- há 7 semanas
Estado emocional pode contribuir para o surgimento ou agravamento de diversas doenças, segundo especialistas.
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NotíciasTranscrição
00:00Olha, ainda falando de saúde, vou fazer uma pergunta para você.
00:03Qual é a relação entre doenças e emoções?
00:07Pois é, é um tema complexo, mas estabelecido na área da saúde.
00:12Diversas pesquisas e estudos demonstram que o estado emocional de um indivíduo
00:18pode influenciar diretamente o aparecimento ou o agravamento de doenças físicas.
00:25Eu estou aqui com a doutora Roberta Ramos, especialista em emagrecimento, reposição hormonal
00:33e que atende muita gente em busca de saúde física, mas que a questão emocional acaba ficando no centro dessa discussão.
00:42Né, doutora? Muito boa tarde, obrigado pela sua presença.
00:45Obrigada, boa tarde.
00:46Doutora, o que o corpo pode mostrar para a gente e que a gente não consegue enxergar porque isso está no âmbito psicológico?
00:55Pois é, a gente não aprende na escola, né?
00:58Então, o corpo é um mapa que comunica o tempo inteiro o que tem no nosso outro corpo, que é o corpo mental.
01:07Emoções estão na base tanto do nosso processo de saúde, de prosperidade, quanto no processo de adoecimento.
01:14Então, nós temos, inclusive, uma ciência que chama epigenética, que mapeia as doenças que são adquiridas,
01:23que não vêm com o nosso material genético herdado de pai e mãe.
01:28E um dos fatores que proporciona ativação da expressão dos genes de alguns processos de adoecimento
01:35é a alimentação, é a questão ambiental, relacional, poluição, isso e aquilo, mas também emoções destrutivas,
01:44traumas, gatilhos emocionais decorrentes de eventos que não foram bem digeridos, vividos por nós, ao longo da nossa história.
01:53Pois é, quais são os sinais, por exemplo, de uma pessoa que está ficando quieta demais, né, engolindo sapo?
02:01O que que isso pode, o que que pode aparecer fisicamente no corpo?
02:05Imagina que nós somos bilhões, né, então, o corpo ele vai comunicar daquele jeito para aquela pessoa.
02:13Nós temos uma possibilidade de eventos parecidos, mas de acordo como ela interpreta o que ela viveu,
02:21vai para algum órgão no sistema.
02:23Então, por exemplo, quando eu engulo sapo, eu quero falar, mas acho melhor não falar.
02:30Então, eu vou engolir.
02:32A própria palavra engula o sapo, então, às vezes eu estou me sentindo ferida pelo que o outro falou,
02:38mas eu não acho que é conveniente eu me posicionar, que eu tenho medo de ser humilhado, julgado.
02:42Então, olha o que você fez comigo, pode vir acne, doenças de pele, pode vir alopecia, que é a queda de cabelo,
02:50coisas que mostrem o que a boca não falou.
02:53Mas, às vezes, eu tenho uma lesão, a gente tem aqui, ó, tireoide, que está na reta das cordas vocais,
03:00na área do aparelho, da comunicação, da fala, e a gente pode ter uma manifestação, uma doença na tireoide,
03:07problemas específicos na corda vocal, trazendo rouquidão, amidalite de repetição, que é a inflamação de garganta,
03:15pode dar um monte de coisa.
03:17E os problemas digestivos?
03:19Refluxo, gastrite, problemas intestinais, porque eu não estou digerindo o que aconteceu comigo.
03:24Eu não estou digerindo o que o outro disse, não só o alimento que vem estragado,
03:28mas o que está estragado vindo para a minha vida que eu não tenho controle.
03:31Olha que interessante.
03:32Ou seja, você acaba tomando o remédio e se você não trata essas causas,
03:37o remédio vai melhorando, melhorando, mas você parou, volta tudo de novo?
03:42Olha que ouro que você falou agora.
