A tensão entre Donald Trump e a Venezuela está escalando. O governo americano cortou relações diplomáticas com o país, que relatou preocupação com uma escalada militar após Nicolás Maduro recusar renunciar à Presidência da Venezuela voluntariamente.
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00:00E a gente já fala sobre a relação, acabamos de falar na verdade, né, sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos que tá melhorando, mas a tensão entre Trump e Venezuela tá escalonando.
00:10Por isso a gente vai até os Estados Unidos com Eliseu Caetano, que vai trazer todos os detalhes pra gente sobre essas relações diplomáticas que andam conturbadas.
00:18Eliseu, muito bom dia, é com você.
00:19Salve, salve, David de Tarso, muito bom dia pra você, pros nossos colegas debatedores e pra todo mundo que acompanha o show da manhã aqui na programação da Jovem Pan.
00:30A gente fala ao vivo direto dos Estados Unidos, 10 horas da manhã com 5 minutos aqui na Costa Leste do país e a nossa equipe de reportagem está acompanhando, como você disse, a escalada das tensões entre Estados Unidos e Venezuela.
00:43Se, por um lado, as relações com o Brasil aparentemente vão começar a caminhar bem melhor, principalmente depois daquela ligação de ontem envolvendo Lula e Trump, azedaram de vez agora entre Estados Unidos e Venezuela.
01:00Donald Trump emitiu uma ordem direto do Salão Oval, um dos mais importantes da Casa Branca, para os seus aliados de governo e garantiu.
01:07A partir de agora, a diplomacia americana não fala mais com a diplomacia venezuelana.
01:14As ligações estão cortadas e a ordem foi dada ao enviado especial Richard Grenell, que não vai mais poder negociar absolutamente nada, pelo menos não pelas vias diplomáticas, com o regime de Nicolás Maduro.
01:30A decisão já foi comunicada em meio a essas operações militares que a gente tem acompanhado aqui ao longo das últimas semanas da programação da Jovem Pan.
01:40Para quem não está por dentro do assunto, há cerca de um mês, os Estados Unidos enviaram para águas internacionais, bem próximos da costa da Venezuela,
01:49pelo menos seis navios contendo mais de cinco mil militares das diferentes forças armadas aqui do país.
01:59Há pelo menos um mês, um mês e meio a gente vem tratando do assunto.
02:04A Casa Branca diz que esses militares foram enviados para lá apenas e tão somente para fazer o patrulhamento do mar ali naquela região
02:13e impedir que drogas sejam enviadas de lá para cá, para os Estados Unidos, e nega que tem a intenção de fazer qualquer tipo de intervenção militar na Venezuela.
02:27Mas, de fato, o que a gente tem acompanhado especialmente nas últimas horas é o seguinte,
02:32é o regime de Nicolás Maduro reclamando de que tem registros de que aeronaves americanas, drones americanos estão sobrevoando o espaço aéreo deles,
02:43de que essas incursões por mar já entraram nas águas nacionais territoriais da Venezuela
02:50e que há, inclusive, operações em terra em alguns espaços sendo feitas por americanos,
02:59infringindo, portanto, o espaço venezuelano.
03:03A Venezuela, por sua vez, também já armou a sua população, conclamou Nicolás Maduro, cerca de quatro, cinco milhões de venezuelanos,
03:13armas foram entregues, treinamentos estão acontecendo por lá,
03:17militares estão fazendo ali, forjando uma verdadeira milícia civil para combater os Estados Unidos
03:25em caso de ataque e em caso de invasão, que ainda não aconteceu.
03:30Os Estados Unidos até negam de que isso vai acontecer.
03:33De qualquer forma, o governo dos Estados Unidos, agora, com essa decisão de romper ligações diplomáticas,
03:39eleva o grau dessa tensão, David, e faz com que a Venezuela tenha ali toda uma reprogramação,
03:47nesse momento que acontece por lá, de acordo com as agências de notícias,
03:53é, além da população que já está armada, há todo um reforço sendo feito nas fronteiras,
04:00reforço de policiamento, reforço com militares também,
04:04e claro, Nicolás Maduro tem medo da própria vida, teme pela própria vida,
04:09porque há uma recompensa sendo oferecida pelos Estados Unidos de 50 milhões de dólares
04:15para quem levar qualquer tipo de informação que leve a captura de Maduro.
04:20Ou seja, há ali uma verdadeira corrida dele contra os Estados Unidos
04:24e contra até algum possível dissidente dentro de seu próprio país.
04:28A gente vai seguir daqui, David, acompanhando toda essa situação,
04:32e eu volto ao longo da programação da Jovem Pan, se a gente tiver novas atualizações, ok?
04:36Combinado, Eliseu, muito obrigado pelas suas informações, direto dos Estados Unidos,
04:40trazendo contexto aí sobre essa tensão que está escalonando,
04:44e agora as relações diplomáticas realmente não devem avançar, Ana Beatriz Hirsch.
