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PEQUENAS CIDADES EM PÂNICO - T1 EP6 - INVESTIGAÇÃO DISCOVERY
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TVTranscrição
00:00Abertura
00:30A mídia local teve um grande papel em divulgar a informação sobre o retrato falado de um assassino.
00:35Para capturar um assassino antes que ele ataque de novo.
00:40Ele cometeu uma série de crimes e meio que desapareceu da face da terra. Ninguém sabia onde ele estava.
00:46Eu estava determinado a ir até o fim pela Ellie. Eu ia pegar ele.
00:53Foi um crime que chocou a comunidade. Uma rua tranquila.
00:56O estrangulamento da jovem. Encontrou a filha assassinada.
01:01Fizemos buscas naquela área. Eu não vou dizer porquê e nem como.
01:05Os investigadores não nos deram muitos detalhes.
01:07A polícia encontrou o suspeito da agressão que levou à prisão de um suspeito por três assassinatos.
01:12Nesse exato momento, nós não sabemos onde ela está.
01:16Pequenas Cidades em Pânico
01:18Esse é o 24-Hour News das Sete.
01:24Os sons do beisebol em Kansas City
01:28Não seriam os mesmos sem...
01:30Limonada! Limonada!
01:32Este é Tchuy Gomes.
01:34Eu sou a Tess Coppelman.
01:36Em junho de 2012, eu era repórter da Fox 4 News em Kansas City.
01:40Eu cobria notícias gerais ou crimes ou qualquer coisa que aparecia à noite.
01:44Mas você conhece o ditado.
01:45Às vezes a vida te dá limões.
01:47Ainda bem que o Tchuy faz uma ótima limonada.
01:49Eu cobria qualquer coisa em Kansas City, todos os subúrbios da cidade.
01:53E tem muitos em Kansas City.
01:54Então a gente cobria uma área bem grande.
01:56Agora ele está vivendo o sonho americano.
01:59Sou Tess Coppelman para a Fox 4 News.
02:0118 de junho de 2002, era só um dia normal.
02:07Não tinha nada de mais acontecendo.
02:09Até a gente receber aquela ligação.
02:13Só disseram para a gente que uma jovem tinha sido brutalmente espancada numa piscina do bairro.
02:18Em Leawood, Kansas, era a Ellie Camp.
02:20E foi o pai dela que descobriu o corpo.
02:21A Ellie estava de férias da faculdade.
02:27Ela estava trabalhando na piscina do bairro.
02:30Os irmãos dela estavam trabalhando lá também, assim como muitos outros jovens do bairro.
02:35O dia estava nublado.
02:38Não estava muito quente.
02:39Não era um dia bom para ficar na piscina.
02:41Eu fui para o trabalho e a Ellie foi para a piscina depois.
02:45Eu cheguei em casa lá pelas 17h20.
02:47O meu filho Tyler estava no telefone com a mãe e disse que eles não conseguiam achar a Ellie.
02:53Ele tinha descido até a piscina para trocar de lugar com ela.
02:57Ele estava muito, muito preocupado.
03:04Eu dei meia volta na hora, saí pela porta e fui de carro bem rápido até a piscina.
03:10Olhei na parte mais funda, olhei lá embaixo, eu olhei em volta.
03:14Olhei na área da piscina.
03:16Fui até a piscina infantil, olhei atrás dela.
03:20Eu não conseguia ver onde a Ellie estava e a bolsa dela estava lá.
03:23O celular também estava lá no balcão.
03:25Eu fui até a sala das bombas, mas não dava para ver muito bem lá dentro.
03:29Eu olhei e fui até a parte de trás da sala das bombas, olhei atrás das bombas.
03:33E quando eu estava saindo, eu vi alguma coisa.
03:39Eu levantei a lona e era a Ellie.
03:42Emergência, como posso ajudar?
03:47Eu acho que a minha filha foi assassinada.
03:49Certo, e por que o senhor acha isso?
03:50Porque ela não está se mexendo, ela está deitada na sala das bombas.
03:53Quantos anos ela tem?
03:54Dezenove anos.
03:55Fique no telefone, não desligue.
03:57Ela está coberta de sangue, ela foi estuprada.
03:58Tudo bem, tudo bem. Fique no telefone, não desligue.
04:01A Ellie estava de bruços.
04:03Dava para ver que ela estava ferida.
04:06Espancaram ela.
04:08Ela tinha manchas pretas e azuis no corpo todo.
04:11Quando encontrei ela, eu virei ela para cima.
04:17Eu não acreditei como tinha sido brutal.
04:22Ela estava muito, muito desfigurada.
04:25Estava bem feio.
04:27Ellie.
04:29Liberado. 1729.
04:31Ellie.
04:33Ellie.
04:34Querida, querida, Ellie, fica acordada, fica acordada.
04:38Está acordada?
04:39Eles me seguraram na linha e ficaram me perguntando o que tinha de errado com ela.
04:44E eu queria ficar falando com a Ellie e ver se ela tinha alguma consciência,
04:49se ela acordava, se ela lutava, se tinha alguma presença lá que eu podia alcançar.
04:54E eu continuei dizendo para ela lutar, lutar e voltar.
04:56Sabe, você tem esperança? Esperança.
04:59Ela não está se mexendo, ela não está se mexendo.
05:02Ellie.
05:02Ellie.
05:03Ellie.
05:03Ellie, Ellie, volta.
05:06Ellie, volta para mim.
05:08Ellie.
05:08Ela aparenta estar respirando.
05:10Não sei dizer.
05:13Quando você ouve a fita, você imagina o Roger segurando a filha dele, implorando para
05:19ela não morrer.
05:22Corta o coração.
05:23Os paramédicos e a polícia responderam em minutos ao chamado para a emergência.
05:31Os primeiros policiais que chegaram e a encontraram disseram que ela estava inconsciente.
