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A ERT Bioplásticos inaugurou uma nova fábrica em Manaus-AM, que vai ampliar a produção de bioplástico 100% compostável em até 15 mil toneladas no primeiro ano. O CEO Kim Fabri falou ao Real Time sobre o potencial do cânhamo e os desafios para substituir o plástico convencional.

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Transcrição
00:00No mundo cada vez mais disposto a consumir produtos sustentáveis, a Green Tech ERP Bioplásticos,
00:11que é a maior produtora de bioplásticos 100% compostável da América Latina, inaugurou
00:16uma nova fábrica em Manaus.
00:18A nova planta deve adicionar inicialmente 10 mil toneladas à capacidade atual, com a
00:23expectativa de alcançar 15 mil toneladas já no primeiro ano de operação.
00:27E é com o CEO da ERP Bioplásticos, o Kim Fabre, que eu converso neste momento.
00:33Bom dia para você, Kim.
00:34Seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:35Bom dia, Marcelo.
00:36Muito obrigado.
00:38Bom, antes da gente começar a falar de negócios, eu queria que você explicasse para as pessoas
00:42o que é o bioplástico, o que significa que o bioplástico é 100% compostável.
00:48O bioplástico tem duas principais características, Marcelo.
00:51A principal característica dele é a origem renovável, então ele vem de uma fonte não
00:55fóssil, e a segunda principal característica de um bioplástico é o seu fim de vida.
01:00Quando descartado de uma forma corretamente, o bioplástico volta a virar adubo em até 180
01:05dias.
01:06Então, as principais diferenças de um bioplástico compostável é que no seu processo de decomposição,
01:14ele sim retorna à natureza de uma forma orgânica, de uma forma de nutrientes para a terra.
01:19Que tipo de material, por exemplo, é usado para fazer o bioplástico?
01:23Hoje, os principais produtos de bioplástico são a base de cana-de-açúcar e amido.
01:28Esses são os dois principais produtos, mas eles também podem ser, além de outros materiais
01:36como casca de madeira e outros aditivos orgânicos que a gente coloca nessas formulações,
01:43para que elas atinjam as suas performances muito similares aos plásticos convencionais.
01:49Vocês têm estudado também o uso do cânimo, que recentemente foi liberado aqui no Brasil?
01:54Sim, Marcelo.
01:55Até por muita coincidência, esse foi o nosso primeiro produto.
01:58Quando a companhia se iniciou nos Estados Unidos, ela se iniciou voltada a desenvolver
02:04uma solução para uma embalagem na indústria do cânimo.
02:07E a principal exigência dessa indústria no passado era com que a gente incorporasse o
02:12resíduo da produção de CBD e THC dentro dos nossos bioplásticos para com que esses bioplásticos
02:18então embalassem um produto.
02:20E aí surgiu os nossos desenvolvimentos em cima desse produto e a gente consegue incorporar
02:26hoje, além do resíduo do cânimo, como uma forma não só de reforço, mas também de circularidade
02:34dentro da indústria como um todo, mas outros fillers, outros aditivos que a gente incorpora
02:41da indústria, da agroindústria.
02:44Então, tudo que resulta em subprodutos da indústria, a gente consegue incorporar no
02:50nosso plástico, no nosso bioplástico, para com que ele gere essa circularidade de uma
02:56forma muito integrativa dentro da cadeia.
02:58É, só lembrando para quem não conhece, o cânimo é uma planta muito parecida com a
03:03canábis, só que ele não tem aquela propriedade que a canábis tem de provocar o que chama-se
03:08por aí de um barato, digamos assim.
03:10E no caso do cânimo, você vê que aqui no Brasil isso pode revolucionar a indústria
03:16de biodegradáveis como a sua?
03:19Eu acho que o cânimo tem um pedaço importante no desenvolvimento da agricultura.
03:24A gente sabe que as fibras derivadas desse material, elas são de certa forma muito resistentes.
03:31Então, ela não só pode vir a agregar na performance de um bioplástico, eu acho que
03:37os bioplásticos estão cada vez mais evoluindo para com que eles tenham características muito
03:42similares na sua função como embalagem para dentro da indústria plástica.
