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A educação ambiental ligada ao biogás pode ser incentivada por meios de ações como a implementação de biodigestores com propósitos educativos. No quadro JP Sustentável deste sábado (04), Patrícia Costa recebe Maria Aparecida Silva de Paula, coordenadora de Relações Institucionais da AESABESP, para analisar o tema.


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Transcrição
00:00por meio de ações como a implementação de biogestores com propósitos educativos.
00:05Quem vai contar melhor pra gente é a Patrícia Costa, no quadro Jovem Pan Sustentável.
00:11O saneamento básico ainda é um desafio para o Brasil.
00:15Três em cada dez casas continuam sem acesso à rede de esgoto.
00:19Esse déficit custa caro, viu? Não apenas em infraestrutura, mas principalmente em saúde, educação e qualidades de vida.
00:26Cada real investido em saneamento pode gerar até quatro de economia em gastos hospitalares,
00:33além de reduzir desigualdades e tornar as cidades mais resilientes às mudanças climáticas.
00:39E para falar sobre esse tema estratégico que chegará à COP30 em Belém,
00:44a gente recebe a Química Industrial Maria Aparecida Silva de Paula,
00:48com mais de trinta anos de experiência em saneamento
00:51e atual coordenadora de relações institucionais da Associação dos Engenheiros da Sabesp.
00:57Seja bem-vinda, obrigada por aceitar o nosso convite.
01:01Antes de começar a nossa entrevista, eu até chequei com você os dados, né?
01:04De três a cada dez que ainda faltam ter saneamento,
01:08porque eu estudo o meio ambiente há muito tempo e esse número não muda, não evolui.
01:12O que que acontece?
01:13É verdade, obrigada pelo convite, mas realmente, porque o investimento é muito pouco,
01:18é insuficiente para a quantidade de necessidades que o Brasil necessita.
01:24Então, menos de um por cento dos investimentos, o saneamento está dentro de outros.
01:30Então, ele está 0,057% só de investimento.
01:34Claro que não há como você alcançar e melhorar esses índices,
01:39o investimento ainda é muito aquém da necessidade que o saneamento precisa.
01:44E como atrair, então, mais investimentos, já que esse setor é extremamente importante nesse momento,
01:49que a gente fala sobre meio ambiente, água potável, justiça climática,
01:54tem tudo a ver com os temas que serão abordados na COP30, né?
01:58Essa é a primeira vez que a COP30 está tratando do saneamento,
02:01olhando para mudanças climáticas e entendendo que há necessidade dessa interface,
02:07desse olhar com um pouco mais de cuidado dos 60 diretrizes que foram colhidas.
02:22Foi feito o lançamento, entendemos oportuno...
02:31O que vocês identificaram?
02:41Obviamente, quando a gente fala que há cada 10, 3 casas,
02:45e até em concentrações assim, São Paulo, capital, bairros mais da periferia,
02:50a gente sabe que o saneamento não é distribuído de forma igualitária,
02:54tanto no país como na própria cidade, né?
02:56O que vocês dão de diretrizes para que isso aconteça de forma mais justa?
03:02Dentro do trabalho que foi feito, que nós fizemos o trabalho de norte a sul do país.
03:07Então, nós fizemos dois seminários para a terceira edição desse documento,
03:11que eu vou ver aqui, o saneamento e mudanças climáticas,
03:14diretrizes aos prestadores de serviços de água e esgoto,
03:17para o enfrentamento de eventos adversos.
03:19Nessa terceira edição, nós fizemos o quê?
03:24Fizemos dois seminários, um em São Paulo, que aconteceu dia 28,
03:30onde nós trabalhamos com o eixo centro-oeste, sul e sudeste,
03:35e depois, no dia 1º de setembro, nós fomos para Manaus,
03:39trabalhando norte e nordeste.
03:41Quando você faz esse levantamento com especialistas de todos os setores,
03:45a academia, a parte tecnológica e também os especialistas,
03:51há a possibilidade de identificar com maior propriedade
03:54aquelas lacunas que ainda existem, que precisam ser tratadas
03:58e melhoradas as condições de saneamento no país.
04:02Há questões de infraestrutura, planos emergenciais, contingenciamento,
04:09os comitês de bacias que precisam ser fortalecidos.
