Pular para o playerIr para o conteúdo principal
  • há 4 meses

Categoria

📺
TV
Transcrição
00:00A promessa, a decisão radical de Manuel e a rebelião que o cambiará todo.
00:10A tensão na promessa chega a um ponto de não retorno.
00:16Acorralado por uma oferta que não pode rechazar,
00:19Manuel descobre uma verdade oculta que o leva a tomar a decisão mais sorpreendente e inesperada sobre o futuro.
00:24Muitas tanto, em os passinhos do serviço, a tiranía de Cristóbal chegou a seu limite e seus companheiros se unem em um frente comum para derrocarlo.
00:39Mas a verdadeira tormenta está por desatarse quando Curro, cegado por o dolor, acusa diretamente ao capitão Lorenzo do assassinato de Yana.
00:47Con uma huida inminente e traições a volta da esquina,
00:53poderá a família Luján sobrevivir ao caos que amenaza com destruirlos desde dentro?
01:01Catalina Luján caminava de um extremo ao outro do salão,
01:04o ritmo de seus passos marcando um compás ansioso sobre a alfombra persa.
01:08O tecido de suas faldas susurraba com cada giro,
01:14um sonido que começava a crispar os nervios de Martina,
01:17sentada em um sofá de terciopelo com as mãos entrelazadas sobre o regazo,
01:21tan apretadas que seus nudinhos haviam perdido todo color.
01:27Jacobo, por sua parte, permanecia de pé junto à la ventana,
01:31a mirada fixa no caminho polvoriento que serpenteava para o horizonte,
01:34uma linha vazia que se negava a devolverles as figuras de os dois homens.
01:42Não é normal, Jacobo.
01:44Dijo Catalina, deteniéndose em seco.
01:47Su voz era um hilo de preocupação.
01:52Que podem estar fazendo tanto tempo?
01:54Um recorrido por os linderos não deveria levarles toda a tarde.
02:00Adriano conhece estas tierras como a palma de sua mão.
02:03Talvez o varão é meticuloso, respondeu Jacobo,
02:07aunque seu tono carecia de convicção.
02:12Se girou para mirarlas,
02:13e em seus olhos se reflejava a mesma inquietude que sentían elas.
02:20Ou talvez está disfrutando de fazermos esperar.
02:23É um homem ao que gosta de sentir o poder,
02:25e não há maior poder que o de controlar o tempo dos outros.
02:27Mas...
02:28Mas...
02:31E se lhe aconteceu algo a Adriano?
02:34A voz de Martina era apenas um susurro,
02:36cargado de um temor que não se atrevia a expressar do todo.
02:39O varão insistiu tanto,
02:43com essa veemência tão estranha.
02:45Parecia mais um requerimento que uma invitação.
02:51A conversação se detuvo abruptamente.
02:53As três mentes evocaram a imagem do varão essa mesma manhã.
02:57Su postura erguida,
02:59seu bastão de empuadura de prata
03:00golpeando suavemente o suelo.
03:02E sua voz,
03:03uma mistura de cortesia forzada e amenaza velada.
03:06Insisto,
03:10senhorita Luján,
03:11le havia dito a Catalina,
03:13em que seja sua capataz
03:14quem me mostre personalmente cada hectárea.
03:19Quero entender a terra que pronto poderia ser mía.
03:22A última frase havia sido pronunciada
03:24com uma sonrisa que não havia chegado a seus olhos.
03:29Catalina reanudou seu passeio,
03:31esta vez com mais agitação.
03:33A ideia de que Adriano pudiera estar em perigo
03:35era uma espina que se lhe clavava em o pecho.
03:40Ele era mais que um empreado.
03:42Era um homem leal,
03:43um pilar em funcionamento da promessa,
03:45alguém em quem seu padre havia confiado ciegamente.
03:51Se o varão lhe fazia daño,
03:53não só seria uma tragédia personal,
03:55mas um ataque directo
03:56ao coração da sua finca e a sua legada.
03:58Não acho que se atreva a tanto,
04:03disse Jacobo,
04:04tentando disipar a nube de pânico
04:06que se havia instalado na habitação.
04:11Não abertamente,
04:12seria demasiado estúpido,
04:14incluso para ele,
04:15mas sim,
04:16acho que o está usando.
04:17Para pressionarnos,
04:21para ablandarnos antes de la negociación.
04:24É uma táctica de intimidação,
04:26nada mais.
04:29E está funcionando?
04:30Preguntou Martina,
04:31mirando a Catalina.
04:33Catalina se detuvo frente a um retrato de sua mãe,
04:35com seus dedos rozando o marco dorado.
04:41Su expressão era uma mistura de fúria e desamparo.
04:44Está conseguindo que me sienta como uma leona enjaulada.
04:47Admitiu com voz grave.
04:52E não há nada que deteste mais que sentirme impotente.
04:55O tempo seguiu seu curso lento e torturador.
05:00O sol começou a descender,
05:02tiñendo o céu de naranjas e púrpuras.
05:04O serviço começou a mover-se com mais sigilo por os passos,
05:08contagiados por a tensão que emanava do salão principal.
05:14Cada vez que se ouía o crujido de a grava no exterior,
05:17os três Lujam conteniam a respiração,
05:20só para soltar-la em um suspiro de decepção
05:22ao comprobar que era só o jardinero ou um moço de quadra.
05:25Finalmente, quando a luz do dia já era uma herida moribunda no horizonte,
05:32o sonido inconfundível de cascos de cabalho se acercou à casa.
05:36Catalina, Martina e Jacobo se precipitaron hacia a entrada,
05:43o coração em um puço.
05:47Vieron dois siluetas recortadas contra o crepúsculo.
05:50Eram eles,
05:51o varão de Valladares cabalgava erguido,
05:53com a mesma compostura imperturbável de sempre.
05:59Adriano,
06:00sin embargo,
06:01venia um pouco mais atrás,
06:02com os hombros caídos
06:04e uma expressão sombrinha
06:05que se podia adivinar incluso na penumbra.
06:07Parecia um homem que havia perdido uma batalha.
06:13O varão desmontou com uma agilidade surpreendente para sua idade
06:16e entregou as rindas a um moço sem sequerá-lo.
06:22Se acercou ao porche,
06:24sacudindo-se o polvo do traje
06:25com uns golpecitos precisos de sua guante de cuero.
06:31Buenas tardes,
06:32disse,
06:33sua voz resonando no silêncio.
06:35Espero não haver-les feito esperar demasiado.
06:37Ha sido uma jornada de lo mais
06:41instructiva.
06:43Su capataz é um homem muito eficiente,
06:45aunque algo parco em palavras.
06:50Catalina ignorou o cumplido envenenado
06:52e se dirigiu diretamente a Adriano,
06:54que acabava de desmontar.
06:59Estás bem, Adriano?