03:48A gente sabe que o plástico hoje tem uma característica muito importante.
03:52Além do preço, ele tem uma performance muito interessante, ele tem uma leveza, ele tem uma
03:58maleabilidade e os bioplásticos, eles estão muito alinhados com essa cultura de tentar
04:03trazer, além de performance, tentar trazer a sustentabilidade.
04:08Então, a gente alia a sustentabilidade de uma embalagem ao fim de vida de um produto
04:14que sim, de fato, tem que ser retornado à natureza de uma forma correta.
04:20A gente hoje enfrenta uma crise climática, a gente enfrenta uma crise de poluição plástica,
04:29principalmente gerada pelos resíduos plásticos não descartados de uma forma correta.
04:35Então, a forma com que a gente consegue incorporar os bioplásticos nessas soluções é uma
04:40maneira que alia a praticidade, que alia o custo e também alia um fim de vida saudável
04:45para toda a indústria plástica.
04:48Eu queria entender como é que essa nova fábrica de vocês em Manaus, ela se encaixa
04:52no plano estratégico da sua empresa.
04:55Manaus tem duas principais características.
04:57Acho que a principal característica de Manaus, ela permite com que a gente tenha acesso a
05:01matérias-primas, hoje provenientes da Amazônia, como algumas fibras, alguns resíduos de
05:07açaí e de outros produtos que a Amazônia nos fornece, que a gente possa incorporar dentro
05:13dos bioplásticos, aliados a recursos, não só recursos, mas também a cérebros dentro
05:20do IFAM e dentro de outros institutos de pesquisa de Manaus, que já vem trabalhando esses produtos
05:26na parte de desenvolvimento de novos materiais em Manaus.
05:32E também, Marcelo, acho que tem um ponto muito importante que é a relação custo.
05:35Eu acho que Manaus hoje permite à indústria plástica ter uma vantagem competitiva em relação
05:40a crédito de débitos e desimpostos, que fazem com que a nossa companhia também entregue
05:45ao mercado de transformação plástica um produto mais economicamente acessível.
05:51A gente entende que o gap de preço entre um plástico convencional e um bioplástico, por
05:56hora muito, já foi muito maior, a gente vem trabalhando, principalmente a nossa companhia
06:02aqui na América Latina, com que esses gaps se estreitem, mas a gente ainda enxerga, ainda
06:09existe um pequeno gap de preço e Manaus vem para contribuir cada vez mais, para que a gente
06:15consiga estreitar isso e dar mais acesso às companhias, materiais que possam ser incorporados
06:23nas suas linhas de produto.
06:24Se o Brasil tomasse a decisão hoje, Kinde, de falar assim, não vamos mais usar plástico
06:30derivado de combustível fóssil, pelo menos para embalagens, que a gente sabe que tem
06:34outras aplicações que são mais robustas aí, que é um pouco mais difícil, mas pelo
06:38menos para embalagens.
06:39Se o Brasil falasse, a partir de hoje, não usamos mais plástico biodegradável, obviamente
06:43nós não teríamos, ou melhor, de combustível fóssil, obviamente nós não teríamos plástico
06:48biodegradável suficiente para atender o mercado inteiro.
06:51quanto falta para isso?
06:53Que tipo de escala a gente precisaria ter para acabar com o uso de plástico derivado
06:58de combustível fóssil?
07:00Você traz um ponto muito importante, Marcelo.
07:02Eu acho que quando a gente fala em transformação da cadeia plástica, a gente tem que olhar
07:07ela em etapas.
07:08E a gente tem que enxergar e a gente tem que aplicar a sua gama de produtos da indústria
07:15plástica aonde mais faz sentido.
07:17Então, quando a gente olha para a indústria de descartáveis, vamos dar exemplo como sacolas
07:23de supermercado, sacolas de loja, canudos, copos, embalagens de delivery, esses são produtos
07:29que exercem uma função do plástico muito pontual e requer desse plástico muita pouca
07:36performance.