03:44Se eu tomo remédio e estou tocando a vida no automático, não olho para mim,
03:50no porquê que eu adoeci e precisei do remédio, às vezes acontece isso mesmo.
03:54Uma refratariedade ao tratamento, que eu não respondo bem ao tratamento,
03:58ou eu respondo bem enquanto estou com a medicação e depois que eu paro o remédio, o problema volta.
04:03Agora imagina um outro cenário, que algumas pessoas falam,
04:06não, eu tomei o remédio tal e foi ótimo para mim, nunca mais tive nada.
04:10Quer dizer que ela não teve um evento emocional?
04:13Teve também, mas possivelmente ela processou o que não foi legal e teve condição de recalcular a rota dela,
04:21administrar as pessoas, a rotina, o que quer que tenha dado de ruim antes, né?
04:26Ao longo do tempo que tomou a medicação e ressignificando isso, mudando posturas, posicionamentos,
04:32porque melhorou fisicamente tomando a medicação ou fazendo algum outro tratamento, né?
04:38Deu tempo de reorganizar, recalcular a rota e curar.
04:41Isso é incrível.
04:41Incrível. Agora, doutora, estou percebendo uma coisa aqui, que muita gente que vive num ambiente estressante,
04:48acaba saindo do trabalho, falando assim,
04:50nossa, eu estou com uma dor nas costas, está pesando, não é aquela queimação.
04:55Isso é uma sensação física de algo emocional que acontece?
05:00Também.
05:01O que eu costumo falar é que o nosso corpo é epifenômeno da nossa mente.
05:06O que isso quer dizer?
05:07Ele está respondendo e comunicando o que primeiro veio aqui.
05:11Então, se eu sinto, dentro desse exemplo que você deu, que eu tenho que carregar o mundo nas costas,
05:18o mundo lá, volume de trabalho, por exemplo, cobrança, algo que eu acho que eu não dou conta,
05:24eu começo a ter tensões e existem músculos aqui que comunicam isso.
05:29Excesso de responsabilidades, por exemplo, essa área aqui dos trapézios,
05:33a parte alta aqui, perto dos ombros, a gente às vezes até fala que aqui é ombro, né?
05:37Eu estou com a dor no ombro, é aqui, no trapézio, indo para o pescoço.
05:41A área das responsabilidades assumidas em excesso, a área dos fardos, que a gente carrega o mundão nas costas.
05:48Quando eu dou uma conotação, cara, eu tenho que aguentar isso, eu tenho que aguentar.
05:52Vamos dar um exemplo horrível, que nem é de trabalho, só para potencializar a percepção de emoção.
05:57Um luto, por exemplo, alguém muito próximo morre e eu vou ter que assumir as responsabilidades do que era daquela pessoa
06:05ou ter que dar conta de viver sem ela.
06:08Dor na região lombar, o que eu tenho que aguentar?
06:12O que eu tenho que aguentar de volume de trabalho ou de uma responsabilidade,
06:16algo que desgringolou no trabalho ou um colega de trabalho que saiu porque está doente ou está de férias
06:21e vem uma carga maior de trabalho para mim naquele momento, que eu acho que eu não vou dar conta, vai manifestar também.
06:29Só que a gente não é só mental e não é só físico.
06:32Então, geralmente, tem fenômenos misturados.
06:36Erros alimentares, privação de sono, questões emocionais, erros posturais, tipo cadeira ruim no trabalho
06:44ou colchão que não está legal mais, que já está com deformidade.
06:47Às vezes, a pessoa é sedentária, não tem um bom tônus muscular ou uma boa flexibilidade nas articulações
06:53e pode vir a ter uma dor que mistura a parte física com a parte emocional.
06:58Nossa, mãe. E as mulheres, doutora, elas acabam sendo mais acometidas por esse silêncio do que os homens?