07:00Ha ocorrido algo?
07:02O capataz levantou a vista.
07:04Sus olhos,
07:04normalmente cheios de uma serena determinada,
07:06agora reflejaban um profundo cansancio
07:09e algo parecido a a derrota.
07:11Asintiu levemente.
07:15Estou bem,
07:16senhorita.
07:17Não se preocupe.
07:18Mas o seu tomo dizia todo o contrário.
07:23O que algo se havia roto em essa larga cabalgata por os campos.
07:27Agora, se me disculpan.
07:29Intervino o varão,
07:30tomando o controle da situação como um general no campo de batalha.
07:33Eu acho que temos asuntos que discutir.
07:39Asuntos que,
07:40me temo,
07:41já não podem posponerse.
07:42Les ruego que passemos ao despacho.
07:44Tenho uma proposta que fazer.
07:48Su sonrisa se ensanchou.
07:51E esta vez,
07:52a os Lujan
07:52lhes pareciou a sonrisa de um depredador
07:54que acaba de acorralar a sua presa.
07:59Sabiam,
08:00com uma certeza helada,
08:01que a espera só havia sido o preludio
08:03da verdadeira tormenta.
08:05Entraram na casa tras ele,
08:10conscientes de que não tinham mais alternativa que escutar,
08:13e provavelmente,
08:14aceitar.
08:18Mas o que ainda não sabiam era que essa aceitação
08:20seria só o primeiro passo
08:22em um caminho de humilhações e conflitos
08:24que o varão apenas começava a traçar.
08:29A disputa por as tierras não ia terminar com uma firma.
08:33Estava a ponto de se convertir em uma guerra
08:34personal.
08:38Lejos do sofocante drama
08:39que se desenvolveu no despacho,
08:41no hangar,
08:42o ar olía a aceite,
08:44a metal e a liberdade de os cielos abertos.
08:49Mas para Manuel de Lujan,
08:51seu santuário se havia convertido
08:52em uma celda de dúvidas.
08:57Dava voltas ao redor de seu preciado aeroplano,
09:00a mão deslizando sobre o fuselagem frio
09:02como se buscara em ele uma resposta
09:04que não encontrava em sua própria mente.
09:09A oferta de Pedro Farré estava sobre a mesa,
09:12sólida,
09:13tentadora,
09:14e ao mesmo tempo,
09:15um veneno para sua alma de piloto.
09:16Vender sua parte da empresa.
09:21A ideia parecia uma amputação.
09:23Enora,
09:24sentada sobre uma caja de ferramentas,
09:26o observava em silencio.
09:28não dizia nada,
09:32mas sua presença era um contrapunto
09:34para a tormenta interior de Manuel.
09:39Ela havia sido a única,
09:41a única pessoa em todo o seu círculo,
09:43que havia dito sem rodeos
09:44que vender era a sua melhor opção.
09:46Todos os demais,
09:50sua família,
09:51seus amigos,
09:53lhe falavam de lutar,
09:54de resistir,
09:55de não abandonar seu sonho.
09:56Mas Enora veia algo distinto.
10:01Manuel se detuvo frente a ela,
10:03cruzando-se de braços.
10:07A frustração era evidente
10:08em cada linha de sua rostro.
10:10Não entendo,
10:11Enora.
10:12De verdade que não entendo.
10:14Começou,
10:15sua voz cargada de uma exasperação
10:17que rayava em sua súplica.
10:21Todos me dizem que aguante,
10:23que busque inversores,
10:24que pelee por o que construí-o.
10:26Meu pai,
10:30desde onde este,
10:31esperaria que luchara.
10:33E tu,
10:33que aprecias este lugar tanto como eu,
10:35vienes e me dices que o venda.
10:40Por que?
10:41Por que eres a única
10:42que rema na direção contrária?
10:44Enora não se inmutou
10:45ante a intensidade de sua pergunta.
10:50Deixou a unha inglesa
10:51que sostenía a um lado
10:52e o mirou fixamente,
10:54seus olhos escuros e profundos.
10:56Por que todos eles
11:00ven a empresa,
11:01Manuel,
11:02ven o nome,
11:03o prestígio,
11:04o sueño que um dia foi.
11:05Eu não vejo isso,
11:09eu te vejo a ti,
11:10e vejo que isto te está matando.
11:12Manuel abriu a boca para protestar,
11:15mas ela levantou uma mão para detenerlo.
11:16Não,
11:21escúchame,
11:21há algo muito importante
11:23que se te está escapando
11:24em todo isto.
11:25Algo que estás demasiado cerca
11:26para poder ver.
11:27Se pôs de pé e se acercou a ele,
11:32sua voz voltando mais suave,
11:34mais íntima.
11:35Por que construíste todo isto,
11:37Manoel.
11:38Qual foi a razão inicial?
11:42Ele frunció o ceño,
11:43desconcertado por a pergunta,
11:45pois,
11:46para volar,
11:47para construir aviones,
11:49para levar a aviación a outro nível,
11:53era a minha paixão.
11:54Exato.
11:56Asintiu en hora,
11:57tu paixão,
11:57tu liberdade,
12:01este hangar,
12:02estes aviones,
12:03eram uma extensão de tu alma,
12:05eram o lugar onde te sentias
12:06verdadeiramente tu mesmo,
12:08lejos de as obrigações
12:09de ser um Luján,
12:11lejos de as expectativas
12:12de a sociedade.
12:16Era tu cielo privado
12:17na Terra.
12:18Caminou para o aeroplano
12:19e acaricou uma de suas alas.
12:24Mas mira o que se está se tornando,
12:26já não é teu refugio,
12:27é teu campo de batalha.
12:31Não falas de volar,
12:32falas de deudas,
12:33não falas de diseño,
12:35falas de balances,
12:36não miras ao céu com ilusão,
12:38miras os livros de contabilidade
12:39com favor.
12:43Pedro Farré não está comprando
12:44uma empresa,
12:45Manuel,
12:46está tentando comprar
12:47a sua casa.
12:51Uma jaula de ouro,
12:52sim,
12:53mas uma jaula
12:54ao fim e ao cabo.
12:55Manuel a ouvir
12:56a sua casa,
12:56atónito,
12:57as palavras de Enora
13:01eram como
13:02uma luz brilhante
13:03que se abria a passo
13:04através da niebla
13:04de sua confusão.
13:08Nunca o havia visto
13:09de essa maneira.
13:10Vender não é rendir.
13:12Continuou ela,
13:13voltando-se
13:14para ele de novo.
13:14não é a sua vida.
13:16Não é a sua vida.
13:19Não é a sua vida.
13:19Vender é
13:20seguir lutando
13:21uma guerra
13:21que já te tem vazia
13:22por dentro,
13:23só por orgulho.
13:24Vender é tomar
13:28o controle.
13:28Vender é tomar o controle.
