 países
24:36que visitei
24:36o cooperativo
24:37no mundo inteiro.
24:39E é impressionante
24:40isso, Felipe,
24:40porque tem um dado
24:42aqui
24:42que é
24:43a margem
24:44por unidade de produto
24:46é cada vez menor
24:47com a globalização
24:47da economia.
24:48a competição
24:49de que a margem
24:50por unidade
24:50fosse cada vez menor.
24:51De maneira que a agricultura
24:51faz a renda na escala.
24:53Ora, o pequeno
24:54não tem escala
24:54porque é pequeno.
24:56Então está morto.
24:56Está.
24:57Nos países desenvolvidos
24:58não, porque tem subsídio
24:59à vontade.
25:00Mas aqui não tem subsídio,
25:01então a solução
25:02é fazer escala
25:03na cooperativa.
25:05Ela está acontecendo.
25:06Hoje as cooperativas
25:07da Percuária Brasileira
25:08já respondem
25:08por 54%
25:10da nossa produção.
25:11Que esperta.
25:11E se não fosse cooperativa,
25:12os pequenos produtos
25:13teriam desaparecido
25:14completamente do processo.
25:15Então o cooperativismo
25:16é um instrumento
25:17hoje
25:17de inclusão social
25:20e portanto
25:20de defesa da paz
25:22porque a exclusão
25:23leva à guerra.
25:24Isso.
25:25Isso é tão sério,
25:26tão sério,
25:27Dávila,
25:28que a ONU
25:28decretou
25:29em 2025
25:30como um ano
25:31internacional
25:31das cooperativas.
25:32a ONU,
25:33que é um órgão
25:34cujo papel
25:35principal
25:36é garantir
25:37a paz mundial.
25:38Não tem sido
25:38muito feliz.
25:41Entendeu que a cooperativa
25:42é um aliado
25:42perfeito para ela.
25:43Então,
25:44deu o nome
25:44deste ano
25:46de anos
25:46da cooperativa
25:47por causa do papel
25:48defesa da paz
25:49por garantir
25:51armazenagem
25:51e permanência
25:52no processo
25:53produtivo.
25:53Então,
25:54você tem toda a razão.
25:55A questão de logística
25:56e estrutura,
25:57e não é só
25:57para grãos,
25:58frio.
25:59Sim.
26:00Olha um número
26:00importante.
26:01O Brasil é hoje
26:02o terceiro
26:04maior produtor mundial
26:04de frutas.
26:05menos o 25º
26:07no mercado mundial.
26:08Por quê?
26:09Porque não tem
26:09estrutura de frio.
26:10Armazenagem de frio,
26:11transporte de frio,
26:12navio de frio.
26:14A fruta perece
26:15sem frio.
26:16Então,
26:16é fundamental
26:16que a estrutura
26:17seja desenvolvida
26:18com vigor
26:18e muito dinheiro.
26:20De dentro
26:20e de fora do país.
26:22Aliás,
26:22um dos poucos lugares
26:24onde há uma boa
26:24infraestrutura
26:25para frutas
26:26voltada à exportação
26:27é a petrolina.
26:28Petrolina ali
26:29é um espetáculo.
26:30Manga e uva.
26:31Manga, uva lá.
26:33Agora,
26:34o ministro,
26:34você tocou
26:35num ponto importante
26:36além da armazenagem
26:38que é fundamental
26:39é a questão
26:39da infraestrutura.
26:41A tal da ferrogrão
26:42está aí parada
26:42há tanto tempo.
26:44O senhor acha
26:44que agora
26:44vai dar uma arrancada final?
26:49Precisa que haja
26:50essa arrancada final.
26:51E não é só ferrogrão.
26:52São dezenas
26:54e outras ferrovias
26:54que precisam ser desenvolvidas.
26:56E tem espaço
26:57para isso,
26:57tem interesse,
26:58tem empresário
26:59querendo investir nisso,
27:00mas tem uma lógica
27:01que é inacreditável.
27:06A ferrogrão
27:07está suspensa
27:08pelo STF
27:09porque lá
27:10um partido
27:11de esquerda
27:11entrou com uma
27:12representação
27:14porque ia estragar
27:15o meio ambiente.
27:16Uma ferrovia
27:16ia fazer progresso,
27:18emprego para a Amazônia
27:19onde não tem emprego,
27:21não tem renda
27:21para ninguém.
27:22Exatamente isso
27:22que ia acontecer.
27:24Tem que resolver
27:25esse processo
27:26rapidamente.
27:27Entre outros,
27:28entre outros.
27:28o senhor tocou
27:30no ponto importante
27:31que é a questão
27:31das cooperativas,
27:32só queria fazer
27:32uma pergunta
27:33que sempre me intrigou.
27:35O espírito
27:36das cooperativas
27:37floresceu
27:38de maneira exemplar
27:40no sul
27:40e sudeste,
27:41mas no norte
27:42e nordeste
27:43esse espírito
27:44cooperativo
27:45não pegou.
27:47Com essa migração
27:47toda de gaúchos,
27:49catarinenses,
27:51adentrando ao Cerrado
27:52e agora no Mato Piba,
27:54nós temos chance
27:54de levar também
27:55essa cultura
27:56das cooperativas
27:58e isso vai ajudar
27:59muito a organizar
27:59esses mercados locais,
28:01principalmente pequenos
28:02e médios produtores.
28:03Esses são os que mais
28:04se beneficiariam
28:04com a cooperativa.
28:06Você fez a pergunta
28:07e já deu a resposta,
28:08Dávila.
28:09A verdade é essa mesmo.
28:11A cooperativa,
28:12a cooperativa é uma empresa,
28:14mas uma empresa
28:15com uma visão social,
28:17diferente de uma empresa
28:18capitalista.
28:19Qual a diferença
28:19cooperativa
28:20e empresa capitalista?
28:20A empresa capitalista
28:21é o lucro da empresa,
28:23dos seus donos.
28:25A cooperativa
28:25é o lucro dos associados.
28:27ela não busca lucro
28:29enquanto empresa,
28:30ela busca
28:30prestar serviço
28:31para os cooperativos
28:32para que eles tenham lucro
28:33e tenham vantagens
28:34econômicas
28:36que lhes garantem
28:36ascensão social.
