Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • ontem
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou a postura do governo de buscar o diálogo diante das tarifas de 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros. Segundo ele, a orientação do presidente Lula é continuar negociando para proteger os interesses do país. Alan Ghani e Nelson Kobayashi analisaram.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Comentaristas: Alan Ghani e Nelson Kobayashi

Assista ao Jornal da Manhã completo: https://youtube.com/live/VBzfZGWV9mQ

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalDaManhã

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou à rádio CBN que apesar do cenário adverso com os Estados Unidos,
00:08o governo mantém a postura de negociação diante da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.
00:16O Alan Gani está de volta para a gente repercutir essa fala também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
00:21E Gani, surpreendeu a reação tão forte de Donald Trump em relação a essas sanções comerciais, econômicas e não só para um grupo específico, mas para o país todo.
00:33Claro, agora é correta a postura do ministro Fernando Haddad de buscar essa negociação.
00:40Por quê? Porque isso é claro que se mantiver uma tarifa de 50% aqui para o Brasil, prejudica muito a indústria brasileira,
00:49principalmente aquela indústria exportadora. Portanto, o caminho tem que ser a negociação.
00:56E aí é muito importante o tom ponderado, buscar o meio termo, buscar a saída diplomática, como deu essa entrevista agora há pouco o ministro Fernando Haddad.
01:07E assim como também tem se posicionado o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
01:13Agora, o que o governo não pode fazer é cometer o erro de, por exemplo, essas figuras, num tom mais sensato, de conciliação,
01:22irem numa determinada direção e o presidente acaba indo numa direção contrária, escalando o tom.
01:29Isso gera um sinal confuso para as autoridades dos Estados Unidos.
01:34O Brasil está escalando ou não? O Brasil deve buscar o caminho da negociação, defender os interesses do Brasil para a população brasileira não sair prejudicada,
01:46porque, evidentemente, num embate com os Estados Unidos, a gente é a parte mais fraca, a corda acaba estourando para o lado mais fraco.
01:55E eu digo mais, não é interessante também a gente colocar tarifas recíprocas, porque, geralmente, o protecionismo,
02:04e esse raciocínio vale, inclusive, para os Estados Unidos, quando aplicam protecionismo contra os demais países,
02:09se volta contra si mesmo, à medida que encarece as suas importações.
02:14Encarecendo as importações significa inflação para a população aqui no Brasil.
02:20Significa que, para uma indústria, comprar uma máquina, um equipamento e expandir o seu processo produtivo também se torna mais oneroso.
02:30A importação é fundamental, muitas vezes, para algumas indústrias que vendem produtos internamente.
02:37Portanto, Soraya, esse deve ser o caminho.
02:40O caminho da conciliação, da negociação diplomática sem dobrar a aposta.
02:46Agora, Gani, é difícil a gente saber o que o Donald Trump quer também, né?
02:50Porque ele é muito imprevisível e por aí vai.
02:53E o que a gente teria a oferecer numa negociação com o governo americano?
02:59Já que a gente está falando aqui de ideias, os setores da sociedade vão discutindo empresariais com o vice-presidente da República.
03:06Mas o que a gente pode levar de pacote para o Trump?
03:08Está aqui, ó. A gente tem isso aqui para negociar as tarifas.
03:11Olha, o que a gente pode fazer de alçada do governo federal, evidentemente, é falar o seguinte.
03:16Olha, vamos colocar exatamente as mesmas tarifas protecionistas, né?
03:21Então, se o Brasil adota tarifas superiores à dos Estados Unidos, a gente aqui se compromete a igualar.
03:28Vamos fazer um jogo equilibrado, um jogo justo.
03:32Porque num jogo onde, num comércio onde as tarifas protecionistas são exatamente iguais, ou melhor ainda, se não tiver tarifa protecionista, ambos saem ganhando.
03:44Porque as indústrias mais produtivas de cada país acabam se beneficiando e no conjunto geral, né?
03:50Você tem aumento de renda, redução de desemprego nesses setores.
03:54A população acaba saindo ganhando com produtos de melhor qualidade e mais baratos.
03:59Então, um caminho seria justamente falar, olha, a gente não está disposto a dobrar aposta.
04:04A gente está disposto a reduzir as tarifas e vamos colocar tarifas iguais.
04:10Evidentemente que respeitando aí também os limites do próprio Mercosul.