13:29É a sua vida.
13:31Isso já não me dá
13:31a liberdade que buscaba,
13:33assim que o suelto
13:34para encontrarla
13:34em outro lugar.
13:38Vender a sua parte
13:39a Farré não é o fim
13:40de seu sonho,
13:41Manuel.
13:42É a oportunidade
13:43de começar a soñar
13:44de novo.
13:47Talvez algo
13:48mais pequeno,
13:49algo mais tuyo,
13:50algo que te devuelva
13:51a pasão
13:51em lugar de
13:52roubártela cada dia.
13:56Um largo silencio
13:57se instalou no hangar,
13:59só roto
13:59por o canto
14:00lejano de um grilo.
14:04Manuel mirou
14:05o avião,
14:06depois a Enora,
14:07e depois
14:07a suas próprias mãos,
14:08manchadas de grasa,
14:10as mãos de um homem
14:11que havia construído
14:12seu sonho
14:12e que agora
14:13estava a ponto
14:14de verlo convertido
14:14em pesadilla.
14:18A conversación
14:19foi mais que esclarecedora,
14:21foi uma epifanía,
14:22de repente,
14:23todo encajou.
14:27A resistência
14:28que sentía
14:28não era
14:29a vender a empresa,
14:30seno a ideia
14:31de fracasar.
14:35Mas Enora
14:36lhe havia mostrado
14:36que o verdadeiro fracaso
14:38era seguir
14:38em um caminho
14:39que o estava destruindo.
14:40unha sonrisa
14:44lenta,
14:44a primeira
14:45sincera
14:45en semanas,
14:46se dibujou
14:47en seu rostro.
14:48Não era
14:48uma sonrisa
14:49de felicidade,
14:50seno de alivio.
14:54De claridade,
14:55tens razão,
14:57disse,
14:57sua voz firme
14:58e clara
14:59por primeira vez
14:59em muito tempo.
15:03Se me estava
15:04escapando
15:04o mais importante
15:05de tudo,
15:06se me estava
15:06escapando
15:07eu mesmo.
15:10Enora
15:10asintiu,
15:11uma pequena
15:12sonrisa
15:12satisfecha
15:13em seus labios,
15:14então,
15:15que vai fazer?
15:19Manoel
15:20lhe mirou
15:20e em seus
15:21olhos
15:21já não havia
15:22dúvida,
15:22seno
15:23uma chispa
15:23de a vieja
15:24audacia,
15:24do piloto
15:25que se atrevia
15:26a desafiar
15:26a gravidade.
15:27vou reunirme
15:31com Pedro
15:31Farré
15:32e vou
15:32aceitar
15:33sua oferta,
15:34mas não
15:34em seus
15:35termos.
15:38Em
15:38os meus,
15:39não,
15:40não ia
15:40simplesmente
15:41a vender.
15:41O que
15:42Manoel
15:42havia decidido
15:43era algo
15:43muito mais
15:44sorpreendente.
15:47Iba
15:47a proponer
15:48a Farré
15:48uma
15:49disolução
15:49completa
15:50da sociedade.
15:51Le venderia
15:51sua parte,
15:52sim,
15:53mas a
15:53cambio
15:53de quedarse
15:54com
15:54um único
15:54avião,
15:55o prototipo
15:56e
15:56do
15:57essencial
15:58do hangar.
16:01Renunciaria
16:02ao dinheiro,
16:03ao nome,
16:03a grande empresa,
16:05a cambio
16:05de quedarse
16:05com o germen,
16:07com o coração
16:07de seu sueño
16:08original.
16:11Não estava vendendo
16:12sua empresa
16:12para retirarse,
16:14estava podando
16:14o árvore
16:15para que pudesse
16:15voltar a crescer,
16:17mais sano,
16:18mais forte
16:18e inteiramente
16:19seu.
16:23Era uma decisão
16:24que ninguém esperava,
16:25uma retirada estratégica
16:27que,
16:27em realidade,
16:28era o mais saudade
16:29dos avanços.
16:33Iba
16:33a voltar
16:34a começar,
16:35livre de
16:35deudas
16:35e de
16:36socios.
16:37Iba
16:37a voltar
16:37a ser,
16:38simplesmente,
16:39um homem que
16:39amava
16:40voar.
16:40In os
16:43pasillos
16:44de
16:44la
16:44promesa,
16:45outras
16:45batallas,
16:46mais silenciosas
16:47mas
16:47mortais,
16:49se
16:49livraban
16:49com
16:49miradas
16:50e palavras
16:50afiladas
16:51como
16:51navajas.
16:54Lorenzo,
16:55o capitão,
16:56parecia
16:56encontrar
16:57un
16:57placer
16:57perverso
16:58en
16:58hurgar
16:58na
16:59herida
16:59abierta
16:59de
16:59Curro.
17:03Lo
17:03encontrou
17:04na
17:04biblioteca,
17:05mientras
17:05o jovem
17:06tentaba
17:06perderse
17:07nas
17:07páginas
17:07de
17:07un
17:07libro,
17:08buscando
17:09un
17:09refugio
17:09que
17:09Lorenzo
17:10no
17:10estaba
17:10dispuesto
17:11a
17:11concederle.
17:15El
17:15capitão
17:16se
17:16sirviu
17:16uma
17:16copa
17:17de
17:17coñac,
17:18fazendo
17:18girar
17:18o
17:18líquido
17:19ambarino
17:19mientras
17:20observava
17:20a Curro
17:21por
17:21encima
17:21do
17:21borde
17:21do
17:22vaso.
17:25O
17:25silencio
17:26se
17:26prolongou
17:26lo
17:26justo
17:27para
17:27ser
17:27incómodo,
17:28uma
17:28táctica
17:29que
17:29Lorenzo
17:29dominava
17:30a
17:30la
17:30perfección.
17:34Es
17:34curioso,
17:35comenzou
17:36Lorenzo,
17:36su voz
17:37suave
17:37y
17:37melosa,
17:38pero
17:38con
17:39un
17:39filo
17:39de
17:39acero.
17:40Me
17:40ha
17:40llegado
17:41el
17:41rumor
17:41de
17:41que
17:41me
17:42consideras
17:42culpable
17:43de
17:43la
17:43muerte
17:43de
17:43la
17:43pobre
17:44Yana.
17:47Me
17:47pregunto
17:48de
17:48dónde
17:48puede
17:48salir
17:49una
17:49idea
17:49tan
17:49descabellada.
17:51Curro
17:51levantó
17:52la
17:52vista
17:52del
17:52libro,
17:53su
17:53mandíbula
17:53tensa.
17:57No
17:57quería
17:58caer
17:58en
17:58la
17:58provocación.
17:59Sabía
17:59que
18:00Lorenzo
18:00se
18:00alimentaba
18:01del
18:01conflicto,
18:02que
18:02disfrutaba
18:03desestabilizando
18:03a los
18:04demás.