04:12Então, foram vários os temas que cada especialista trouxe o seu querer,
04:17a sua dor, para dentro do projeto,
04:20e mostrando aqui, sinalizamos, aqui é necessário
04:22que tenhamos um tratamento especial,
04:25ou um olhar especial para identificar quais os pontos
04:29que cada um, cada operador...
04:32...olhar com mais cuidado e investir...
04:42A transição energética, a preservação das florestas,
04:54é um tema que fica muito mais...
04:56...a preservação das florestas.
05:01O saneamento, pela primeira vez, entra ali nesse debate
05:05e também vai receber parte desse financiamento?
05:07Essa é a promessa?
05:08Nós não temos promessas para a população,
05:13para os investimentos que são feitos,
05:16a questão da infraestrutura,
05:18ela acaba sofrendo algum tipo de problemas.
05:23Esses temporais recentes em São Paulo mostraram justamente isso,
05:27que a gente estava aí na semana do Rio Tietê,
05:31justamente quando houve um temporal que mostrou
05:33que a qualidade da água já estava ruim
05:35e toda a sujeira da cidade, justamente por causa da chuva forte,
05:40acabou também poluindo ainda mais o rio.
05:43Como trabalhar a infraestrutura para que a cidade toda
05:46seja mais resiliente, tanto na mitigação,
05:50como nessa adaptação que a gente vai precisar ter?
05:52Porque já é um fato, para vocês que fazem estudos,
05:56de que as secas que aconteciam uma vez a cada 20 anos,
06:00ou os temporais, como ocorreram no Rio Grande do Sul,
06:02que aconteciam no longo espaço de tempo,
06:04agora eles estão em espaços mais curtos, né?
06:07A gente vê três, quatro secas seguidas,
06:09a gente passou por uma crise de abastecimento em São Paulo
06:12há pouco mais de, há quase 10 anos,
06:14e de novo a gente está com os reservatórios operando abaixo.
06:18Como é que vocês lidam com essas mudanças no clima
06:20e se adaptam a elas?
06:22E o que diretrizes existem nesse estudo
06:24para ajudar as cidades a ligar, né,
06:27todos os pontos dessa infraestrutura,
06:29porque acaba desaguando no Rio,
06:31que a gente precisa de água potável,
06:32e água que gera energia e por aí vai?
06:35É um trabalho isolado,
06:37como a gente comentou.
06:39É um trabalho que precisa de políticas públicas,
06:41precisa da própria população,
06:44das academias, não é?
06:46Não é uma equação fácil de resolver.
06:48Mas, claro, se cada um de nós tomarmos a nossa,
06:52assumirmos o nosso papel,
06:54a Associação dos Engenheiros tem essa bandeira,
06:57leva essa bandeira,
06:59de trabalhar com as questões de capacitação,
07:02de pessoas, de profissionais,
07:04de trabalhar com a sociedade,
07:06porque nós somos da Organização de Sociedade Cível de Interesse Público,
07:09então nós temos o nosso trabalho sociais.
07:13Então não dá para você,
07:14não há uma forma única de resolver essa questão,
07:17mas cada um tem que fazer o seu papel dentro do seu DNA.
07:21As empresas tomarem cuidado com aquilo que são lançados nos rios,
07:25de trabalhar com recursos hídricos com menor,
07:29com mais eficiência e eficácia.
07:33O poder público com questão da legislação,
07:36melhorando a fiscalização.
07:39Os comitês de bacias entendendo,
07:41sinalizando o que deve ser colocado,
07:45cada projeto,
07:47cada estrutura,
07:48nova estrutura que a cidade venha a acertar.
07:52Então, todos esses cenários,
07:54todos esses insights,
07:56é que faz com que a gente melhore a qualidade de vida da população,
08:00que melhore a condição do rio Tietê,
08:03dos outros rios também.
08:04Isso a gente fala de norte a sul do país,
08:06porque nós temos que tomar cuidado com aquilo que nós fazemos.
08:09Mas a população também não pode ficar de fora.
08:11O uso racional da água é uma questão muito forte
08:14que temos que levar em consideração
08:15neste momento em que nós temos essas mudanças climáticas.
08:20Também outra coisa que a gente precisa tomar consciência
08:25é do nosso resíduo.
08:27A gente percebe que a população ainda continua
08:30lançando os seus rejeitos dentro de rios,
08:34dentro de córregos.
