No Visão Crítica, Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas, analisa as projeções e o cenário eleitoral para 2026, com foco no estado de São Paulo. A conversa aborda o desempenho dos principais nomes, como Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, buscando responder quem está em melhor posição para liderar a corrida eleitoral.
Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/d7ol6u-DjkI
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
00:00É, aparece ali alguns candidatos pouco viáveis, que eu olho assim, eu falo assim, mas a eleição é surpreendente, já teve coisas de candidatos que não eram viáveis.
00:10Como é que fica no levantamento que a Paraná tem sobre o Estado de São Paulo para a sucessão ao Palácio do Baraná antes do ano que vem?
00:16Quais são os candidatos, dependendo do cenário, claro, mas que são viáveis para que efetivamente a gente pode falar, não, esse poderá ou não chegar ao segundo turno?
00:25Olha, professor, a gente divulgou uma pesquisa na semana passada, como que a gente vê a eleição em São Paulo?
00:31Se o governador Tarcísio, se a eleição fosse hoje, na realidade de hoje, o governador Tarcísio teria muita chance de vencer as eleições no primeiro turno.
00:40Então eu vejo um quadro com o Tarcísio disputando, eu vejo, da coligação que o deputado já falou, eu acho muito difícil, certo, para eles.
00:49Então eu dificilmente consigo ver tanto o Alckmin quanto o Haddad, que são os dois nomes mais fortes dessa coligação, querendo disputar contra o Tarcísio.
00:59Por quê? Eu vou explicar isso um pouquinho mais para frente.
01:01Ao mesmo tempo, se o Tarcísio não for, eu vejo que a eleição em São Paulo, ela abre, ela fica atrativa.
01:09Aí eu já vejo para o Geraldo Alckmin uma boa chance, vejo para o Haddad também chance, certo?
01:15E para o candidato do Tarcísio, hoje, como que a gente analisa pelos nomes testados?
01:20O mais forte, fora o Tarcísio, é o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
01:23É bem mais forte, eleitoralmente falando.
01:26Mas vamos levar em conta que o vice-governador assume o governo.
01:30Ele viraria governador.
01:31E é um direito natural também querer disputar a reeleição, certo?
01:36Então, ao meu ver, na realidade de hoje, o Tarcísio teria esses dois nomes, com mais panche.
01:43Ao mesmo tempo, tem a eleição do Senado, que hoje você vê tanto o Geraldo Alckmin num cenário,
01:48quanto o Fernando Haddad liderando as pesquisas do Senado.
01:52Então, eu fico imaginando assim.
01:53Vamos supor que, por algum motivo, o Lula diga para o Geraldo, eu preciso de você lá em São Paulo, certo?
01:59Então, eu fico pensando, o Geraldo vai dizer assim, mas para enfrentar o Tarcísio é difícil, mas para o Senado eu vou.
02:05E o Haddad é a mesma coisa, para o Senado eu vou.
02:07Põe o Geraldo para o governo, um querendo empurrar o outro.
02:09Então, é uma situação difícil, mas eu acho que esse quadro vai depender da posição do governador Tarcísio.
02:17Qual vai ser a posição?
02:19Tarcísio, candidato a presidente, eu acho que a oposição vai abrir os olhos para a eleição de São Paulo, que existe chance.
02:26Eu vejo que o Tarcísio, nesse momento, o candidato também tem um favoritismo.
02:31Mas, para o Senado, uma eleição muito aberta, muito difícil a coligação de oposição não fazer uma vaga, pela realidade de hoje.
02:39Só que aí vai ter uma briga, porque quem são os mais viáveis?
02:42Haddad e Geraldo, certo?
02:44Quer dizer, então, vamos ver como fica para frente.
02:47Mas, não tenho dúvida que vai depender demais de qual vai ser a decisão do governador Tarcísio.
02:52E o problema, professor, ao meu ver, é que essa decisão de Tarcísio presidente, se ele vai à presidência, se ele vai disputar a reeleição, ela não vai se dar esse ano.
03:01O mais provável é que isso seja levado mais para frente.
03:04E isso vai trazer uma insegurança, tanto para a eleição nacional quanto para a eleição aqui em São Paulo, muito grande, que deixa a eleição aberta.