05:39Ela tinha traumatismos na cabeça e tinha uma poça de sangue.
05:45Tinham levantado a camiseta dela, a região do peito estava exposta, o short e as roupas
05:49íntimas dela tinham sumido.
05:51Ela tinha uma marca de ligadura em volta do pescoço, tinha vários dedos quebrados,
05:55algumas unhas quebradas.
05:56Ela tinha levado uma surra daquelas, além de ter sido estrangulada.
06:03Ellie foi levada às pressas para o hospital, para onde foram a sua família e Feu, o namorado
06:08dela.
06:08Logo depois de chegar, ela foi declarada morta.
06:14Teve uma briga daquelas e ela lutou e lutou, mas ele tirou a vida dela.
06:19A gente foi do hospital para a funerária, a minha mulher e eu, e eles levaram a Ellie para
06:26o necrotério.
06:28Eu estava lidando com uma coisa que eu não queria lidar, mas eu fui para o necrotério
06:32e passei a noite lá com a Ellie e eu não ia deixá-la sozinha.
06:36E agora as manchetes de hoje.
06:40Investigadores procuram e vasculham metodicamente as provas no caso da morte da moça que tinha
06:46a vida toda à sua frente.
06:49A sala das bombas estava cheia de equipamentos e coisas.
06:53Era uma bagunça geral.
06:57O melhor jeito de descrever é que parecia que uma granada tinha explodido naquele prédio.
07:02Tinha um quebra-cabeças de provas lá dentro e a gente precisaria de todas as ferramentas
07:07para entrar lá.
07:08Detalhar, recuperar e reconstruir.
07:11Os chinelos que ela usava estavam em partes diferentes da sala de bombas.
07:17Também havia respingos de sangue.
07:20Parece que ela provavelmente lutou para viver.
07:22Em meio ao caos, a polícia científica descobre uma pista em potencial.
07:29Havia um kit de primeiros socorros na casa de bombas.
07:33E ele estava aberto e eles acharam o tubo de antibiótico e encontraram a tampa.
07:39Não no tubo, mas por perto.
07:41E eles conseguiram colher DNA do tubo e da tampa e também conseguiram colher DNA das roupas dela.
07:48Não, não, não.
08:18Não, não.
08:20Quando a gente estava lá, cobrindo a história, não parava de aparecer gente.
08:24Uma aluna amada da Universidade Estadual do Kansas.
08:28Espero que achem ele.
08:30O cara que fez isso e espero que ela não tenha sofrido tanto.
08:34Todo mundo conhecia ele.
08:35Ela era muito popular.
08:36Eles não conseguiam acreditar no que tinha acontecido e queriam ver com os próprios olhos.
08:40Eu tenho dois filhos, um menininho e uma menininha e isso é difícil de explicar como uma mãe se sente.
08:49Leawood, Kansas é definitivamente um dos subúrbios mais abastados.
09:03Eles deixam as portas abertas quando saem para fazer compras.
09:06Todos se sentiam seguros.
09:08Não é um lugar que você imagina quando pensa em crime.
09:10Era basicamente uma cidade dormitório e eram pessoas como a gente criando a família.
09:16Então os filhos de todo mundo corriam pelo bairro.
09:20A partir daquele dia em junho, a Ellie Kemp se tornou parte da família de todo mundo.
09:26Nada desse tipo tinha acontecido em Leawood, no Kansas.
09:29E todo mundo que morava lá queria descobrir quem tinha feito aquilo para não acontecer de novo, para não acontecer com o filho de ninguém.
09:36Enquanto a comunidade continuava a homenagear Ellie, a polícia não perdeu tempo e começou a interrogar as pessoas.
09:43A boa notícia é que a polícia metropolitana de Kansas City, um grupo de investigadores de elite, está no caso.
09:50Primeiro vem as testemunhas. Alguém viu alguma coisa?
09:54A gente espalhou policiais pela multidão que estava nas barricadas,
09:58tentando conseguir informações, nomes, endereços, números de telefone.
10:02E tinha uma empresa de paisagismo lá que estava cortando a grama de todas as casas.
10:11A polícia interrogou os funcionários da empresa e perguntou se viram alguma coisa suspeita naquele dia.
10:17E eles viram.
10:19Eles disseram que chegaram naquele estacionamento e estacionaram o caminhão.
10:23Era hora do intervalo deles.
10:24E durante esse tempo, eles notaram que outra picape, que eles descreveram como uma picape Ford, dos anos 80, beige ou marrom,
10:32circulou pelo estacionamento três ou quatro vezes.
10:35Mas não parou.
10:37E não foi só isso.
10:39No dia anterior ao assassinato de Ellie, eles disseram que viram um homem espreitando perto da piscina.
10:45Três testemunhas disseram que ele estava nos arbustos perto da piscina com uma câmera.
10:49E parecia que ele estava olhando as meninas que estavam tomando o sol.
10:53Este é o 24-Hour News das Onze.
10:56Uma homenagem tocante e uma despedida triste de uma jovem vida interrompida.
11:01No dia seguinte ao assassinato de Ellie numa piscina comunitária em Leawood, no Kansas,
11:06a família e os amigos dela fizeram uma vigília.
11:08Eu recebi muito apoio dos cidadãos de Kansas City, quer dizer, de todas as comunidades, igrejas, sinagogas, círculos de oração.
11:19Parecia que as pessoas tinham adotado a Ellie e queriam esse cara fora das ruas.
11:29Quando conheci o Roger Camp, o rosto dele era o retrato do sofrimento.
11:32A primeira semana foi só um dia longo e horrível.
11:41Ela era uma filha maravilhosa e na adolescência ela virou uma bela jovem.
11:52Ela era muito ativa.
11:53Se você olhasse o anuário da escola, via que ela estava envolvida em 19 atividades.