28:37Isso é uma doutrina,
28:39por exemplo,
28:39uma doutrina
28:40com princípios
28:40de valores universais.
28:42Então,
28:43o que é a cooperativa?
28:43Ela, na verdade,
28:45ela é
28:45um reflexo
28:48da realidade social
28:49onde ela está inserida.
28:51Por que ela
28:52explodiu
28:53positivamente
28:53no sul do país,
28:54no sul do país?
28:55Migração.
28:56Alemães,
28:57holandeses,
28:58japoneses,
28:59que trouxeram
28:59em seus países
29:00de origem
29:00a ideia
29:01da associação
29:01do cooperativismo
29:02incorporado.
29:04Isso ficou forte
29:05no sul do país,
29:06o sudeste também,
29:08mas já está crescendo
29:09graças a isso
29:10que você falou.
29:11A migração
29:11interna
29:12de gaúchos,
29:13paranaenses,
29:14levou a ideia
29:15de cooperativa
29:15para o setor oeste.
29:17O nordeste
29:18demorou um pouco mais
29:19por razões
29:20também óbvias.
29:21o estado
29:22era mais presente
29:23como um papai
29:24resolvendo os problemas.
29:27E a cooperativa
29:28ela nunca pode ser
29:30um instrumento
29:31do estado.
29:33Aliás,
29:34um dos princípios
29:34que o português
29:34dizia é a independência
29:36e a autonomia
29:36em relação ao estado.
29:38Ela tem que ser
29:38um movimento de base,
29:40de baixo para cima.
29:41O fogo
29:42cresce de baixo para cima
29:43e está crescendo
29:44no nordeste
29:44hoje também
29:45em algumas regiões
29:46muito importantes,
29:46sobretudo na área
29:47de leite.
29:48No nordeste do país
29:49é um grande avanço.
29:51Fruticultura também,
29:52você citou,
29:52Petrolina,
29:53hoje também outros estados,
29:55Rio Grande do Norte,
29:56Paraíba,
29:58estão avançando
29:59com o preço de frutas
30:00com muito vigor também.
30:02Agora,
30:03ministro,
30:03uma outra questão
30:04muito importante.
30:05O senhor sempre
30:06enfatiza muito
30:06esse extraordinário
30:07ganho de produtividade
30:08da agricultura brasileira.
30:10Mas como é que nós
30:11podemos avançar
30:13para produtos
30:13de maior valor agregado?
30:15Para não ficar só
30:16se tendo um país
30:17exportador de commodities?
30:19Grande questão,
30:20muito boa pergunta,
30:21Davila,
30:22muito boa pergunta.
30:23Mas é um tema complexo.
30:25Por que é complexo?
30:27Porque as regras
30:28de comércio internacional
30:29têm um dos temas
30:31que se chama,
30:33é na área de agressão valor,
30:34que é a escalada tarifária.
30:38O que os países
30:38desenvolvidos fazem?
30:40Dominaram o mercado
30:41durante muito tempo
30:42e as próprias regras
30:43fizeram as regras.
30:45Era o antigo GAT,
30:46hoje o AMC,
30:48Organização Mundial do Comércio.
30:49E as regras são essas.
30:52A comodidade agrícola
30:53não tem tarifa
30:54para ser exportada.
30:55Então o país
30:55compra soja,
30:57compra café,
30:58compra milho,
30:59não tem tarifa nenhuma.
31:00Mas para proteger
31:01o seu industrial lá,
31:03os países desenvolvidos
31:04criaram tarifas
31:05para produto
31:06valor agregado.
31:07Café é típico.
31:08O Brasil é hoje
31:09o maior produto mundial
31:11de café
31:11em grão,
31:12tranquilo.
31:13mais de um terço
31:14do café mundial
31:14é feito pelo Brasil.
31:17O Brasil é feito pelo Brasil.
31:19Mas qual é o maior
31:20produtor mundial
31:21de café solúvel?
31:24Itália e Alemanha,
31:25que não tem o pé de café.
31:26Eles compram o café
31:27do Brasil,
31:29do Vietnã,
31:30da Colômbia,
31:31da África,
31:33fazem um blend
31:33e eles portam para nós
31:34com aquelas cápsulas
31:36com valor
31:3710, 15,
31:3830 vezes maior
31:39do que a comodidade agrícola,
31:41do que o café em grão.
31:42Então, o que tem que haver
31:43é um trabalho
31:45muito grande
31:46de caráter diplomático,
31:47dificílimo,
31:48porque estão defendendo
31:49seus interesses.
31:50Eles estão errados?
31:50Eles estão certos.
31:51O interesse deles lá.
31:52Para que a escala tarifária
31:55seja diminuída
31:56de tal forma
31:57que a tarifa,
31:58o seu produto industrializado
31:59seja menor,
32:00permitindo a gente
32:02industrializar também.
32:05Mas é difícil,
32:06porque eles querem garantir
32:06a indústria deles
32:07e não querem receber
32:08a indústria da gente.
32:09A China é um exemplo típico.
32:11A China é um país
32:11extraordinário,
32:12que é hoje
32:12o nosso maior parceiro comercial.
32:14Hoje,
32:1530% do que o água vende
32:16vai para a China.
32:17Um terço para a China.
32:19Nós exportamos grãos também,
32:20soja, milho,
32:21muito grão.
32:22Eu quero vender
32:23iogurte para a China.
32:25Quero vender o frango
32:26embaladinho
32:26com o milho
32:27e a soja lá dentro,
32:28já dentro da carne dele lá.
32:30Mas eles querem agregar
32:31valor lá.
32:32Eles estão errados?
32:32Estão certos.
32:33Então, tem que haver
32:34um entendimento diplomático
32:36de longo prazo.
32:37Olha, a China,
32:37esse ano,
32:38vamos exportar 100% de grão.
32:39Mas no ano que vem,
32:40só 90%.
32:4210% vai ser farelo.
32:44Já o primeiro...
32:45Primeiro passo.
32:46Primeiro passo.
32:47Daqui a dois anos
32:48vai ser
32:4810% de farelo,
32:5085% de grão
32:51e 5% de carne.
