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A conferência da Organização para Cooperação de Xangai (OCS) terminou em Tianjin com Xi Jinping defendendo cooperação em inteligência artificial e rejeitando a mentalidade da guerra fria. Mariana Almeida analisou os impactos geopolíticos e comerciais.

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Transcrição
00:00Terminou hoje, na cidade de Tianjin, no norte da China, o encontro de dois dias da Organização para a Cooperação de Xangai,
00:09uma reunião com mais de 20 chefes de Estado, que é considerada hoje a maior conferência de líderes do mundo.
00:16Foram discutidas questões administrativas, de desenvolvimento tecnológico e caminhos que podem levar ao fim de atuais conflitos armados entre os países.
00:30O presidente chinês Xi Jinping pediu aos membros da Organização de Cooperação de Xangai que fortaleçam a cooperação em inteligência artificial,
00:39ao mesmo tempo em que rejeita o que ele chamou de mentalidade da Guerra Fria.
00:44Xi discursava na maior cúpula da OCS, com mais de 20 líderes estrangeiros, entre eles o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
00:55A reunião aconteceu no momento em que a China busca se posicionar como uma pacificadora global,
01:02em um cenário de tensões comerciais persistentes com os Estados Unidos, a guerra da Rússia na Ucrânia e o conflito entre Israel e o Hamas.
01:11Xi afirmou que a China investiu 84 bilhões de dólares em outros países da OCS e prometeu apoio para que 10 mil estudantes ingressem no programa de educação profissional Luban, de Pequim.
01:25Ele acrescentou que o encontro da OCS representa uma oportunidade para traçar uma nova fase de desenvolvimento e cooperação de alta qualidade.
01:35Antes de seus comentários, Xi se reuniu brevemente com Modi e Putin durante uma sessão de fotos com todos os membros da OCS.
01:44O líder russo deve ficar na China para um desfile militar em Pequim para comemorar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
01:52No fim de semana, Xi se encontrou com pelo menos 10 líderes visitantes, incluindo o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro do Camboja, Um Manet.
02:05No sábado, ele se encontrou com Modi, com ambos os lados, afirmando a importância de serem parceiros e não rivais, de acordo com informações oficiais.
02:14Mariana Almeida, nossa analista de economia e política, já está aqui com a gente nessa segunda-feira.
02:21Bom dia, Mari. Tudo bem com você?
02:22Tudo bem, Paula. Bom dia. Prazer voltar aqui presencial com você e com todo mundo que está nos acompanhando.
02:27Estávamos com saudade já na semana passada.
02:30Mari, vamos lá. Em relação à OCS, ela cresceu muito em termos de influência e também de número.
02:36A gente viu, então, aí no VT, esse encontro tão importante entre vários países. Qual que é a importância simbólica, realmente, de um encontro como esse?
02:47Pois é, Paula. Acho que a gente tem que sempre contextualizar, né?
02:50Porque tem essa força que vai ganhando em termos de número de participantes, assuntos que são tratados.
02:56Mas a questão principal é quando isso está acontecendo, né?
02:59O fato de a gente estar vivendo esse encontro neste momento, onde alguns dos países principais dessa cúpula, quais são eles?
03:06Rússia, China, Índia, estão também no centro dos debates geopolíticos mais amplos,
03:12seja em função da guerra da Ucrânia, e aí estou falando de Putin, né?
03:15Da centralidade que ele ocupou nas últimas semanas em suas negociações com os Estados Unidos,
03:22seja a questão da China e da Índia do ponto de vista da força econômica
03:25e do foco desses dois países nos assuntos com os Estados Unidos.
03:32E aí, então vamos lá, são três países importantes, portanto,
03:35seja pela geopolítica, estabilidade e relação de preços, inclusive, no caso da Rússia, permeando ali a Europa,
03:41seja pelo volume total de comércio, mesmo que eles significam.
03:44E aí, além de grandes, ok, mas eles estão juntos e falando o quê?
03:48Estão dizendo, estão defendendo um mundo multipolar,
03:52um mundo que não seja o mundo da Guerra Fria.
03:55Isso foi enfatizado por Xi Jinping sobre a ideia, falando de maneira, na verdade, respondendo a quem?
04:01A Donald Trump.