11:59Ela era embaixadora dos estudantes, um monte de organizações diferentes, clubes.
12:05E ela era presidente ou vice-presidente ou representante.
12:09E ela era acadêmica, ela era estudante de honra.
12:13A gente amava aquela menina.
12:15E ela sabia que era amada e amava a gente.
12:18Mas Roger Camp era também um pai com uma missão.
12:22Eu estava determinado a terminar a luta pela Ellie.
12:24Eu ia pegar ele.
12:25Eu me lembro de pensar que o Roger Camp era um pai incrível,
12:30porque ele estava muito motivado para descobrir quem tinha feito aquilo com a filha dele.
12:34Ele era um guerreiro, o defensor da Ellie.
12:37Ela foi brutalmente assassinada.
12:41Ontem à tarde, a gente tem a descrição do indivíduo.
12:44E você vai ser apanhado.
12:47A necrópsia revela que Ellie fora estrangulada.
12:49Parecia que o assassino tinha usado algum tipo de garrote que ele pôs em volta do pescoço dela
12:56e pisou nas escápulas dela e a levantou assim, estrangulando-a até a morte.
13:03A polícia divulga o retrato de um homem visto na piscina na noite anterior à morte dela.
13:10Investigadores divulgaram o retrato falado no dia anterior à morte de Ellie.
13:13Ele é bronzeado, magro e tem entre 30 e 40 anos.
13:16Algumas testemunhas tinham visto o homem circulando à piscina várias vezes.
13:20A polícia divulgou as informações sobre a picape e o esboço.
13:24A gente divulgou isso para o público o mais rápido possível.
13:27A polícia disse que o homem foi visto pela última vez dirigindo uma picape Ford dos anos 80.
13:33A gente não deve deixar passar nada, porque geralmente a gente pensa
13:36tá bom, pode não ser essa, sabe, só porque é um pouquinho diferente.
13:41Por favor, liguem para nós.
13:42Em várias entrevistas que o Roger Camp deu à mídia, ele deixou isso muito claro.
13:47Tem um monstro solto na comunidade e a gente tem que tirar ele das ruas.
13:52Você tem a opção de ficar na cama e puxar as cobertas sobre a cabeça
13:55ou sair e tentar fazer alguma coisa acontecer.
13:58Eu continuei tentando, ficava pensando em como pegar esse predador.
14:01Eu não ia deixar ele se safar.
14:02No momento em que o retrato falado foi divulgado, Phil, o namorado de Ellie, foi a todas as lojas locais.
14:12Armados com mais de mil cópias do retrato falado da polícia divulgado hoje,
14:17os amigos de Ellie Camp passam horas espalhando a foto pela cidade.
14:23Valeu.
14:24Obrigada.
14:24O Phil era um dos que lideravam esse movimento de divulgar os cartazes pela cidade toda.
14:34Ele tinha 19 anos e eles namoravam há uns 5 anos.
14:37Ela estudava na Universidade Estadual e ele estava indo para a Universidade do Kansas,
14:41mas tinham ido passar o verão em casa e os dois estavam naquela piscina em Hollywood.
14:46E segundo Phil, Ellie havia compartilhado com ele que ela achava que estava sendo observada.
14:51Ela disse que estava um pouco preocupada com isso.
14:55Quando ela ficava sozinha, ficava preocupada que tivesse alguém lá, observando ela.
15:00Ela havia dito ao namorado que às vezes as pessoas que cortavam a grama e faziam o paisagismo
15:06a deixavam desconfortável porque olhavam para ela.
15:10Ela estava desconfortável com eles quando ela estava lá sozinha e em algum momento
15:14um deles talvez tenha feito algum comentário ou disse alguma coisa que ela não tenha gostado.
15:19Ela não gostava mesmo quando ficava lá sozinha.
15:23O namorado dela foi para a piscina e ela pediu que ele ficasse
15:26porque as pessoas que cuidavam do gramado e do jardim estavam lá e ela não se sentia confortável.
15:32Mas aí ela disse, tudo bem, pode ir.
15:36Apesar de parecer que Phil estava ajudando, a polícia ainda o considerava um suspeito.
15:40Em qualquer caso como esse, você sempre tem que eliminar a família, amigos íntimos, namorados.
15:48Isso tem que ser feito imediatamente.
15:52Você tem que excluir todas as possibilidades entre as pessoas que conheciam ela,
15:58que eram próximas dela, porque você se pergunta como alguém chegou tão perto.
16:02Os resultados do DNA chegaram, revelando um perfil parcial de DNA masculino.
16:13Cada amostra que a gente tinha era uma mistura do DNA da L misturado com um DNA masculino desconhecido.
16:20É o suficiente para fazer uma identificação, mas já que é uma mistura, não é o suficiente para colocar no CODIS.
16:25Isso não ajudou a gente, porque é claro que ao inserir o DNA no sistema CODIS,
16:30você tem a esperança de que ele vai combinar com uma cena do crime ou um criminoso que já esteja no sistema.
16:36A polícia de Leawood interrogou Phil sobre a última vez que ele viu Ellie.
16:41Foi ele que abriu a piscina naquele dia.
16:43A Ellie estava indo para trocar com ele, eles iam ter um encontro naquela noite e ela ia sair mais cedo.
16:48Eles ficaram juntos lá por um tempo bem curto naquela manhã e logo depois que ele saiu, ela ligou para ele.
16:55E não conseguiu falar, mas conseguiu deixar um recado no celular sobre se encontrarem mais tarde naquela noite.
17:02Até onde sabemos, ele foi a última pessoa que viu a Ellie viva e geralmente nessas investigações,
17:07você se concentra nessa pessoa ou você elimina essa pessoa como parte da investigação.
17:12Ele nos disse quando foi interrogado que tinha ido para outra piscina depois que ele deixou a Ellie.