32:53É um processo
32:53fazer 15, 20 anos
32:56para que eles se preparem
32:58e nós nos preparemos também
32:59para essa mudança.
33:01Mas, Dávila,
33:02é uma negociação
33:03diplomática dura
33:05porque cada país
33:06defende seus interesses.
33:08Eu não acho que eles
33:08estejam errados,
33:09mas tem que haver
33:11uma regra que permita
33:12para além
33:14do que eles consomem
33:16internamente,
33:17haver um espaço
33:18para agregar valor.
33:18Ou seja,
33:20o senhor está dizendo
33:20uma coisa muito importante.
33:21Precisamos usar
33:22a nossa preponderância
33:24nesse mercado
33:25de exportação
33:26para usar
33:27com uma musculatura
33:28diplomática
33:29para ganharmos
33:30um pouco mais
33:31de mercado.
33:31Uma fatia pequena,
33:32gradual,
33:33mas nos produtos
33:34de maior valor agregado.
33:35A palavra é essa,
33:36gradual.
33:37Muito bem.
33:39Gradualmente
33:39conquistando o mercado.
33:40É fatal
33:41que vai acontecer isso.
33:42Um tempo
33:43vai acontecer isso mesmo.
33:44Mas tem que agilizar
33:45o processo.
33:45E nós temos
33:46uma diplomacia
33:46muito competente
33:47para fazer isso.
33:48Precisa olhar
33:49mais a parte comercial.
33:50Com certeza.
33:52Agora,
33:53ministro,
33:53uma coisa muito importante.
33:54O Brasil se tornou
33:55muito competitivo
33:57no mercado
33:58que é altamente
33:59protecionista,
34:00como o senhor falou.
34:00E agora nós temos
34:01então o presidente
34:02dos Estados Unidos
34:03que está taxando
34:04commodity.
34:05Aliás,
34:06tentou taxar
34:06o nosso suco lá.
34:07A gente teve que
34:07retroceder
34:09porque senão
34:10ia aumentar
34:10o café da manhã
34:11dos americanos
34:12lá o preço.
34:13Mas o café
34:14está sofrendo
34:15bastante
34:15com essas tarifas.
34:17Carne também
34:18sofrendo bastante.
34:20Como o senhor vê
34:21essa nova fase
34:22do protecionismo
34:23econômico
34:24e como que o agronegócio
34:26pode superar
34:28esse período
34:29tão difícil
34:30num produto
34:31que hoje
34:31é o carro-chefe
34:32da nossa exportação?
34:34É.
34:35É uma conversa
34:36longa,
34:36mas tem pelo menos
34:38três caminhos
34:41para esse processo.
34:41O primeiro
34:42é negociar.
34:43O presidente Trump
34:44é um homem de negócio
34:45tanto que ele
34:46colocou tarifas
34:48altas para outros países
34:49e já voltou atrás
34:50houve uma negociação
34:50muito grande.
34:52E acho que o Brasil
34:53tinha que negociar
34:54e é um tema
34:55do chefe do governo.
34:58Presidente da república
34:59e o presidente da república
34:59poder ter essa negociação
35:01mais consistente.
35:03É preciso negociar,
35:03negociar,
35:04negociar
35:04porque afeta o país,
35:07o Brasil,
35:08mas afeta o mercado americano,
35:09o consumidor americano.
35:11Então a primeira coisa
35:11é negociar.
35:12Eu acho que
35:13isso trará
35:14alguns avanços positivos
35:16sobretudo em café
35:17e carne
35:17que são produtos
35:18importantes
35:18para os norte-americanos.
35:19Como foi o suco de laranja
35:20logo liberado.
35:22O segundo ponto
35:23é buscar novos mercados
35:25que não é
35:26trivial.
35:28Vamos fazer
35:28do dia para a noite
35:29conquistar um novo mercado.
35:31Mas Dávila,
35:33a Ásia
35:35é o grande
35:36centro
35:38do mercado mundial
35:39hoje.
35:39Imagine você,
35:40em 2020
35:41o agro-brasileiro
35:43exportou
35:4320 bilhões de dólares.
35:4520 bilhões de dólares.
35:47E a China
35:48era 2,7%
35:50desse mercado.
35:51Nossa.
35:52540 milhões de dólares.
35:53Há 25 anos atrás.
35:54Nossa.
35:55Hoje exportamos
35:56167 bilhões de dólares
35:58e a China
35:59é 30%
36:00desse mercado.
36:01É um negócio
36:02espetacular.
36:03A Ásia,
36:03assim,
36:03a China
36:04saltou de 11%
36:04para 18%.
36:05Então é a Ásia
36:06que é o horizonte.
36:07Índia,
36:08né?
36:08Índia é outro mercado.
36:09Nada,
36:09nada para a Índia.
36:10Não é nada.
36:11Oriente Médio,
36:12países árabes,
36:13deserto,
36:13tem espaço.
36:15Então,
36:16buscar novos mercados
36:18é um caminho
36:19que tem que ser feito
36:20para o Estado privado
36:21junto com a diplomacia.
36:22Só um integrado.
36:24Então esse é o segundo caminho.
36:25E o terceiro caminho,
36:28que é um pouco mais delicado,
36:30mas que está começando
36:31a desenhar positivamente,
36:32é a União Europeia.
36:33A União Europeia,
36:34nesse desarranjo institucional
36:37todo provocado pelo...
36:38Já com a falência das...
36:42Falência é uma palavra forte,
36:43mas com a perda
36:44do protagonismo
36:45das agressões multilaterais,
36:47a União Europeia
36:48foi perdendo espaço.
36:49Você pergunta na rua
36:50para nós agricultores,
36:52que é o diretor general
36:52da FAO.
36:54Ninguém sabe.
36:55Ninguém sabe.
36:55A FAO é o órgão
36:56da agricultura da ONU.
36:57A OMC,
36:59que é a diretor general
36:59da OMC.
37:00Ninguém sabe.
37:01Pergunta na rua
37:02o que a ONU faz.
37:03Ninguém sabe.
37:04Então a verdade
37:05é que essas instituições
37:07multilaterais
37:07que no pós-guerra
37:09deram rumo ao mundo
37:11perderam liderança,
37:13perderam o protagonismo.