03:11Eu vou aproveitar só esse gancho rapidamente, eu sei que quem nos acompanha é do Brasil inteiro, mas o eleitorado de São Paulo representa aproximadamente 22,5% do eleitorado nacional.
03:23Então, necessariamente, em algumas questões, temos de tocar de São Paulo.
03:27Eu vou voltar à questão da eleição presidencial.
03:30Então, só pegar o gancho, a questão das duas vagas para o Senado.
03:34Como é que elas ficam na sua opinião, Zaratini?
03:39Porque na última eleição tivemos uma surpresa.
03:42Para mim foi uma surpresa, a eleição do astronauta.
03:45Eu até brinco, com todo o respeito a ele, evidentemente, que a família mora no Texas.
03:50E os Estados Unidos, cada estado tem dois senadores.
03:53São 50 estados, são 100 senadores.
03:56Mas os Texas tem três.
03:58Dois em Washington e Brasília, que é um astronauta.
04:01Com todo o respeito ao senhor, né?
04:03Com todo o respeito.
04:04E eu conheço a história de São Paulo com uma palma da minha mão, viu?
04:08Desde 1532.
04:09Então, eu não estou falando coisa de alegre, não.
04:13Então, foi uma surpresa, porque parecia que o Marcio França seria eleito três dias antes.
04:16Aí, caiu do espaço sideral.
04:21O astronauta, ele foi eleito.
04:22Bem, e a questão que se discute, deputado Zaratini, deputado Marangoni e Murilo Hidalgo,
04:28é que a renovação dois terços do Senado não é como a do passado.
04:33Porque envolve uma questão política central.
04:36A possibilidade de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal.
04:39Essa, no fundo, é a questão central da eleição do Senado.
04:42Você que nos acompanha, não pense que essas discussões estruturais...
04:46Não, não, não, não.
04:48O Senado tem várias atribuições.
04:50São 11, salvo engano.
04:51Precisa dar uma olhada.
04:5211 ou 13 lá na Constituição.
04:54E uma delas é a questão do impedimento de ministros do Supremo Tribunal Federal,
04:59do Supremo Tribunal de Justiça, etc.
05:01Mas a questão central é o Supremo Tribunal Federal.
05:04Então, vai ser uma disputa muito grande.
05:06A renovação de dois terços.
05:07Como é que fica esse quadro em São Paulo?
05:09Porque em São Paulo sempre teve, mais ou menos,
05:11alguém um pouco mais à esquerda, alguém um pouco mais à direita.
05:15Isso foi se repetindo, grosso modo, nas últimas eleições,
05:20quando tinham duas vagas.
05:22Agora, eu sei que envolve a questão do Palácio dos Bandeirantes,
05:26a vice-presidência da República também,
05:27e o Senado está tudo amarrado.
05:30Mas, quer dizer, o PT tem um candidato viável para o Senado?
05:34Se o Fernando Haddad, por exemplo, não for candidato,
05:36for candidato ao governo,
05:38quais são os quadros que o campo da centro-esquerda,
05:41se é que o PT vai buscar uma aliança mais ao centro,
05:44teria para o Senado?
05:46Olha, nós temos vários candidatos, vários nomes,
05:49não com a mesma projeção do Haddad, do Alckmin e do Márcio,
05:54que já, Márcio e o Alckmin já foram governadores,
05:59obviamente isso dá uma interlocução muito ampla,
06:02o Haddad já foi prefeito de São Paulo e ministro, né?
06:06Então, mas nós temos nomes, o próprio Edinho,
06:09que hoje é nosso presidente nacional,
06:11é um nome que tem uma penetração no interior,
06:14além do PT ter a força que tem na grande São Paulo,
06:18ele tem uma penetração no interior.
06:20Então, temos o Padilha, que é ministro da Saúde,
06:25é uma pessoa que também está realizando muito aí,
06:27inclusive no estado de São Paulo.
06:29Então, com relação com muitos prefeitos aí.
06:32Então, a gente tem condições de ter um nome
06:34que, de fato, forme uma dobrada, né?