17:17Terminando o trabalho, ele foi embora, saiu com um amigo e jogou videogame naquela tarde.
17:22A gente pediu o DNA e ele forneceu para a gente.
17:25A polícia de Leawood acreditava que havia estabelecido o horário que Ellie foi morta entre a última vez que Phil a viu, às 14 horas,
17:32até a hora que o pai a havia encontrado, às 17 horas.
17:38O investigador Langer tinha conversado com uma das amigas da Ellie que tinha ido à piscina naquele dia para ver a Ellie.
17:44Ninguém estava na piscina naquele dia, ela estava sozinha.
17:48E ela ligou para a melhor amiga vir fazer companhia para ela.
17:52Às 15h15, a amiga dela apareceu na piscina.
17:55E ela tinha entrado no estacionamento e não queria sair do carro, como toda adolescente.
18:00Então, ela estava buzinando para Ellie deixar a mesa de atendimento na área da piscina
18:05para conversar com ela na área do estacionamento.
18:08E ela estava lá fazendo papel de boba para chamar a atenção da Ellie.
18:12A Ellie não apareceu, mas a amiga viu um cara espiando lá do canto, onde era a sala de bombas.
18:18E depois, ele voltou.
18:20E ele estava carregando um balde.
18:23E fez um gesto com a cabeça e acenou para ela.
18:26Ela ficou com medo porque achou que era o chefe da Ellie
18:28e ela ia deixar a Ellie encrencada por buzinar e fazer aquele barulho.
18:32Então, ela foi embora.
18:37A gente se concentrou na amiga da Ellie que entrou no estacionamento e que viu o cara parado ali.
18:42A gente não tinha como saber quem era.
18:44Não era ninguém que frequentava a piscina.
18:46Não era alguém que trabalhava na piscina.
18:49Não era ninguém que a gente pudesse identificar que devia estar lá naquela hora.
18:52A gente concluiu que provavelmente era o nosso cara.
18:55Os investigadores acreditavam que a amiga de Ellie viu o assassino dela.
18:59A polícia, então, tinha dois possíveis suspeitos.
19:03Mais de 20 investigadores estão no caso.
19:06Eles não têm certeza se o homem nos arbustos e o homem na piscina são a mesma pessoa.
19:13Alguns dias depois do assassinato de Ellie Camp,
19:15o exame de DNA comparativo entre o seu assassino e seu pai, irmão e namorado,
19:21os eliminou como suspeitos.
19:24Num caso de homicídio onde não tem uma arma fumegante
19:27e você não sabe imediatamente quem foi o autor.
19:30Você sempre se concentra nas últimas pessoas que viram ou conversaram
19:34com a vítima ou a família ou os amigos próximos.
19:38A gente inocentou o namorado dela através do DNA
19:41e também porque ele disse onde estava quando ela foi assassinada.
19:45Ele estava trabalhando em outra piscina e estava sofrendo mesmo.
19:49Ele estava em choque com o que tinha acontecido.
19:51Mas por trás dos sorrisos, a dor e raiva pelo que aconteceu com a sua amiga.
19:56O mais difícil é lidar com o jeito que a Ellie foi morta.
19:59O Phil era um cara incrível.
20:01O Roger confirma isso.
20:02Quando perguntam se existe alguma chance do Phil estar envolvido, ele diz claro que não.
20:06O Phil era um cara doce.
20:08Era um ótimo rapaz.
20:09Ele foi uma das pessoas que começou a espalhar as fotos pela cidade toda.
20:14Ele amava a Ellie.
20:15A polícia de Leawood então voltou a sua atenção ao suspeito espreitando nos arbustos no dia anterior ao assassinato de Ellie
20:24e o novo suspeito que a amiga de Ellie viu na piscina no dia de sua morte.
20:29A polícia divulgou um segundo retrato falado.
20:32Desde o assassinato dela há uma semana, a linha direta vem recebendo chamadas.
20:36Mas agora que o retrato falado foi divulgado ao público, o telefone não para de tocar.
20:41Isso foi essencial.
20:42Depois que divulgaram o retrato falado, a polícia começou a receber ligações, pistas.
20:46Eu acho que esse cara parece com ele.
20:48Eu acho que meu vizinho se parece com ele.
20:49As pessoas se envolveram mesmo nessa história e queriam que esse cara fosse preso.
20:55Em julho de 2002, a família Camp ofereceu uma recompensa por qualquer informação que levasse ao assassino.
21:00A linha direta estava oferecendo uma recompensa de mil dólares por informações que levassem a uma condenação.
21:05Mas o Roger disse, a gente precisa de mais.
21:07A gente precisa de mais pistas, de muito mais.
21:09E ele continuou arrecadando mais dinheiro.
21:12E conseguiu 50 mil dólares.
21:15Só sei que a gente recebeu 400, 500, 600 pistas nos primeiros dias.
21:20E as pistas vinham de todo o mundo.
21:22A gente recebeu centenas de pistas de diferentes graus de qualidade.
21:26Algumas pistas não eram muito boas.
21:27E algumas delas, é óbvio, você ouve e diz, a gente precisa seguir essa hoje.
21:32A gente provavelmente recebia uma pelo menos uma vez por mês.
21:36Que a gente ouvia e dizia, essa pode ser a pessoa.
21:37Todas as pistas foram investigadas o melhor possível.
21:41As melhores recebiam um pouco mais de atenção.
21:43À medida que as pistas eram trabalhadas através de DNA, ou pela linha do tempo, ou pelos dois,
21:48elas desmoronavam e o suspeito acabava não sendo responsável.
21:52Era um pouco frustrante, mas com o volume de trabalho que a gente tinha com a quantidade de pistas que chegavam,
21:58não dava tempo para a gente sentar lá e ficar com pena da gente mesmo.