37:14Então tem que haver
37:15um rearranjo.
37:16E nesse rearranjo
37:17eu vejo que a Europa
37:19ficou um pouco fora
37:22do contexto
37:23em que nós dois...
37:26Bom, você é muito jovem,
37:26mas eu sou de um tempo
37:27que a briga era
37:28Washington contra Moscou.
37:29Acabou esse negócio aí.
37:31Hoje é Ocidente
37:32e Ásia, né?
37:33E a Europa ficou
37:34meio fora desse buraco.
37:35Então eu acho
37:37que esse processo todo
37:39vai mexer
37:41com o interesse
37:42da Europa
37:43numa composição
37:44com o Mercosul,
37:45com o Brasil, etc.
37:46Porque aí vai ser
37:46importante para eles.
37:47Já está sinalizando
37:48essa direção, né?
37:49Então vejo que aí
37:50tem uma chance
37:51de crescimento
37:52bastante significativa.
37:53Tem que aproveitar
37:53isso tudo de novo,
37:54diplomaticamente,
37:55com o Instituto Privado
37:56atuando diretamente
37:57no processo.
37:58Ou seja,
37:58diversificar o mercado
37:59olhando Ásia
38:00e terminar,
38:03concluir esse grande acordo
38:04do Mercosul-Comunidade Europeia
38:05para que nós possamos
38:06também adentrar
38:07o mercado europeu.
38:08E negociar com os americanos.
38:09E negociar.
38:09Negociar, negociar, negociar
38:11todo dia.
38:11E negociar com os americanos.
38:12No alto nível.
38:13Isso.
38:14É, porque se o presidente...
38:15É que nem o maestro
38:16de uma orquestra.
38:16Se o maestro não dá nota,
38:17a orquestra não toca, né?
38:18Afina.
38:19Então o maestro...
38:19Afina total.
38:21É isso aí.
38:22Agora, ministro,
38:23um outro ponto fundamental também...
38:25Um outro ponto fundamental
38:36do agro brasileiro
38:37é a sua sustentabilidade.
38:39Nós falamos aqui
38:40no começo do programa
38:41que o agro já preservou
38:42muita terra
38:44e não só
38:45por uma razão
38:46que a nossa produtividade
38:47cresceu muito mais
38:48do que a expansão da terra,
38:50mas também
38:50por uma política nossa
38:51com as nossas APPs.
38:52Ou seja,
38:53nós, os agricultores,
38:55os pecuaristas brasileiros
38:56são obrigados
38:57a preservar suas áreas, né?
38:59Então é maravilhoso isso.
39:01Agora,
39:02o que nós podemos fazer
39:03para marketear isso melhor?
39:05Por exemplo,
39:06rastreabilidade de produtos.
39:08É uma coisa que começa
39:08a mostrar que a soja
39:10vem de um lugar sustentável
39:11e não vem de área desmatada.
39:13Carne, mesma coisa.
39:14Mas o que mais?
39:15Como é que seria
39:16essa agenda
39:17da sustentabilidade
39:18do agronegócio brasileiro?
39:21Deixa eu dar um exemplo.
39:23na mesma direção
39:23para ser
39:24que a pecuária, né?
39:26Fala-se muito
39:27que não há roto do boi
39:28que emite metano
39:29e é verdade.
39:31Então,
39:31a pecuária de corte
39:32extensiva
39:33emite metano.
39:34É verdade.
39:35E é um gás de vento de estufa
39:36complicador do meio ambiente.
39:39Mas se olhar
39:40o processo inteiro
39:41que se chama
39:42do berço ao túmulo,
39:44desde que se planta
39:45o pasto
39:45até o frigorífico,
39:47é o contrário.
39:48Porque um pasto
39:49bem formado,
39:50bem adubado,
39:51sequestra
39:52mais carbono
39:53do que
39:54metano emitido
39:54pelo arroto do boi.
39:56Então,
39:56o que importa
39:57é o ciclo completo.
39:59É como
40:00agronegócio, né?
40:01O que importa
40:02não é
40:03o que se gasta
40:04no carro elétrico.
40:05É como é que faz
40:05eletricidade.
40:07É.
40:07Como é que faz eletricidade?
40:08Que é poluente também.
40:10Então,
40:10a pecuária de corte brasileira
40:11hoje
40:12tem uma visão,
40:14a Embrapa
40:14tem estudo mostrando
40:15que do berço ao túmulo
40:17a pecuária
40:17sequestra mais
40:19do que emite.
40:20Qual é o problema?
40:21Não é todo mundo
40:22que faz.
40:23Ainda não é universal.
40:23Então,
40:24falta um processo
40:25de cita e crédito
40:27para que todo mundo
40:28faça isso
40:28e chegue a essa posição
40:29que mostra ao mundo
40:30essa verdade.
40:32Como fazer isso?
40:33Aqui, Dávila,
40:35tem um tema
40:35que me incomoda
40:36bastante.
40:39Nosso concorrente europeu
40:40que perde o mercado
40:42para a gente,
40:43se nós saímos
40:45de 20 milhões
40:45para exportação
40:46no ano 2000
40:47para 160 milhões
40:48do ano passado,
40:49alguém perdeu o mercado.
40:50Quem perdeu o mercado
40:51não está feliz,
40:52está bravo com a gente
40:52que quer tirar
40:53de mercado de novo.
40:54Então,
40:54ficam criando
40:55conceitos falsos.
40:58Esse é um que você falou.
41:00Está desmatando a Amazônia
41:01para dar soja.
41:02Mentira.
41:03Passa da Amazônia.
41:04Mentira.
41:06Mas,
41:07tem desmatamento ilegal.
41:10Tem incêndio
41:10criminoso,
41:12tem invasão de terra,
41:13tem garimpo clandestino,
41:16tem lei que não é cumprida.
41:18Código florestal.
41:19É verdade.
41:20Espetacular o código florestal.
41:21Não é cumprido.
41:22Então,
41:22o que nós precisamos fazer
41:23é acabar
41:24com o que é ilegal.
41:26Porque você tira
41:27do concorrente
41:28o argumento falso.
