Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • há 6 semanas

Categoria

Pessoas
Transcrição
00:00Hoje aqui no painel nós estamos falando de vários tipos de expressão através da arte e uma das
00:09nossas convidadas que continua aqui com a gente e vai ficar até o final é a coreógrafa curitibana
00:15Andrea Lerner, que está aqui de passagem porque já mora há 27 anos em Nova York, mas sempre que
00:23vem traz uma presença muito marcante, muito conhecimento da arte, das pesquisas que ela fez
00:28ao longo da vida para a cidade.
00:30Andrea, que bom que você continua aqui com a gente.
00:34Falando de expressão de arte, o que você acha que quando a gente coloca a arte, seja de qual forma for,
00:41até não profissional exatamente, isso traz o que para a gente?
00:45O que a gente está ganhando sempre quando a gente tem esse envolvimento?
00:50Eu acho que esse momento do encontro seu com a arte, seja uma pintura, seja teatro, seja cinema,
00:58seja livro, seja livro, sempre revela coisas que você, surpreendentes, que você aprende sobre você mesma.
01:07Porque na verdade é esse encontro teu com a arte que diferencia eu, de você, do outro.
01:15A gente vê, a gente responde à arte, é uma combinação do que a gente está vendo com o que existe internamente dentro da gente.
01:26Eu acho que esse é o poder, de expandir quem você é, as suas conexões internas.
01:33A gente não é nada mais do que as conexões que a gente vai criando com as coisas que a gente vê.
01:37Então eu acho uma pena quando as pessoas têm medo de se expor a coisas que elas acham que elas não vão conseguir se relacionar,
01:46porque na verdade é uma prática.
01:49André, você vem de uma outra carreira, né?
01:53Que você começou a investir nela e mudou no meio do caminho que você contou para a gente lá no começo do programa.
01:58Quando você mudou da sua faculdade de?
02:02De bioquímica.
02:04Bioquímica para dança, qual foi a reação ao teu redor? Algum estranhamento?
02:12Bom, eu sempre gostei de dança, então de uma certa maneira não foi completamente...
02:16Estava inserido já, é.
02:18E meus pais foram sempre muito compreensivos e sempre me deram muito apoio.
02:25Já o meu avô, que já tinha sua idade para ele, claro, ele veio da Polônia numa realidade diferente.
02:34Era difícil entender uma neta dançarina, acho que o que ele imaginava como dança era uma coisa muito limitada.
02:43Mas depois ele amaciou, mas acho que esse foi o único estranhamento.
02:48Ao longo da tua carreira, você sofreu muito perrengue para chegar onde você chegou?
02:55Eu não digo que sofri, porque eu sempre adorei o que eu fiz, eu acho que eu tomei decisões práticas.
03:02Eu sabia que se eu fosse uma coreógrafa, economicamente, minha vida seria diferente e nunca foi um problema para mim.
03:09Nunca precisei de muita coisa.
03:12Como você acha que deve ser a atitude?
03:15Como se portar diante de alguma reação de preconceito com aquilo que você escolheu, seja lá o que for?
03:22Tem coisa que a gente tem que deixar passar e...
03:24É, tem coisa que a gente tem que ir bem nisso, né, André? Deixar passar.
03:28E agora nós vamos conversar com um cara que sofreu muito preconceito na vida, justamente porque decidiu apoiar um estilo de vida.
03:36Essa mesa funciona aqui, mas no dia do show, eu coloco esse tapete aqui para o pessoal colocar a bateria.
03:57Lino, dá para a gente dizer que nós estamos em um dos palcos mais tradicionais do rock de Curitiba, aqui no bairro?
04:03É muita bondade sua, mas eu agradeço.
04:06Mas dá para dizer?
04:07Dá para dizer, dá.
04:09Por que esse lugar é tão importante para o rock de Curitiba?
04:11Sempre fui uma pessoa ligada à música e coincidiu que tinha uma banda de rock no prédio ao lado.
04:21E eles moravam em um apartamento e me pediram para ensaiar no bar.
04:25E eu tinha lanchonete, era totalmente diferente.
04:30E deu espaço para ele, aí começou e nunca mais parou até agora.
04:36Faz quanto tempo isso?
04:37Isso vai fazer 37 anos agora, dia 9, dia 8 do 9.
04:42Então conta essa história do começo para a gente, que idade que o senhor tinha quando
04:46abriu o bar, como é que começou essa história?
04:49É, porque eu viajei, era viajante, daí a empresa para cortar os gastos, pois o...
05:00Como é que pode se dizer, representante da cidade.
05:04Aí me mandaram para a loja, aí na loja eu fiquei um mês e larguei.
05:07Não conseguia, porque eu era um passagem voando e me botaram na gaiola e eu desisti.
05:13Aí não consegui.
05:14E foi aí que decidiu?
05:15Aí comprei a lanchonete.
05:18O senhor tinha que idade?
05:19Eu tinha...
05:2042 anos.
05:23E a princípio era para ser só uma lanchonete?
05:26Era, era uma lanchonete, inclusive era uma lanchonete.
05:29Mas eu me empolguei com aquela turma, que era uma outra, sei lá, outro tipo de coisa
05:37que eu já adaptei e fui muito, na época, fui muito criticado pela sociedade, porque ele
05:45já acreditava no rock and roll, para a sociedade era tudo balando, tudo.
05:51Então eu encarei justamente para provar que não é que roqueiro, que metaleiro,
05:59é que skatista seja maloqueiro, não.
06:02São tudo gente boa, gente...
06:05E eu me adaptei, gostei.
06:07Era uma outra cultura, uma outra ideologia, porque era cabelo cor-de-rosa, cabelo vermelho.
06:15E aquilo me empolgou, e eu fui sempre a favor da juventude, adoro a juventude.
06:23Eu acho que para mim a juventude nos dá força, alegria e prazer de viver.
06:29Que tipo de críticas que o senhor recebeu?
06:31Eles não falavam, os meus estudantes, né?
06:34Pai, deixa de uma chegadinha ali.
06:35Os senhores vão ficar tão loucos, chegaram e sair.
06:38Aí o pai deixava ele vir.
06:41Daqui a pouco, três, quatro dias, já o pai também estava junto.
06:45E o programa de hoje está chegando ao fim.
06:49Muito obrigada pela sua companhia.
06:51Que bom ter você com a gente até agora aqui no painel.
06:54Eu quero agradecer também, Andréa, a sua presença nessa passagem aqui por Curitiba.
06:58Muito obrigada por nos receber.
07:00Tenha um ótimo sábado.
07:02Voltamos na semana que vem, a partir das oito e meia da manhã.
07:05Tchau!

Recomendado