Pular para o playerIr para o conteúdo principal
No Direto ao Ponto, Igor Calvet, presidente da Anfavea, analisa o fardo de impostos e tributos sobre a indústria automobilística brasileira, incluindo carros, caminhões e outros veículos. Ele aborda como a alta Taxa Selic e as alíquotas tributárias impactam diretamente o custo dos veículos e limitam o crescimento do setor, afetando o bolso do consumidor e a competitividade nacional.

Assista na íntegra: https://www.youtube.com/live/Nehm72B2mdE

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/@jovempannews/

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Marcelo Matos.
00:02Presidente, eu queria que o senhor falasse o seguinte, tem um senso comum na sociedade,
00:06primeiro que o brasileiro gosta muito de carro mesmo, isso a gente percebe,
00:10mas há um senso comum hoje que os carros são muito caros, os juros são muito caros
00:15e que as montadoras instaladas no Brasil, elas possuem os maiores lucros, talvez, do mundo.
00:20Eu queria que o senhor falasse o que é de verdade nisso e também a questão tributária,
00:25porque a gente compra o carro cheio de imposto, tem o IPVA, tem o licenciamento todo ano,
00:31a gente tem que renovar 150 para cá, 200 para cá e cada vez mais caro o IPVA, 4% praticamente do veículo.
00:39Eu queria que o senhor falasse um pouco desse mercado, de fato as montadoras ganham muito dinheiro no Brasil?
00:45Olha, essa é uma pergunta boa e capciosa ao mesmo tempo, até porque eu não consigo dizer exatamente
00:51se todas as montadoras ganham muito dinheiro, eu sei que é um mercado com margens bastante apertadas,
00:56ao contrário do senso comum que diz que há muito dinheiro sobre a mesa, lucros exorbitantes, não, isso não.
01:04Mas o que eu posso dizer que é de conhecimento público é que nós temos um país em que é muito difícil de produzir,
01:11nós temos trabalhado para que esse risco, que é um risco país, na verdade, que esse custo Brasil seja diminuído.
01:19Hoje, nós temos aproximadamente 40 a 45% do custo de um veículo são tributos.
01:29Então, veja que basicamente, ou quase metade do que nós pagamos nos veículos são de tributos.
01:35Então, isso é um peso exorbitante.
01:38Para além disso, nós temos uma questão que também nos aflige a todos, é do câmbio,
01:43que o câmbio nos afeta, porque parte também das peças que nós usamos para montagem, né,
01:49fabricação desses veículos são importados, o que também pressiona o custo das nossas montadoras.
01:54Então, eu diria tributo e custos.
01:56Agora, nós estamos vivendo um período no país em que, se tudo der certo, nós teremos a reforma tributária.
02:02E a reforma tributária preconiza ali, né, a junção de vários impostos, né,
02:07Alguns dizem que nós vamos chegar ali 26,5% no IVA, alguns outros já dizem, ó, chegamos aos 28,5%.
02:13Ah, então, e vai melhorar, Igor?
02:15Acontece que nós esperamos que sim, essa questão tributária alivie o setor no Brasil,
02:22mas nós temos ainda um outro problema que é a Puvik.
02:25Nós não sabemos ainda com que segurança nós teremos tratado esse assunto.
02:30É que nós, o setor automotivo, os veículos estão ali no imposto seletivo, né, o dito imposto do pecado,
02:38que trará alíquotas diferenciadas, porque entendeu o legislador, entendeu o governo,
02:46que o setor, ele é um setor que traz prejuízos à saúde e ao meio ambiente.
02:51O que nós, obviamente, e veementemente, discordamos.
02:55E essas alíquotas do imposto seletivo, elas ainda serão definidas.
03:02Isso nos traz uma grande preocupação, porque se somará as alíquotas do IVA.
03:08Então, nós não sabemos ao certo qual será a carga tributária sobre os automóveis no Brasil.
03:14Então, basicamente, o que nós temos hoje é um país cujos custos diretos, né,
03:20e eu estou dando só os custos diretos, que são os custos relacionados aos tributos, né,
03:26que recaem sobre a cadeia, em volta de 40%, 45%, e sobre câmbio, né.
03:32Agora, tem outros custos indiretos, que são os custos relacionados à infraestrutura,
03:38outros custos relacionados ao excesso também das questões tributárias,
03:42trabalhistas envolvidas também.
03:45Então, uma série de custos que se adicionam à nossa produção.
03:48Por isso que, quando eu mencionei lá no início, nas conversas sobre equilíbrio competitivo,
03:54eu diria que, muitas vezes, né, você tem privilegiado no Brasil, em muitas esferas,
03:58a importação em detrimento da produção nacional.
04:02Que os importados, na verdade, eles não têm essa carga toda, nem tributária,
04:06nem dos custos associados com a infraestrutura, nem a questão cambial,
04:09nem a questão de financiamento, que também nos aflige.
04:11Num cenário, importante dizer isso, né, cuja taxa de juros da economia, né,
04:16está alarmando a todos nós.