07:06Porque muitas vezes a gente vê que a mulher acaba se calando também diante de muitas situações, né?
07:12Para não ter esse embate. Existe isso ou não?
07:15Existe demais.
07:17Os grandes estudiosos de trauma, inclusive não só os que correlacionam a questão das emoções no adoecimento,
07:25mas de trauma. Então, também as doenças emocionais, psiquiátricas e psicossomáticas, não só doenças físicas, tá?
07:32As estatísticas dos estudos são de 95%.
07:36Então, o público feminino, ele é muito mais acometido por dores de origem emocional do que o público masculino.
07:44E a gente tem um inconsciente coletivo pela cultura mesmo de tantas gerações,
07:50onde a mulher agora tem uma condição maior de se comunicar, de se posicionar e de se expressar.
07:56Mas a gente não tinha isso há 50 anos atrás.
07:58Então, a mulher, ela tende a querer salvar o ecossistema que ela vive, a querer cuidar de tudo,
08:06a querer nutrir, a querer agregar pessoas, situações, muito mais do que o homem.
08:11O homem, ele provê de uma forma diferente.
08:14Então, essa provisão afetiva da mulher querendo deixar tudo lindo, né?
08:18A coisa da mãe, né?
08:20Assim.
08:21E não enfrentar.
08:22Tanto no ambiente familiar como de trabalho, enfim.
08:26Traz essa demanda que muitas vezes ela não dá conta, prefere não se posicionar para não machucar,
08:33para não agredir o outro e vai se agredindo.
08:35Perceba que toda vez que a gente diz sim para o outro, sem estar bem ou se posicionando,
08:44a gente está falando não para a gente.
08:46É legal a gente falar sim para o outro quando veio um sim para a gente antes.
08:49Então, eu posso dar sim para você se eu tiver dado sim para mim primeiro.
08:54Para algumas pessoas, isso é tão surreal de impossível,
08:58que elas, inclusive, julgam a pessoa que tem essa condição curada de fazer isso de egoísta.
09:03Porque não tem dependência emocional, é um negócio muito doido.
09:08Agora, doenças como câncer também podem surgir quando você simplesmente não fala aquilo que você tem que falar?
09:15Veja bem, epigeneticamente falando, o câncer tem várias questões, né?
09:22Inclusive, ele decorre muitas vezes, em mais de 80%,
09:27o pessoal da medicina e da odontologia integrativa sabe muito bem isso,
09:31de infecções da cavidade bucal, infecções dentárias,
09:37ativação de processos de neoplasias através de alimentação, vida desregrada,
09:45sedentarismo, mas sempre tem um fenômeno emocional envolvido.
09:49Vamos dar um exemplo para ficar mais palpável?
09:51Câncer de mama.
09:52Como a gente falou que o corpo é um mapa, cada tipo de tumor vai ter uma representação emocional
09:59que, somada com as questões genéticas e ambientais, vai dar o resultado final,
10:04que é iniciar o processo de adoecimento.
10:06O câncer de mama tem a representação,
10:09dei, dei e não recebi nada em troca.
10:12Então, é muito mais comum na mulher do que no homem, mas o homem também faz,
10:16daquelas pessoas da entrega, que servem demais ao outro,
10:20mas que não tem uma fala, um posicionamento,
10:22que elas estão na entrega do servir.
10:24Que foi o que você perguntou, que às vezes não fala,
10:27está só fazendo, agradando, né?
10:29E proporcionando para o outro uma vida maravilhosa,
10:33filho, colega de trabalho, patrão, marido, enfim, mãe.
10:36E aí, quando vai ver, caraca, passou a vida, eu esqueci de mim.
10:40Não olhei para mim.
10:40E está doente também.
10:41Cuidei da casa, cuidei de filho, cuidei de tudo, e eu não olhei para mim.
10:45Câncer.
10:45Doutora, vamos agora, encaminhando para o final,
10:49quem passou a vida toda se calando,
10:52ainda pode aprender a se posicionar?