08:35E há um trabalho forte para as operadoras
08:38ficar retirando o resíduo.
08:41A própria prefeitura vai nos lugares onde tem loteamento,
08:45eles vão lá, retiram e estão próximos a córregos,
08:48próximos a rios.
08:49Então, há necessidade de uma conscientização,
08:52uma sensibilização da população
08:54para saber o seu real papel
08:57e fazer as cobranças que são cabíveis para o poder público.
09:00Nesse raio-x que vocês fizeram pelo país,
09:03quais são as regiões hoje que carecem de mais investimentos
09:07para que tenha algo mais igualitário?
09:10Com certeza, em outras regiões, por exemplo, norte, nordeste,
09:13esse número de sete para três já deve ser bem diferente.
09:17Nesse estudo, nós fizemos só levantamento de diretrizes.
09:20Provavelmente, há a necessidade do desdobramento em outros estudos
09:26e aí sim ter um raio-x mais adequado com relação
09:30às áreas que precisam de maior investimento.
09:34Mas também tem outros estudos,
09:35a própria Trata Brasil,
09:37o SNIS,
09:38que é possível ranquear e ver quais são
09:41as áreas em que precisam de maior investimento,
09:44as regiões do país onde precisam de maior investimento,
09:46inclusive os locais mais próximos.
09:49Você olhando para esses estudos,
09:51é possível de saber quais são os melhores
09:53ou mais investimentos que devem ser feitos.
09:57Mas você, trabalhando há tantos anos nessa área,
10:00existe algum estudo hoje
10:01que se a gente não fizer nada
10:03para mudar esses efeitos das mudanças climáticas,
10:07a gente possa passar por um novo racionamento?
10:10Não só em relação ao documento
10:11que será apresentado na COP30,
10:13mas, como um todo, existem estudos
10:15que mostram a real situação
10:17de se a gente não mudar as atitudes agora.
10:20Isso será uma realidade no futuro?
10:22Não com data, né?
10:23Não precisa...
10:24A gente não vai passar por esse racionamento neste ano, né?
10:27Eu estou dizendo assim.
10:28Existe uma expectativa de que isso possa acontecer novamente?
10:31É, existem vários modelos matemáticos.
10:34É como você falou, são modelos matemáticos.
10:36Não há...
10:37A certeza nós só teremos quando estivermos
10:39vivendo aquela situação.
10:41Espero em Deus que não.
10:42Mas existem estudos, sim, modelos matemáticos
10:46que avaliam, tem monitoramentos
10:49para a quantidade de reservação nas represas.
10:54Então, tem muita coisa.
10:56Tem muito estudo, tanto feito pelas operadoras
10:59como também pela academia,
11:01que mostram esses números
11:04e que são capazes, né?
11:06Que devem ser olhados com mais cuidado
11:09porque as pessoas não acreditam.
11:11A gente mora num país tropical
11:13onde 12% da água do planeta é nossa.
11:16Está sob os nossos cuidados.
11:18Não é nosso, mas está sob os nossos cuidados.
11:20E temos que ter a responsabilidade
11:25de saber que o planeta todo olha para nós também.
11:30Porque é isso a questão de agricultura,
11:32a segurança hídrica, a segurança alimentar,
11:35tantos outros desdobramentos
11:37dessa quantidade de água
11:38que está sob a nossa responsabilidade
11:40e que muitas vezes nós não damos
11:42o valor que deveríamos dar.
11:44É, a gente pode mudar as regras como ser humano,
11:47mas a natureza continua o curso natural, né?
11:50Eu agradeço muito a sua participação aqui,
11:52seus esclarecimentos.
11:54Obrigada, viu?
11:54Eu que agradeço a oportunidade.
11:57Bom, a crise climática expõe de forma dura
11:59a falta de saneamento, né?
12:01Enchentes que espalham doenças,
12:03secas que comprometem reservatórios
12:05e rios que continuam poluídos.
12:08Levar esse debate à COP30
12:10significa reconhecer a água e o saneamento
12:12como eixos centrais da adaptação climática
12:15e da justiça social.
12:17O desafio agora é transformar números
12:19e diagnósticos em compromissos concretos
12:22para que o Brasil deixe de ser um país
12:24onde milhões ainda vivem sem o básico.
12:27Até a próxima.
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