O Governo do Brasil deve informar nesta sexta-feira (29) aos Estados Unidos sobre o início da Lei da Reciprocidade contra os anúncios do governo americano. A repórter Janaína Camelo traz detalhes do assunto. Acompanhe a análise de Priscila Silveira e Ana Beatriz Hirsh em Tempo Real.
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00:00Agora sim, a gente volta a repercutir sobre assuntos internacionais, a Janaína Camelo está de volta com a gente e vai nos contar sobre esta informação que será enviada para o governo americano sobre o uso da lei da reciprocidade.
00:15Janaína, de volta agora sim, numa sexta-feira, Jana. Não é fácil, né? É uma idas e vindas, é sexta-feira, tá chegando o final de semana. Mas vamos lá, nos conte as suas informações.
00:25Muito boa tarde, Bruno. Bom que é sexta-feira, essa é a notícia boa, né?
00:32Mas olha só, com relação à lei de reciprocidade econômica, o governo brasileiro já começou a dar início ao processo de como pode aplicar essas medidas contra os Estados Unidos.
00:42Primeiramente, ainda fazendo consultas. E aí ontem, o Ministério de Relações Exteriores informou isso formalmente, enviou um comunicado à CAMEX, a Câmara de Comércio Exterior,
00:52para saber como que essa lei pode ser aplicada contra os Estados Unidos.
00:57A CAMEX, Bruna, só para reforçar, é o órgão ali responsável, o órgão do governo federal que é responsável por essas relações ali
01:03em adotar políticas, adotar as atividades relacionadas ao comércio exterior de bens e serviços.
01:10Faz aquela ponte da venda de comércio, da venda de bens e serviços com outros países.
01:16Então, a CAMEX tem agora, a partir de ontem, desde ontem, 30 dias para responder o governo brasileiro, diretamente ali ao Ministério de Relações Exteriores,
01:26como que essas medidas podem ser aplicadas contra os Estados Unidos no âmbito da lei da reciprocidade econômica.
01:33Lembrando que essa lei, ela foi recentemente regulamentada em decreto pelo presidente Lula.
01:37Foi nesse ano que essa lei foi criada e aprovada pelo Congresso Nacional e ela prevê sanções ali a países,
01:45sanções econômicas a países que o governo brasileiro tenha entendido que está violando ali a soberania nacional.
01:52Então, a lei, em linha geral, a lei de reciprocidade econômica, ela autoriza o governo limitar importações de bens e serviços,
01:59suspender concessões comerciais e de investimentos, suspender obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual.
02:06E aí, hoje, o presidente Lula falou sobre esse assunto.
02:09Nessa mesma entrevista à rádio Itatiaia, que ele concedeu hoje pela manhã, ele disse o seguinte,
02:14embora já tenha tido formalmente esse processo iniciado, porque hoje, então, o governo brasileiro vai informar oficialmente os Estados Unidos com relação a isso,
02:23o presidente disse que o governo brasileiro ainda quer negociar.
02:27A gente vai ouvir o que ele falou mais cedo.
02:28Nós também temos coisa para fazer contra os Estados Unidos, mas eu não tenho pressa, porque eu quero negociar.
02:34O Edilene, eu coloquei nada mais, nada menos que o meu vice-presidente, Geraldo Alckmin,
02:41meu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e meu ministro do Comércio Exterior, meu ministro de Relatório Exterior,
02:46de uma alheira, para serem negociadores com os Estados Unidos.
02:50Até agora, nós não conseguimos falar com ninguém.
02:52Esse dia, o Haddad tinha marcado um telefonema com o secretário do Tesouro, ele disse que não podia aparecer na foto reunido com o Eduardo Bolsonaro.
03:03Então, eles não estão dispostos a negociar.
03:05O que é que eu disse?
03:06O seguinte, se o Trump quiser negociar, o Lula e a paz e a morta de volta.
03:10Pois é, as palavras aí do presidente Lula, ele também disse, Bruno, que tomou essa medida de dar início já ao processo de aplicação da lei de reciprocidade,
03:22porque precisa e porque é preciso também o governo brasileiro dizer aí que tem coisas a fazer contra os Estados Unidos,
03:30mas que não tem pressa reforçando o que quer negociar, enfim.
03:33Mas a expectativa nos bastidores, Bruno, é que com essa medida agora, oficialmente, dando início a esse processo,
03:39aí sim pode-se abrir um canal de diálogo, que seja possível sim, então, o governo brasileiro conseguir aí esse contato direto com autoridades do governo de Donald Trump.
