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O governo federal anunciou nesta quarta-feira (13) o plano de contingência para os exportadores brasileiros após as taxas de Donald Trump. A ideia é uma linha de crédito de R$30 bilhões, e a principal regra para acessar o auxílio é que os empresários não poderão demitir funcionários. Para explicar os impactos, o Tempo Real recebe o economista Jason Vieira. Comentaristas: Mano Ferreira e Anna Beatriz Hirsh


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Transcrição
00:00Mas agora, gente, o tema da nossa enquete nas redes sociais é exatamente esse,
00:04esse pacote de medidas que foi anunciado pelo governo.
00:07Você acredita que essas medidas vão reduzir efetivamente os impactos do tarifaço na nossa economia?
00:15Já vota na enquete no YouTube, no X, no Instagram.
00:18Pode mandar também a sua participação pelo WhatsApp, no 119-325-8055.
00:24É o nosso canal direto em tempo real com você.
00:27Ao longo do programa eu vou ler algumas mensagens, opiniões de você, telespectador, ouvinte da Jovem Pan News.
00:34Mas olha, sobre esse assunto, agora 2 horas e 13 minutos, a gente vai acionar o economista Jason Vieira,
00:41que vai explicar pra gente os impactos dessa medida anunciada hoje pelo governo federal.
00:47Jason, muito boa tarde, bem-vindo em tempo real com a gente.
00:50O pacote, na sua análise, já atende uma primeira demanda do setor?
00:56Ele atende as expectativas ou alguns pontos ainda deixam a desejar?
01:01Jason.
01:03Boa tarde, novamente. Obrigado pelo convite.
01:06Existem pontos ali que estão ainda obscuros em relação de onde efetivamente vai vir os recursos,
01:11porque só se falou de 5 bilhões, os outros 25 bilhões ainda estão em aberto.
01:14Nós recebemos os documentos e observamos.
01:16Mais uma vez é via crédito, não via ajuda direta, tem um impacto fiscal um pouco mais reduzido,
01:23mas ainda assim a questão não resolve o cerne.
01:28O cerne disso tudo é a resolução efetiva da crise com os Estados Unidos.
01:33Isso daí é uma resolução pariativa e de curto prazo,
01:36que ainda que reduzido tem impacto em termos fiscais, tem impacto para o governo.
01:41E para as empresas em si, é mais ou menos semelhante aquilo que aconteceu durante a pandemia.
01:46As empresas receberam crédito naquele momento com a garantia dos empregos
01:53e depois, quando efetivamente tudo se resolveu em tese,
01:57passou-se a crise e várias empresas fecharam, porque estavam endividadas com esse crédito,
02:03tiveram que se manter sem fluxo de caixa pagando essas pessoas,
02:08e depois, no futuro, as empresas voltaram com endividamento com o governo,
02:13ainda que com taxas mais reduzidas e efetivamente não conseguiram se recuperar
02:17entre a objetividade econômica, o que pode, de alguma maneira, acontecer,
02:21porque nós não sabemos a extensão dessa crise.
02:24Nós não sabemos o quanto tempo essa crise vai durar,
02:27qual o impacto duradouro em diversos setores.
02:29E a questão de compras do governo, nós sabemos que também as compras do governo
02:33não obedecem os mesmos parâmetros de preços dos internacionais.
02:37Ou seja, o governo vai ali ajudar, mas ao mesmo tempo acaba sendo, em tese,
02:43mais vantajoso para o governo do que efetivamente para quem está vendendo.
02:46A gente vai ouvir agora o Bruno Pinheiro, direto de Brasília, que também tem uma pergunta.
02:53Márcia, ótima tarde a você e a quem nos acompanha de casa também,
02:57e ao nosso entrevistado.
02:58Sobre essa repercussão aqui desse lançamento do governo,
03:02eu ouvia agora há pouco da oposição reclamando que existe um receio justamente
03:07do que aconteceu no Rio Grande do Sul.
03:11Algumas linhas de financiamentos, de crédito, na verdade, foram oferecidas para diversos setores,
03:18mas elas não se concretizaram.
03:20Ficaram muito numa expectativa de um lançamento,
03:22mas o efeito chegar lá na ponta, de fato, isso não aconteceu.
03:26Com esse lançamento de hoje, que assistimos agora,
03:30há algum receio de, de fato, não sentir o efeito desse anúncio,
03:36não chegar aonde realmente é esperado, Jason?
03:40É, pouco antes da gente entrar aqui, eu conversei com um empresário do setor,
03:44que trabalha diretamente com os Estados Unidos, mais conectado ao café,
03:48e ele disse que, para eles em si, a medida é inócal,
03:51exatamente porque existe a possibilidade que o recurso não chegue.
03:54E mesmo porque, mesmo que o recurso chegue, fica aquela dúvida,
03:59por quanto tempo vai utilizar?
04:0130 bilhões é o suficiente?