18:07No
18:07
18:07de
18:08qué
18:08me
18:08habla,
18:09respondió,
18:10su voz
18:10un murmullo
18:11tenso.
18:12Lorenzo
18:12soltó
18:12una risa
18:13corta
18:13y
18:13seca.
18:17Oh,
18:18vamos,
18:18curro,
18:19no juegues
18:19al
18:19inocente
18:20conmigo,
18:21sé que
18:21vas por
18:21ahí
18:22susurrando
18:22a
18:22mis
18:22espaldas.
18:23Así
18:26que
18:26te
18:27lo
18:27pregunto
18:27directamente,
18:28de
18:28hombre
18:28a
18:29hombre,
18:29¿por
18:29qué,
18:30qué
18:30te
18:30hace
18:30pensar
18:31que
18:31yo
18:31tendría
18:31algo
18:32que
18:32ver
18:32con
18:32esa
18:32desgracia?
18:36La
18:36insistencia,
18:37la
18:37falsa
18:38cordialidad,
18:39la
18:39mirada
18:39depredadora
18:40de
18:40Lorenzo,
18:41todo
18:41ello
18:41fue
18:41minando
18:42la
18:42resolución
18:42de
18:43Curro.
18:46La
18:46imagen
18:47de
18:47Yana,
18:47pálida
18:48y sin
18:48vida
18:48en
18:49su
18:49cama,
18:49asaltó
18:50su
18:50mente
18:50con
18:50una
18:51violencia
18:51inusitada.
18:53El
18:55dolor
18:55se
18:56transformó
18:56en
18:56rabia,
18:57y
18:57la
18:57rabia
18:58le
18:58dio
18:58el
18:58valor
18:58para
18:58enfrentarse
18:59a
18:59su
18:59torturador.
19:03Cerró
19:03el
19:04libro
19:04de
19:04golpe,
19:05el
19:05sonido
19:05resonando
19:06en
19:06la
19:06silenciosa
19:06biblioteca
19:07como
19:07un
19:07disparo.
19:11¿Quieres
19:11saber
19:12por qué?
19:12Dijo,
19:13poniéndose
19:14de pie,
19:14su
19:15voz
19:15temblaba,
19:16pero
19:16no
19:16de
19:16miedo,
19:17sino
19:17de
19:17una
19:17ira
19:18contenida
19:18durante
19:18demasiado
19:19tiempo.
19:22Se
19:22lo
19:22diré,
19:23porque
19:23no
19:23tiene
19:24sentido,
19:24nada
19:25de
19:25ello
19:25lo
19:25tiene.
19:26Avanzó
19:26un
19:26paso
19:27hacia
19:27Lorenzo,
19:28sus
19:28ojos
19:28ardiendo.
19:32Ya
19:32no
19:32estaba
19:33mejorando,
19:34mejorando,
19:34el
19:35médico
19:35dijo
19:35que lo
19:36peor
19:36había
19:36pasado,
19:37que la
19:37bala
19:37no
19:38había
19:38tocado
19:38nada
19:38vital
19:39y que
19:39con
19:39descanso
19:40se
19:40recuperaría.
19:40Yo
19:44mismo
19:45H.A.B.L.E.
19:46con
19:46acento
19:46agudo
19:47con
19:47ella
19:47esa
19:47mañana.
19:48Estaba
19:49débil,
19:49sí,
19:50pero
19:50estaba
19:50lúcida.
19:51Sonrió,
19:52maldita
19:53sea,
19:53me
19:53sonrió
19:54y me
19:54dijo
19:54que
19:54pronto
19:55volvería
19:55a dar
19:55guerra.
19:58Hizo
19:58una
19:59pausa,
19:59tragando
20:00saliva
20:00para
20:00contener
20:01un
20:01sollozo
20:01que
20:02amenazaba
20:02con
20:02quebrarle
20:03la
20:03voz.
20:03Y
20:06unas
20:06horas
20:07después
20:07estaba
20:08muerta,
20:09simplemente
20:09muerta,
20:10justo
20:11cuando
20:11parecía
20:11que
20:11todo
20:12iba
20:12a
20:12salir
20:12bien.
20:15Justo
20:15cuando
20:16habíamos
20:16empezado
20:17a respirar
20:17aliviados,
20:18¿no le
20:18parece
20:19extraño,
20:19capitán?
20:20¿Una
20:20mejoría
20:21tan
20:21clara
20:21seguida
20:22de
20:22una
20:22muerte
20:22tan
20:23súbita?
20:23No
20:24fue
20:24la
20:24herida.
20:27Algo
20:27más
20:28pasó
20:28en
20:28esa
20:28habitación,
20:29o
20:29alguien
20:29más.
20:30Lorenzo
20:31lo
20:31escuchaba
20:31con
20:32una
20:32expresión
20:32de
20:32fingida
20:33compasión,
20:34lo que
20:34enfurecía
20:35aún
20:35más
20:35a
20:35Curro.
20:39Y
20:39usted,
20:40usted
20:40siempre
20:40estaba
20:41cerca,
20:42siempre
20:42observando,
20:43con
20:43esa
20:43misma
20:43sonrisa
20:44que
20:44tiene
20:44ahora
20:44en
20:45la
20:45cara.
20:48La
20:48misma
20:49que
20:49tenía
20:49cuando
20:49me
20:49hablaba
20:50de
20:50mi
20:50padre,
20:51la
20:51misma
20:51que
20:51tenía
20:51cuando,
20:52cuando
20:52todo
20:53se
20:53venía
20:53abajo.
20:56Usted
20:56se
20:57beneficia
20:57del
20:57caos,
20:58del
20:58dolor,
20:59disfruta
20:59con
20:59él.
21:00Curro
21:00se
21:01inclinó
21:01hacia
21:01delante,
21:02su voz
21:02bajando
21:03a un
21:03siseo
21:03peligroso.
21:07Así que
21:08sí,
21:08lo creo,
21:09creo que
21:09tuvo algo
21:10que ver,
21:10y le juro
21:11por la memoria
21:12de mi
21:12hermana
21:12que no
21:12voy a
21:13parar.
21:13No
21:16descansaré
21:17hasta
21:17que
21:17el
21:17culpable
21:18de
21:18su
21:18muerte
21:18pague
21:19por
21:19lo
21:19que
21:19hizo.
21:20Caiga
21:20quien
21:21caiga.
21:24La
21:24reacción
21:25de
21:25Lorenzo
21:25fue
21:26escalofriante.
21:27No
21:27se
21:27enfadó,
21:28no
21:28gritó,
21:29simplemente
21:29dio
21:30un
21:30sorbo
21:30a su
21:30coñac
21:31y
21:31sonrió,
21:32una
21:32sonrisa
21:32gélida
21:33que
21:33no
21:33llegó
21:33a
21:33sus
21:34ojos.