22:01Porque assim que a gente verificava uma pista, tinha mais quatro ou cinco esperando.
22:06A polícia estava trabalhando, seguindo pistas.
22:08Eu não queria que o caso fosse arquivado.
22:10Foi por isso que eu continuei tentando ajudar a polícia com tudo o que eu podia.
22:14Eu queria esse cara fora das ruas.
22:15Eu sabia que ele ia matar outra pessoa.
22:17Recebemos uma informação sobre um tal James Strader.
22:22E a pista dizia que ele parecia com o retrato falado e que podia ser violento.
22:29E que tinha ficha na polícia.
22:30Ele trabalhava numa oficina pequena de carros em Olete, no Kansas.
22:35Uma equipe de investigadores foi lá e interrogou o Sr. Strader.
22:39Ele negou e disse, eu não estou envolvido, eu não sei de nada.
22:43Eu estava trabalhando naquele dia.
22:45É só ligar para o meu chefe ou falar com o meu chefe.
22:48Então os investigadores foram conversar com o chefe dele.
22:52E o chefe disse que ele trabalhou na oficina naquele dia, que ele esteve lá realmente.
22:57Não tinha como o Strader ter ficado ausente por tempo suficiente para chegar a Hollywood,
23:01cometer esse crime e voltar sem que o chefe percebesse.
23:04A gente eliminou o Strader porque ele estava trabalhando naquele dia.
23:11Em julho de 2002, o retrato falado foi divulgado para todo o país.
23:16A polícia acredita que a mídia local teve um grande papel em divulgar a informação sobre um retrato falado do assassino.
23:21A gente soube que o American Most Wanted estava vindo para a cidade.
23:24A gente achou ótimo qualquer coisa que pudesse ajudar a espalhar notícia desse caso, além de Kansas City.
23:30Quem sabia até onde esse cara podia ter chegado?
23:32Usamos programas de televisão, usamos jornais nacionais, teletipos.
23:38A gente fez tudo o que a gente pôde e a notícia estava em toda parte.
23:42Recebíamos telefonemas do Colorado, da Califórnia, de toda parte, tentando nos ajudar a divulgar essa informação.
23:50O nosso pensamento era que podia ser um estranho que tinha chegado na cidade e deixado a área metropolitana de Kansas City.
23:57A gente sentia que se a gente conseguisse cobertura nacional, talvez alguém reconhecesse ou soubesse de alguma coisa ou outra agência pudesse ter um caso parecido e a gente pudesse começar a comparar informações e talvez encaixar mais algumas peças no quebra-cabeça.
24:10A gente recebeu uma dica de um policial no Missouri, que ele tinha prendido um indivíduo que achava que era parecido com o retrato falado e talvez tivesse uma picape parecida com a descrição que a gente tinha.
24:25Quando ele prendeu o indivíduo, ele tinha roupas íntimas femininas na picape com ele.
24:29Disseram que ele era bem diferente e que haviam achado um caderno onde ele falava do diabo, que ele falava como era inútil e que falou até sobre o possível suicídio.
24:45E eles acharam umas calcinhas femininas no carro.
24:49Naquela época, ninguém sabia que a calcinha da Ellie fora levada.
24:54E também havia sangue no assento da picape.
24:57A gente foi até lá e falou com ele.
25:01Ele disse, eu escrevi essas coisas, mas não fiz.
25:04Parecia que ele tinha feito alguma coisa e que merecia ser punido.
25:08Ele disse, mas eu não tive nada a ver com isso.
25:11E aí ele disse, o sangue no banco é um cervo que eu matei.
25:15E a calcinha é da minha ex-namorada de Minnesota.
25:18Ele também deu uma amostra de DNA.
25:21E o DNA e a calcinha não correspondiam.
25:23A pista parecia ótima, mas não deu em nada.
25:27A polícia voltou à estaca zero.
25:30Em fevereiro de 2003, houve uma reviravolta chocante quando um nome familiar voltou ao noticiário.
25:37E atenção!
25:40James Strader é procurado no Missouri e no Kansas por estupros brutais.
25:44E em Leawood, para ser interrogado sobre o assassinato de Ellie Campbell.
25:49O nome do James Strader apareceu de novo vários meses depois, porque ele executou uma série de crimes sozinho.
25:57Ele começou um crime sexual na região centro-sul do Kansas.
26:01Trouxe ela até a região metropolitana, onde ele finalmente deixou ela ir.
26:08Viajou até o Missouri.
26:10Apanhou uma jovem lá.
26:11Cometeu um crime sexual e acabou libertando ela.
26:16E ele meio que desapareceu da face da Terra.
26:17Ninguém sabia onde ele estava.
26:21E acabaram divulgando que a gente nunca tinha colhido o DNA dele.
26:25Naquele tempo, a gente não colhia DNA de todos, porque era caro.
26:29A gente eliminou o Strader, porque ele estava trabalhando no dia.
26:33Mas a ligação entre a recente sequência de crimes de Strader e o que aconteceu com Ellie era coincidência demais para ser ignorada.
26:42O noticiário local ficou sabendo da história.
26:44Nós precisamos prendê-lo.
26:47Para interrogá-lo sobre a morte de Ellie e para pôr esse criminoso condenado atrás das grades.
26:54Acho que isso causou o maior frenesi da mídia nesse caso.
26:58Ele tinha todas as características de alguém que a gente estava procurando.
27:01A gente estava procurando alguém que eu achava que tinha escapado na confusão.
27:06A mídia ficou maluca com esse caso, porque o assassino ainda estava solta.
27:12E então, em fevereiro de 2003, houve um furo no caso depois de uma blitz de rotina numa cidade em Utah.
27:20Habilitação e o documento do carro, por favor.
27:22A polícia apanhou James Strader em Richfield ontem à noite.