04:03Dentro de uma situação fiscal apertada, óbvio,
04:0530 bilhões é um negócio que faz uma diferença muito grande,
04:07mas dentro do espectro do comércio brasileiro,
04:10especialmente no que é conectado à carne, é suficiente?
04:13Nós temos um nicho muito focado na carne com os Estados Unidos,
04:17que é o que chamamos de CMS, que é carne mecanicamente separada,
04:20que é uma carne utilizada para ração e hambúrguer.
04:22Também tem uma outra parte do que não é, nós não vendemos carnes nobres para os Estados Unidos,
04:26nós não vendemos contra filé, não vendemos nada,
04:28que nem o professor do presidente até citou ali durante a apresentação dele.
04:34E daí fica a dúvida, vai chegar até os setores?
04:37Já aconteceu no passado de não chegar.
04:39Os setores estão muito cautelosos e estão recebendo essa medida com bastante ceticismo.
04:44Agora, Jason, a pergunta também, você começou a falar sobre as contas públicas,
04:49que já não estão fechando há algum tempo.
04:51Da onde que o governo vai tirar esse dinheiro?
04:54E uma segunda questão, por exemplo, o presidente falou que parte desse comércio de carnes,
05:00de café, pode ser reabsorvido pela nossa própria economia local.
05:05Existe realmente essa possibilidade, mas a quantidade é muito grande,
05:10a economia local vai dar conta, porque até em escola, a escola pode receber esses produtos,
05:15pode comprar materiais ali com o valor mais em conta para a merenda escolar.
05:20É o que foi dito durante a coletiva.
05:23Você acredita que, de fato, isso é possível de acontecer?
05:27Semelhante o que acontece com a laranja, que está isenta dessas taxações,
05:32a carne que nós vendemos para os Estados Unidos é um nicho muito específico.
05:36Então, dizer que isso vai aumentar a oferta da carne do Brasil, vai baixar o preço, é muito relativo.
05:42A questão do café, o café está passando por um problema global de oferta.
05:46O café é mais fácil nós desviarmos do café,
05:50porque, para vocês terem ideia, no começo do ano agora, no primeiro trimestre,
05:53nós importamos café na tentativa de fazer o preço cair,
05:57mas o preço continua elevado,
05:59porque é um problema global de secas, de pragas em algumas regiões
06:04que estão afetando o preço internacional do café.
06:06Mas, ao mesmo tempo, como você tem uma demanda muito acelerada em nível global,
06:10não vai sobrar café para o Brasil.
06:11Como citei, nós precisamos até importar café na tentativa de baixar o preço aqui.
06:16Então, é muito relativo.
06:17É fácil você dizer que vai sobrar carne no Brasil,
06:19quando a carne que se vende para os Estados Unidos
06:21não é exatamente a carne que se consome aqui.
06:24É muito fácil dizer, por exemplo, que se fosse o caso da laranja,
06:27aí ia sobrar laranja no Brasil, mas eles recebem uma laranja brasileira
06:30que ela é processada, feita em termos de suco concentrado.
06:35E várias outras coisas.
06:36Também não é um movimento global agora,
06:39que está todo mundo crescendo, disparando de crescer,
06:41que, ah, não, você não vendo para você,
06:42você não vendo para fulano, vendo para ciclano.
06:45Não é bem assim.
06:46É um trabalho que leva algum tempo de conversa, de tudo,
06:50até você desviar esses parâmetros.
06:53Não se sabe se a questão vai se resolver também.
06:55Existe também a possibilidade, em algum momento,
06:57de haver resolução da questão das tarifas.
07:00Então, nesse momento, talvez, nós perdemos a oportunidade
07:04de ter uma conversa sincera e com uma abertura do mercado americano
07:07para o Brasil, que seria muito importante,
07:09dado que nós somos, inclusive, deficitários com eles.
07:13E essa oportunidade perdida é mais ou menos aquela linha
07:16que nós estamos com a União Europeia conversando com o Mercosul
07:19faz mais de 20 anos e não fecha nunca.
07:21Então, todas as questões de proteção e a União Europeia.
07:24E só lembrar o seguinte, essa resolução não vai nem ser concluída
07:27por questão de Briggs ou por questão de Bolsonaro.
07:32Ela vai ser resolvida pela abertura do nosso mercado local,
07:35que vai ser a primeira demanda dos Estados Unidos.
07:37E é com isso que o governo não está conseguindo lidar
07:39com o fato de tentar fechar uma negociação.
07:41Porque ele sabe que a primeira demanda para todos os países
07:44de Donald Trump é a abertura do mercado local.
07:46E o mercado local brasileiro, via burocracia ou via tarifação,
07:51ele é bastante fechado.
07:53Jason Vieira, economista, muito obrigada pela sua participação
07:56em tempo real aqui na Jovem Pan.
07:59Sempre muito bem-vindo.
08:01Obrigado, até a próxima.
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