21:37El
21:37dolor
21:38es un
21:38mal
21:38consejero,
21:39muchacho,
21:40dijo
21:40con
21:40una
21:41calma
21:41exasperante.
21:42Te
21:42hace
21:43ver
21:43fantasmas
21:43donde
21:44no
21:44los
21:44hay.
21:47Ten
21:47cuidado,
21:48no
21:48vayas
21:49a
21:49terminar
21:49persiguiendo
21:50sombras
21:50y te
21:50olvides
21:51de
21:51vivir
21:51tu
21:51propia
21:51vida.
21:55Sería
21:55una
21:56verdadera
21:56lástima.
21:57Se
21:57dio
21:57la
21:58vuelta
21:58y
21:58salió
21:58de
21:58la
21:59biblioteca,
22:00dejando
22:00a
22:00Curro
22:00temblando
22:01de
22:01rabia
22:01y
22:01frustración.
22:05La
22:05no
22:05negación
22:06de
22:06Lorenzo,
22:07su
22:07desdén,
22:08su
22:08cruel
22:08indiferencia,
22:09eran
22:10una
22:10confesión
22:10más
22:11elocuente
22:11que
22:12palabra.
22:15Curro
22:15se
22:16quedó
22:16solo,
22:17con
22:17el
22:17eco
22:17de
22:17la
22:17amenaza
22:18velada
22:18del
22:18capitán
22:19resonando
22:19en
22:19sus
22:19oídos
22:20y
22:20una
22:20certeza
22:21helada
22:21en
22:21el
22:21corazón.
22:22Lorenzo
22:23era
22:23culpable
22:23y
22:27era
22:27más
22:28peligroso
22:28de
22:28lo
22:28que
22:29jamás
22:29había
22:29imaginado.
22:30La
22:30confrontación
22:31lo dejó
22:31temblando,
22:32no
22:33solo
22:33de
22:33ira,
22:33sino
22:34también
22:34de
22:34miedo.
22:38Buscó
22:39a
22:39Ángela,
22:39la
22:40única
22:40persona
22:40en el
22:41mundo
22:41en la que
22:41sentía
22:42que podía
22:42confiar
22:42plenamente.
22:46La
22:46encontró en la
22:47pequeña salita de costura,
22:49sus manos ocupadas en un bordado,
22:51pero su mente claramente en otro lugar.
22:53Le contó la
22:57conversación con
22:57Lorenzo,
22:58palabra por
22:59palabra,
23:00la voz aún cargada de la tensión del momento.
23:05Ángela escuchó en silencio,
23:07su rostro palideciendo a medida que Curro hablaba.
23:10Cuando él terminó,
23:11ella dejó el bastidor a un lado,
23:13sus manos temblorosas.
23:14«Curro,
23:18esto es,
23:18esto es peor de lo que pensaba»,
23:20dijo,
23:21su voz apenas un susurro.
23:23«Si este hombre fue capaz de librarse de un consejo de guerra,
23:27con todas las pruebas que había en su contra,
23:29¿qué nos era capaz de hacer con nosotros?
23:32No tenemos a nadie.
23:35No tenemos poder,
23:36somos invisibles para gente como él».
23:39El miedo en los ojos de Ángela era un reflejo del que Curro sentía en su propio interior.
23:43La idea de la venganza,
23:48tan clara y ardiente hacía unos minutos,
23:50ahora se le antojaba un suicidio.
23:55«Tiene razón»,
23:56admitió él,
23:57pasándose una mano por el pelo.
24:00«Enfrentarme a él directamente es una locura».
24:03«No puedo protegerte,
24:06no puedo protegerme ni a mí mismo».
24:09Ángela se levantó y le tomó las manos.
24:13«Estaban frías como el hielo,
24:16entonces tenemos que hacerlo,
24:18tenemos que adelantar el plan».
24:22«Ya no podemos esperar a tener el dinero suficiente,
24:25ni a encontrar el momento perfecto».
24:28«El momento perfecto no existe,
24:32solo existe el ahora».
24:34La urgencia en su voz era contagiosa.
24:39El plan de huida,
24:40que hasta ahora había sido un sueño lejano,
24:43una fantasía de salvación,
24:45de repente se convirtió en una necesidad inmediata y acuciante.
24:51«Suiza», el nombre sonaba como una promesa de paz,
24:54de anonimato,
24:56de una vida lejos de las sombras de la promesa.
24:58«Iré mañana mismo a la ciudad»,
25:03dijo Ángela,
25:04su decisión endureciendo sus facciones.
25:09«Iré a la estación y compraré el billete,
25:11solo uno,
25:12para mí».
25:13Curro la miró,
25:14el corazón encogido.
25:18«¿Solo uno?»
25:19«Ángela,
25:20no,
25:20nos vamos juntos».
25:22«No,
25:22Curro,
25:23escúchame»,
25:24insistió ella,
25:25apretando sus manos.
25:26«Es demasiado arriesgado que desaparezcamos los dos a la vez.
25:33Levantaríamos sospechas inmediatamente».
25:36«Lorenzo»,
25:38él se daría cuenta.
25:39«Iré yo primero,
25:40estableceré un lugar seguro,
25:42y en cuanto pueda,
25:43te enviaré una señal,
25:45una carta,
25:45algo,
25:46y tú vendrás a reunirte conmigo».
25:51«Es la única manera,
25:52tenemos que ser más listos que él».
25:55La lógica de su argumento era,
25:56aplastante,
25:57pero la idea de separarse,
25:59de enviarla a ella sola a un país extranjero,
26:02era aterradora.
26:05Sin embargo,
26:06al mirar la determinación en sus ojos,
26:08Curro supo que no había otra opción.
26:13El peligro era real e inminente.
26:15«Está bien»,
26:16dijo finalmente,
26:18la palabra un peso en su boca.
26:19«Ve, compra tu billete,
26:24y prométeme que te cuidarás,
26:26prométeme que me esperarás.
26:27Te lo prometo»,
26:29susurró Ángela,
26:30y lo abrazó con fuerza,
26:32un abrazo desesperado que era a la vez
26:33una despedida y una promesa de futuro.
26:35En ese momento,
26:39la pregunta flotaba en el aire entre ellos,
26:42tacita y terrible.
26:43«Sería este el principio de su nueva vida juntos,
26:46o el último adiós a una felicidad
26:48que nunca tuvieron la oportunidad de construir?».
26:51La sombra de Lorenzo se cernía sobre ellos,
26:54larga y amenazadora,
26:55y el billete a Suiza se había convertido
26:57en su única y frágil esperanza de escapar de ella.
27:00En las entrañas de la casa,
27:05en el mundo del servicio,
27:07la atmósfera estaba igual de cargada,
27:09si no más.