04:49É, assim, David, a gente vê que existe uma tentativa dos Estados Unidos,
04:54mais do que nunca, de fazer frente ao regime de Nicolás Maduro.
04:59tem havido essa intensificação dessa presença americana,
05:03e agora mais um novo elemento, que é essa ruptura de tratativas e da relação diplomática.
05:10Existe aí, é um forte, como que eu vou colocar?
05:15Uma forte contradição de sistemas entre os dois países,
05:21e como Donald Trump foi eleito também com essa bandeira de tentar ser um player internacional,
05:27e de mostrar sua presença perante o resto do mundo,
05:31me parece que a Venezuela é um local fácil dele fazer essa presença,
05:35porque além de se tornar manchete,
05:37a Venezuela não tem qualquer força para fazer nada contra os Estados Unidos.
05:40Então fica fácil para aparecer para os americanos e para o resto do mundo,
05:46como se eles estivessem realmente tomando conta da Venezuela,
05:50porque afinal a Venezuela não tem muito o que fazer contra eles também.
05:52É, o Trump até ironizou, né, colocou um vídeo lá,
05:54o pessoal das relações públicas, das redes sociais,
05:58onde os militares venezuelanos estavam treinando com pessoas um pouco acima do peso,
06:03e aí falou assim, ah, esse é o exército que vai enfrentar, que vai fazer frente a gente.
06:07Então realmente tem muitas questões que a gente deve observar em torno desse tema, né?
06:13Guilherme.
06:14A gente, eu tive a oportunidade de falar aqui mesmo outro dia
06:18sobre a preocupação que eu tenho com essas intervenções americanas em outros países.
06:25Eles têm o histórico de fazer intervenções severas.
06:28Mas aí a gente está falando de um ditador também, né?
06:30Sim, exatamente, concordo com a gente.
06:32É ruim, né, quando os dois lados têm problema, a gente fica difícil torcer.
06:36Mas veja, o meu problema, longe de mim, não quero defender a Venezuela,
06:40muito pelo contrário, sou absolutamente crítico.
06:42Um ditador, a eleição que a gente acompanhou de perto, uma palhaçada, uma farsa, né?
06:48Mas, quando um país potência, como os Estados Unidos,
06:52interfere em um outro país, sob esse tipo de alegação,
06:55ah, mas é um ditador, mas é um narco-estado,
06:58eles não estão lá para implantar democracia e para resolver problemas mundiais.
07:04Estão lá por interesse próprio.
07:05E os Estados Unidos é um mestre histórico em fazer esse tipo de incursão por interesse próprio.
07:11A gente teve, no passado, a Chile.
07:15No Chile, eles apoiaram o Pinochet, né?
07:19Retiraram, porque o Allende era socialista,
07:22e eles apoiaram um golpe, colocaram um ditador no poder,
07:25que foi ditadura do Chile, foi severa.
07:28Mais recentemente, Iraque.
07:30Entraram no Iraque alegando que havia armas de destruição em massa,
07:36que não havia, não foram comprovadas, pelo contrário,
07:38a incursão falou, puxa, não achamos as tais armas.
07:42Desmantelaram o governo do Iraque.
07:44Depois que saíram, o que aconteceu?
07:48Governos autoritários e, a longo prazo, ISIS.
07:51A ISIS surgiu como um resquício desse ataque americano.
07:58Então, assim, quando você põe um país para ir lá,
08:00destruir outro ou subjulgar outro,
08:03implantar o governo que interessa para eles,
08:04nos modos que interessa para eles,
08:06que não está preocupado com o futuro ou a organização dessa nação,
08:10na maioria das vezes, os efeitos, a longo prazo,
08:12não são benéficos, são ruins.
08:14Então, você tem toda razão, David.
08:16Não temos que apoiar a Venezuela,
08:18mas temos que olhar com toda a desconfiança do mundo
08:21para quando os Estados Unidos falam,
08:24ah, mas ali é um problema grave,
08:26ditadura, acho melhor eu meter o bedelho lá.
08:29Nunca é pensando no bem dos outros,
08:31historicamente, pelo menos, nunca foi.
08:33Mas, Jota, será que também, se não tiver uma intervenção externa,
08:37não continua uma ditadura e aí a gente nunca vai ver
08:40uma eleição justa sendo realizada na Venezuela?
08:42Você pensa dessa forma ou não?
08:43Eu fiquei até um pouco assustado com o zelo que o Guilherme,
08:46que eu vou chamar de Gui, né?
08:47Que o zelo que o Gui falou sobre a questão do regime venezuelano,
08:51um regime venezuelano que ontem estava vazando imagens
08:54de uma mulher que estava parindo uma criança nas escadas
08:57porque o sistema de saúde lá está totalmente colapsado.
09:00Um regime venezuelano que não tem sequer condições
09:04de poder salvar o próprio povo venezuelano.
09:07E eu não estou dizendo que o Trump não tem interesses pessoais.
09:10É claro que ele tem interesses pessoais.
