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Um dos maiores especialistas em agricultura no Brasil reforça que é preciso negociar e utilizar a diplomacia nacional para buscar novos acordos e fechar vendas para novos países e destaca: o caminho está na Ásia.

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Transcrição
00:00Ministro, uma coisa muito importante, o Brasil se tornou muito competitivo no mercado que é altamente protecionista, como o senhor falou.
00:08E agora nós temos então o presidente dos Estados Unidos que está taxando commodity, aliás tentou taxar o nosso suco de laranja,
00:14teve que retroceder porque senão ia aumentar o café da manhã dos americanos lá o preço, né?
00:21Mas o café está sofrendo bastante com essas tarifas, né? Carne também sofrendo bastante.
00:26Gente, como o senhor vê essa nova fase do protecionismo econômico e como que o agronegócio pode superar esse período tão difícil
00:37num produto que hoje é o carro-chefe da nossa exportação?
00:42É, é uma conversa longa, né? Mas tem pelo menos três caminhos para esse processo.
00:48O primeiro é negociar, né? O presidente Trump é um homem de negócio, tanto que ele colocou tarifas altas para outros países
00:56e já voltou atrás, houve uma negociação muito grande.
00:59E acho que o Brasil tinha que negociar e é um tema do chefe do governo.
01:05Presidente da República, o presidente da República pode ter essa negociação mais consistente.
01:10Precisa negociar, negociar, negociar, porque afeta o país, o Brasil, mas afeta o mercado americano, o consumidor americano.
01:17Então, a primeira coisa é negociar.
01:20Eu acho que isso trará alguns avanços positivos, sobretudo em café e carne, que são produtos importantes para os norte-americanos.
01:26Como foi o suco de laranja, logo liberado.
01:30O segundo ponto é buscar novos mercados, que não é trivial.
01:35Vamos fazer do dia para a noite conquistar um novo mercado.
01:37Mas, Dávila, a Ásia é o grande centro do mercado mundial hoje.
01:46Imagine você, em 2020, o agro-brasileiro exportou 20 bilhões de dólares.
01:5220 bilhões de dólares.
01:54E a China era 2,7% desse mercado.
01:58Nossa.
01:59540 milhões de dólares.
02:01Há 25 anos atrás.
02:02Nossa.
02:02Hoje exportamos 167 bilhões de dólares e a China é 30% desse mercado.
02:08É um negócio espetacular.
02:10A Ásia, assim, a China, saltou de 11% para 18%.
02:12Então, é a Ásia que é o horizonte.
02:15Índia, né?
02:15Índia é outro mercado.
02:16Nada, não dá para a Índia.
02:17Não dá nada.
02:18Oriente Médio, países árabes.
02:20Deserto.
02:21Tem espaço.
02:22Então, buscar novos mercados é um caminho que tem que ser feito.
02:28O pessoal está privado junto com a diplomacia.
02:30Só um integrado.
02:31Então, esse é o segundo caminho.
02:33E o terceiro caminho, que é um pouco mais delicado, mas que está começando a desenhar
02:38positivamente, é a União Europeia.
02:41A União Europeia, nesse desarranjo institucional todo, provocado pelo...
02:46Já com a falência das...
02:49Falência é uma palavra forte, mas com a perda do protagonismo das agressões multilaterais,
02:55a União Europeia foi perdendo espaço.
02:56Você pergunta na rua aí, para nós agricultores, que é o diretor-geral da FAO.
03:01Ninguém sabe.
03:02Ninguém sabe.
03:03A FAO é o órgão da agricultura da ONU.
03:05A OMC, que é a deusora-geral da OMC.
03:07Ninguém sabe.
03:08Perguntar na rua o que a ONU faz.
03:11Ninguém sabe.
03:11Então, a verdade é que essas instituições multilaterais, que no pós-guerra deram rumo
03:18ao mundo, perderam liderança, perderam protagonismo.
03:21Então, tem que haver um rearranjo.
03:23E nesse rearranjo, eu vejo que a Europa ficou um pouco fora do contexto em que nós dois...
03:33Bom, você é muito jovem, mas eu sou de um tempo que a briga era Washington contra Moscou.
03:37Acabou isso.
03:37Hoje é Ocidente e Ásia, né?
03:41E a Europa ficou meio fora desse buraco.
03:42Então, eu acho que esse processo todo vai mexer com o interesse da Europa numa composição
03:51como a Mercosul, como o Brasil, etc.
03:53Porque aí vai ser importante para eles.
03:54Já está sinalizando essa direção, né?
03:56Então, vejo que aí tem uma chance de crescimento bastante significativa.
04:00Tem que aproveitar isso tudo de novo, diplomaticamente, com o custo privado atuando diretamente no processo.
04:05Ou seja, diversificar o mercado olhando Ásia e terminar, concluir esse grande acordo
04:11do Mercosul-Comunidade Europeia para que nós possamos também adentrar o mercado europeu.
04:15E negociar com os americanos.
04:17Negociar, negociar, negociar, negociar todo dia.
04:18E negociar com os americanos.
04:19No alto nível.
04:20Isso.
04:21É, porque se o presidente...
04:22É que nem o maestro de uma orquestra.
