Apesar de a inflação brasileira ter ficado acima do teto da meta em 2024 e se manter elevada em 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo Lula concluirá o mandato com a menor inflação desde o início do Plano Real. Segundo Haddad, a inflação acumulada em quatro anos deve ficar pela primeira vez abaixo de 20%. Alan Ghani analisou. Reportagem: Aline Becketty Comentarista: Alan Ghani
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00:00Vamos falar um pouco de economia, porque o ministro Fernando Haddad afirmou que a inflação do governo Lula será a mais baixa desde 1994, e aí se vão 31 anos.
00:10Expectativa do ministro é que a inflação fique em torno de quanto? Ele chegou a citar, Aline?
00:18Ele chegou a falar abaixo de 20% no acumulado de 4 anos.
00:23Então o ministro chegou a ressaltar sim que esse terceiro mandato do presidente Lula terá a inflação mais baixa desde 1994, citou esse dado abaixo de 20% no acumulado destes 4 anos,
00:37e ele ainda chegou a dizer, destacar que a queda do dólar pode ajudar a segurar os preços e também pode abrir um espaço ali para cortar os juros.
00:48E aí eu destaco a vocês que a gente tem a taxa Selic, que está no patamar de 15%, e aí o governo federal vem, no caso, articulando e tentando também reduzir essa taxa de juros,
01:01que acaba aumentando também a questão de bens e serviços.
01:05Então o ministro chegou a pontuar que em relação à inflação, esse terceiro mandato então vai ter abaixo de 20% nesse acumulado dos 4 anos de governo do presidente Lula.
01:16Aline Beckett, direto de Brasília. Muito obrigado, Aline, pelas informações.
01:21É assunto para o nosso comentarista Alain Gani, que já está aqui no estúdio mais uma vez.
01:27Ô Gani, essa fala aí do ministro, né, dizendo que a inflação acumulada em 4 anos será menor que 20%, né?
01:35A gente pode dizer que está bem na parte econômica, porque esse dragão da inflação, como era chamado nos áureos tempos, era temido.
01:43Eu lembro que quando a gente acompanhava o noticiário, tinha até uma arte com o dragãozinho ali da inflação,
01:48e todo mundo dizia, temos que conter esse dragão da inflação.
01:51Parece interessante essa informação.
01:53Agora, olha só, Nonato, mesmo que essa inflação fique abaixo no acumulado de 20%,
01:59é uma inflação ainda bastante elevada.
02:02Esse tipo de comparação a gente tem que tomar um cuidado, porque, por exemplo,
02:06quando o Fernando Henrique implementa o plano real, a inflação era de 1.500% ao ano,
02:15e aí gravita em torno de 8% ao ano.
02:19Mas é uma queda significativa.
02:22Agora, o presidente Lula herdou um país muito mais arrumado.
02:27Então, o desafio, evidentemente, de você levar a inflação de 1.500% para 8% ao ano
02:34é muito maior do que você trazer a inflação de 6% para 3% ao ano.
02:42De qualquer maneira, quando a gente olha o histórico do Brasil, desde o plano real,
02:49a inflação não tem sido tão baixa assim.
02:52É persistente uma inflação sempre próxima de 5% e 6% ao ano.
02:59Significa, Nonato, que a cada ano o brasileiro está perdendo 5%, 6% da sua renda real.
03:09No acumulado, mesmo quando a gente fala em 20%, no acumulado em 4 anos,
03:14significa 20% de perda real.
03:18Se os salários não acompanharem o aumento da inflação, que geralmente não acompanha.
03:25Então, é algo muito persistente aqui no Brasil.
03:28A gente, lógico, tem uma inflação mais controlada do que era no passado,
03:33muito mais controlada, mas ainda acima da média dos emergentes.
03:39E esse cenário mais otimista, pelo menos até o final do mandato,
03:44muita coisa pode acontecer para reverter tudo isso.
03:47Exatamente. E principalmente a parte fiscal.
03:50Então, essa inflação que a gente vive hoje, ela está muito ligada ao excesso do gasto público
03:57que pressiona a demanda acima da capacidade de oferta no país, gerando pressão nos preços.
04:03E aí, infelizmente, não há outro remédio a não ser subir a taxa de juros.
04:08Mas é claro que quando sobe a taxa de juros para combater a inflação,
04:13há um efeito colateral.
04:14O efeito colateral é justamente a desaceleração da atividade econômica.
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