27:12La tiranía de Cristóbal como mayordomo jefe
27:15había ido escalando día a día,
27:17pasando de la exigencia a la humillación,
27:19y de la humillación a la amenaza abierta.
27:24La gota que había colmado el vaso,
27:26el insulto final que había roto
27:28la ya frágil paciencia de los criados,
27:30había sido su ultimátum a Pia y Ricardo.
27:35O se iban por su propio pie,
27:37o él se encargaría de que los echaran
27:39de la peor manera posible,
27:41acusados de algo que mancharía sus nombres para siempre.
27:46Esa noche,
27:47después de la cena de los señores,
27:49cuando la casa principal se sumió
27:51en un relativo silencio,
27:52una reunión clandestina tuvo lugar en la cocina.
27:55No estaban todos,
27:59pero sí los más importantes.
28:01López,
28:02con su sentido innato de la justicia,
28:04había sido el convocante.
28:08Estaban también Ricardo y Pia,
28:10los directamente afectados,
28:12con el rostro demudado por la preocupación.
28:13Simona y Candela,
28:19las veteranas,
28:20cuyos suspiros de indignación lo decían todo.
28:23E incluso Petra,
28:24de pie en un rincón,
28:25con su habitual expresión indescifrable,
28:28observando la escena con una atención
28:29que podía ser tanto de apoyo como de espionaje.
28:32No podemos seguir así.
28:37Comenzó Lope,
28:38su voz baja pero firme,
28:40resonando en la cocina iluminada
28:41por una única lámpara de aceite.
28:46Lo que Cristóbal ha hecho con Pia
28:48y Ricardo ha cruzado todas las líneas.
28:51Ya no son órdenes,
28:52son amenazas.
28:55Es un abuso de poder intolerable.
28:57Ricardo,
28:58un hombre normalmente tranquilo y reservado,
29:00apretó los puños sobre la mesa de madera.
29:06Os agradecemos la preocupación,
29:08Lope,
29:09de verdad,
29:10pero Pia y yo os pedimos que no os metáis en esto.
29:15Es nuestro problema,
29:16no queremos que nadie más salga perjudicado por defendernos.
29:22Pero es que ya no es solo vuestro problema,
29:25Ricardo,
29:25exclamó Candela,
29:27incapaz de contenerse.
29:30Hoy sois vosotros,
29:33pero mañana será cualquiera de nosotros.
29:35Ese hombre es un déspota,
29:37nos trata como si fuéramos escoria.
29:38Candela tiene razón.
29:43Apoyó Simona,
29:44asintiendo con la cabeza.
29:46Hemos aguantado mucho.
29:49Sus gritos,
29:50sus castigos sin sentido,
29:52su soberbia.
29:53Pero esto es diferente,
29:54está jugando con el pan de dos personas honradas.
29:57Y eso no se puede consentir.
30:01Lope miró a cada uno de sus compañeros,
30:04buscando forjar con la mirada el frente común que proponía con sus palabras.
30:07Por eso estamos aquí,
30:12no podemos actuar por separado.
30:13Si uno protesta,
30:15lo aplastará.
30:18Si dos se quejan,
30:19los despedirá.
30:20Pero si todos,
30:22todos juntos,
30:23le plantamos cara,
30:24no podrá con nosotros.
30:28Debemos crear un frente común,
30:30ir a hablar con los marqueses,
30:32si es necesario,
30:33explicarles la situación.
30:34No podemos permitir que este tirano nos destruya uno a uno.
30:41Un murmullo de aprobación recorrió el pequeño grupo.
30:46La idea,
30:47aunque arriesgada,
30:48encendía una chispa de esperanza.
30:51La unidad era su única arma.
30:55Fue entonces cuando Petra,
30:57que había permanecido en silencio en su rincón,
31:00habló por primera vez.
31:03Su voz,
31:04como siempre,
31:05era neutra,
31:06casi desinteresada,
31:08lo que la hacía aún más inquietante.
31:12Un frente común,
31:13repitió,
31:14paladeando las palabras.
31:16Suena muy valiente,
31:17Lope,
31:18muy noble.
31:21Pero,
31:22¿qué proponéis exactamente?
31:24¿Ir todos en procesión al despacho del marqués?
31:26¿Firmar una carta?
31:28¿Declararnos en huelga?
31:29Porque debéis saber que,
31:30hagáis lo que hagáis,
31:32Cristóbal se enterará.
31:33¿Y su venganza será terrible?
31:38La pregunta de Petra,
31:40cargada de un pragmatismo venenoso,
31:42hizo que el entusiasmo inicial flaqueara.
31:44Tenía razón,
31:48¿cuál era el plan concreto?
31:50El riesgo era enorme.
31:51La historia estaba llena de rebeliones de siervos que acababan con todos en la calle,
31:56o peor.
31:56La duda se instaló en el rostro de algunos.
32:02Sabían que Petra,
32:03a pesar de estar allí,
32:04nunca sería verdaderamente una de ellos.
32:09Su lealtad era un artículo que se vendía al mejor postor,
32:13y en la promesa,
32:14el poder siempre había sido el comprador más generoso.
32:16Podía traicionarlos en cualquier momento,
32:22llevando sus planes directamente a los oídos de Cristóbal a cambio de un poco de favor.
32:26Mientras el debate se encallaba en el miedo y la incertidumbre,
32:33Pía y Ricardo se miraban,
32:34su decisión casi tomada.
32:39Quizás lo más sensato era aceptar la derrota,
32:42hacer las maletas y marcharse.
32:44Buscar un futuro en otro lugar,
32:46lejos de la maldad de Cristóbal.
32:48Era una perspectiva desoladora,
32:53pero parecía la única que garantizaba la seguridad de sus amigos.
32:59Sin embargo,
33:00el destino,
33:01a veces,
33:02tiene sus propias intervenciones inesperadas.
33:05Justo cuando la reunión estaba a punto de disolverse en un mar de resignación,
33:09se oyó un ruido en el pasillo.
33:13La puerta de la cocina se abrió y apareció en el umbral la figura de Catalina Luján.
33:18Su rostro estaba desencajado por la tensión de su propio encuentro con el varón,
33:25pero al ver a todo el servicio reunido,
33:27con esas caras de funeral,
33:28supo que algo grave estaba ocurriendo.
33:33¿Qué pasa aquí?
33:34Preguntó,
33:35su voz autoritaria cortando el aire.
33:37Parecéis un consejo de guerra.
33:42Nadie se atrevió a hablar.
33:44El silencio era espeso.
33:45Catalina suspiró,
33:46su paciencia agotada por los acontecimientos del día.
33:52Pía,
33:53por favor,
33:54dime qué está pasando.
33:55Pía Adarre,
33:56con la dignidad que nunca la abandonaba,
33:58dio un paso al frente.