04:24Se o maestro não dá nota, a orquestra não toca, né?
04:26Afina.
04:27Desafina.
04:27Afina total.
04:28É isso aí.
04:29Agora, ministro, um outro ponto fundamental também...
04:32Deixa eu te dar um favor para você.
04:33Agora eu chamo de ministro.
04:35O ministro é há 20 anos e agora já passou uma geração inteira.
04:39Então, vamos chamar o Roberto.
04:41Roberto, vamos lá.
04:42Um outro ponto fundamental do agro brasileiro é a sua sustentabilidade.
04:46Nós falamos aqui no começo do programa que o agro já preservou muita terra.
04:51E não só por uma razão que a nossa produtividade cresceu muito mais do que a expansão da terra,
04:57mas também por uma política nossa com as nossas APPs.
05:00Ou seja, nós, os agricultores, os pecuaristas brasileiros são obrigados a preservar suas áreas.
05:06Então, é maravilhoso isso.
05:08Agora, o que nós podemos fazer para marketear isso melhor?
05:12Por exemplo, rastreabilidade de produtos.
05:15É uma coisa que começa a mostrar que a soja vem de um lugar sustentável e não vem de área desmatada.
05:20Carne, mesma coisa.
05:21Mas o que mais?
05:22Como é que seria essa agenda da sustentabilidade do agronegócio brasileiro?
05:28Deixa eu te dar um exemplo na mesma direção para ser...
05:32Que é a pecuária, né?
05:33Fala-se muito no arroto do boi que emite metano.
05:37E é verdade.
05:38Então, a pecuária de corte extensiva emite metano.
05:41É verdade.
05:42E é um gás de vez de estufa complicador do meio ambiente.
05:45Mas se olhar o processo inteiro, do berço ao túmulo, desde que se planta o pasto até o frigorífico, é o contrário.
05:56Porque um pasto bem formado, bem adubado, sequestra mais carbono do que o metano emitido pelo arroto do boi.
06:03Então, o que importa é o ciclo completo.
06:07É como agroenergia.
06:08O que importa não é o que se gasta no carro elétrico.
06:12É como é que faz eletricidade.
06:13É como é que faz eletricidade.
06:15Que é poluente também.
06:17Então, a pecuária de corte brasileira hoje tem uma visão...
06:21A Embrapa tem estudo mostrando que do berço ao túmulo, a pecuária sequestra mais do que emite.
06:28Qual é o problema?
06:28Não é todo mundo que faz.
06:30Ainda não é universal.
06:31Então, falta um processo de césar e crédito para que todo mundo faça isso e chegue a essa posição que mostra ao mundo essa verdade.
06:39Como fazer isso?
06:40Aqui, Dávila, tem um tema que me incomoda bastante.
06:45O nosso concorrente europeu, que perde o mercado para a gente...
06:51Nós saímos de 20 bilhões de exportação no ano 2000 para 160 bilhões do ano passado.
06:56Alguém perdeu o mercado.
06:58Quem perdeu o mercado não está feliz.
06:59Está bravo com a gente que quer tirar de mercado de novo.
07:01Então, ficam criando conceitos falsos.
07:06Esse é o que você falou.
07:07Está desmatando a Amazônia para dar soja.
07:09Mentira, mentira.
07:10Falando de pasta da Amazônia, mentira.
07:13Mas, tem desmatamento ilegal.
07:17Tem incêndio criminoso.
07:19Tem invasão de terra.
07:21Tem garimpo clandestino.
07:23Tem lei que não é cumprida.
07:25Código florestal.
07:26É verdade.
07:27Espetacular o código florestal.
07:28Não é cumprido.
07:29Então, o que nós precisamos fazer é acabar com o que é ilegal.
07:32Porque você tira do concorrente o argumento falso.
07:38O consumidor que entra em um armazém em Hanover ou da Alemanha ou da Rua, na França,
07:43ele diz, essa carne vem da Amazônia.
07:46Não compra.
07:47Não compra.
07:48Vai comprar uma carne da Austrália, de outro país do mundo.
07:50Quando, na verdade, a carne não vem da Amazônia.
07:53Mas, tem desmatamento ilegal na Amazônia.
07:57Quer fazer agritor?
07:58Não é agritor, não faz.
07:59Vai perder a fazenda dele.
08:00Quer fazer bandido.
08:01Quer fazer bandido.
08:03Tem que acabar com o que é ilegal no Brasil.
08:05Vamos acabar em 2030.
08:062030 é nada.
08:07Tem que acabar já.
08:08Então, tem que ter uma ação de Estado que eu acho que tem que ser feita com a ajuda
08:14internacional.
08:14Porque não é trivial.
08:16A Amazônia é metade do Estado brasileiro.
08:17Então, não tem como se acabar com o que é ilegal lá do dia para noite.
08:21Tem que ter uma ação duríssima.
08:23Custa muito caro.
08:24Muito custo no Brasil.
08:25Mas, tem que fazer essa coisa acontecer.
08:27É vontade política que o mundo tem que participar nesse processo.
08:30Então, eu acho que esse é um tema, para a COP, inclusive, bastante significativo.
08:34Muito.
08:38Obrigado.
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