04:02Se Trump está vindo dizendo, não quer uma organização nova,
04:05sempre com aquela criação de inimigos e a possibilidade de conflito iminente a qualquer momento,
04:12o que eles estão dizendo é, vamos tentar criar estabilidades,
04:15vamos afastar as falsas inseguranças, se são falsas ou não,
04:20mas vamos afastar as inseguranças e vamos criar um mundo onde possa fluir o livre comércio.
04:25E aí, é interessante porque isso não tradicionalmente era exatamente o oposto.
04:29O livre comércio vem, a priori, como um projeto dos Estados Unidos
04:32e ele encontra restrições exatamente na Rússia, na China, na Índia.
04:38Eles eram países muito mais fechados antes e agora vindo, querendo ocupar esse discurso.
04:43E é importante, o que eles representam também internacionalmente?
04:47São países com estados muito fortes, centralizados, com democracias ou com formas de governo bastante questionáveis
04:54do ponto de vista do que se conhece como a democracia livre ocidental.
04:58Então, são outros parâmetros e que agora vem assumindo esse discurso que antes era do Ocidente.
05:03Então, do ponto de vista do... qual que é o nosso tabuleiro aqui,
05:08são vários fatores novos e é esse que eu simbolizo, Paula.
05:11Num momento onde Donald Trump, nos Estados Unidos, antigo líder do mundo livre,
05:17pró-livre comércio, acaba sendo questionado por um acordo da Ásia Central,
05:23onde os países que antes eram o oposto do livre comércio
05:26e que ainda persistem com modelos de governo centralizados
05:30e com formas de seleção de seus governos que não são a democracia que a gente conhece aqui,
05:35agora defendendo isso.
05:36Para onde vai o mundo, então?
05:37Qual será o ambiente, de fato, multipolar possível com esses aspectos tão centrais aí?
05:43Acho que é isso que é o simbolismo que a gente enxerga
05:45e que coloca mais dúvidas, na verdade, do que certezas em relação ao futuro,
05:50seja do comércio, seja da geopolítica internacional.
05:53Em resumo, então, Mari, ouvindo aí seu comentário, a gente pode dizer
05:56que o grupo tem sido usado também para expor tensões internas no próprio grupo,
06:03claro, porque isso não tem como não haver, mas eles desafiam, sim, juntos,
06:08essa influência toda ocidental.
06:10Pois é, e criando, a gente, vamos lá, quando o Ocidente e os Estados Unidos,
06:15aliás, quando eles comemoraram o fim da Segunda Guerra Mundial,
06:18então vamos falar desse período, pós-Segunda Guerra Mundial,
06:20os Estados Unidos ocupam de maneira mais definitiva um papel de líder internacional,
06:24econômica, tecnológica e culturalmente.
06:27ele impõe uma forma de pensar a política e a economia,
06:32e aí ambos focados no livre comércio, na integração entre países
06:36e numa possibilidade de benefício coletivo.
06:38Isso é o que estava na frente.
06:40Agora, esses países, nessa cúpula, neste momento, sim, tem conflitos, como você disse,
06:44mas eles vão semeando outras formas, outros tipos de arranjo,
06:49porque estão falando do livre comércio, mas não estão baseando na mesma forma de governo,
06:53não estão pautando necessariamente a paz internacional.
06:56Veja que Putin está ali na Ucrânia, não estão necessariamente falando do bem-estar econômico geral.
07:02Então, se o modelo americano tinha um certo pacote, ainda que ideológico e no discurso só mais fechado,
07:08agora não, tem alguns pontos que a gente conhece e outros que não combinam com a fala anterior.
07:13Então, a gente vai precisar ressignificar aí alguns conceitos, entender direito.
07:17Afinal de contas, é um mundo livre, mas com partido único?
07:20É um mundo livre, mas com uma...
07:22Onde alguém pode decidir sozinho fazer uma ocupação de um outro país?
07:26Como de fato isso caminha?
07:28Onde estão as decisões?
07:30Existe multipolaridade com maior descentralização?
07:34Ou vai ser um mundo multipolar com muita centralização?
07:36São esses pontos que ainda estão em dúvida, Paula.
07:38E é isso.
07:40Certamente entrando com uma diferença política e diferença cultural.
07:43E na cúpula, a integração cultural também foi muito debatida, isso é importante.
07:47Isso faz diferença para a economia.
07:49Quanto mais os países se conhecem e compartilham conceitos, mais fácil que o negócio aconteça também.
07:54E ali eles foram reforçando a intenção de que isso aconteça naquela região.
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