34:02Señorita,
34:03es un asunto nuestro.
34:05No queríamos molestarla con nuestras.
34:07Basta de tonterías,
34:08Pía.
34:09La interrumpió Catalina,
34:11con más brusquedad de la que pretendía.
34:15Soy la responsable de esta casa tanto como mi padre.
34:18Si algo afecta a mi servicio,
34:20me afecta a mí.
34:23Habla,
34:24y Pía habló,
34:25con voz tranquila y clara,
34:27sin adornos ni dramatismos,
34:28le explicó a Catalina el ultimátum de Cristóbal.
34:34Le contó las amenazas,
34:36el acoso constante,
34:37el miedo que se había apoderado de la planta de abajo.
34:43Catalina escuchaba,
34:45su expresión pasando de la sorpresa a la incredulidad,
34:47y de ahí a una furia fría y contenida.
34:53La injusticia era algo que la encendía como la yesca,
34:56y lo que Pía le estaba contando era la más flagrante de las injusticias.
35:03Cuando Pía terminó,
35:05Catalina se quedó en silencio un momento,
35:07procesando la información.
35:11Luego,
35:12su mirada se endureció.
35:14Ese hombre ha cometido un grave error.
35:15Dijo,
35:17su voz tan afilada como el cristal roto.
35:22Nadie,
35:23y menos un advenedizo con ínfulas de grandeza,
35:26amenaza a mi gente en mi casa.
35:30Pía,
35:31Ricardo,
35:32no vais a ir a ninguna parte.
35:33Este asunto lo voy a resolver yo,
35:35ahora mismo.
35:39Sin decir una palabra más,
35:41se dio la vuelta y salió de la cocina,
35:43sus pasos resonando con determinación
35:45en dirección al despacho del mayordomo.
35:50El servicio se quedó petrificado.
35:52Aquella intervención inesperada era más de lo que jamás se hubieran atrevido a esperar.
35:56El plan de Cristóbal,
36:00que parecía infalible,
36:02acababa de chocar contra un muro de granito.
36:05La lealtad de una luján hacia su gente.
36:10Por primera vez en mucho tiempo,
36:12una tenue luz de esperanza se abrió paso en la oscuridad.
36:15Quizás,
36:19solo quizás,
36:20Pía y Ricardo podrían conservar su trabajo.
36:23Y quizás,
36:24el reinado de terror de Cristóbal estaba a punto de llegar a su fin.
36:30Mientras tanto,
36:31en otra parte de la casa,
36:33Leocadia,
36:34la gobernanta,
36:35mantenía su propia reunión privada con Cristóbal.
36:37Ella era su aliada,
36:42su confidente en las intrigas de Palacio,
36:44pero también era una estratega mucho más sutil y peligrosa.
36:50Observaba el ascenso de Cristóbal
36:52con una mezcla de admiración por su audacia
36:54y preocupación por su falta de finura.
36:59Tu plan para deshacerte de la adarre y su marido es
37:02directo,
37:03dijo Leocadia,
37:04sentada elegantemente en una butaca
37:06mientras Cristóbal se pavoneaba por la habitación,
37:09satisfecho de su propia astucia.
37:14Demasiado directo,
37:16me atrevería a decir.
37:17Cristóbal se detuvo,
37:19frunciendo el ceño,
37:20directo,
37:21es eficaz.
37:24En dos días,
37:25estarán fuera de aquí.
37:27Y sin ellos,
37:28el resto de la chusma será mucho más fácil de manejar.
37:33Leocadia soltó una risita condescendiente.
37:36Ahí es donde te equivocas,
37:38Cristóbal.
37:39Subestimas a Pia Adarre.
37:43Y eso es un error que podría costarte muy caro.
37:46Viendo la expresión de ofendido desconcierto en el rostro de Cristóbal,
37:50procedió a desgranar su advertencia con la precisión de un cirujano.
37:53Verás,
37:57Petra es un instrumento útil,
37:59es leal a quien le ofrece poder,
38:01es predecible y la puedes controlar a tu antojo con unas pocas palabras.
38:04Es un peón,
38:08pero Pia,
38:09Pia es una reina.
38:10Cristóbal bufó,
38:12una reina,
38:13es una simple ama de llaves.
38:17Es mucho más que eso.
38:19Replicó Leocadia,
38:20su voz volviéndose seria.
38:22Pia no necesita poder para tener influencia.
38:25La tiene de forma natural.
38:29Los demás la respetan,
38:30la quieren,
38:31han trabajado con ella durante años y confían en su juicio y en su bondad.
38:38Y lo que es más importante,
38:40los señores la aprecian.
38:42Especialmente la marquesa.
38:43Y ahora,
38:44por lo que veo,
38:45la señorita Catalina también.
38:49Se inclinó hacia adelante,
38:51sus ojos clavados en los de Cristóbal.
38:53Echarla de esta manera,
38:55con amenazas y coacciones,
38:56es como prender fuego a un hormiguero.
39:01Provocarás una rebelión abierta.
39:03El servicio se unirá en su contra.
39:05Y si el asunto llega a oídos de los marqueses de la forma correcta,
39:09quien terminará en la calle no será ella,
39:11sino tú.
39:15Pia entraña un grave peligro para ti.
39:17No por lo que hace,
39:19sino por el afecto que genera.
39:23Es un mártir en potencia.
39:25Y no hay nada más peligroso que un mártir.
39:27Las palabras de Leocadia cayeron como piedras en el ego de Cristóbal.
39:34Se dio cuenta,
39:35con una desagradable punzada de realidad,
39:38de que tenía razón.
39:39Su enfoque de fuerza bruta era torpe.
39:41Estaba tratando a todos como si fueran Petra,
39:47y eso era un error fundamental.
39:49Pia era más difícil de manejar,
39:51más escurridiza,
39:52precisamente por sus virtudes.
39:54Justo en ese momento,
39:59oyeron los pasos furiosos de Catalina acercándose por el pasillo.
40:05Cristóbal palideció ligeramente.
40:07Leocadia, en cambio,
40:09sonrió para sus adentros.
40:11La intervención que ella había previsto estaba a punto de materializarse.
40:14Catalina irrumpió en la estancia sin llamar.
40:20Cristóbal.
40:21Dijo,
40:22su voz temblando de ira.
40:26Acabo de ser informada de que ha amenazado a Pia y a Ricardo.
40:30¿Se puede saber qué se ha creído usted?
40:32Cristóbal, sorprendido,
40:37intentó farfullar una excusa.
40:39Señorita,
40:40es un malentendido.
40:44Estaba simplemente.
40:46No me venga con mentiras.
40:47Le cortó Catalina.
40:49He oído suficiente para saber que ha abusado de su posición de la manera más vil.
40:55Le prohíbo terminantemente que vuelva a dirigirse a Pia o a Ricardo en esos términos.