06:38A gente fala dobrada, quer dizer,
06:39dois candidatos com força suficiente
06:43para disputar as duas vagas
06:45e, logicamente, aí é aquela...
06:47Essa eleição de dois candidatos
06:50com o eleitor tendo dois votos,
06:53eu diria para você que é uma das eleições
06:54mais difíceis da gente prever o resultado.
06:57Porque o eleitor tende a ter um primeiro voto,
07:01que é quem ele realmente quer eleger,
07:04e o segundo voto, ele pode, às vezes,
07:06dar o voto para a chapa contrária.
07:08Entende? Porque ele fala,
07:10não, mas eu gosto daquele cara lá
07:11que não tem nada a ver com o que ele votou em primeiro.
07:15Então, às vezes, acontece situações
07:17que ganham alguém que ninguém estava prevendo, né?
07:21Mas eu acho que a política,
07:24como tem a polarização,
07:26essa polarização também pode levar
07:30a uma definição mais clara do eleitor.
07:33Deputado Marangô, no campo da centro-direita,
07:36na sua avaliação, quais seriam os candidatos
07:38prováveis para o Senado e com viabilidade eleitoral?
07:42Porque muitas vezes você tem um bom candidato,
07:44mas a gente sabe que eleitoralmente ele tem problemas.
07:47E algumas vezes você consegue combinar
07:49um bom candidato com um potencial eleitoral.
07:52Na sua avaliação, quem poderia ser?
07:53Bom, eu concordo muito com o Murilo,
07:56eu acho que, e também com o afago histórico,
08:01eu acho que vai se repetir,
08:02eu acho que a gente deve eleger um no campo da esquerda
08:04e um no campo da direita aqui em São Paulo, né?
08:08Principalmente também por conta dessa polarização.
08:10Claro que o candidato da direita
08:13vai ter uma facilidade muito maior,
08:15sendo o Tarcísio candidato a governador, é natural, né?
08:18Eu acho que a disputa vai ser muito dentro de casa, né, Zarantino?
08:21Eu acho que é isso.
08:22Quem vai ser o ponta de lança mesmo no Senado, né?
08:28Para pegar uma vaga em quem vai ser aqui da direita.
08:32A gente tem Derrite,
08:34todos esses candidatos aí
08:36que hoje se colocam como possíveis candidatos a governador,
08:40o presidente da Assembleia, André do Prado,
08:42o nosso ex-governador, Rodrigo Garcia.
08:44Então, são players que estão aí.
08:47O presidente do MDB, Baleia Rossi, também a gente já ouviu.
08:50Eu acho que o Estado de São Paulo, no campo do centro-direita,
08:51tem bastante nome.
08:53Aí vai também muito de quem o Tarcísio
08:57ter como o candidato dele principal.
09:03Nas pesquisas da Paraná, Murilo,
09:05qual o cenário que se desenha com candidatos viáveis eleitoralmente?
09:09Eu digo isso porque o interior de São Paulo,
09:12que em certo momento da história,
09:14teve muita importância na história paulista,
09:16foi perdendo espaço, por uma série de razões.
09:19E os políticos foram se concentrando na região metropolitana,
09:22que são cerca de três dúzias de municípios.
09:25Cerca de 36, 35, 39.
09:2839, né?
09:29São 39 municípios.
09:30Então, como é que fica?
09:33Quais são os candidatos viáveis nesse momento?
09:37Eu sei que nós estamos distantes,
09:38depende de uma série de alianças,
09:40mas pelos levantamentos da Paraná.
09:42Olha, professor, nessa pesquisa que nós fizemos,
09:44quem que a gente testou para o Senado, tá?
09:47Nós testamos os dois nomes mais fortes do centro e centro-esquerda,
09:51seria Haddad e Geraldo Alckmin.
09:54Eu vejo assim que, eu falo até brincando,
09:56vai ser uma briga boa lá, certo?
09:58Porque eu acho que a chance é muito boa de fazer um senador.
10:01E do outro lado, o que a gente testou?
10:05A gente fez um cenário com o Eduardo Bolsonaro,
10:07que até há pouco tempo era pré-candidato ao Senado,
10:10hoje eu não sei qual vai ser a situação dele,
10:12se ele vem disputar, se ele não vem,
10:14se ele vai querer disputar a presidência,
10:16se ele consegue ser candidato,
10:18tem toda uma situação.
10:19E o cenário sem o Eduardo Bolsonaro,
10:23quem aparece em segundo lugar é o secretário de Segurança Pública,
10:26o Derrite,
10:27que ao meu ver também já está se postando como candidato, certo?
10:30Basta saber se esse campo vai abraçar a candidatura dele.
10:34O Nils Artini falou,
10:35a eleição do Senado é a mais difícil para o Instituto de Pesquisa
10:38quando é duas vagas.
10:39Eu cito um exemplo,
10:40você tem hoje em torno de 130% das pessoas votando com dois votos.
10:45No dia da eleição, 40% do eleitorado escolhe um candidato.
10:48Então não tem como o Instituto de Pesquisa pegar
10:51aquilo que o Sérgio Artini falou,
10:52às vezes o cara vai votar no Haddad e no Derrite.
10:55Quer dizer, ele não faz essa ligação que o mundo político faz.
10:59Quer dizer, é uma eleição muito em aberta com o segundo voto.
11:03Agora, o conselho que a gente dá para os candidatos hoje
11:05é tentar fechar o segundo voto.
11:08É um risco para qualquer candidato
11:10e com um nome forte só.
11:12Porque ele pode ter o primeiro voto
11:14e muito pouco do segundo voto.
11:16O que pode dificultar.
11:17No meu modo de ver, sempre uma chapa.
11:20Tem que ser dois nomes fortes.
11:22Isso é o ideal.
11:22Você ter uma aliança de dois nomes fortes.
11:26Porque é evidente, você pode não eleger os dois,
11:28mas pelo menos você diminui a chance do segundo voto
11:32e para fortalecer um candidato forte do outro lado.
11:35Olha, me citou uma lembrança aqui.
11:37Tem muitos estados que vivem a realidade de São Paulo.
11:41Para você ver hoje a dificuldade que é ser senador.
11:43Os dois senadores de São Paulo que estão renovando seus mandatos
11:47estão muito mal nas pesquisas.
11:50Eles não existem nas pesquisas.
11:51Que é a senadora Mara Gabrilli e o Jordano.
11:54Eles não existem nas pesquisas.
11:56Você pega no Paraná, você tem lá Flávio Arnes e Ourovisto,
12:01e não existem nas pesquisas.
12:03São dois senadores que estão terminando o mandato.
12:05Para você ver como o Senado hoje também é uma máquina de moer carne lá.
12:09Quer dizer, parece que eles têm muita projeção, muita projeção,
12:13mas é muito difícil em alguns estados a situação dos atuais senadores.
12:18Certo?
12:19É por isso que eu disse, até que a disputa vai ser dentro de casa.
12:21Por exemplo, se sai um Eduardo e um Dehich, disputa é dentro de casa.
12:25Disputa é dentro de casa.
12:25Por exemplo, se saísse Alckmin e Haddad.
12:27A disputa é dentro de casa.
12:29Dentro de casa.
12:30São aliados, mas...
12:31Mas o meu adversário tem que ganhar dele.
12:34Exato.
12:35É interessante esse quadro.
12:37E só lembrando dois fatos, porque o Visão Crítica sempre tem esse papel
12:40de lembrar as questões históricas.
12:43Na Assembleia Nacional Constituinte, olha o nível de São Paulo,
12:46nós tínhamos três senadores.
12:48Severo Gomes, Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas.
12:51Alguma coisa aconteceu de errado com o nosso Estado.
12:54Pensem na hora de votar.
12:55E uma lembrança interessante, falando de Senado,
12:59há um caso sui gêneros.
13:00Desde 1960 até agora, só um senador foi três vezes reconduzido.
13:05Eduardo Suplicy.
13:07Em 1990, 98 e 2006.
13:10E era uma vagação, hein?
13:13Que é um fenômeno interessante, né?
13:15De ser discutido, né?
13:18Ver como é que...
13:19Ninguém conseguiu, no Estado de São Paulo, ter três recondições, né?
Seja a primeira pessoa a comentar