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No Direto ao Ponto, Igor Calvet, presidente da Anfavea, aborda o preocupante envelhecimento das frotas de veículos no Brasil. Ele detalha os impactos desse cenário na segurança, na emissão de poluentes e na produtividade. Calvet também discute os caminhos para a renovação do parque automotivo nacional.

Assista na íntegra: https://www.youtube.com/live/Nehm72B2mdE

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Transcrição
00:00Pergunta agora do José Maria Trindade.
00:03Eu queria saber, presidente, sobre a reposição da frota, né?
00:08Nós temos uma ideia de que o carro é infinito, e não é, né?
00:12É preciso trabalhar com prazo de renovação, e eu vejo, assim, uma dificuldade muito grande
00:18para reciclar carro aqui no Brasil, não vejo...
00:21O senhor disse que é muito regulamentado, não tem essa regulamentação, por exemplo,
00:25de recepcionar ou reciclar os carros no Brasil.
00:28O que é que falta?
00:30Olha, essa questão da renovação da frota, ela é tão importante para o mercado,
00:38para o meio ambiente e também para a segurança dos consumidores,
00:43e no Brasil nós temos, eu acho que, um déficit, que tentou, começou a ser corrigido agora, Zé.
00:50Essa política que foi publicada no final de 2023 e continua sendo regulamentada,
00:57um dos pontos dela trata da reciclabilidade.
01:02Eu tenho alguns dados que dão conta de que a nossa frota, por exemplo, de caminhões,
01:06ela é na média de 25 anos.
01:09É uma frota bastante antiga, né?
01:12Então, nesse tempo todo, nós temos um avanço tecnológico que permitiu muito mais eficiência do ponto de vista das emissões,
01:21reduzindo, portanto, as emissões, e também tornou o veículo muito mais seguro.
01:25Ao passo que a nossa frota continua antiga, portanto, causando mais problemas no meio ambiente,
01:30e mais problemas também de segurança aos nossos consumidores.
01:35Mas não está endereçada.
01:37É uma questão muito interessante isso, por quê?
01:40Porque a gente, não só essa questão da reciclabilidade precisa ser endereçada,
01:44e não são todos os países que já têm isso, viu?
01:46Não são todos os países que conseguem contar com políticas efetivas para reciclagem e reciclabilidade das partes do veículo.
01:54Nós estamos trabalhando nisso, há um trabalho, um esforço conjunto da Anfávia com o governo federal
01:59para delinear essa política que não está pronta ainda, porque também, tampouco, é de fácil concepção
02:06uma política de reciclagem desses veículos.
02:09Uma das coisas mais importantes, para além da reciclagem,
02:12é que nós temos que começar a avaliar o risco, mas é a pegada de carbono do nosso produto,
02:22desde a origem dele.
02:25E hoje a gente fala uma coisa super interessante no setor,
02:28que não é só...
02:31A gente vai começar a fazer a contabilidade dessa pegada de carbono do berço ao túmulo,
02:36desde o nascedor do veículo até o fim de uso, fim de vida útil desse veículo.
02:43Então, desde quando ele começou, qual é a energia utilizada para fazer o aço?
02:47Como é que o aço foi feito? O aço é verde ou não é verde?
02:50Como é que está a questão da borracha, do plástico?
02:53A gente tem que mensurar em cada etapa, veja a dificuldade disso, Zé,
02:57em cada etapa do processo produtivo, qual é a origem daquele produto que vai,
03:03porque o part number é o número de partes de um veículo,
03:08é acima dos mil, dois mil, três mil, quatro mil, às vezes cinco mil partes dentro do veículo.
03:13Cada parte tem que saber de onde veio, como foi produzido, rastrear aquela parte e saber qual é a destinação final de cada uma dessas partes
03:20quando esse veículo foi escrapeado. Veja a dificuldade que é a construção desse tipo de política.
03:25E nós estamos trabalhando exatamente nesse tipo de coisa a fazer. Por quê?
03:27Há uma preocupação genuína. E não é só no Brasil, tá, Zé?
03:31É uma preocupação no mundo de como tratar o veículo, o fim de vida útil desse veículo,
03:38o que fazer com esse veículo, ocasionando menos danos à população e ao meio ambiente.
03:43Esse trabalho está sendo feito no mundo inteiro e no Brasil também.