07:36Então, ele nada mais é do que um meio de transporte de curtíssimo prazo.
07:42Esses produtos, Marcelo, eles sim já têm capacidade produtiva, eles sim já possuem
07:48relação custo-benefício que permita com que a indústria brasileira migue para esses
07:56tipos de materiais.
07:57Quando a gente olha para materiais de mais alta performance, materiais que já existe
08:02uma cadeia de reciclagem muito bem estabelecida no Brasil, que de fato é referência, por
08:07exemplo, das garrafas PET, esses produtos não devem ser migrados para o bioplástico em
08:13um curto período de tempo.
08:15A indústria tem que se adaptar, a gente entende que os bioplásticos trazem não só uma vantagem
08:20de fim de vida para a indústria plástica, mas eles também trazem uma redução da pegada
08:24de carbono para a indústria, que é outro fator muito importante para a contribuição
08:28da redução da crise climática, mas a gente enxerga que se lentamente e muito pontualmente
08:36nas principais aplicações que hoje permitem o uso do bioplástico, já existe sem dúvida
08:42capacidade produtiva, tecnologia, relação custo-benefício para com que o Brasil caminhe em direção
08:51a isso.
08:51Eu queria pontuar, Marcelo, eu acho que também tem um ponto muito importante, que o Brasil
08:55ainda não regula os bioplásticos, a gente ainda não tem leis que proíbem o uso de
09:01plásticos descartáveis e promovem a substituição para os plásticos compostáveis diferentes
09:08de alguns vizinhos nossos, como Uruguai, como Chile, como Peru, que já são países já
09:14muito mais desenvolvidos em relação a políticas de banimento de plásticos de uso único ou
09:21substituição para plásticos compostáveis.
09:25O Kim, quando você olha para o futuro, eu queria entender onde você quer que a ERT chegue
09:30e como é que você enxerga também o mundo em relação aos plásticos?
09:35A gente é diretamente relacionado e dependente aos plásticos. O plástico tem uma função
09:44muito importante no desenvolvimento socioeconômico de todos os países e da população como um
09:50todo. Agora, cabe a nós, população e seres que estamos constantemente buscando evolução,
09:57a entender aonde eu aplico o desenvolvimento e o avanço da tecnologia nos seus principais
10:02produtos. Então, o que eu quero dizer com isso? Eu acho que a gente, a indústria, ela
10:08tem que se evoluir e ela deve evoluir para com que a gente aplique diferentes materiais
10:12em diferentes aplicações. Onde o bioplástico compostável faz sentido? Ah, ele faz sentido
10:18nas aplicações descartáveis, onde a performance, aonde a durabilidade desse plástico deve ser
10:24reduzida? Perfeito. Vamos aplicar os bioplásticos. Onde a gente deve aplicar plásticos de autoengenharia,
10:31na substituição, por exemplo, de garrafas de vidro, de garrafas de alumínio para redução
10:35da pegada de carbono? Perfeito. Vamos aplicar esse tipo de material. Então, Marcelo, eu acho que
10:40se a indústria, ela consegue se integrar, se ela consegue entender que os bioplásticos, eles estão
10:46aqui para contribuir não só para o crescimento e para o fortalecimento da indústria, não muitas
10:52vezes uma ameaça, né? Muitas vezes que, infelizmente, Marcelo, no Brasil, o bioplástico, ele é visto, ah, será que ele vai
10:58substituir o plástico? Na verdade, ele não vai substituir, ele está complementando para que a
11:04cadeia plástica, ela se fortaleça e entregue à população, aí sim, materiais mais sustentáveis.
11:10Então, o futuro, ele é integrado, o futuro, ele é de desenvolvimento, ele é de desenvolvimento
11:17tecnológico sustentável, né? Ele é de aplicação nas suas devidas localidades de produtos que
11:24realmente fazem sentido. É isso que eu espero, é isso que eu acredito que o Brasil e a indústria,
11:31ela tem que evoluir.
11:32Kim Fabre, CEO da ERT Bioplásticos, muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Real Time e
11:38bom dia para você.
11:39Obrigado, Marcelo, bom dia.
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