09:11Mas agora eu vou agradar o Mano Ferreira,
09:12agora que me chamou de liberal.
09:14Mas não é do interesse do açougueiro
09:16que eu vou esperar o meu jantar.
09:18Ele vai fazer isso pelo próprio interesse dele.
09:20Então, se o Trump quer um inimigo externo
09:22e é realmente aquilo que ele quer,
09:24ele quer o Bin Laden do Barack Obama,
09:27não tem problema nenhum.
09:27desde que eu tenha consciência e certeza
09:30que os frutos de uma intervenção,
09:33que uma ocupação,
09:34que uma invasão,
09:35chamem como quiserem chamar
09:36a influência dos Estados Unidos
09:38acerca do regime venezuelano,
09:39vai ser sim benéfico à população.
09:41E não tenho dúvidas nenhuma sobre isso.
09:45Primeiro eu gostei que o Jota citou a Adam Smith,
09:47quem não pegou a referência.
09:49E ele está meio...
09:50Os fins justificam os meios hoje.
09:52O problema é que nem sempre a intenção gera o efeito.
09:57Então, não necessariamente uma intervenção militar
10:01numa ditadura leva a uma democracia.
10:05O caso do Iraque, o caso do Afeganistão,
10:07são muito evidentes.
10:09Houve nos Estados Unidos por um tempo
10:11a ideologia, a crença,
10:14inclusive por parte de alguns liberais americanos,
10:16de que seria possível exportar a democracia
10:19por meio da força.
10:22A experiência já nos mostra que não é possível.
10:25Como que se constrói uma democracia?
10:27Por meio do fortalecimento da sociedade civil.
10:31Por meio de instituições que surjam
10:33e que floresçam de baixo para cima na sociedade.
10:37Então, a forma de acabar com a ditadura na Venezuela
10:40é fortalecendo forças democráticas
10:44dentro da sociedade venezuelana.
10:46Precisa vir de lá a solução.
10:48O que agentes externos podem fazer
10:51é tentar aumentar a capacidade de ação
10:55dos meios internos da Venezuela.
10:58Então, eu não acredito nesse tipo de solução militar.
11:01E vejo com bastante cautela e perigo.
11:04A América do Sul não tem guerras
11:07desde a Guerra do Paraguai.
11:09Então, eu acho que é importante
11:11que a gente não perca a dimensão
11:13que conflitos militares
11:15sempre acabam gerando mais sofrimento
11:19e mortes de inocentes.
11:20Esse não é um bom caminho de solução de conflitos.
11:24Precisamos apostar na via do fortalecimento
11:27das forças democráticas dentro da Venezuela.
11:30Todas presas.
11:30Então, vamos fazer pressão justamente para que soltem.
11:37Vamos fazer pressão internacional
11:39para que o processo eleitoral seja respeitado.
11:43Nada disso foi feito.
11:44E o Brasil tem grande responsabilidade nesse sentido.
11:48Porque no lugar de atuar como uma força diplomática
11:51em fortalecimento dos princípios democráticos,
11:55atuou passando pano para a ditadura.
11:57E isso a gente precisa sempre levar em conta.
12:00O Brasil foi sócio da ascensão do regime do Chávez,
12:04foi sócio da manutenção de Maduro,
12:07foi sócio da fraude eleitoral na Venezuela,
12:11ao não atuar de forma incisiva
12:14em defesa dos valores e princípios democráticos.
12:18É, sem dúvidas.
12:19A gente viu que realmente o governo brasileiro
12:21ainda reconheceu a vitória de Nicolás Maduro.
12:23Não foi isso?
12:24Vocês viram, né?
12:25Exatamente.
12:26É, a gente inclusive na época criticou muito o fato
12:29de que a diplomacia brasileira não estava se colocando
12:33da maneira que, enfim, a gente acreditava que deveria.
12:36Porque em outros conflitos internacionais,
12:39muito mais distantes daqui,
12:41houve manifestações muito mais contundentes
12:45por parte do Itamaraty.
12:47E quando se falou na Venezuela,
12:48que aqui é ao nosso lado,
12:50que inclusive gera consequências
12:51ante o fluxo migratório
12:53de pessoas tentando escapar da Venezuela
12:55aqui para o Brasil,
12:56a manifestação foi muito atenuada.
13:00Olha, precisamos aguardar as células eleitorais,
13:03não há provas.
13:04Enquanto, por exemplo,
13:05existem manifestações extremamente graves,
13:09sérias, por assim dizer,
13:11contra, por exemplo, Israel e outras questões.
13:13Não estou aqui dizendo que a gente não deva se manifestar,
13:17mas eu acho que existiu aí
13:18uma diferença de tom
13:20que muito diz a respeito de princípios
13:23e que muito diz a respeito
13:25de como o Brasil pretende tratar
13:27essa questão da Venezuela,
13:29que é, sim, equivocada, na minha opinião.
13:33Sem dúvida.
13:33E a gente, obviamente, vai seguir acompanhando
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