41:30O consumidor
41:32que entra no Amazônia
41:32em Hanover
41:34ou da Alemanha,
41:35ou na França,
41:36essa carne
41:37vem da Amazônia,
41:39não compra.
41:39não compra.
41:40Vai comprar uma carne
41:41da Austrália,
41:42de outro país do mundo,
41:43quando na verdade
41:43a carne não vem na Amazônia.
41:45Mas,
41:47tem desmatamento ilegal
41:48na Amazônia.
41:49Quer fazer agrotor?
41:50Não é agrotor,
41:51não faz,
41:51vai perder a fazenda dele.
41:53Quer fazer bandido.
41:54Quer fazer bandido.
41:56Tem que acabar
41:56com o que é ilegal
41:57no Brasil.
41:58Vamos acabar em 2030.
41:592030 é nada,
42:00tem que acabar já.
42:01Então tem que ter
42:01uma ação
42:02de Estado
42:03que eu acho
42:04que tem que ser feita
42:04com o assunto
42:06internacional,
42:06porque não é trivial.
42:08A Amazônia
42:09é metade do Brasil brasileiro.
42:10Então não tem como
42:11se acabar com o que é ilegal
42:12lá do dia para noite.
42:14Tem que ter uma ação
42:14duríssima,
42:16custa muito caro,
42:17muito dinheiro,
42:17mas tem que fazer
42:18essa coisa com você.
42:19É vontade política
42:21que o mundo tem que participar
42:22nesse processo.
42:23Então eu acho que
42:24esse é um tema
42:24para a COP,
42:25inclusive,
42:26bastante significativo.
42:27E algo muito pior,
42:29né, ministro?
42:29Porque agora
42:29o crime organizado
42:30já entrou nessa área
42:31e já está controlando
42:32o paro do território.
42:33Então o combate
42:33vai ser muito mais difícil
42:35do que foi
42:35há 20, 30 anos atrás.
42:37Não é como ter
42:38o desmantamento
42:38pelo desmantamento.
42:39Não era só aquele grilheiro.
42:41É o entorno do desmantamento.
42:42É verdade.
42:43Então hoje
42:44a situação é bem mais complexa.
42:46E, Roberto,
42:48como um especialista
42:49no assunto,
42:51qual deveria ser
42:52a pauta do Brasil
42:53do agronegócio
42:54para a COP30?
42:55Bom,
42:57essa é uma pergunta
42:58interessante e delicada.
43:00Eu sou hoje
43:01o enviado especial
43:02da agricultura
43:03para a COP.
43:06É preciso deixar claro,
43:08ter claro, né,
43:10que a COP
43:11não é uma COP
43:12do Brasil,
43:14não é uma COP
43:15da floresta,
43:16não é uma COP
43:17da Amazônia,
43:19não é uma COP
43:19do agro.
43:20É uma COP
43:20do clima,
43:21como todas as outras
43:21COPs foram.
43:22Só que é no Brasil
43:23ou na Amazônia.
43:24e o mundo
43:26está inteiro
43:26olhando para cá.
43:28Então é uma oportunidade
43:29extraordinária
43:30para o Brasil
43:31mostrar ao mundo
43:33o que fez
43:34realmente
43:36essa agricultura
43:37e eliminar
43:38essas
43:38defasagens todas
43:41que são conhecidas
43:41sobretudo
43:41na área legal.
43:43Então,
43:44eu como enviado especial
43:45estou trabalhando
43:46no seguinte projeto,
43:48tá, Avila?
43:49Contratei
43:50uma equipe
43:51jovem
43:51competente
43:52das entidades
43:54de classe
43:54ligadas ao agronegócio
43:55brasileiro
43:56estão preparando
43:58um texto
44:00amplo,
44:02recheado
44:03com números
44:03mostrando
44:05o que foi a história
44:06que nós acabamos
44:06de falar agora,
44:07a história
44:08do agro brasileiro
44:09nos últimos 50 anos
44:10sob
44:12a luz
44:14da tecnologia
44:15e da ciência
44:16desaguando
44:17em sustentabilidade.
44:19Então,
44:19é uma história
44:20com ciência
44:21e sustentabilidade.
44:23Claro,
44:23é a verdade pura.
44:25Essa é a história
44:25que eu vou mostrar.
44:26Olha,
44:26mundo
44:26está aqui,
44:28o Brasil fez.
44:29Segundo a parte
44:30desse documento.
44:32Eu quero
44:33ceder para você
44:34o mundo tropical.
44:36Tudo nós aprendemos
44:36a fazer aqui,
44:37quero ceder para vocês.
44:38então,
44:40estar à disposição
44:41de todo mundo
44:42vai precisar de duas coisas.
44:44Primeiro,
44:44financiamento internacional.
44:46Os países tropicais
44:46incorporaram
44:48essa tecnologia toda
44:49e fazer o mesmo
44:50que nós fizemos aqui.
44:51E a segunda
44:52é flexibilização
44:54na leca de comércio.
44:55Se o Brasil
44:55continuar dessa forma
44:57com a escalada tarifária,
44:59com o pico tarifário,
45:00nós não vamos conseguir
45:00desenvolver o mundo tropical.
45:03Que é a África,
45:03pobre,
45:04a América Latina,
45:05pobre,
45:05a Ásia, pobre.
45:06É aí que tem que crescer
45:07a agricultura.
45:08da tropical sustentável
45:10que nós criamos
45:11aqui no Brasil.
45:12Então,
45:12esse é o trabalho imediato.
45:15Mostrar o que foi feito
45:16e você pode fazer.
45:17Vem aqui,
45:18pega a seguir.
45:18Damos para você.
45:20Segunda parte.
45:22Não acabou.
45:23Esse é um processo.
45:24É um desenvolvimento
45:25que não acaba nunca.
45:26Então,
45:26hoje,
45:27já falamos sobre isso ligeiramente.
45:29Falta muito mais
45:30bioinsumos.
45:32O Brasil hoje
45:33é o maior produtor
45:33de bioinsumos no mundo.
45:34Nós crescemos 20% ao ano.
45:35O mundo com essa metade.