27:26O senhor não abasteceu em Salina?
27:27Nem estive lá.
27:28A prisão veio depois dele supostamente não ter pago pela gasolina neste posto.
27:33Daqui dá pra ver a bomba.
27:35E o carro dele era o único lá e ele simplesmente se mandou.
27:39Ela chamou a polícia e alguns minutos depois,
27:42Strader entrou neste posto de gasolina em Richfield.
27:45A polícia estava esperando por ele.
27:50O Strader acabou sendo preso em Utah por fugir sem pagar a gasolina.
27:54No tribunal do condado, James Strader concordou em voltar ao Kansas para enfrentar três acusações de estupro e para responder sobre o assassinato de uma estudante do Kansas em junho.
28:06Ele é um cara mau.
28:07Mas os investigadores de Leawood não perderam tempo.
28:10Antes de Strader ser enviado de volta ao Kansas para ser interrogado, eles foram até ele.
28:17Quando soubemos que o Strader tinha sido preso em Utah, a gente mandou o investigador Langer para interrogar ele.
28:23Eu fui junto com os investigadores da delegacia e eu falei com o Strader.
28:28E ele disse que não fui eu.
28:29O investigador Langer ouviu o Strader negar que tinha alguma coisa a ver com o assassinato de Alley antes.
28:36Mas o que ele realmente queria era o DNA dele.
28:40Por causa desse novo surto de atividade criminosa, nós voltamos para as pistas e vimos que não colhemos o DNA dele.
28:48Por causa do que ele tinha feito, precisávamos do DNA dele para poder dizer com certeza se ele estava envolvido ou não.
28:56E conseguimos uma amostra de DNA do Sr. Strader, da cadeia, e ela foi para o laboratório.
29:07O nosso laboratório ligou e disse que o DNA não correspondia.
29:14Não era ele.
29:15A gente ficou muito chocado.
29:19Parecia que a gente tinha apanhado ele, mas não era o culpado.
29:23Eu sinceramente deu vontade de pegar a lata de lixo e vomitar o meu almoço, mas eu não podia parar.
29:30Eu conheci famílias que tiveram tragédias terríveis e perderam entes queridos e os casos foram arquivados.
29:36E a sensação deles foi de desesperança e tudo isso deixa você de coração partido.
29:40Meu coração já estava partido.
29:43Meu maior medo era que eles arquivassem o caso.
29:46É uma coisa que ninguém deseja.
29:48Eu estava dirigindo pela estrada, olhei para esse outdoor e pensei, bom, por que não pôr um outdoor?
30:02Eu liguei para a empresa de outdoor, que era a Lamar Advertising, e conversei com eles.
30:09Eu só queria saber quanto era, e eles não me disseram por que queriam saber o que eu ia pôr no outdoor, obviamente.
30:16De algum jeito a senhora que me atendeu soube, você é o senhor Camp?
30:20Eu disse, sim, mas como sabe?
30:22E ela disse, bom, deixa eu ver.
30:23Aí ela disse, bom, se o senhor pagar pelo vinil, a gente prende nos outdoors.
30:27E eu disse, eu topo quanto é o vinil.
30:30Eu vou verificar.
30:31E ela voltou e disse, nós não vamos cobrar nada.
30:33O Roger viu um outdoor vazio e disse, eu quero pôr a cara desse cara naquele outdoor, para todo mundo ver.
30:40E foi uma ideia inovadora.
30:42Na época, ninguém fazia esse tipo de coisa.
30:45Na época do aniversário da morte dela, ele veio até a gente e disse,
30:49estou pensando em fazer como fiz no jornal, mas dessa vez no outdoor.
30:54O que vocês acham disso?
30:57E nós dissemos, mal não pode fazer.
31:00No caso da filha dele, a recompensa oferecida pelo pai, resultou em milhares de pistas,
31:06dando-lhe a esperança de que o caso seja solucionado.
31:09Algumas pessoas que passaram por ele, finalmente fizeram uma ligação e disseram,
31:14sabe, a gente acha que vocês deviam investigar tal pessoa.
31:17Isso, isso não tem preço.
31:19Eu lembro de me sentir muito triste, passando por aqueles outdoors na rodovia,
31:25e sabendo que ele ainda estava solto, mas eu tinha esperança.
31:28Esperança, todo mundo tinha esperança de que alguém ia ver, passando de carro,
31:33e isso ia fazer alguém lembrar de alguma coisa.
31:36O outdoor dá resultado.
31:39Funcionou muito melhor do que eu imaginei.
31:42Eu, pessoalmente, recebi várias ligações de pessoas que disseram,
31:46sabe, tem um cara que mora na minha rua que se parece com ele.
31:49Os outdoors deram certo.
31:50Eles estavam rendendo um monte de pistas, um monte de telefonemas.
31:53Uma das pistas veio exatamente um ano depois do homicídio da Ellie,
31:58e foi uma pista para um cara chamado Ted Hoover.
32:00Foi uma pista curta e veio através da linha direta, então era anônima, e dizia,
32:05Ted Hoover, ele trabalha com uma empresa que faz manutenção de piscinas,
32:09e se parece com o retrato falado, e ele tem uma picape igual à do suspeito.
32:13A gente achou uma carteira de motorista, mas o Sr. Hoover não tinha antecedentes criminais.
32:18Recebemos mais duas pistas.
32:20Numa delas disseram, investiguem um tal de Ted Hoover,
32:23e nos deram o endereço dele em Kansas City.
32:27O Sargento Hansen decidiu falar pessoalmente com Hoover.
32:31Eu fui até a casa dele.
32:33Uma picape Ford Marrom estava na entrada da garagem.
32:36Eu subi e bati na porta.
32:38O Sr. Hoover atendeu.
32:39Ele negou que tinha alguma coisa a ver com o caso.
