00:00Olha, não é bem assim, essa eleição está disputada.
00:03Como é esse momento que parece que é o momento da verdade,
00:08entre a pesquisa que o Instituto faz e que tem uma história,
00:11e o resultado eleitoral de falar,
00:16será que, como você falou, a pesquisa foi bem coletada esses dados?
00:21Será que sistematizamos corretamente?
00:24Será que a tensão do Instituto de Pesquisa é quase igual ao do candidato se vai ser eleito ou não?
00:28É pior.
00:29É pior.
00:30É pior, que está a nossa credibilidade em jogo.
00:33Sim.
00:34Quer dizer, a gente tem assim, qual que é a diferença da pesquisa eleitoral para a pesquisa de mercado?
00:39Eu sempre brinco, o Instituto de Pesquisa, para ele ser bom, ele tem que fazer pesquisa eleitoral,
00:44porque ele é checado, porque ele vai abrir a urna e vai checar qual que você coletou.
00:48Na pesquisa de mercado fica subjetivo, você não vai ter a contraprova, certo?
00:53Na pesquisa eleitoral você tem a contraprova, ou o resultado bate com o das urnas, ou não bate com o das urnas, certo?
01:00Mas o que o senhor falou nessas eleições presidenciais passadas,
01:04tinha muitas empresas dando vitória no primeiro turno do Lula, quase vitória do Lula no primeiro turno,
01:10e a nossa não, como no segundo turno.
01:12A gente sempre falava, a eleição vai ser apertada.
01:15Todas as nossas pesquisas davam o Lula na frente, como no primeiro, quanto no segundo turno,
01:19mas com uma margem muito apertada.
01:22E a gente sofreu muito com isso, professor.
01:24Porque é muito mais fácil hoje, professor, você errar com a maioria do que tentar acertar sozinho.
01:30Certo? Isso pra mim ficou muito claro nas últimas eleições, certo?
01:33Porque se você está junto com a maioria, errou, certo?
01:37Não conseguiu.
01:38Agora, você diferenciar da maioria, você tem um risco maior, certo?
01:42Porque você é muito mais complexo.
01:45Você sofre, naquele momento, muito mais críticas, muito mais acusações, né?
01:50Que, graças a Deus, os nossos resultados chegaram muito próximos aos das urnas.
01:54E antes de nós entrarmos no panorama de 2026, você que nos acompanha certamente vai...
02:00Quer saber mais ou menos como é criando-se quadro 11 meses antes das eleições, aproximadamente, né?
02:06Alguma questão mesmo de curiosidade, Murilo.
02:09Muitas vezes tem um cenário que antecede muito a eleição, como agora, né?
02:14Ou no começo do ano que vem e ainda não está certo as candidaturas.
02:17Se for para o Senado, alguém fala assim, pô, a Paraná Pesquisa não me colocou na pesquisa.
02:22E eu sou candidato ao Senado, eu não sou candidato ao Senado.
02:25Se eu estou dando como exemplo, né?
02:27E aí, como é que essa...
02:28O cara liga para você e fala, Murilo, o que é? Está me sabotando?
02:31Professor, hoje é a maior crítica que a Paraná Pesquisa sofre.
02:36Sim.
02:36Ninguém liga questionando os números.
02:39Ele só liga questionando o exemplo.
02:41Por que o professor Vila não entrou na pesquisa?
02:44Você tem para você agora.
02:45Só vou deixar uma coisa clara.
02:47Como que a gente formula os nomes que entram e os nomes que não entram?
02:52Nós, normalmente, ligamos aos presidentes do partido.
02:56Certo?
02:57Você tem os nomes já comentados, formados no Estado,
02:59e, normalmente, você tira a dúvida que os presidentes do partido.
03:02Mas jamais eu vou dizer para quem reclama
03:04que eu consultei Beltrano e ele não citou o nome dele, né?
03:09Então, você diz, olha, quem sabe na próxima, certo?
03:11A gente coloca você e tal.
03:13Mas, quer dizer, você não faz do além.
03:16Não sou eu que crio os nomes.
03:17Por que você botou o ciclano e não botou o outro?
03:20Não.
03:20Porque tem uma lógica.
03:21Você consulta as pessoas, né?
03:23Deixa eu, antes de entrar ainda na questão do cenário de 26,
03:26o eleitor brasileiro, na experiência de, na longa experiência da Paraná Pesquisa,
03:32ele é volátil, ou seja, para quem nos acompanha,
03:35eu estou falando volátil, é o seguinte,
03:36a Paraná Pesquisa vai na quinta-feira,
03:39pergunta, você vai votar em quem para o prefeito?
03:41Ele fala, no Paulo.
03:42Aí, chega no domingo, na mesma semana, ele vota no Pedro.
03:46Isso pode acontecer?
03:47Professor, dificilmente ocorre.
03:49Por que o Instituto de Pesquisa, ele erra?
03:52Eu vou te explicar.
03:54O Instituto de Pesquisa, ele erra quando ele faz uma pesquisa.
03:58Certo?
03:58Eu vou pegar um exemplo para você.
04:00Você pega o candidato A, ele arrancou com 60%.
04:04O candidato B tinha 20%.
04:06Certo?
04:07Aí, chega na última semana, ele contrata a Paraná Pesquisas.
04:10A Paraná Pesquisas faz a pesquisa 45 a 40.
04:13Eu não fiz nenhuma pesquisa naquele município.
04:15É óbvio que o cara arrancou com 20, estava em 40, nas últimas 48 horas ele vai passar.
04:22Por isso que existe a curva de você mostrar uma curva ascendente.
04:25Se eu mostrasse uma pesquisa 20, 25, 32, 38, 40, todo mundo já ia concluir que eu não errei.
04:33Porque o candidato vinha subindo.
04:35O risco é fazer uma pesquisa só.
04:38Que daí dá aquela impressão que você errou mesmo.
04:40Certo?
04:41Não, mas a pesquisa ela mete tendência.
04:43E a tendência do candidato mostrou que ele ia ganhar.
04:46Então, na verdade, o erro hoje é fazer uma pesquisa única, né?
04:49E você publicar essa pesquisa na véspera.
04:52Aí a probabilidade de você errar é muito grande.
04:54No caso de popularidade de um presidente ou de um governo, também existe esse levantamento amostral e uma sequência de meses e de anos.
05:08As pessoas sempre, as perguntas normalmente são, o conjunto das perguntas, sobre a questão de custo de vida, habitação, como é que são selecionados nesse tipo de trabalho de avaliação?
05:20Olha, professor, normalmente você tem um índice que é muito interessante.
05:26Normalmente um governador, um prefeito que você reelege, ele tem que ter 60% de aprovação.
05:32Se o candidato não tem 60% de aprovação, ele tem dificuldade de reeleição.
05:37Não é que ele não ganhe, mas a grande maioria não reelege.
05:40Então, a maioria precisa ter 60% de aprovação.
05:43Segundo, professor, os problemas hoje do brasileiro, certo?
05:48São problemas que estavam debaixo do tapete, que nem a gente fala.
05:51Por quê?
05:52No atual governo, foi pautada, principalmente a mídia pautou, não sei se nem ele, o próprio governo, mas a mídia pautou o quê?
06:00O 8 de janeiro, a anistia, a prisão do Bolsonaro, depois veio os Estados Unidos, o tarifácio, depois veio Eduardo Bolsonaro, a soberania.
06:15Os grandes problemas do Brasil, aquilo que interessa 90% da população brasileira, não foi discutido.
06:21Que é segurança, saúde, educação, economia.
06:26Fala-se muito pouco, falou nessas pautas, só que essas pautas não são prioridades.
06:31Que nem eu brinco, aí teve o problema da segurança no Rio de Janeiro.
06:34Que nem eu falo, a segurança saiu debaixo do tapete.
06:37Ainda vai vir a saúde, podem me cobrar.
06:40Ninguém está falando.
06:41Você não vê o ministro de saúde falar.
06:43Por qual motivo, não sei, mas ele não fala nem para o bem nem para o mal.
06:46Não tem mais notícia de saúde pública no Brasil.
06:49Certo?
06:50Então, o que acontece?
06:51Esses problemas estão debaixo do tapete.
06:52Em algum momento, eles vão voltar.
06:55Agora, se o governo Lula está fazendo, às vezes o governo Lula está fazendo, só que não está se comunicando sobre essas pautas.
07:01Pode ser que esteja fazendo muito, ou esteja fazendo pouco.
07:04Nós vamos saber isso na campanha, porque não houve espaço para falar sobre isso.
07:08Então, esses assuntos estão debaixo do tapete.
07:10A segurança saiu debaixo do tapete.
07:12Já foi um problema para o atual governo.
07:15Não só para o Lula.
07:16Vou deixar uma coisa clara aqui, professor.
07:18Se engana quem acha que esse problema é só do Lula.
07:22Esse problema vai afligir todos os governadores pelo Brasil.
07:26A gente tem pesquisas, professor, que a população sabe.
07:2960% das pessoas, 65% dos brasileiros, sabe que segurança pública no seu estado é responsabilidade do governador.
07:38Não é responsabilidade da presidência da república.
07:40Então, é um problema que vai ser dividido entre todos.
07:43Não vai ser um problema do governo federal.
07:45Vai ser um problema do governo federal, do governo estadual.
07:48E os prefeitos que criaram a guarda municipal vão puxar esse problema para ele também.
07:53De repente, vai começar a ser discutido.
07:55Por que na cidade de Itália tem tantos guardas municipais e o que se faz?
08:00Também não adianta ficar falando.
08:02Criamos a guarda, temos tantos homens.
08:04Mas para quê?
08:05Deu alguma resposta?
08:06Então, quer dizer, tudo isso é justificativa.
08:09Mas a gente tem uma dúvida, no final, se esse problema da segurança pública estoura só para o governo federal ou se vai estourar para os governadores.
Seja a primeira pessoa a comentar