04:18Vocês, talvez, não acompanhem, né, mas eu acompanho esses números muito de perto.
04:22Em fevereiro desse ano, nós atingimos o maior nível na história na taxa de juros
04:29para a pessoa física na compra de veículos.
04:31Superou 29%.
04:34Quer dizer, é uma taxa bastante alta, né,
04:36você conseguir, né, fazer com que as prestações caibam no seu bolso no Brasil.
04:40Hoje, você chega a uma Selic de 15%, que também restringe o consumo, por exemplo, né,
04:47dos caminhões no Brasil. Por quê?
04:49Porque caminhões, via de regra, são produtos financiáveis, né.
04:53Então, quando você tem um financiamento com a taxa básica de 15%,
04:56mais os prédios bancários chegando a, talvez, 20%, 22%,
05:00você está trazendo, na verdade, um encargo para o produtor,
05:04para aquele frutista muito alto,
05:06que muitas vezes ele prefere adiar o investimento
05:09a fazer essa compra desses caminhões
05:13para melhorar a sua produtividade,
05:15para escoar melhor a produção,
05:16para ter um veículo mais sustentável,
05:17com uma tecnologia nova.
05:19Então, veja, a taxa de juros também nos limita bastante hoje no Brasil,
05:24sem contar câmbio, sem contar atributos.
05:27Nós temos um ambiente complexo, né,
05:29e é um ambiente complexo que precisa ser trabalhado em várias camadas,
05:33senão a gente não consegue trazer essa competitividade para o Brasil,
05:36para o Brasil, que isso que é importante.
05:40Presidente, outro ponto que faz parte do senso comum,
05:43ah, é que a indústria, e particularmente a indústria automobilística,
05:47tem muito subsídio,
05:49e a gente está aqui numa discussão fiscal no Brasil,
05:52o que é verdade, o que não é verdade,
05:55o senhor é a favor desses subsídios para a indústria automobilística,
06:00qual seria a contrapartida para a sociedade,
06:03e qual seria o ônus também?
06:06Olha lá, também essa é uma pergunta que não,
06:09com muita frequência, nos é feita no setor automotivo,
06:13e você tem razão, é um senso comum de que isso acontece.
06:16Hoje em dia, nós temos uma política automotiva no Brasil,
06:21que chama a mobilidade verde e inovação, chama o programa MOVER,
06:24que nem terminou, inclusive, de ser regulamentado ainda,
06:29toda a parte ali tributária, do IPI, como será,
06:32até a reforma tributária ainda não saiu.
06:35O que há hoje, para a indústria automotiva brasileira,
06:39diz respeito a investimentos em P&D, a inovação,
06:43e ali existe um valor, que isso é público, como deve ser, transparente,
06:50de R$ 19 bilhões em cinco anos de crédito financeiro
06:55para as empresas que fizerem investimento em P&D.
07:00Mas isso, na verdade, é uma contrapartida para o investimento privado
07:05de três vezes maior.
07:06Para nós conseguirmos ter acesso a esse crédito,
07:09no valor de R$ 19 bilhões em cinco anos, nós precisamos investir R$ 60 bilhões
07:13nos próximos cinco anos.
07:16Veja, portanto, que o benefício é um terço daquilo que se requer
07:21de investimento como contrapartida privada para o investimento.
07:25Recentemente, saiu uma pesquisa do IBGE, da Pintec,
07:29pesquisa de inovação, acho que semestral, do IBGE,
07:32que dá conta de que o setor automotivo é dos que da indústria
07:35investe acima da média da indústria de transformação no Brasil
07:39em pesquisa de desenvolvimento e inovação.
07:41E que, ao longo dos anos, é o setor que tem menos dependido
07:45de subsídios públicos para assim fazê-lo.
07:48Então, esse senso comum de que o setor automotivo no Brasil
07:53depende de subsídios, ele é inverídico.
07:57E eu até diria mais, muitos poucos sabem que o setor automotivo
08:01no Brasil é, sem dúvida, um dos setores mais regulados.
08:04Sejam as questões de segurança dos veículos, dos itens de segurança
08:08que tem que estar lá, seja das questões relacionadas às emissões
08:13de gases de efeito estufa, de óxido de carbono, ou mesmo dos efluentes,
08:18tudo isso é muito regulado.
08:20E cada regulação dessa exige um custo de investimentos profundos na indústria,
08:25no desenvolvimento e também no processo produtivo da indústria no Brasil.
08:30Então, eu diria que, assim como outros setores, como na informática,
08:34há certos incentivos no Brasil para a fabricação, para o desenvolvimento da cadeia.
08:38O que eu não acho equivocado, pelo contrário.
08:40Eu acho que o país precisa nortear o que quer da sua indústria,
08:46o que quer da sua manufatura.
08:48Um país que seja o país desenvolvido, desenvolveu a sua manufatura,
08:53a sua indústria e há escolhas a serem feitas, sem dúvida nenhuma.
08:57Mas dizer que o setor automotivo sobrevive porque tem incentivos,
09:01não, não é verdade, é inverídico e a gente precisa tratar esses assuntos no país,
09:06eu acho que com a transparência devida.
09:07E aí
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado