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O Head de Agro da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, analisa o aumento de 31,7% nos pedidos de Recuperação Judicial (RJ) no segundo trimestre de 2025. Pela primeira vez, os grandes produtores (Pessoa Jurídica) superaram os pequenos, concentrando 43% das 565 solicitações. O especialista explica os motivos por trás desse crescimento, a correlação entre a insolvência e a queda nos prêmios da soja, e como fatores como a alta taxa de juros e a restrição de crédito estão afetando o planejamento da próxima safra.

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Transcrição
00:00RJ é algo que ninguém quer, é muito ruim para o credor, é muito ruim para o produtor
00:05rural também, principalmente para o futuro dele, para ter acesso a crédito, mas é um
00:14fenômeno que nós temos que acompanhar.
00:17A história e os porquês da recuperação judicial, ela está muito clara e a gente
00:24tem repetido ela, porque ela começa de um momento muito bom do agro lá em 21, onde
00:32os preços da commodities estavam bastante altos, muitos produtores experimentaram
00:40margens enormes, então saíam de um patamar de 30%, 35% para mais de 45%, 50% e nesse
00:48momento muitos deles começaram a fazer expansão, investiram em expansão.
00:53Então arrendaram novas terras, resolveram trocar maquinário, expandiram as suas operações.
01:02E o que aconteceu foi uma sequência aqui de problemas que começou desde aumento dos custos
01:08do insumo, então voltando também lá 22, 23 com a guerra da Ucrânia, a gente teve um
01:15problema também climático, 23 e 24, que piorou muito a produtividade e justamente aqueles
01:22produtores que tinham arrendamentos, tinham muitos compromissos vinculados a arrendamentos.
01:30E agora, nesse ano, vários deles que tomaram financiamento para equipamentos e que a carência
01:37desses equipamentos estão vencendo agora, ou seja, eles começam a pagar esse financiamento,
01:45ficou muito difícil, mas realmente muito apertadas.
01:48Então, o que isso causou?
01:51De maneira geral, isso tem provocado inadimplência dentro da cadeia agro como um todo e dentro
01:58da inadimplência, a gente tem um conjunto que, embora seja pequeno, porque a gente está
02:04falando de 3 a cada 10 mil produtores que pedem recuperação judicial, eles chamam muita
02:10atenção, porque podem representar aí um risco ao sistema.
02:14Então, a história é muito semelhante, então foi um período de expansão grande, também
02:21foi um período que tinha muita oferta de crédito.
02:24Essa oferta de crédito, ela secou e vários produtores passaram a ter dificuldade de rolar
02:30suas dívidas e tomar novos empréstimos.
02:33E muitos deles caíram na inadimplência e alguns usaram o instrumento da recuperação judicial
02:39para tentar se reorganizar.
02:41Eu queria também pedir para a gente fazer uma leitura sobre marco temporal, você está
02:47falando ali dos trimestres.
02:51E o segundo, os trimestres, a gente está falando de um momento que é muito decisivo
02:58para o produtor ali.
03:00Se a gente está falando desses três meses ali, abril, maio, junho, vou até colocar julho
03:07no sentido de organização da safra ainda, mas abril, maio e junho é o final do calendário
03:15agrícola.
03:17Então, é esse momento em que o produtor está terminando o calendário corrente e se preparando
03:23para a safra seguinte.
03:24Então, é um período muito crítico.
03:26Eu queria entender por que vocês olham de trimestre a trimestre, qual que é a metodologia,
03:31por que vocês pegam esse período especificamente, é exatamente por esse motivo de ser tão importante
03:38ou se tem algum outro motivo.
03:40E exatamente isso, o pedido de recuperação judicial, esse aumento, neste período, o que
03:47que isso representa para todo o período safra?
03:51A gente pode afirmar que o produtor foi mal das pernas até onde deu e teve que entrar
03:57com o RJ no final da safra?
03:58Bem colocado, Mariana, porque principalmente se a gente pensar nas grandes regiões produtoras,
04:06o mês de abril é o mês da entrega, da entrega dos produtos, da entrega dos grãos.
04:12Então, aqueles produtores que tiveram algum problema de quebra, seja por um problema climático
04:18ou por produtividade mesmo, não conseguiu gerar tantos grãos quanto tinha imaginado,
04:25é o momento que ele tem que honrar seus compromissos.
04:30E o que acontece muitas vezes, principalmente para aqueles acordos onde a garantia é uma
04:34CPR física, a entrega do grão, não existe outra alternativa que não seja rolar, que
04:40não seja postergar aquele pagamento.
04:44Então, esse trimestre é chave, porque é o grande mês, é o grande período, o grande
04:49tri dos pagamentos e das renovações, das renovações de financiamento.
04:56E aí, quando a gente passa por essa mudança, onde você tem, por exemplo, uma taxa Selic
05:02de 2 dígitos, 15%, muito grande, onde o produtor já teve um problema de produtividade ou teve
05:12um problema de quebra, não vai conseguir renovar nas bases que ele tinha 6 meses, 1 ano atrás.
05:19Isso é um problema grande, porque o custo do dinheiro é maior, os insumos estão mais
05:25caros e a relação de troca lá, o valor da comodice andou de lado.
05:30Então, ele tem mais dificuldades e o que tem acontecido é que credores, de maneira
05:36geral, têm pedido mais garantias.
05:39Então, antes estávamos no movimento de relaxar um pouco as garantias, agora é alienação
05:46financiária por um valor que muitas vezes é de 150, 170, 180% do valor da terra e o
05:56produtor não consegue tomar o mesmo volume de financiamento que ele tinha no ano passado
06:02e o custo do dinheiro para essa renovação é maior.
06:06Então, acaba realmente sendo um trimestre bastante crítico.
06:09Em relação à metodologia, assim, a gente, por definição, nós geramos e atualizamos
06:14vários índices aqui dentro, aqui na Serasa e nós divulgamos para o mercado por trimestre.
06:19Isso também acompanha a divulgação das empresas, das empresas listadas, então é uma prática
06:27que nós temos e no caso do agro, ele casa bem com o final ali da safra safrinha.
06:33Exatamente, por isso que é interessante a gente trazer, não é qualquer trimestre, é um trimestre
06:38muito crítico e eu queria entender com vocês também como que vocês fazem essa leitura
06:44desse contexto dos produtores rurais impedidos de RJ num momento de ciclo de juros alto,
06:55de restrição de crédito, assim, o crédito já está difícil, os juros já estão altos.
07:01E aí você ainda traz que, é isso assim, conforme as RJs vão crescendo, o mercado vai respondendo,
07:07então vai colocando mais exigências, mas como que vocês avaliam a saúde deste momento
07:15em que a gente está vivendo?
07:16A Serasa faz, vocês fazem esse levantamento exatamente para também tomarmos decisões
07:23com esses números.
07:25O que fazer?
07:26Eu queria entender um pouquinho qual que é o nível de preocupação e de gravidade
07:31que vocês olham, inclusive para um histórico até mais longo, antes de 24, 23, esse histórico
07:39mesmo que você trouxe das safras, qual que é o termômetro, a seriedade com qual a Serasa
07:45lida com esses números?
07:48Bom, um dos motivos que nós passamos a estudar, a avaliar, a pesquisar e a divulgar esses números
07:54é justamente ajudar o setor e a revisão de políticas públicas para melhorar essa
08:02situação.
08:03Uma das grandes barreiras do crédito no agro é a questão da informação.
08:08Ainda existe muito problema de informação sobre a real condição de pagamento e de capacidade
08:14de produção de um produtor rural, porque boa parte desses dados estão espalhados em várias
08:22fontes.
08:23Então, por exemplo, um produtor pode usar recursos próprios, se ele usa recursos do
08:27plano safra, se ele faz um barter, ou se ele tem um financiamento direto, por exemplo,
08:32junto a um fundo, a gente está falando de dados na CVM, a gente está falando de dados
08:37em registradoras, como a SERC, a gente está falando de dados em birôs, como a Serasa e
08:46outros birôs, que precisam ser consolidados e que dá uma visão única para esses credores.
08:51Então, uma das primeiras barreiras que existem é uma barreira informacional.
08:55Então, uma das brigas que nós temos e uma das coisas que nós temos estimulados o debate,
09:01principalmente as principais entidades do agro, é a questão de você ter um birô verde,
09:09um local onde você tem as informações de maneira segura, mas transparente do que de
09:16fato está acontecendo na vida financeira do produtor rural ou daquela empresa rural.
09:22O segundo passo é você ter instrumentos, e hoje, felizmente, isso está cada vez mais
09:29disponível e mais barato, é ter instrumentos tecnológicos para poder acompanhar a produção
09:34e aí se antecipar problemas e principalmente orientar o produtor quando pode ter um problema,
09:40seja um problema climático ou outros tipos de problema na safra corrente.
09:45Então, essa é uma outra frente onde tecnologia ajuda a gerar dados em tempo, quase em tempo
09:53real, para que aqueles credores possam acompanhar os empreendimentos e os financiamentos que foram
09:59feitos e aí fazia a sua gestão de risco.
10:03E existe um terceiro ponto, que é um ponto de vista legal também, que a gente tenta estimular
10:08e mostrar como algumas barreiras que ainda existem do ponto de vista jurídico podem ser
10:14quebradas e solucionadas para facilitar e reduzir esse custo do dinheiro para o produtor.
10:21Então, tem questões relacionadas ao patrimônio rural de afetação, tem questões relacionadas
10:27a cédula do imóvel rural, que podem ser utilizadas como instrumentos e meios de você
10:35particionar as garantias, por exemplo, da própria terra, do produtor, para que credores
10:41tenham acesso mais fácil.
10:42Então, é por isso que a gente constrói esse tipo de divulgação, para justamente trabalhar
10:48com esses decisores doado.
10:50Obrigado.
10:51Obrigado.
10:52Obrigado.
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