04:14Uma outra saída para o governo brasileiro é deixar claro para o governo norte-americano
04:19que não pretende substituir o dólar e parar com essa ideia de criar um sistema de pagamentos para os países dos BRICS.
04:27É isso que enfurece muito o Donald Trump.
04:30Ele já sinaliza isso em algumas entrevistas, já sinalizava isso anteriormente,
04:37dizendo que ele não quer perder o dólar porque isso equivale a perder uma guerra mundial.
04:43Portanto, não vale a pena, no jargão aqui, no ditado popular, cutucar a onça com vara curta.
04:51Então, também uma sinalização mais pró-Estados Unidos.
04:55Em relação a Jair Bolsonaro, aí a decisão não depende do governo federal e depende da justiça.
05:01Vamos trazer para essa conversa também, Nelson Kumbayashi,
05:04para a gente repercutir todos esses temas envolvendo aqui o Brasil.
05:08Koba, você acha que o Brasil tem um poder de barganha menor do que outros países,
05:13comparado aí com China, Canadá, União Europeia?
05:17Comparado a esse país, em especial com a China, o Brasil tem mais poder de negociação,
05:22justamente porque está mais no meio do caminho, né?
05:24Justamente porque os Estados Unidos entendem, justamente, que tem o Brasil como um aliado.
05:29Aliás, é o segundo maior parceiro do Brasil, os Estados Unidos.
05:32Então, eu acredito que a negociação passa por aquilo que é dito,
05:36aquilo que é explícito, que é justamente alguma política comercial que seja de interesse dos Estados Unidos,
05:41e também por aquilo que não vai para o papel, não vai para a imprensa,
05:43vai para um combinado entre os líderes a portas fechadas,
05:47que é justamente colocar o pé no freio, dar uma segurada nas críticas à hegemonia do dólar.
05:54Até porque foi o presidente Lula que está protagonizando,
05:57que começou a protagonizar esse tipo de discurso no bloco dos BRICS.
06:00Nem os outros, que são mais distantes dos Estados Unidos,
06:04aliás, antagônicos, como no caso da China,
06:06encabeçam esse tipo de crítica.
06:09Isso ficou na boca do presidente, talvez por isso a mira dos Estados Unidos para o Brasil,
06:13e não propriamente com a China, com a Rússia e com tantas outras lideranças globais
06:18que integram o bloco dos BRICS.
06:20Então, isso passa pelo combinado que é público, que sai na foto, que sai no acordo,
06:25e também pelo combinado implícito a portas fechadas,
06:28que é justamente o presidente Lula, em especial, segurar um pouco mais essas críticas.
06:33O ministro Fernando Haddad sabe disso, por isso que ele se coloca como alguém mais moderado.
06:37Dá até para entender por que o Haddad encontra tanta resistência no PT,
06:41porque ele não adere tão facilmente a esse tipo de crítica mais emocional,
06:46mais efusiva, mais de palanque, que é típica do presidente Lula.
06:50Agora, Gani, diante de tudo isso que a gente está vendo e o prazo se esgotando,
06:55tem um período aí que a gente possa chamar de factível para conseguir negociar com os Estados Unidos,
07:02porque a gente está há 10 dias do início dessa tarifação proposta pelo Donald Trump.
07:07É possível a gente imaginar uma espécie de deadline aí para isso?
07:10É, o deadline é o próprio dia, primeiro de agosto, e como você bem colocou,
07:14a gente está correndo contra o tempo.
07:17E, por enquanto, as sinalizações são ruins,
07:20porque a gente não vê sinais de um destensionamento, muito pelo contrário.
07:28O que a gente viu?
07:29Se a gente pegar uma ordem cronológica, você teve a tarifa de 50%,
07:35logo em seguida, o presidente do Brasil deu uma entrevista,
07:38que teve repercussão internacional, aumentando o tom.
07:43Logo em seguida, o Trump foi muito claro,
07:46dizendo ali que havia uma perseguição em relação a Jair Bolsonaro.
07:51No dia seguinte, o Poder Judiciário aqui, o Supremo,
07:55colocou lá, tornozeleiro, Jair Bolsonaro, medidas cautelares,
08:00que muitos enxergaram como bastante exageradas.
08:03O que o governo norte-americano fez?
08:05Dobrou novamente a aposta e acabou sancionando,
08:09tirando o visto dos ministros do Supremo.
08:12Então, o que a gente observa?
08:14Uma tensão, uma escalada dessa tensão diplomática
08:19entre Brasil e Estados Unidos.
08:22E se mantiver essa tensão, e a gente está correndo contra o tempo,
08:26Nonato, 1º de agosto está aí,
08:29imagine uma situação que a tarifa de 50% se mantenha,
08:34isso significa bastante prejuízo para a economia brasileira.
08:38E talvez até as tarifas acabam sendo maiores,
08:41talvez tenha um outro tipo de sanção.
08:44Tomara que esse cenário não se concretize,
08:46mas se concretizando, é claro, que atinge o brasileiro comum.

Recomendado