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Pedro Paulo Silveira, economista e sócio da A3S Investimentos, analisou os impactos da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros. Em entrevista ao Money Times Brasil, ele falou sobre a reação da bolsa, a saída de investidores estrangeiros e os setores mais expostos.

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Transcrição
00:00E há quatro dias para a tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros entrar em vigor,
00:07bolsas do país estão na expectativa em relação aos impactos dessas tarifas, como que isso vai bater por aqui.
00:14Outro ponto que também tem movimentado as bolsas pelo mundo são os acordos, por exemplo,
00:18já fechados pelos Estados Unidos com o Japão e agora mais recentemente com a União Europeia,
00:24que ainda está sendo ali lapidado. E a gente vai saber o que podemos esperar então da bolsa do Brasil
00:29essa semana, conversando agora ao vivo com o economista sócio da A3S Investimentos, o Pedro Paulo Silveira.
00:36Olá, tudo bem? Seja muito bem-vindo ao Money Times. Boa tarde para o senhor.
00:41Boa tarde, obrigado pelo convite, é um prazer estar aqui.
00:44A gente que agradece sua disponibilidade, Felipe Machado, nosso analista, participa da conversa também.
00:49Bom, senhor Pedro, os Estados Unidos então fecharam acordos importantes com o Japão, União Europeia, Reino Unido
00:56e acabaram ali ajustando as tarifas, bateram, chegaram ali a 15%.
01:01E o Brasil, por enquanto, trabalha com essa expectativa de 50% a partir de sexta-feira.
01:08Como que isso mexe com o cenário competitivo global e o que o senhor está notando do comportamento
01:14das bolsas de valores pelo mundo, especialmente do nosso Ibovespa?
01:17Olha, o Ibovespa, ele se ressentiu desde o anúncio de 50%, evidente, tem um impacto importante,
01:28apesar de não ser o nosso maior parceiro, tem uma participação significativa na nossa pauta
01:34de exportações e importações, então vai haver um impacto sobre o nível de atividade,
01:40vai haver um impacto sobre a inflação e o que eu acho mais importante, vai haver um impacto
01:45sobre as expectativas. Isso, para mim, é o mais importante.
01:51As expectativas, tanto inflação, expectativas em relação ao comportamento do risco Brasil,
01:57as expectativas que lidam com a relação entre Estados Unidos e Brasil, a questão geopolítica,
02:03acabam afetando o humor do investidor estrangeiro.
02:06O investidor estrangeiro vinha liderando o investimento na Bolsa já há alguns meses
02:11e nesse mês, a partir do anúncio da tarifa de 50%, o investidor estrangeiro começou a sair,
02:18tirou um bom dinheiro, que pede para o volume que eles operem, seja um valor pequeno,
02:24mas é um sinal de que aquele que mais tinha apetite em relação à Bolsa brasileira
02:30está segurando um pouco o seu ímpeto. O que eu acho fundamentalmente é que a taxa de desconto
02:38sobre os ativos brasileiros aumentou e ela tende a ficar mais elevada enquanto perdurarem
02:44esses atritos de relação entre o Brasil e os Estados Unidos, que tem uma origem, vale dizer,
02:51mais uma vez, numa questão política e que, na minha opinião, não é de fácil solução,
02:56é de difícil solução.
02:59Certo. Felipe, a sua pergunta para o Pedro e o Paulo.
03:01Boa tarde, Pedro.
03:03Pedro, a Bolsa brasileira tem duas empresas que praticamente ocupam uma boa parte,
03:11Petrobras e Vale. A Petrobras exporta muito para os Estados Unidos,
03:14a Vale nem tanto exporta um pouco mais para a China, mas também acaba exportando para os Estados Unidos.
03:19O índice dessas duas ações, eles acabam influenciando muito no próprio índice da Bovespa em si,
03:25da Ibovespa em si. Qual é o risco para a Bolsa brasileira de ter duas empresas tão importantes
03:30para a Bolsa daqui estarem atreladas à exportação aos Estados Unidos?
03:36Olha, Felipe, eu acho que o fato dessas duas em particular estarem atreladas aos Estados Unidos
03:42não deveria ser motivo de preocupação para mim, sobretudo porque o preço do petróleo
03:47em termos internacionais deve continuar sofrendo uma valorização, na minha opinião,
03:55por conta das questões geopolíticas.
03:58Então, a Petrobras, inclusive, teria condições de fazer uma virada de chave,
04:03redirecionar as exportações para outros países.
04:07Ela sofreria menos do que, por exemplo, a WEG e a Embraer,
04:13ou as empresas que exportam frutas para os Estados Unidos, como ao contrário.
04:17Então, eu acho que, no caso da Petro, menos problemático.
04:21No caso da Vale, o problema dela é muito mais a própria China do que os Estados Unidos em si.
04:27Eu acho que a Vale tem um mercado, um foco dela é a China.
04:33A China deve ter uma demanda por minério de ferro mais suavizada nos próximos anos.
04:41É isso que as projeções colocam.
04:43Havia uma expectativa de aumento muito forte a partir do anúncio da construção da hidrelétrica do Tibete.
04:50Mas o impacto dela é relativamente modesto.
04:54Então, o minério de ferro já vinha com uma tendência ruim após, antes mesmo, aliás, do que o anúncio.
05:00O que eu diria sobre a concentração de duas grandes empresas na Bolsa como um todo
05:06é, de fato, preocupante e reflete, digamos assim, a estrutura do mercado brasileiro.
05:12O mercado brasileiro se concentrar em duas empresas,
05:15que têm um pouco mais de 20% de participação no índice Bovespa, é preocupante.
05:22Eu acho que a economia brasileira devia se diversificar ainda mais.
05:25Já é diversificada, mas deveria se diversificar ainda mais.
