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No Direto ao Ponto, Tirso Meirelles, presidente da FAESP/SENAR-SP, discute a polêmica proposta de o Brasil usar a Lei de Reciprocidade em resposta às tarifas impostas pelos EUA. Meirelles alerta que, caso essa medida seja adotada, "quem será afetado é o produtor" brasileiro, prevendo graves consequências para o agronegócio e a economia.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/poLs0XZXi8s

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Transcrição
00:00Vossa senhoria disse que não vale a pena o Brasil ficar batendo de frente com uma potência, que no caso dos Estados Unidos.
00:10E aí me surgiu o seguinte questionamento. Nós aprovamos recentemente, até por conta desse risco de tarifação, uma lei de reciprocidade.
00:19Que eu não sei até que ponto vai servir para o Brasil, visto que a reciprocidade tem um risco muito grande de trazer um aumento de custo para a própria população brasileira.
00:29Afinal de contas nós vamos importar com um custo muito maior nesse sentido de reciprocidade.
00:35Então o meu questionamento vai no seguinte sentido. Ao invés de bater de frente com esse risco de reciprocidade,
00:41será que nós não poderíamos ter uma outra medida no caso de eventualmente propor uma redução de carga tributária sobre alguns produtos chave americanos
00:50para que a gente tenha uma possibilidade de ter uma melhor negociação?
00:54Porque hoje falando em alíquotas base, o Estado de São Paulo cobra 18% do ICMS.
00:59A gente tem uma alíquota média de IPI importação de 10% a 15%.
01:03Nós temos Piscofins importação que é quase 10%.
01:07Se a gente somar todas essas alíquotas, dá uma alíquota muito agressiva para fins de importação,
01:12será que não seria também de interesse nesse fim de negociação que o governo brasileiro trouxesse
01:18uma redução de carga tributária de importação para auxiliar nesse mecanismo de negociação
01:23para a gente conseguir negociar justamente a alíquota de exportação também,
01:27a gente conseguir ter uma balança comercial mais agradável, por assim dizer?
01:33Excelente colocação.
01:34Eu vou responder fazendo uma outra indagação.
01:38O que acontece com o Brasil?
01:41O Brasil não tem acordo bilateral.
01:44Nós temos aí em torno, acho que de 12 a 16 acordos bilaterais.
01:50A Argentina tem 80 acordos bilaterais.
01:53Então, quer dizer, o que acontece?
01:55A diplomacia dos outros países trabalha o país, comercializa o país,
02:02mostra a potência dos produtos que tem e faz os acordos bilaterais.
02:06Nós não fazemos isso.
02:07As nossas diplomacias, embaixadas que nós temos, que custam um valor exorbitante para o país,
02:15que é importante ter, sem dúvida nenhuma, mas precisa ter esse lado comercial
02:19para que nós possamos estar negociando sempre.
02:23Porque essas taxas americanas, elas sempre existiram, não nessa altura.
02:27Todos os outros presidentes já taxavam com nossos produtos.
02:31Preocupar é o tamanho da taxa agora.
02:33Sem dúvida, a taxa agora.
02:34Então, esse é o grande problema, é de nós termos uma visão mais ampla do mercado internacional,
02:40com mais uma visão de trabalho a longo prazo, para que a gente possa conquistar os nossos...
02:45Ah, o governo fala assim, ah, nós conseguimos mais 300 mercados, isso...
02:50Uma coisa meio complexa aí, chegar nos 300, né?
02:53Mas nós temos uma relação em torno de 200.
02:56Mas isso foi na conquista de quanto tempo, né?
02:59É um trabalho exorbitante, onde você tem de mostrar a qualidade, você tem de mostrar a rastreabilidade do produto.
03:06Então, são coisas interessantes.
03:08Outro ponto importante, que eu acho que vale a pena nós alentarmos aqui,
03:12é o problema hoje da condição que o americano tem e o Brasil tem.
03:20Então, por exemplo, o industrial americano é industrial.
03:24O produtor rural é produtor rural.
03:27Então, você tem bem distinto a produção industrial e produtor.
03:33Aqui no Brasil, você pega a laranja, você tem o quê?
03:3790% das laranjas é de quem?
03:40É da própria indústria de laranja.
03:42Você pega a cana, você tem os arrendatários, mas se você fizer a comparação de fornecedor,
03:4770% é da indústria.
03:49A carne é a mesma coisa.
03:53Agora, a fruta e o café não são.
03:56Esses vão sofrer muito mais do processo como um todo.
03:59Porque esses que estão estruturados internacionalmente, eles vão fazer o quê?
04:03Eles vão fazer um drawback.
04:05Eles vão, por exemplo, no Uruguai, pega uma área, conversando com o governo uruguai,
04:11uma área independente, ele não pode comercializar aquele produto.
04:15Então, ele manipula aquele produto, tira a embalagem brasileira, põe a embalagem uruguai
04:21e exporta para os Estados Unidos.
04:23Então, são coisas que podem acontecer na triangulação que esse pessoal,
04:29que já está bem estruturado internacionalmente, poderá fazer isso.
04:32Agora, quem sobra todo esse processo?
04:34É para o produtor, porque vai abaixar o custo dele.
04:37Você pega o custo de fertilizantes, 93% nós importamos.
04:42Um país é totalmente agrícola e nós temos jazidas.
04:46E aí você fica perguntando.
04:48Nós temos aí, hoje nós pagamos Reuters para trazer fertilizantes do Canadá para os índios de lá.
04:57E nós não podemos utilizar e não pagar Reuters para os nossos índios.
04:59Qual é o problema?
05:00Agora, nós vamos fazer a sustentabilidade do processo.
05:05O Brasil, ele tem 66% de toda a área conservada.
05:11E desse 66%, 32% desse percentual, está na mão do produtor rural pelo Código Florestal.
05:19Se você monetizar isso, dá um trilhão de dólares.
05:22Que nós, produtores, damos para a sociedade mundial.
05:25E não somos reconhecidos.
05:28E vem todo esse processo.
05:29Então, a sessão 301 que o Trump colocou na sua nota, é para entrar nesse esperâmetro.
05:38Desmatamento, criar todo um processo de arcabouço para segurar aquilo que ele determinou.
05:43Então, é muito complexo.
05:44Então, nós precisamos olhar agora o copo cheio.
05:49Estamos com esse problema?
05:50Vamos sofrer?
05:51Mas como vamos resolver para não ter esse problema mais?
05:54Como que nós temos de fazer uma proposta de país?
05:58Como que o país precisa aprender com isso e crescer no processo como tudo?
06:04Essa é a questão.

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