10:55Como a pessoa deve fazer para não deixar essas palavras sufocarem,
11:00estrangularem e afogarem os nossos sentimentos?
11:04Qualquer hora.
11:05Inclusive agora, depois que assistir essa entrevista maravilhosa.
11:09Agora.
11:09porque o nosso cérebro, ele tem uma capacidade enorme de adaptação
11:15e de criar novas conexões neurológicas a qualquer momento.
11:20Para coisa ruim, mas também para coisa boa.
11:23Então, se eu tenho um padrão de comportamento da vida inteira de não ter falado,
11:27mas viro hoje porque assisti essa entrevista, clareou alguma...
11:30Nossa, eu me identifiquei com isso, eu também não falo.
11:32Será que essa dor...
11:34Eu resolvo falar, mas eu não sei falar.
11:36Abre a boca e fala, vai capengo, mas vai, vai com medo, mas vai.
11:40Entende?
11:41As pessoas que falam, que têm habilidade de falar, não necessariamente são pessoas agressivas.
11:46A gente fala muito sobre comunicação afetiva, efetiva, que é o ser firme e doce.
11:52Eu não preciso passar de tratou em cima de ninguém só porque eu falo.
11:56Eu posso comunicar com escuta ativa, entrar no universo do outro, saber comunicar, entender o que o outro precisa,
12:03mas também me fazer ser entendido.
12:06A forma de comunicação, ela é muito importante.
12:09Eu posso ser firme, igual eu estou falando aqui com você, e ser doce.
12:14Eu posso agradar e ser agradada.
12:16Eu posso comunicar o que não está legal sem estar ferindo o outro,
12:20mas também não permitindo que o outro venha a me ferir.
12:23É só a qualquer momento.
12:24Às vezes, essa situação que a gente fala assim, vou acabar sendo grosso,
12:29talvez é porque também a pessoa vai segurando aquilo, segurando, segurando,
12:33quando fala, está explodindo aquela panela de pressão e não fez isso antes, né?
12:37Então, esse é o momento mesmo, existe uma forma de chegar e conversar,
12:42tipo, eu não vou ser grosso, mas eu preciso falar francamente aquilo que eu estou sentindo.
12:47Dica de ouro, então.
12:50Se eu cheguei na panela de pressão, a gotinha está transbordando do copo,
12:53você não falou até hoje, não é a hora boa de falar.
12:56Respira, autorregula, e na hora que você está com condição de falar,
13:01como você gostaria que falassem com você, você vai lá e fala.
13:04Às vezes, é melhor cinco segundos.
13:07Sabia que três segundos depois já existe modulação de voz?
13:10Se eu estou no impulso da raiva, se eu respirar três segundos, minha voz já sai diferente.
13:15Se não, dá na cara, né?
13:16Se não, é preferível esperar mais e falar depois.
13:21Entendi.
13:22Sim, tem o momento certo de falar, agora não falar é de lascar.
13:25É, não pode, né?
13:27Doutora Roberta Ramos, muitíssimo obrigado.
13:30Eu que agradeço.
13:31Pela sua entrevista, esclarecendo aí, né, questões emocionais que acabam atingindo o nosso corpo,
13:37ajudando o nosso público aí, que é sedento por essa informação.
13:40Gostaria de deixar a sua rede social, para quem quiser seguir a senhora.
13:45Doutora Roberta, coloca muitos vídeos, tá, gente?
13:47Na rede social, por favor, doutora.
13:49D.R.A. de doutora, D.R.A. Roberta Ramos.
13:52Lá tem bastante conteúdo falando sobre as emoções no adoecimento.
13:55Ok, muito obrigado.
13:57D.R.A. Roberta Ramos.
13:59D.R.A. Roberta Ramos.
14:01Obrigado, doutora.
14:02Obrigada.
14:02Boa tarde.
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