41:02Y para que le quede claro,
41:05ellos no se van a ninguna parte.
41:07Son empleados valiosos de esta casa y cuentan con toda mi protección.
41:14¿Entendido?
41:15La amenaza era clara.
41:17Cristóbal había perdido esa batalla.
41:19Tragó saliva y asintió,
41:21humillado.
41:24Sí,
41:25señorita,
41:26perfectamente entendido.
41:28Catalina le lanzó una última mirada de advertencia y se marchó,
41:31cerrando la puerta tras de sí.
41:35Cristóbal se quedó de pie,
41:37lívido de rabia.
41:38Leocadia se levantó lentamente.
41:40¿Lo ves?
41:41Dijo con calma.
41:44La reina tiene defensores poderosos.
41:47La advertencia de Leocadia y la humillación a manos de Catalina
41:50encendieron un fuego diferente en Cristóbal.
41:52Se dio cuenta de que Pian no era solo un obstáculo,
41:58sino una amenaza existencial para su posición.
42:04Ahora que parecía que ella no se marcharía,
42:07su mente febril comenzó a trabajar en una nueva dirección.
42:10Ya no podía eliminarla de forma directa.
42:16Tendría que hacerlo de manera más sutil.
42:20Más sucia.
42:21Tendría que destruirla desde dentro.
42:23Minar su reputación.
42:25Envenenar las relaciones que la hacían fuerte.
42:27La guerra contra Pia Adarren no había terminado.
42:33Simplemente, acababa de cambiar de táctica.
42:39Y las nuevas tácticas de Cristóbal prometían ser mucho más crueles y retorcidas
42:43que una simple amenaza de despido.
42:48En un rincón más tranquilo de la casa,
42:51ajena a las grandes conspiraciones,
42:53Vera libraba su propia guerra personal,
42:55una batalla íntima y dolorosa contra su propio pasado,
42:58encarnado en la figura de su hermano Federico.
43:03La alegría inicial del reencuentro se había evaporado tan rápido
43:07como la espuma de mar en la arena,
43:09dejando al descubierto las rocas afiladas de viejos resentimientos y heridas sin cicatrizar.
43:16Los encontró a solas en el jardín,
43:18bajo la sombra de un viejo olivo.
43:21La discusión que habían comenzado por la mañana
43:23había resurgido con una virulencia renovada.
43:28No lo entiendes, Vera.
43:30No puedes entenderlo,
43:31decía Federico,
43:33su voz una mezcla de dolor y acusación.
43:37Teníamos un nombre,
43:39un apellido,
43:40no éramos ricos,
43:41pero éramos respetados,
43:42y tú lo echaste todo por tierra.
43:46Vera lo miraba,
43:47el corazón encogido,
43:49veía en él no sólo a su hermano,
43:51sino a la encarnación de un mundo de juicios y expectativas del que había intentado escapar.
43:58¿Un nombre?
43:59¿Hablas de un nombre, Federico?
44:01Replicó ella,
44:02su voz temblando de emoción.
44:04Yo hablo de sobrevivir,
44:08hablo de comer cada día,
44:09hablo de no morir de frío en invierno.
44:14¿Dónde estaba nuestro buen nombre cuando teníamos el estómago vacío?
44:18Había otras maneras,
44:20insistió él,
44:21negándose a aceptar su realidad.
44:22Podrías haber buscado un trabajo decente,
44:28podrías haber pedido ayuda,
44:29cualquier cosa antes que.
44:33Eso,
44:34trajiste la vergüenza a nuestra familia.
44:36La palabra vergüenza fue como una bofetada.
44:41Vera sintió que las lágrimas le quemaban los ojos,
44:44pero se negó a derramarlas.
44:46No le daría esa satisfacción.
44:48Tú no sabes nada,
44:52dijo,
44:52su voz endureciéndose.
44:54No tienes ni la más remota idea de lo que tuve que sacrificar.
45:00De las puertas que se me cerraron en la cara por ser mujer y estar sola.
45:04De las noches que pasé muerta de miedo,
45:07preguntándome si vería el amanecer.
45:11Juzgas desde tu comodidad,
45:13desde tu vida sencilla,
45:15sin haber caminado ni un solo paso con mis zapatos.
45:18Se acercó a él,
45:22suplicante.
45:23Te pido comprensión,
45:24Federico.
45:25No te pido que lo apruebes.
45:29Ni siquiera que lo olvides,
45:31solo que intentes comprender que hice lo que tenía que hacer para seguir con vida.
45:37¿Acaso hubieras preferido que muriera en una zanja,
45:40pero con el honor de la familia intacto?
45:46Federico apartó la mirada,
45:47incapaz de sostener la suya.
45:49En el fondo,
45:50sabía que había verdad en sus palabras,
45:52pero admitirlo significaba desmontar toda la estructura de valores sobre la que había construido su identidad.
46:00Era más fácil culparla,
46:02convertirla en la única responsable de la mancha que sentía sobre su apellido.
46:06No es tan sencillo,
46:11verá,
46:11murmuró,
46:12su voz perdiendo parte de su dureza,
46:15pero aún teñida de reproche.
46:16La conversación quedó suspendida en el aire,
46:31un abismo de incomprensión entre dos hermanos que se querían,
46:34pero que habían sido separados por las brutales realidades de la vida.
46:37Vera comprendió en ese momento que convencer a Federico no sería fácil.
46:45Quizás sería imposible.
46:48Su pasado no era algo que pudiera explicar y que fuera aceptado con una simple conversación.
46:53Era una sombra que la seguiría siempre,
46:59y que ahora,
46:59con la llegada de su hermano,
47:01amenazaba con oscurecer también su presente en la promesa.
47:07La batalla por la redención y el perdón,
47:10descubrió,
47:11a menudo era más difícil de librar con aquellos que llevaban tu misma sangre.
47:17Y esa,
47:18para Vera,
47:19era la más amarga de las verdades.
47:21Así terminaba el primer día de septiembre,
47:23en la promesa.
47:27Un día de decisiones sorprendentes,
47:30de advertencias ominosas,
47:31de rebeliones incipientes y de heridas familiares que se negaban a cerrar.
47:38Cada personaje,
47:40desde los salones nobles hasta la cocina del servicio,
47:43se encontraba en una encrucijada,
47:45y los caminos que eligieran en las horas y días venideros
47:47determinarían no sólo su propio destino,
47:50sino el futuro de todos los que habitaban bajo el mismo techo.
47:53La promesa de paz era,
47:58más que nunca,
47:59una ilusión lejana.
48:01La tormenta,
48:02que llevaba tanto tiempo gestándose,
48:04estaba finalmente a punto de estallar.
48:06nunca,
48:06nuncani,
48:07nada,
48:07nunca,
48:08nunca,
48:09nunca y
48:10nada.
48:14Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado