Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • anteontem
No Direto ao Ponto, Tirso Meirelles, presidente da FAESP/SENAR-SP, analisa os efeitos do "tarifaço" imposto por Donald Trump. Ele questiona a ideia de que a medida resultaria em produtos mais baratos para os brasileiros, alertando que a taxação "vai afetar a cadeia produtiva" nacional.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/poLs0XZXi8s

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/@jovempannews/

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Por favor, André Perfeito.
00:01Bem, primeiro eu quero agradecer, obrigado pelo convite a Jovem Pan, né?
00:04Participar desse debate dessa forma.
00:07Presidente, obrigado.
00:08Engraçado, ouvindo o senhor falar, tem uma questão do debate que tá colocado da seguinte forma,
00:13que é uma certa... tá impedido a capacidade de articular pra se resolver essa crise.
00:19Em grande medida eu vejo isso como um dos imperativos que o próprio Trump coloca,
00:22colocando o presidente Bolsonaro na questão.
00:24É disso que se trata.
00:25A gente pode ter de diversar isso nos pontos, mas ele coloca isso como central também,
00:29depois foi atrás de piques, outros tempos.
00:31Então, só pra colocar que eu vejo que não tem jeito, já primeiro vai vir tarifa.
00:35Em outros períodos da história, já que o senhor é economista também, é bom falar com o economista nesse sentido,
00:40na década de 30, o Getúlio comprou café e queimou.
00:45Queimou pra manter o preço e não alterar isso.
00:48Eu tenho visto algumas notícias sobre, por exemplo, laranja deixando no pé, se apodrecendo e por aí vai.
00:54A dúvida aqui eu tenho o seguinte, quando se trata...
00:57Eu vou trazer outro assunto pra falar disso.
00:58Quando se falava de pré-sal, tem um preço do bairro internacional que viabiliza ou não a produção do pré-sal.
01:04Existe algum cálculo que vocês fizeram que mais ou menos dá esse sentimento?
01:09Porque eu imagino que a carne que a gente exporta pros Estados Unidos, só pra pegar um mercado particular,
01:13deve ter uma vantagem tão incrível nossa, pela competência do agronegócio,
01:17que talvez os 50% deixam no zero a zero.
01:19Ou com essa taxa é impossível, já zerou todas as sobras de eficiência que a gente tinha.
01:24É uma questão interessante.
01:27Você falou da queima do café e foi real mesmo.
01:29Era um estoque muito elevado, mas é importante salientar que o café foi o início da industrialização do país.
01:36Inclusive, o nosso teatro municipal foi feito com o fundo dos cafeicultores.
01:41A nossa Santa Casa de São Paulo, a mesma coisa.
01:43Então, é algo muito importante.
01:45Você mencionou o café, mas você vê recentemente agora, depois da pandemia, o que a França fez?
01:52A França comprou milhares e milhares de litros de vinho, vinho de alta qualidade,
01:58porque o vinho nacional da França é fantástico, todos eles.
02:02Comprou e jogou fora.
02:04Por quê?
02:05Porque o preço caiu muito.
02:06Na pandemia, os franceses ali começaram a consumir muita cerveja artesanal.
02:11Olha que coisa, a mudança que ocorreu.
02:13E eles tiveram de fazer esse procedimento.
02:16O que acontece é o seguinte.
02:17Hoje, o Brasil, pelo fato dele ter aumentado muito, você pega aí esses últimos 40 anos, 50 anos.
02:26Você pega, nós tínhamos a exportação de açúcar e de café.
02:31Nós importávamos tudo.
02:33Nós estamos falando há 50 anos atrás.
02:35Ali, naquele momento, nós tínhamos o dólar, o barril do petróleo, a 2,45 dólares.
02:43Da noite para o dia, passou para 43 dólares.
02:47O mundo quebrou.
02:48O Brasil quebrou.
02:49Foi para a FMI.
02:50Criou aquela confusão toda.
02:52E ali, naquele momento difícil da sociedade, foi criado dois projetos muito interessantes.
02:58O Proalco e a Embrapa.
03:00Que trabalhou os pesquisadores para que nós pudéssemos dominar.
03:05Tem o IAC, que hoje tem 138 anos, que foi importante.
03:09Inclusive, a planta do café brasileira, desenvolvida no IAC, é o que tem lá na Colômbia.
03:18Olha que coisa interessante.
03:19Então, você vê que nós conseguimos fazer um procedimento interessantíssimo.
03:25Conseguimos diminuir 43% da cesta básica da população.
03:31E nós conseguimos, nesse período todo, ter 500% de produtividade a mais, com um aumento de 140% de área.
03:39Nessa proporção, é a mesma coisa que você pega a soja aqui, nós tirávamos aí 80 quilos por hectare.
03:48Hoje, nós estamos tirando 4 mil quilos por hectare.
03:53É algo assim extraordinário.
03:55A tecnologia que nós colocamos nas nossas sementes.
03:58A tecnologia que nós fizemos no processo como um todo.
04:01E aí vem esse aspecto.
04:03Como você ganhou muita produtividade, você acabou equalizando o preço de oferta e procura.
04:10Então, o preço de oferta e procura, que traz o processo extraordinário.
04:15Como nós não tivemos um planejamento para fazer os nossos fertilizantes aqui.
04:20Hoje, estamos entrando com bioinsumos muito importantes.
04:23Hoje, praticamente, boa parte da agricultura brasileira é bioinsumos.
04:26Isso traz, realmente, um viés muito importante, porque você não está usando defensivos que vêm do petróleo, que vêm de outras ações.
04:39Então, o bioinsumos te traz a sustentabilidade muito interessante.
04:44Então, você tem alguns produtos que você tem alguma margem, mas não é uma margem de 50%.
04:50Você entendeu?
04:51Dado que vai vir 50%, me parece que, a não ser que surja alguma coisa da cartola aí, pode surgir, porque a gente sabe que esse mundo do Trump é bastante volátil, colocado essa forma.
05:08Mas eu queria saber o seguinte, o que o mundo agrícola...
05:11Eu citei a década de 30 com o Getúlio, obviamente, não dá para comparar o momento, é outra coisa.
05:15Mas, para entender assim, o que seria adequado?
05:17O que seria esperado?
05:17Porque, uma coisa é comprar essa produção, estocar essa produção, mas sem jogar dentro do Brasil, o que faria o preço cair?
05:24Por exemplo, isso é uma das hipóteses, né?
05:26Ou coisa do tipo.
05:26Porque vai vir algum tipo de ação do governo.
05:29E eu espero que venha do governo federal, que tem obrigação disso, também do estadual, né?
05:33Eu acho que tanto o álcool e com o Tarcísio, por isso não é curioso ver essa disputa de 2026 sendo antecipada agora.
05:39Já iniciaram, né?
05:40Não sei se vocês perceberam, já começou a disputa pelo governo do estado de São Paulo.
05:44Percebemos.
05:45Mas, dado isso, eu queria entender exatamente se tem alguma coisa que o setor...
05:49O senhor, que é alguém que é um chefe da indústria, no sentido de encabeçar todos esses debates,
05:55se tem algum tipo de medida que fala, tá bom, isso daqui pode ajudar a gente no curto prazo.
05:58Tem alguma coisa nesse sentido?
05:59Olha, é muito difícil.
06:00Nós tivemos aí a oportunidade de conversar muito com o governador Tarcísio,
06:04quando, da reforma tributária, que é outro engudo que nós vamos ter aí a partir do ano que vem,
06:10isso vai atrapalhar muito o processo como um todo, né?
06:13E ali existe uma prerrogativa de você compensar o ICMS dos últimos cinco anos para o estado.
06:22Então, o governador, pela Secretaria da Fazenda,
06:26queria tirar algumas alíquotas que estavam criminalizadas
06:30para que pudesse aumentar a arrecadação.
06:34E ali foi um jogo muito intenso, porque a Secretaria da Fazenda queria, de todo jeito, aumentar.
06:40E aí nós conseguimos demonstrar para ele e ele permaneceu com a redução,
06:44porque ia aumentar a cadeia produtiva inteirinha.
06:46Imagina se isso tivesse acontecido.
06:48Já teríamos um processo grande.
06:50Nós temos aí o problema da inflação.
06:51Nós temos aí o problema, onde já se viu uma ferramenta
06:57que é para você regular monetariamente a política monetária do país, que é o IOF,
07:04virou arrecadatória.
07:06E depois levaram isso para o Supremo Tribunal Federal,
07:09onde que ele errou.
07:11O Supremo errou em dar as condições de aumento de tributo.
07:16Nós vamos estar chegando aí quase 38% de tributo no país.
07:19É algo exorbitante demais, né?
07:22Então, o governo não tem onde tirar.
07:25Com mais do que ele está fazendo, sobra 100 bilhões para ele do orçamento do Brasil,
07:29que é em torno de 2 trilhões e 700 bilhões de dólares.
07:32Então, sobra 100 bilhões de reais para ele fazer investimento no país.
07:37O que é 100 bilhões de reais no país, como o Brasil, não é nada.
07:42Então, ele hoje paga praticamente 62% de tudo que arrecada para o INSS.
07:48E aí você vê a complexidade do processo como um todo.
07:52E ele não está preocupado.
07:53Ele está preocupado em gastar.
07:55Gastar e não fazer a reforma administrativa,
07:58para que nós possamos...
07:59Onde já se viu nós fazer uma reforma tributária antes da administrativa?
08:03Você não sabe quanto você está gastando, efetivamente,
08:06porque perde o controle do processo como um todo.
08:09Então, a situação é muito complexa.
08:11Isso é muito difícil.
08:13Se não fizer a negociação diplomática para resolver o problema econômico,
08:18nós vamos sentir, vamos perder mercado e vai ser difícil recuperar a cadeia produtiva.

Recomendado