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O analista Alberto Ajzental explicou como a inflação afeta cada família de forma diferente, dependendo dos hábitos de consumo. Usando o exemplo de um prato feito, ele mostrou por que comer fora pode pesar mais no bolso, mesmo quando ingredientes ficam mais baratos.

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Transcrição
00:00O IBGE publicou a inflação do mês de julho nessa terça-feira, mas o que muita gente diz é que não estão sentindo essa inflação melhorar.
00:09Por que será que isso acontece, né? É o papo que a gente vai ter agora com o analista Alberto Azental, que já está aqui com a gente ao vivo,
00:15para falar do peso da inflação no bolso das famílias e nessa percepção no psicológico, não é isso? Azental, boa tarde, bem-vindo.
00:25Oi, Nath, boa tarde, boa tarde a todos, tudo bem?
00:28Tudo certo, por aqui tudo certo, espero que com você também. Já vou começar com uma pergunta aqui, né?
00:34O que é a cesta de consumo, hein, Azental? E por que cada família tem a sua inflação? Como é que a gente sabe qual que é a nossa?
00:42Então, Nath, o IPCA é a inflação das famílias de 1 a 40 salários mínimos de renda.
00:51Pega muita gente e cada pessoa e cada família consome de forma diferenciada.
00:58Vou te dar um exemplo simples.
01:00Imagina uma família muito abastada e que ela viaja muito de avião.
01:05Se a passagem fica mais cara, a inflação dessa família vai aumentar.
01:10E imagina uma família que anda nada de avião.
01:12Então, a passagem de avião pode ficar mais cara, que não vai influenciar a inflação dessa família.
01:20No limite, cada família, cada indivíduo tem a sua inflação, que é função da variação dos preços daquilo que ela consome,
01:31daquilo que ela tem hábito de consumo.
01:33É hábito e renda.
01:35Então, em parte, essa coisa de explicar, não, mas tem deflação ou tem inflação, eu sinto mais ou eu sinto menos,
01:44são vários fatores.
01:46Mas um dos fatores é esse, é que a cesta básica, o market basket, a cesta, a amostra que é utilizada,
01:56ela não é exatamente para todas as pessoas.
01:59É função disso.
02:01Então, existe uma pesquisa, eles veem quais são os produtos consumidos, mais ou menos consumidos,
02:09em maior ou menor grau, e atribui um peso.
02:12Mas isso é uma média, é uma média ponderada e dificilmente vai refletir exatamente o seu consumo ou da sua família isso.
02:21Nossa, é de 1 a 40 salários mínimos.
02:23A gente está falando, então, de 1.500 a 60 mil reais mensais.
02:27Tem um mundo, um monte de universo aí dentro, né, Azental?
02:32Muita coisa.
02:33É por isso, então, as pessoas têm essa sensação, Nati.
02:36Tá.
02:37Agora, na manchete aqui embaixo de você está escrito, né, o peso da inflação no prato feito.
02:42Explica essa história do prato feito e por que ele pode ser entendido como um exemplo de cesta de consumo.
02:47Então, ele pode ser uma cesta de consumo porque você pode medir a inflação do que você quiser.
02:56Por acaso, o IBGE no IPCA mede o consumo de famílias de renda de 1 a 40 salários mínimos.
03:03Mas isso é uma amostra e é uma amostra com peso ponderado, em função daquilo que se consome mais ou menos.
03:11Um prato feito, arroz, feijão, batata frita, um bife, tomate, um alface e um pouco de óleo de soja,
03:20quer dizer, não deixa de ser uma cesta de consumo, não deixa de ser uma amostra.
03:25E a gente pode muito bem calcular a inflação dos ingredientes do prato feito, como um exemplo,
03:33até para, de forma lúdica e educativa, mostrar o que é uma cesta de consumo e de como pode variar determinada inflação.
03:42Então, por isso que a gente fez o cálculo.
03:44A gente pode chamar já a primeira arte e vamos tentar entender o que é essa amostra, né.
03:53Então, por exemplo, ela é composta, eu fiz por peso, né.
03:58Então, um prato de 560 gramas tem 100 gramas de arroz, 100 de feijão, 50 de batata.
04:04Por acaso, aqui eu não estou falando de inflação, estou falando de custo, custo dos ingredientes.
04:10Então, eu atribuí quanto tem de ingrediente para cada um desses itens, né,
04:16quanto tem de custo para cada um desses ingredientes, desses itens.
04:20E eu cheguei e um prato feito custa R$ 9,54.
04:28Mas você já consegue enxergar que alguns ingredientes têm maior peso, outros menos.
04:34A gente não está falando de inflação, estamos falando de preço, de custo.
04:39Inflação não é preço, inflação é variação de preço.
04:43Mas aqui já dá uma ideia da nossa monta, o que a gente montou de prato feito, Nath.
04:49Olha só que interessante, né, e o peso da carne, que ali vocês colocaram o exemplo de uma carne de segunda, né.
04:55E qual que é a inflação desses ingredientes, então?
04:59Agora a gente vai chamar a segunda arte, que é a parte mais interessante.
05:04Porque, lembra que eu falei, uma coisa é preço, que é custo aqui no caso, e uma coisa é inflação.
05:10Inflação é variação de preço.
05:13Então, tendo em vista os diversos pesos em gramas, eu calculei os pesos estatísticos,
05:22que também chama peso, usa a mesma palavra.
05:25O arroz, ele representa 18% do peso geral desse prato.
05:30Feijão 18%, a batata 9%.
05:33E aí você tem na segunda coluna, os IPCA's, as inflações das variações de cada um desses ingredientes,
05:43acumulado em 12 meses.
05:46Então, o arroz, se você for lá na tabela do IPCA, o arroz caiu 18,77%.
05:52A carne em 12 meses subiu 23%.
05:55A pergunta que fica, quem tem maior influência?
05:59Quem tem maior influência é o item que você usa mais, que tem maior peso na conta geral,
06:07e o item que variou mais, porque é uma multiplicação.
06:12Aí, quando a gente vê essa arte, a gente vê que o nosso prato feito,
06:16porque esse é o meu prato feito, é o teu prato feito, né?
06:19Dessa nossa conversa, ele em 12 meses teve uma inflação ou deflação de 2,09%.
06:28Isso é cálculo.
06:30Então, a gente calculou uma cesta de consumo de itens que formam o prato feito brasileiro.
06:37Muito legal, muito legal.
06:39E agora, Azental, tem o seguinte, né?
06:42A gente mostrou o prato feito com uma deflação.
06:45Agora, comer fora, se eu for comer fora esse mesmo prato,
06:49aí a gente não vai falar de deflação, vai falar de um aumento e não é pouca coisa?
06:54O que muda nessa logística, nesse arranjo aí?
07:01Olha que louco, né?
07:02Porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
07:05A inflação oficial, ela veio na ordem de 5,23.
07:10Aí você tem vários sub-itens lá na inflação.
07:16Uma delas é a alimentação.
07:19Alimentos e bebidas foi 7,44.
07:22Mas mesmo alimentos e bebidas, tem duas divisões.
07:27Tem alimentação no domicílio, que é gêneros alimentícios,
07:31que é comprar a feira, 7,11.
07:34E fora do domicílio, eu vou no restaurante, 8,31.
07:39Olha que interessante.
07:39Então, a inflação de comer fora de casa veio maior do que gêneros alimentícios.
07:47Agora, mais uma subdivisão.
07:49Em alimentação fora do domicílio, refeição, veio com 7,29.
07:57Aí você pergunta, pera, mas se os ingredientes apresentaram deflação,
08:02quer dizer, inflação negativa de 2%,
08:04por que comer fora sobe 7%, sobe tudo isso?
08:09Por uma razão muito simples, porque parte do prato feito que você come no restaurante,
08:16tem de custo os ingredientes em si.
08:20E por incrível que pareça, os ingredientes, a matéria-prima,
08:24ela representa entre 20% e 30% do preço do prato final.
08:29Então, mesmo os ingredientes ficando mais baratos,
08:33quando você come fora, você está pagando o aluguel do restaurante,
08:38o IPT, o mão de obra, imposto, energia elétrica, um mundo de coisas.
08:44Então, mesmo que os ingredientes caem de preço,
08:47você vê que comer fora ficou mais...
08:50Mas tem mais um segredinho que eu vou contar.
08:56Em geral, quando a inflação é positiva,
09:00rapidamente, quem tem negócio repassa o preço.
09:04Quando um dos itens diminui o preço,
09:07para você ver baixar, demora muito mais, Nati.
09:11Nossa, que legal, que interessante.
09:13Bom, legal para quem não está comendo fora, né?
09:16Azeital, para quem está comendo em casa.
09:17Mas é muito interessante a gente conseguir ter essa visão global.
09:21E eu estava até falando com o Nilson Brás, nosso editor-chefe,
09:24que eu queria parabenizar Alberto Azeital,
09:27Luciana Tortorello, Marcelo, do Videografismo, né?
09:30Que fizeram essa arte super detalhada,
09:33que rendeu essa aula de economia e de inflação na prática, né?
09:38Na mesa, para ser mais preciso.
09:40Então, parabéns a vocês aí pelo olhar e por esse trabalho, viu, Azeital?
09:45Muito obrigada por essa análise.
09:47É, o Marcelo Asner, né?
09:49Que era, é, trabalhava com a gente aqui no estúdio,
09:51está lá arrasando no videografismo.
09:54Então, parabéns para essa equipe que manda bem demais, Azeital.
09:58Até a próxima.
09:59Boa tarde.
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