32:42Ele disse que trabalhava com manutenção de piscinas,
32:47e que ele conhecia o lugar onde a piscina ficava,
32:49mas não sabia exatamente o que ele estava fazendo no dia do homicídio.
32:53Por causa disso, eu perguntei se ele estava disposto a fornecer o DNA dele.
32:58Mas Hoover se recusou, dizendo que queria falar com o advogado dele antes.
33:04Ele estava muito hesitante.
33:06Recuou quando a gente pediu o DNA, o que não é incomum.
33:10Quero dizer, tem muita gente que não quer dar o DNA para a gente.
33:14Muitos diziam, o Big Brother vai ter meu DNA, e eu não quero que ele tenha isso.
33:18É óbvio que sempre que alguém se recusa a dar o DNA, isso deixa a gente um pouco desconfiado.
33:24Alguns dias depois, o advogado de Hoover ligou para o Sargento Hansen.
33:28O advogado me ligou e disse,
33:30olha, ele fugiu, eu não sei o que te dizer.
33:32Ele achou que ele tinha ido para a Flórida,
33:34e depois falando com o proprietário, ele disse,
33:37olha, eu acho que ele foi para Las Vegas.
33:38Ele meio que desapareceu.
33:40Semanas se passaram sem notícias de Hoover.
33:43E então, no outono de 2004, outra pista chegou pela linha direta.
33:49A pessoa tinha motivos para acreditar que Ted Hoover e a namorada se mudaram para Connecticut.
33:54A pessoa disse que ele tinha uma picape que parecia com a do suspeito,
33:58que ele morava com a namorada, e nos deu o nome da namorada.
34:01A gente procurou a namorada dele e a achou em Connecticut.
34:04E os inspetores do serviço postal falaram com o carteiro
34:08e perguntaram se ela morava lá e se havia alguém chamado Ted Hoover.
34:13O pessoal do correio disse que tem uma moça naquela casa
34:15que recebe correspondência com esse nome.
34:17Mas tem um cara na casa também que recebe correspondência com o nome de Benjamin Appleby.
34:23A gente ligou para a polícia estadual de Connecticut e disse,
34:26olha, a gente tem um caso de assassinato aqui.
34:28Um dos caras acabou se mandando,
34:30e a gente acha que ele está morando na região de vocês.
34:33Será que podem conseguir umas informações?
34:36A polícia estadual do Connecticut pesquisou os dois nomes,
34:39Ted Hoover e Benjamin Appleby, em sua base de dados.
34:43Eles retornaram a ligação e disseram o nome Ted Hoover
34:46quando pesquisamos aqui e encontramos alguns mandados em Connecticut
34:49por exposição indecente de um tal Ted Hoover.
34:53Parece que provavelmente vai ser o mesmo Ted Hoover que estão procurando.
34:57E por causa do antecedente dele em crimes sexuais, ele sumiu.
35:02Ele começou a trocar de nome e tudo isso deixou a gente mais alerta.
35:06Para capturar Hoover, também conhecido como Appleby,
35:09e levá-lo para ser interrogado sobre Alley Camp,
35:12a polícia estadual de Connecticut State concorda em prendê-lo
35:15com base no mandado por exposição indecente.
35:18Eu fui até o Major Hill e disse,
35:20a gente precisa ir até Connecticut para falar com esse cara.
35:24Appleby foi preso nesta pequena casa numa via pública,
35:27conhecida na área rural do condado de Richfield,
35:29pela polícia estadual de Connecticut, que tinha um mandado em seu nome.
35:34Ele é procurado aqui por risco à integridade física de menor,
35:37desordem e atentado ao pudor.
35:38Appleby foi levado para interrogatório na sede da polícia estadual.
35:44Em 8 de novembro, a polícia estadual do Connecticut
35:47prendeu Benjamin Appleby com base em um antigo mandado por atentado ao pudor.
35:52Appleby não sabia, mas a polícia de Leeward, do Kansas, estava lá.
35:56Na delegacia, executaram um mandado exigindo o DNA.
36:01E, de início, Appleby não quis ceder o DNA para o detetive de Connecticut e disse,
36:08o que vai acontecer se eu não der, se eu não consentir?
36:13A gente vai conseguir o seu DNA de qualquer jeito.
36:16Mas ele finalmente consentiu e o DNA foi colhido.
36:20E ele disse a eles que havia uns detetives do Kansas que queriam falar com ele.
36:26Antes da polícia estadual de Connecticut falar com Appleby,
36:30os investigadores de Leeward puseram seu plano em ação.
36:33A gente fez uma sessão de brainstorming.
36:36A gente só vai ter uma chance de interrogar esse cara.
36:39O que será que dá para fazer para aumentar as nossas chances com ele,
36:42talvez dizendo alguma coisa?
36:43Foi a ideia do Joe, talvez, montar uma sala com alguns acessórios.
36:47A gente pôs uma foto aérea enorme da piscina na parede,
36:51pôs uma foto da linha do tempo.
36:53Na mesa, tinha uma cópia do obituário da Ellie.
36:55Tinha pastas de arquivos de uns casos importantes com o nome dele,
36:59dando a impressão de que as duas pastas só tinham informações sobre ele.
37:05Eles trouxeram o cara e ele se sentou e ficou com o olhar esbugalhado
37:09e olhou em volta e ficou olhando para o gráfico com a foto dele no meio
37:13e me disse, sabe, eu menti para vocês.
37:16E a gente disse, é mesmo? Sobre o quê?
37:18Eu estive nessa piscina, acabei de lembrar.
37:21Dá para você dizer para a gente do que se lembra
37:25e exatamente o que aconteceu naquele dia?
37:27Eu entrei lá...
37:30na piscina...
37:30com a intenção de olhar a piscina para conseguir o trabalho.
37:40Ele disse que a viu de longe e achou que era bonita
37:43e que queria sair com ela.
37:47Ele disse que foi lá porque já que fazia manutenção de piscinas,
37:51não ficaria suspeito.
37:53Ela estava na sala de bombas.
37:54Ele entrou lá e começou a falar com ela.
37:56Ele disse que ela achou muito suspeito e tentou dar a volta nele.
38:20Ele estava no caminho e quando ela tentou passar, ele agarrou ela.
38:27Eu tentei, eu toquei nela sem força, nada demais.
38:32Só no ombro, na cabeça.
38:35E ela me empurrou.
38:37Ela me deu um soco e aí eu surtei.
38:42E eu tirei a roupa dela com a intenção de fazer sexo com ela.
38:48Eu não sei quantas vezes eu bati nela, eu não lembro.
38:51Eu revidei, eu bati na cara dela.
38:57Acho que depois de uns dez minutos de interrogatório,
39:01meu parceiro John Dickay disse, você matou a moça, não é?
39:04Ele disse, matei.
39:06Você disse que ela foi estrangulada, eu sei disso.
39:09Eu não sei com o que ela foi estrangulada.
39:13Eu não sei por que eu fiz isso.
39:14E então, antes de ir embora, Appleby colocou a lona azul em cima do corpo de Ellie.
39:24Eu pus, eu só pus em cima dela.
39:26Eu não queria que ninguém achasse ela daquele jeito.
39:29Eu não achei que ela estava morta.
39:31Ele disse que não pretendia matá-la.
39:34Quando foi embora, Appleby viu a amiga de Ellie em seu carro, perto da piscina.
39:40Acenou para ela e então entrou em sua picape Ford Beige e saiu dirigindo.
39:45Mas numa descoberta horripilante, a polícia de Leawood soube que mais tarde naquele dia,
39:50Appleby voltou para a piscina.
39:51Eles conseguiram achar um relatório de acidente envolvendo o Ted Hoover na nossa cidade,
39:58onde ele foi atingido por outro carro.
40:00Eles viram que o número de telefone que ele deu ao policial na hora do acidente
40:04correspondia a um número de telefone dado por um indivíduo que deu seu nome como sendo
40:09Ted Hoover na cena do crime na noite em que a gente recebeu a ligação sobre a Ellie.
40:13Ele tinha ido à cena do crime naquela noite e estava parado no meio da multidão
40:17observando o que estava acontecendo enquanto a gente investigava o lugar.
40:20Quando a gente descobriu que o Appleby voltou para a área da piscina naquela noite,
40:25eu sinto calafrio só de pensar.
40:27É assustador pensar que ele podia estar bem do nosso lado.
40:37Em novembro de 2005, Benjamin Appleby foi julgado pelo assassinato e tentativa de estupro de Ellie Camp.
40:43Ele alegou inocência.
40:46E em 5 de dezembro de 2005, chegou o veredito.
40:50Na primeira acusação, assassinato em primeiro grau, nós do júri consideramos o acusado culpado de assassinato em primeiro grau.
40:57Benjamin Appleby, culpado.
40:59As palavras que os amigos e família de Ellie Camp esperam desde que o pai dela a encontrou espancada e estrangulada na piscina do bairro onde ela estava trabalhando naquele verão de 2002.
41:08Deram a ele 50 anos no Kansas, o que significa que ele vai ter que cumprir pelo menos 50 anos antes dele sequer pensar em sair.
41:14Quando a notícia finalmente chegou à redação, houve uma sensação de alívio, de êxtase.
41:22Porque aquilo já se estendia por dois anos.
41:24Dois anos sem saber de conjecturas, imaginando quando ia ter fim.
41:28E se ia ter fim.
41:29Para um policial, seria como receber o passe para o gol do campeonato.
41:37Foi assim que pareceu para mim.
41:38Era um caso importante.
41:40As pessoas acompanhavam e a gente conseguiu apanhá-lo.
41:44E era isso que eu queria fazer quando me tornei policial.
41:47Pegar gente assim.
41:48Eu sabia que ele estava fora das ruas.
41:52Eu não queria mais ninguém ferido.
41:54As pessoas falam sobre desfecho.
41:56Eu não vejo desfecho.
41:57Ele ainda está respirando.
41:59A Ellie não está respirando.
42:01Eu tenho um problema com isso.
42:05Em memória de Ellie, Roger Camp e Kathy, sua esposa,
42:09criaram uma fundação para ensinar autodefesa para mulheres jovens.
42:12Eu percebi que o mundo tinha mudado e que as mulheres precisavam saber se defender.
42:20A gente deu a primeira aula no porão da prefeitura de Lewwood.
42:23Tinha 12 pessoas.
42:25Até hoje, 68 mil pessoas passaram pelo nosso curso.
42:30É muito tocante quando as pessoas dizem para você,
42:32o seu curso salvou a minha vida.
42:35Pouco me importa quantas pessoas passem pelo curso,
42:37mas se a gente ensinar 100 mil pessoas e isso salvar uma vida, vale a pena.
42:42Você não pode pôr valor numa vida.
42:46E claro que não é assim que a gente quer que a Ellie faça a diferença no mundo,
42:51mas, sabe, eu estou muito orgulhoso dela e espero que ela goste do que a gente está fazendo.
42:59Ela ia querer a mesma coisa.
43:00A gente não quer que isso aconteça com outra garota.
43:03É simples assim.
43:04Eu queria estar num lugar maravilhoso,
43:08onde ninguém conhece a palavra sofrimento.
43:11Mas, acima de tudo, eu queria estar num lugar maravilhoso,
43:16onde todo mundo conhece a palavra amor.
43:20A família da Ellie torce para a filhinha deles ter achado esse lugar.
43:24Sou Tess Coppelman para o Fox 4 News.
43:26Versão Brasileira, DPN Santos.
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