05:28É, então, e sobre isso, né, olhando para as poucas possibilidades,
05:32a gente vê uma preocupação muito grande, né, em relação a um possível acordo,
05:37com isso ficando cada vez mais distante, e a gente fora de acordos, né,
05:41e prestes a enfrentar isso aqui, a tarifa mais alta, né, entre os parceiros comerciais dos Estados Unidos.
05:46Que setores da Bolsa brasileira, na opinião do senhor, acabam sendo mais expostos, né,
05:50e qual a recomendação para os investidores que estão acompanhando aqui a gente?
05:54Como se blindar, se proteger?
05:56Olha, os setores mais expostos são o setor que tem a Embraer, né,
06:03a Embraer é um setor que é uma empresa que vai sofrer bastante,
06:07porque tem uma participação importante dos Estados Unidos nas suas vendas.
06:11O outro setor aqui é o siderurgia.
06:13A siderurgia já está sofrendo uma taxação elevada,
06:16e essa taxação vai continuar valendo.
06:19É problemático isso, é difícil substituir a exportação para os Estados Unidos.
06:24O setor de frutas e o agronegócio, em geral, vai sofrer bastante o impacto.
06:33Eu acho que a preocupação do investidor tem que ser,
06:37ficar cauteloso no setor de siderurgia, mineração,
06:42e no caso da Embraer, ter cautela,
06:45o que é o relatório do que o BTG soltou hoje, é exatamente isso.
06:48Eu acho que os outros setores que são mais atrelados à demanda doméstica
06:53seriam privilegiados.
06:56Eu acho que boa parte do estrago, digamos assim,
07:01que essa decisão dos Estados Unidos tinha que fazer nos negócios na B3 já fez.
07:07Eu acho que o grosso já foi.
07:09Daqui para frente é um pequeno ajuste.
07:11Certo. Felipe, mais uma sua.
07:13Pedro, a Bolsa Brasileira, todo mundo diz que ela já está barata.
07:18E, de repente, com essas tarifas,
07:20a gente vai acabar perdendo um pouquinho de valor das empresas exportadoras.
07:23Pode ser que essa Bolsa fique ainda mais barata.
07:25Isso pode ter, de alguma forma, algum impacto positivo
07:28de trazer mais dinheiro de investidores estrangeiros para o Brasil?
07:33Não.
07:34Eu sou um pouco cético.
07:36Eu acho que, quando o mercado está em queda,
07:39é mais difícil alguém se animar a comprar esse mercado que está caindo,
07:45exceto os profissionais, de fato.
07:47E os gringos estão no fluxo contrário.
07:50Eu acho que, passada a fase de acomodação,
07:57pós 1º de agosto,
07:59já deve ser na semana que vem,
08:01a gente vai ter um cenário mais claro
08:03sobre qual vai ser o comportamento dos preços.
08:06Eu acho que, até lá,
08:07vale a pena os investidores ficarem aí cautelosos, aguardando.
08:12Mas, depois, eu vejo.
08:13A Bolsa Brasileira tem uma expectativa positiva.
08:16O Felipe já vinha tendo.
08:17Ela chegou a bater os 134 mil, quase 135 mil pontos.
08:22Foi um recorde.
08:23Por conta das expectativas em relação ao nosso crescimento,
08:27ao equilíbrio macroeconômico pós-2026,
08:31às chances que nós temos.
08:32Ninguém queria ficar de fora lá no exterior.
08:36Eu acho que esse cenário tende a voltar depois do dia 1º.
08:38Acho que assim que os preços se assentarem,
08:44que o cenário tiver, vamos dizer assim,
08:47um esgotamento do susto,
08:49a Bolsa volta a sofrer uma valorização.
08:53Eu, pelo menos, estou bastante esperançoso com isso.
08:56É, Pedro.
08:57Então, ainda tem um espaço de volatilidade,
08:59pode ter ali um choque que depois, aos poucos,
09:02vai ser absorvida, mais ou menos por aí.
09:03E dólar e commodities, qual que é a sua expectativa
09:08e como que tudo isso deve impactar a Bolsa aí nos próximos dias?
09:11É, como eu disse, ninguém espera muito do minério de ferro,
09:16que é uma comodidade importante para o Brasil.
09:17O petróleo, eu acho que ele depende demais da geopolítica
09:20e ela não tem sinalizado para acalmar, pelo contrário.
09:24Agora há pouco o Trump fez uma afirmação bastante incisiva em relação à Rússia.
09:31Tem o petróleo da Rússia, tem a substituição do petróleo da Rússia
09:35pelo petróleo americano na Europa.
09:37Então, tem todo um movimento do mercado de petróleo que não indica queda.
09:41Eu acho que o dólar, a expectativa que o mercado tem
09:44é de ele continuar caindo ao longo das próximas semanas,
09:47em função dessa política arifária.
09:52Isso pode, vamos dizer assim, evitar um problema maior com a nossa moeda.
09:56É o que tem acontecido.
09:58O real, apesar de ter apanhado logo depois do anúncio dos 50%,
10:03acabou se estabilizando, se desvalorizou um pouquinho e acabou se estabilizando.
10:09Eu acho que o dólar, ele tende a seguir a tendência do exterior,
10:13que ainda é de queda frente às principais moedas, euro, iene, franco suíço e assim por diante.
10:21E em relação ao real em particular, ele tende a acompanhar o dólar
10:29com uma volatilidade igual à do exterior.
10:33Tá certo.
10:33Pedro Paulo Silveira, economista sócio da 3S Investimentos.
10:37Muitíssimo obrigada pela participação ao vivo aqui com a gente no Money Times.
10:41Ótima tarde para o senhor. Volte sempre.
10:44Obrigado. Boa tarde a todos.
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