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Em entrevista ao Real Time, José Carlos Hausknecht, diretor da MB Agro, analisou o avanço da China nas importações de carne bovina brasileira em meio à tensão tarifária com os Estados Unidos. Ele explicou como o Brasil mantém a competitividade global e o impacto no preço interno da carne. 

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Transcrição
00:00Em setembro, a China reforçou a posição de principal destino das exportações de carne
00:10bovina do Brasil. O país passou a absorver mais da metade dos embarques em meio à tensão
00:15tarifária com os Estados Unidos. Para entender o impacto desse cenário para os produtores
00:20e para os exportadores brasileiros, eu vou conversar agora com José Carlos Rausknet,
00:25que é diretor da MB Agro. Bom dia para vocês, José Carlos. Seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:32Bom dia.
00:34Bom, o aumento das exportações para a China em setembro, ele já era um movimento esperado
00:38para vocês com esse tarifácio dos Estados Unidos? Ou foi mais rápido que previsto
00:43esse movimento de diversificar a exportação?
00:48A gente nunca achou que fosse haver um impacto muito grande nas exportações
00:53e que teria aí uma diversificação possível, já era esperado.
01:03Mas acho que o movimento, o que chamou a atenção foi, primeiro, que as exportações como um todo cresceram
01:11e, além disso, houve essa substituição dos Estados Unidos com muita facilidade.
01:21E por que a gente esperava isso?
01:24Porque o mundo está com pouca oferta de carne, em geral.
01:31Os próprios Estados Unidos estão com uma produção muito baixa
01:36e eles são os maiores produtores mundiais.
01:39Então, eles estão aumentando as suas importações, estão reduzindo as suas exportações
01:43e isso traz aí um ambiente de um mercado demandado.
01:52E isso facilita com que o Brasil consiga, então, colocar a sua carne em outros mercados.
01:59Como é que vocês têm visto o potencial do mercado chinês?
02:03Porque é um país que está consumindo cada vez mais carne.
02:06Historicamente, não consumia tanto, né?
02:09Sim, o chinês consome muita carne suína, né?
02:13Ele é o maior consumidor do mundo, né?
02:15E a base da alimentação é a carne suína.
02:19Ele foi mudando isso no tempo, passou a consumir mais frango.
02:22Mas o crescimento da renda lá e também, principalmente, quando teve aquele problema
02:31com o abastecimento de carne suína, com a peste suína lá, houve um incentivo para
02:38outros tipos de carne crescerem dentro do mercado chinês e isso tem acontecido de
02:43maneira muito intensa, né?
02:45Então, a China vem crescendo todo ano as suas importações, uma vez que eles têm
02:51muita dificuldade de produzir, eles são grandes produtores de carne bovina, mas eles têm
02:56muita dificuldade, porque eles não têm área suficiente para ter o rebanho, né?
03:01Para sustentar o rebanho.
03:02Então, esse crescimento tem sido, basicamente, em aumento nas importações.
03:10E esse é o que a gente tem visto aí nesses últimos anos.
03:14O que você está esperando dessas negociações que agora parecem que finalmente começaram
03:18a andar entre o Brasil e os Estados Unidos para tentar reverter esse tarifácio de 50%?
03:25Olha, a gente ficou muito entusiasmado, né?
03:29Nós do agro em geral, né?
03:31Assim, né?
03:32Com essa retomada aí de uma negociação que estava parada e a gente não via muita saída.
03:39E, aparentemente, houve uma mudança significativa no comportamento dos Estados Unidos, dos americanos,
03:49nesse sentido, e isso é muito positivo.
03:52E a gente espera que isso evolua e a gente volte a ter a possibilidade de exportar carne
03:59para os Estados Unidos, que é um mercado muito importante e que a gente acabou ficando
04:06fora, ficou muito prejudicado com essa situação.
04:11Mas não é só carne bovina, né?
04:13É café e outros produtos que foram sobretaxados.
04:18Então, se isso acontecer, o cenário é ainda mais positivo para esses produtos.
04:23Eu não sei se isso se aplica à carne, mas vários produtos de exportação, a gente
04:28sempre ouve uma queixa aqui, que quando você perde o mercado e o seu concorrente vai lá
04:32e te substitui, é muito difícil depois você ter esse mercado de volta.
04:36Você acha que nos Estados Unidos, na questão da carne, vai ser fácil retomar o que foi
04:40perdido?
04:42Eu acho que sim, porque o Brasil hoje é o maior exportador de longe, né?
04:50E não tem grandes alternativas ao Brasil, né?
04:56Você tem poucos países que conseguem abastecer de maneira...
05:03Tem produção, que tem oferta de carne num preço competitivo, né?
05:09O Brasil hoje está com a carne mais barata.
05:11Entre os competidores, está com a carne mais barata.
05:14E, portanto, ele é muito competitivo e, se voltar, eu acho que não terá nenhuma
05:21dificuldade de atender o mercado novamente.
05:26Eu acho que isso não será um problema.
05:28E todos esses movimentos recentes que a gente viu, você acha que tudo isso mexeu com o preço
05:33da carne aqui dentro do Brasil?
05:35De que maneira?
05:38Olha, é difícil de medir isso, né?
05:41Porque, assim, o Sazen já vinha nos últimos dois, três meses antes do embargo, já estava...
05:48Sua participação no mercado já tinha caído bastante, né?
05:51A gente teve uma exportação muito forte no começo do ano e agora já estava lá na faixa
05:56dos seus 5% das exportações, então o efeito era menor.
06:01E, por outro lado, a gente tem um efeito de que, na prática, isso não se resultou numa
06:09queda nas exportações, a gente teve, na verdade, um aumento nas exportações.
06:14Então, eu acho que o impacto foi muito pequeno desse embargo no setor de carne e bovina, né?
06:21Porque isso, praticamente, a gente não sentiu uma queda nas exportações, a gente continua
06:27exportando muito e o fato é que a gente está numa situação de que os preços estão
06:34se mantendo relativamente estáveis, apesar de a gente estar entrando aí na intressafra,
06:41graças ao aumento e a maior exportação, graças ao aumento também na produção, no
06:47abate do Brasil, que tem conseguido dar, suprir o mercado interno, suprir as exportações
06:54e mantendo os preços relativamente estáveis.
06:57José Carlos Haukner, diretor da MB Agro, muito obrigado pela sua participação hoje
07:03aqui no Real Time, bom dia.
07:05Bom dia.
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