03:51Vamos seguir, vamos acompanhar, vamos ver se isso realmente acontece, né, Bruno, com você.
03:55Camila, aqui ao vivo, em tempo real, na Jovem Pan.
03:58Obrigado pelas informações, já já voltamos a conversar.
04:02Vamos retomar essa discussão hoje sobre a lei da reciprocidade, que o Bruno Pinheiro começou lá em Brasília,
04:07trouxe os destaques da entrevista do presidente Lula, a rádio Itatiaia,
04:12e agora a gente abre a nossa análise com as nossas comentaristas Ana Beatriz Rich e Priscila Silveira.
04:18Começando pela Ana, eu comentava aqui que já estamos num momento delicado, né, Ana?
04:23Inclusive, alguns especialistas em política dizem que novas sanções podem acontecer ao nosso país.
04:30E aí vem o presidente Lula também e diz, olha, vamos aplicar a lei da reciprocidade, também taxar os produtos americanos.
04:37Como é que você analisa esse cenário, Ana?
04:39Márcia, digamos que o governo brasileiro, ele tá numa enrascada que a gente não vê um final feliz.
04:46Por um lado, eu entendo que o governo precise, de alguma forma, contra-atacar as tarifas,
04:55mas, ao mesmo tempo, eu não vejo esforços suficientes no sentido de diálogo e de uma negociação efetiva.
05:02O presidente Lula faz questão de dizer que ele é paz e amor, que ele está aberto ao diálogo,
05:07mas a gente não viu nenhuma manifestação partindo dele diretamente pro Donald Trump.
05:12Ou seja, ele se diz aberto ao diálogo, mas ele não pegou o telefone e ligou para o presidente americano.
05:18Então, eu não sei exatamente quanto de diálogo nós estamos efetivamente tratando.
05:25E aí, a boa notícia de tudo isso, ao meu ver, é o fato de que, ao invés de simplesmente sair por aí,
05:31editando medidas provisórias e aplicando sanções,
05:34o governo fez uma consulta ao órgão técnico responsável
05:39para que ele esclareça exatamente qual forma que será possível aplicar essa lei da reciprocidade.
05:48E espero eu que também estejam sendo feitas consultas
05:51para entender o impacto econômico de quem vai ser afetado por essa medida aqui no Brasil.
05:57E a gente também ainda não conseguiu sentir a longo prazo o impacto das tarifas americanas
06:03também em vários setores da nossa economia.
06:07Ainda não conseguimos medir, mensurar isso, né?
06:10Agora, Priscila Silveira, nós tivemos, inclusive, esse plano de contingência
06:14que foi enviado pelo governo, que vai começar a atender.
06:18Mas isso só vai ser suficiente?
06:20Márcia, eu acho que isso é um preceito inicial.
06:22Evidentemente que não será suficiente, porque num primeiro momento
06:26podemos até ou poderíamos até comemorar um declínio ali
06:30relacionado às tarifas, aos preços, né?
06:33Queda de eventuais produtos.
06:35Mas a longo prazo, Márcia, isso não se mostra prudente
06:39e de maneira que vai ficar ali o nisso, ou seja, sem quedas.
06:43Então, num primeiro momento, sim, pode comemorar essa queda,
06:46mas a um longo prazo, essa tarifa, a gente vai sentir no bolso.
06:51E, na verdade, Márcia, quem sentirá é realmente o consumidor.
06:54Esse plano de contingência, a gente, na verdade, parabeniza inicialmente,
06:58porque teria que ter sido feito algo mesmo para poder amenizar
07:01as problemáticas envolvendo ali essa tarifação, ou seja, esse tarifo.
07:06Agora, uma coisa que a gente precisa chamar a atenção.
07:08Quando ele aplica a reciprocidade, Márcia, eu acho que vai...
07:12Eu não estou dizendo que ele não deva fazê-lo,
07:14mas quando ele coloca que vai aplicar os 50%,
07:17o presidente Trump disse que se houvesse a colocação de 50%,
07:21ele ia adiante, ele ia colocar mais.
07:24Então, nós vamos ter aqui uma guerra de quem pode mais
07:27e quem vai sempre acabar sofrendo com isso.
07:29Somos nós, os brasileiros, no meio dessa guerra de poderes
07:32entre esses países.
07:34É, até porque nós temos um poder econômico muito inferior
07:37ao dos Estados Unidos.
07:39Priscila, obrigada pelas suas análises.
07:41Priscila e Ana, já já a gente volta com vocês.
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