45:37Claro,
45:37o país tropical
45:38tem mais
45:38microorganismo
45:39para crescer mais.
45:40Mas,
45:40nossos técnicos,
45:42nossos cientistas
45:42estão fazendo um trabalho
45:43maravilhoso com bioinsumos.
45:45São defensivos agrícolas,
45:46né?
45:47Estão envolvendo...
45:48Os biofertilizantes
45:48estão crescendo muito,
45:49principalmente na soja, né?
45:50Mas mais biodefensivos.
45:52Os defensivos.
45:53É.
45:53Fertilizantes são
45:54organominerais,
45:55também estão crescendo,
45:56mas o fertilizante,
45:57ele vem de rocha,
46:00ele vem da atmosfera,
46:01com nitrogênio.
46:02Então,
46:02ele é mais natural
46:03do que o defensivo agrícola,
46:05que realmente tem que ser
46:06mais biológico.
46:08Segundo,
46:09inteligência artificial,
46:10que vem vindo por esse processo
46:12todo de controle
46:14de custo de produção,
46:16mecanização agrícola,
46:18drones funcionando,
46:19máquina,
46:20hoje tem tratores funcionando
46:21sem operador de máquina.
46:22no escritório,
46:24controla três tratores
46:25sem tratorista.
46:26Ele tem tudo na mão,
46:28tudo está...
46:28Então,
46:28a inteligência artificial
46:29vem vindo com soluções fantásticas,
46:31com uma característica
46:32importante da Avilaire,
46:34que é a seguinte,
46:37você sabe disso,
46:37tecnologia disruptiva
46:39pode, muitas vezes,
46:42ser um fator de exclusão social.
46:44Porque quem acessou
46:45vai para frente,
46:47quem não acessou
46:47quebra.
46:48Então,
46:49o pequeno produtor
46:49fica muito arriscado
46:51nesse processo.
46:51Então,
46:52as cooperativas agropecuárias
46:53têm hoje um papel novo,
46:55que é disponibilizar
46:56e a inteligência artificial,
46:59certa parte de conectividade,
47:01para o pequeno produtor.
47:03Terceiro,
47:04pastagem degradada.
47:05Tem um levantamento na Embrapa,
47:07que no Brasil tem mais ou menos
47:0740 bilhões de hectares
47:08de pastagem degradada.
47:10Esse é um número interessante,
47:11que se você olhar hoje
47:12a profissão de carne no Brasil,
47:14a profissão de carne
47:14está fazendo assim,
47:15e a área de pasto
47:16está fazendo assim.
47:17Menos pasto
47:18e mais carne.
47:18Tecnologia.
47:20Mais boi por hectare também,
47:21essa é uma das coisas
47:21que nós estamos fazendo.
47:22Tem mais carne por hectare,
47:23exatamente.
47:24Mas com 40 bilhões de hectares
47:26de pastagem degradada,
47:27se você pegar essa parte aí,
47:28metade,
47:29fizer soja e milho,
47:31por exemplo,
47:32você transforma
47:32essa região toda
47:33numa bateria do mundo.
47:34Faz soja e milho,
47:35você faz etanol,
47:37biodiesel,
47:38farelo de soja,
47:39DDG,
47:40faz carne e energia
47:41numa área só,
47:42gerando emprego e quesas
47:42na Amazônia.
47:43Então,
47:43é um negócio espetacular.
47:45e a outra metade,
47:46floresta,
47:47para tocar esses frigoríficos todos.
47:48Então,
47:49é um processo gigantesco,
47:51tem que ser incorporado.
47:52E é a parte principal
47:54do Ministério da Agricultura
47:54que nós estamos somando
47:56nesse documento,
47:56estamos fazendo em conjunto
47:57com o governo também.
47:59Então,
48:00a ideia
48:01é mostrar ao mundo,
48:04na COP30,
48:05o que foi feito,
48:06o que é possível ser feito.
48:08E o que ainda tem que ser feito,
48:10aqui também,
48:11num processo que não acabou.
48:12Que espetáculo de documento.
48:14É o primeiro documento
48:15na história do Brasil
48:16que tem toda essa visão.
48:18E outra,
48:19não é a agricultura,
48:20vai ter lá,
48:21vai ter o seu com sementes,
48:23com defensivos,
48:24com fertilizantes,
48:25com mecanização da agricultura,
48:27com logística e estrutura,
48:28com crédito rural,
48:29com a indústria de transformação.
48:31A indústria de alimentos
48:32do Brasil hoje
48:32é um negócio fantástico.
48:34A indústria de alimentos
48:35do Brasil hoje
48:36compra 60%
48:38da salva brasileira.
48:40Portanto,
48:40o maior mercado
48:41da agricultura brasileira
48:42é a indústria brasileira
48:43de alimentos,
48:44que exporta para 190 países.
48:46Portanto,
48:46tem qualidade.
48:47Senão,
48:47ninguém compraria.
48:48Ninguém sabe dessas coisas.
48:50Ninguém sabe dessas coisas.
48:51É outra coisa impressionante
48:53que ninguém sabe.
48:55Falamos de cana-de-açúcar aqui,
48:57que é uma cultura extraordinária
48:58com mil utilidades.
49:01Nós temos no Brasil
49:01hoje plantados
49:0210 bilhões de cana-de-açúcar.
49:0410 bilhões de cana-de-açúcar.
49:05Açúcar e álcool
49:07e todos os produtos,
49:09subprodutos do processo.
49:11Sabe quantos hectares
49:12de floresta
49:13plantado tem no Brasil?
49:1410 milhões também.
49:17Nós temos já
49:1710 milhões
49:18que estão plantados
49:18pelo IBAR,
49:20que é a indústria brasileira
49:20de árvores,
49:22fazer madeira,
49:22celulose, papel,
49:24lenha,
49:25cavaco e tal
49:26para a indústria brasileira.
49:28Isso é o exportador
49:28mundial de celulose.
49:30O Brasil já é hoje
49:32o maior exportador mundial.
49:34de açúcar,
49:36de suco de laranja,
49:38do complexo soja,
49:39de carne bovina,
49:41de carne de frango,
49:43de algodão,
49:45de fumo e de celulose.
49:47Oito comandos agrícolas.
