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No Visão Crítica, a professora Natália Fingermann analisa a fala de Lula na ONU sobre o conflito entre Israel e Palestina ser um “genocídio” e responde aos questionamentos de que a esquerda brasileira seria antissemita. Fingermann salienta que, historicamente, o Brasil sempre defendeu a existência de dois estados.


Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/LEH4V5uE8Is

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Transcrição
00:00Pensando em falar um pouquinho de Israel, nós falamos de passagem, a situação é complicada.
00:06Gozar do Estado de Israel, quando ele nasceu, e o embaixador Rubens Barbosa lembrou muito bem, na partilha,
00:15teve depois, só recordando a quem já sabe, mas quem dirigiu a Assembleia Geral da ONU, quando da partilha,
00:22e depois o embaixador Oswald Aranha, que tinha sido aqui ministro de Relações Exteriores, embaixador dos Estados Unidos,
00:28teve uma longa carreira política, depois no Rio Grande do Sul ainda, pré-1930, como secretário de Getúlio Vargas,
00:37quando presidente de Estado, porque alguns Estados na Primeira República eram chamados de governadores, outros de presidente de Estado.
00:44Mas aí, a questão atual de Israel, e que envolve muita polêmica da política brasileira,
00:51porque, por exemplo, a afirmação de genocídio é um conceito pesado, evidentemente,
00:57porque ele tem um sentido histórico, e foi reafirmado pelo presidente da República Brasileira hoje,
01:02o presidente Lula, sobre a questão de gás.
01:05É bom lembrar, e por fim, para não fazer uma pergunta muito longa,
01:08que alguns falam que a esquerda é antissemita, eles são totalmente equivocados.
01:14Historicamente, a extrema-direita foi antissemita, não só na Europa,
01:18basta lembrar o caso de Dreyfus, que foi pessimamente lembrado no julgamento do Bolsonaro,
01:22que tem a ver com a derrota da guerra franco-prussiana, do reacionarismo da direita francesa,
01:28lembrar a França de Vichy, essa sim é antissemita, lembrar no Brasil o integralismo,
01:34lembrar Gustavo Barroso, leia a história secreta do Brasil, Brasil colônia de banqueiros e etc.
01:40Leia do Henry Ford, um livro maravilhoso, o Judeu Internacional, de 1920,
01:45com muitas edições dos anos 30 aqui no Brasil.
01:47E eu poderia citar, e o clássico, tem 50 anos, do Elgio Trindade, o Integralismo,
01:54que é o melhor livro sobre o integralismo no Brasil.
01:57Então, historicamente, foi a extrema-direita, e por identificar judeus com comunismo.
02:04E aí vem desde a questão do Marcos, do vô Rabino,
02:07passando pelo Trotsky, o pai era judeu, o Brostai, e por aí vai.
02:11Eu poderia ficar falando três anos, mas não estou aqui para falar três anos.
02:15Professora Natália Firme, essa questão das relações Brasil-Estados Unidos,
02:19seus reflexos na política brasileira, que nunca, ninguém, nunca na história do Brasil,
02:24se viu tantas vezes nas ruas a bandeira de Israel. E aí, hein?
02:29É interessante a gente falar sobre como é que a questão de Israel foi uma questão
02:36que foi apropriada pela direita brasileira e por grupos evangélicos.
02:43Então, hoje, você fez até a menção a esse caso das pessoas que acreditam
02:48que Israel é um Estado cristão, e não entendem que Israel é um Estado que vai ser formado
02:54por uma iniciativa lá, em 1907, até mesmo antes da formação,
03:00pela perseguição que os judeus já sofriam dentro da Europa.
03:04Então, o povo judeu, a perseguição ao povo judeu não emerge com o nazismo,
03:11na verdade, só se intensifica com o nazismo, já acontecia na Europa,
03:17e a resposta foi a tentativa de se criar um Estado.
03:20E aí, professor, tem uma confusão hoje muito grande entre antissemitismo e antisionismo.
03:26Então, por exemplo, uma pessoa pode ser antissemita, que significa o quê?
03:33Que ela é contra a qualquer judeu, mas não necessariamente ser antisionista,
03:38ser contra a criação do Estado de Israel.
03:41Então, você tem hoje, por exemplo, judeus que falam
03:44eu sou judeu e eu sou antisionista, porque eu não sou a favor da criação do Estado de Israel.
03:49Ou você pode ser judeu e ser a favor da criação de Israel
03:54e não querer viver em Israel.
03:57Porque você pode entender que você pode ser judeu em qualquer lugar do mundo.
04:01Eu vejo, assim, essa tradição como a tradição, por exemplo, da minha família.
04:04Minha família é Fingerman, somos judeus e não vivemos em Israel.
04:09Não somos contra a criação de Israel.
04:11Mas existem judeus que são antisionistas, são contra a criação de Israel.
04:17Então, hoje a gente tem uma confusão dentro da sociedade brasileira
04:20sobre esses conceitos.
04:22E, às vezes, pelo fato de alguns defenderem a criação da Palestina
04:29ou a existência da Palestina, é colocado como uma defesa contra o judaísmo,
04:36antissemitismo, antissemita.
04:39E, na verdade, não é isso.
04:41Na verdade, a ideia é que exista a Palestina e exista Israel.
04:46A ideia, acho que dos dois estados, da fundação dos dois estados,
04:51sempre foi a política externa brasileira.
04:54O Brasil sempre defendeu a existência dos dois estados,
04:58que foi o projeto das Nações Unidas, quando funda Israel em 1947.
05:04Então, eu acho que esse é o posicionamento brasileiro clássico.
05:11O presidente Lula tomou a iniciativa de utilizar nas Nações Unidas a palavra genocídio,
05:18mas me parece que ele toma essa iniciativa pelo fato de ter recentemente saído um estudo
05:24feito pelas Nações Unidas, no qual vai qualificar o que está acontecendo em Israel como genocídio.
05:31Não vejo que o presidente tenha essa competência técnica para fazer essa classificação.
05:38Ele se utiliza, na verdade, de um documento para fazer essa classificação.
05:42É uma classificação polêmica, sabemos que sim,
05:46mas parece que ela tem sido feita pelas Nações Unidas,
05:50já foi utilizada pela África do Sul para entrar com o processo contra Israel.
05:57Então, o que nós vemos é, de fato, uma tragédia.
06:00E é uma tragédia que está negando a existência desse projeto inicial
06:05da criação não só de Israel, mas também da Palestina.
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