49:48O exportador mundial.
49:50Nós somos
49:50o terceiro
49:52em suíno,
49:53segundo
49:54em milho
49:55e crescendo
49:56em todos eles.
49:57Trigo.
49:59Nós exportamos trigo
49:59no vidro do mundo existe.
50:01Em cinco anos
50:02vamos exportar trigo.
50:03Vai dar a nova
50:04quebrar para o senhor
50:05o vidro de trigo
50:05para fazer no cerrado
50:06irrigado.
50:07Vamos exportar trigo
50:08daqui a cinco anos.
50:09Fruta.
50:10Podemos crescer.
50:11Peixe.
50:11Temos oito
50:12milagros de costa.
50:14O que nós exportamos?
50:16Exportamos tilápia.
50:17Desse tamanhozinho assim.
50:17Que é um peixe asiático,
50:18não é nem brasileiro.
50:19E aqui tem tucunaré,
50:21tem dourado,
50:22tem lambaré.
50:23Uma coisa de piscicultura
50:24espetacular.
50:25Leite.
50:26Nós exportamos menos leite
50:27que o Uruguai.
50:29Então,
50:29tem produtos
50:30para crescer
50:30do Brasil ainda
50:31fantásticos.
50:33Com tecnologia,
50:34com ciência,
50:35com empreendedorismo,
50:36políticas públicas
50:37que banquem
50:38esse processo todo.
50:39Com certeza.
50:40Mas que bom saber
50:41que há quase uma visão
50:42estratégica de longo prazo
50:43que nem nós falamos
50:44na época militar
50:44é isso que o seu paper
50:46está fazendo.
50:47É uma visão
50:47que é muito importante.
50:49Agora,
50:50eu queria tratar
50:50de um tema
50:51que o senhor acabou de tocar
50:53que me parece
50:53de extrema importância
50:54que é a história
50:55da recuperação
50:56de terra degradada.
50:57Isso é um
50:58isso pode se transformar
50:59num grande ativo,
51:01principalmente
51:01no plantio de floresta
51:03ou nessa integração
51:04pastagem-agrofloresta
51:06como o senhor bem
51:06colocou no começo
51:07que é uma coisa fundamental.
51:08mas aí está sempre faltando
51:11essa grande discussão
51:13sobre o crédito de carbono.
51:16É a história do ovo
51:17e a galinha
51:17nesse negócio.
51:18A gente ainda não tem
51:19a cultura do crédito de carbono
51:20funcionando direito,
51:21portanto,
51:21aí não tem o estímulo,
51:23mas isso é um enorme potencial
51:24que pode se transformar
51:25num ativo
51:26extremamente importante
51:27para essa sustentabilidade.
51:29Existe um tratamento
51:30específico
51:31nesse paper
51:31que vocês estão preparando
51:33para a COP30
51:34sobre a terra degradada?
51:35Isso é assim,
51:36esse capítulo
51:38dos 40 mil hectares
51:38faz parte
51:39integrando
51:40do nosso documento.
51:41Mas isso que você
51:41colocou
51:42também faz parte.
51:44PSA,
51:45pagamento
51:45por serviços ambientais.
51:46Esse tema
51:47é tratado
51:48no Código Florestal,
51:50só que não foi
51:50regulamentado
51:51até hoje ainda.
51:52Então,
51:53aliás,
51:54tratado
51:55de uma forma
51:55escrita.
51:55Por exemplo,
51:56o produtor rural
51:57que por conta própria
51:58fez florestas
51:59em áreas
52:00de topografia
52:01difícil,
52:03ele fez floresta,
52:05isso não vale mais
52:06para o sequestro
52:07de carbono,
52:08só o que ele plantar
52:08aqui para frente.
52:09Então,
52:09tem temas
52:11para resolver
52:12a questão do PSA
52:13e também
52:14no mercado de carbono.
52:15Isso tudo está ainda
52:15em discussão,
52:17mas é um cenário
52:18positivo
52:19e altamente
52:20um potencial muito bom
52:21para a gente poder
52:21fazer disso
52:22uma nova fonte de renda
52:23para a agricultura
52:24e para a sociedade brasileira
52:25em geral,
52:26criando um círculo
52:28virtuoso
52:29do processo.
52:30Mas ainda
52:30falta muito
52:31do ponto de vista
52:31regulatório
52:33para essas coisas
52:33acontecerem
52:34de maneira
52:34mais consistente.
52:36Agora,
52:36falando em regulatório,
52:38outro tema
52:38de extrema importância
52:40é a regularização
52:41fundiária.
52:43Esse é um tema
52:44que também
52:44há tantos anos
52:45o senhor vem lutando,
52:45todo mundo vem lutando,
52:46mas está difícil.
52:48Em alguns estados
52:48ainda é muito baixo
52:49e nós precisamos
52:50da regularização
52:50fundiária
52:51que isso se transforme
52:52em uma prioridade nacional.
52:54Como nós vamos
52:54fazer isso?
52:56Eu tenho uma proposta
52:57sobre esse negócio
52:57que tem falado
52:59para o governo
52:59há algum tempo.
53:02É criar
53:03nas regiões
53:05onde a
53:06questão fundiária
53:07não é regulamentada,
53:08na Amazônia,
53:09uma parte do Cerrado também,
53:10um sistema
53:13como esse que tem hoje
53:15tirar documento
53:16rapidamente.
53:17O Poupa Tempo.
53:18O Poupa Tempo.
53:19É um Poupa Terra.
53:22De tal forma
53:23que o produtor
53:24chegasse lá
53:25nesse seu escritório
53:26do Poupa Terra
53:27na Amazônia,
53:28num município
53:28qualquer lado fala,
53:29está aqui,
53:29olha,
53:30eu tenho essa terra
53:30aqui,
53:31mas não tem título
53:32ainda.
53:33Sem título
53:34eu não tenho
53:35propriedade da terra.
53:36Sem propriedade
53:37ele não pode ter crédito
53:38porque a garantia
53:39não pode oferecer o quê?
53:40Então,
53:40leva no Poupa Tempo
53:42da Amazônia
53:43com a sua terra,
53:46consegue harmonizar
53:48o título,
53:50aquele título
53:51dá direito
53:51a um crédito,
53:53aquele título
53:54permite que o escritório
53:55já faça
53:56um projeto agrícola
53:57para ele
53:57de desenvolvimento
53:58de agrofloresta,
54:00de biofloresta,
54:01de agrinhos
54:03de produção de fruta,
54:04etc.
54:05Já dá o crédito
54:06da assistência técnica.
54:07Então,
54:08o centro chega
54:08no Poupa Tempo lá,
54:10recebe o título dele,
54:12o crédito
54:13e a assistência técnica.
54:14Você faz
54:14uma coisa explosiva.
54:16Então,
54:17eu proponho
54:17um Poupa Tempo
54:18na Amazônia
54:19e no Cerrado
54:20onde as coisas
54:21não estão realmente
54:21ainda.
54:22Acho que seria
54:23uma solução prática
54:24para as coisas avançarem.
54:25Eu só tenho
54:26a aplaudir
54:27essa grande ideia
54:28que só podia vir
54:30numa pessoa
54:30que tem tanta experiência
54:31na área.
54:33Eu me lembro
54:34quando era
54:35recém-formado,
54:36viu,
54:36Davi?
54:37Em agronomia,
54:38fui numa reunião
54:38de agrômodo,
54:39não conheci ninguém,
54:40tinha 23 anos
54:40recém-formado.
54:42E encostei
54:43numa rodinha lá
54:44e tinha um senhor
54:47falando sobre um tema
54:48que, por acaso,
54:49eu tinha estudado
54:50e que eu achava
54:52que ele estava errado.
54:54bobinho,
54:56menino,
54:57eu falei,
54:57senhor,
54:57desculpa,
54:57não é bem assim.
55:00Ele ficou irritado
55:01comigo,
55:02me chamou
55:03atenção e tal,
55:05falou um pouco alto,
55:06mas eu aumentava.
55:07Eu queria enfiar
55:08num buraco
55:08de vergonha
55:09de ter provocado
55:10uma discussão
55:11que não era,
55:12que eu era nada,
55:12eu não era nada
55:13naquele pessoal.
55:14Um homem,
55:14era um senhor de idade,
55:15tinha uns 45 anos,
55:16tinha 22,
55:16para mim,
55:17eram velhos,
55:1845,
55:1850 anos.
55:21O que é a
55:22relatividade das coisas,
55:23hoje meus filhos
55:23têm mais de 50,
55:24são todos meninos ainda,
55:25mas enfim,
55:26é relativo na vida,
55:27até a personalidade.
55:28Mas,
55:30ele foi ficar lindado,
55:31falou,
55:31rapaz,
55:33eu tenho 20 anos
55:34de experiência,
55:35quer discutir comigo?
55:37E esse argumento
55:37me deixou,
55:38me desarmou
55:39por alguns segundos,
55:40será que eu estudei errado?
55:42Será que eu vi tudo errado?
55:43Será que eu aprendi
55:44errado esse negócio?
55:44e perdi por um segundo,
55:47perdi o argumento
55:48de um senhor,
55:49bem mais velho,
55:50estava bem lá,
55:51falou,
55:51mas, senhor,
55:52a experiência
55:53é a soma dos fracassos.
55:56Se eu tomo um copo de água,
55:58experiência nenhuma,
55:59tomo um copo de caco
56:00de vidro moído,
56:01você vai esperar
56:01que você vai ter.
56:02A experiência
56:02são as cicatrizes
56:04e cada um tem a sua,
56:05então,
56:05o negócio de experiência
56:06não é muita qualidade,
56:07deixa eu falar.
56:09Roberto,
56:09muito obrigado
56:10pelo seu entrevista aqui,
56:11viu?
56:12Deixa eu fazer
56:12uma despedida
56:13com você aqui,
56:14do Manoel,
56:14eu quero pedir
56:14o seu apoio
56:18para isso.
56:23Segurança alimentar,
56:25energética,
56:27geração de emprego,
56:28riqueza e renda,
56:30são o único caminho
56:32para a estabilidade política
56:35de um país
56:35e para a paz universal.
56:37A fome
56:38leva à guerra.
56:39se o Brasil
56:40for o campeão mundial
56:43da segurança alimentar,
56:45energética,
56:47o Brasil será
56:47o campeão mundial
56:48da paz.
56:49Eu acho,
56:49Dávila,
56:50que não pode haver
56:51nenhum troféu
56:53mais extraordinário
56:54na Copa do Mundo
56:57do que a paz universal.
57:00Eu acho que a nossa geração,
57:01eu sou já mais cansado,
57:03mas você,
57:05o pessoal da sua idade,
57:06os jovens
57:07que estão nos ouvindo,
57:08preciso carregar
57:09essa taça de campeão mundial
57:11da paz.
57:12Da paz.
57:14É isso mesmo.
57:15A agricultura tropical
57:16vai fazer isso aí.
57:17E, olha,
57:18e o paz é a nossa diplomacia,
57:19que nós temos
57:20a grande figura
57:21do Barão do Rio Branco
57:22que, por meio da paz,
57:2411 fronteiras do Brasil
57:26sem uma única guerra.
57:27Isso tudo
57:28por meio da paz
57:29e da diplomacia.
57:31Ministro,
57:32muito obrigado
57:32pela sua participação aqui.
57:33Agradeço a você muito.
57:35E a gente fica por aqui.
57:36E para você que gosta
57:37do jeito Jovem Pan
57:38de notícias,
57:39não deixe de fazer
57:40a sua assinatura
57:40no site
57:41jp.com.br.
57:44Lá você acompanha
57:45conteúdos exclusivos,
57:46análises,
57:47comentários
57:47e tem acesso
57:48ilimitado ao Panflix,
57:50o aplicativo
57:51da Jovem Pan.
57:52Obrigado pela sua companhia
57:53e até o próximo
57:55Entrevista com Dávila.
58:01Entrevista com Dávila.
58:05A opinião
58:07dos nossos comentaristas
58:08não reflete necessariamente
58:10a opinião
58:11do Grupo Jovem Pan
58:12de Comunicação.
58:13Realização
58:18Jovem Pan
58:19Realização Jovem Pan
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