03:47Mas não é uma questão, eu diria, consolidada. Não é uma questão consolidada.
03:52Nosso prazo, e aí, se não me falha a memória, no Brasil, até 2032,
03:58a gente estará com essa política plenamente operativa da reciclagem de veículos.
04:04Presidente, a gente não precisaria de também uma iniciativa de reforma tributária
04:09a respeito justamente dos veículos?
04:11Porque, durante o que está hoje, você compra um carro anos 80, você já não paga IPVA.
04:15Ou seja, você tem um estímulo do governo para comprar um carro 20 vezes mais poluente, não é isso?
04:21E sem cinto de segurança de três pontas, sem airbags, sem os itens de segurança que a gente já falou aqui.
04:27Por outro lado, se você compra um carro zero, o valor cheio, você paga o IPVA lá em cima.
04:33Você acha que o governo poderia, já que tivemos aí uma reforma tributária, regulamentada há pouco,
04:38poderia ter aproveitado essa oportunidade para equalizar o IPVA para todos os veículos,
04:43ainda que num percentual mais baixo, ou até inverter essa ordem,
04:47te estimulando por um incentivo fiscal a comprar o carro zero,
04:51e se você tiver um carro poluente, antigo, sem segurança, você paga mais imposto?
04:55Como é que você vê as propostas que poderiam ajudar a indústria automotiva
05:00em relação aos tributos, às questões tributárias?
05:04Essa economia comportamental, dos incentivos que a gente dá ao consumidor, de fato,
05:12elas são muito importantes.
05:13Na Europa, em alguns países, quanto mais velho fica o veículo,
05:18maior o imposto, ou entre aspas, o IPVA que esse veículo paga.
05:22No Brasil você tem questões até que são invertidas,
05:26você vai ao longo do tempo pagando menos.
05:29Sem dúvida nenhuma, eu não me debrucei sobre os dados,
05:32não tenho condições de cravar exatamente os impactos de cada uma das medidas,
05:37mas a princípio essa é uma medida que poderia fomentar essa renovação de frota.
05:42Mas tem itens que eu acho que são mais rápidos,
05:47e que são acho que de interesse da população em geral,
05:50como por exemplo a inspeção técnica veicular.
05:54De tempos em tempos, você deve ter um carro, eu tenho um,
05:57a gente tem que ir lá fazer uma inspeção técnica para saber
06:00se os itens de segurança funcionam, se não funcionam,
06:02se o carro está em condições aptas de uso e de rodagem.
06:07E isso tudo é super importante.
06:09Nós temos muitas lacunas ainda no Brasil
06:11para se fazer inspeção técnica veicular.
06:14A gente acredita que essa é uma das maneiras boas
06:18que ajudam o mercado, na verdade,
06:21a fazer uma seleção basicamente natural
06:23daquilo que deve ser trocado ou não deve ser trocado.
06:26para efeitos de saúde, para efeitos ambientais
06:30e para efeitos também de mercado.
06:33Agora, as questões tributárias,
06:35essa é uma questão acessória no sentido de dizer
06:38que ela não é uma questão do tributo incidente, na verdade,
06:41elas parcialmente serão endereçadas nessa reforma tributária,
06:46com exceção do ponto que eu fiz referência,
06:48que é o do imposto seletivo.
06:50Esse ponto ainda será endereçado,
06:53tratado por uma lei complementar,
06:54depois das alíquotas por uma lei ordinária,
06:57e eles ainda nos trazem grande confusão.
06:59E a confusão, ela é, ela desrespeita muito o fato
07:03da imprevisibilidade.
07:05Você imagina, nós estamos diante de uma reforma tributária
07:08que nós não sabemos a alíquota ao certo ainda,
07:11efetiva sobre o setor,
07:13e nós temos empresas multinacionais,
07:16que precisam fazer planejamentos de longo prazo,
07:19não só de produção, mas expectativa de mercado.
07:21E quando você vai para o mercado brasileiro,
07:25olha, tem uma reforma tributária em vias de ser aprovada,
07:29mas nós não sabemos ainda ao certo qual é a carga tributária
07:33que incidirá sobre o setor.
07:34Isso é um fator que gera bastante imprevisibilidade,
07:37insegurança, sobretudo nas empresas multinacionais.
07:41Então, atrapalha a insegurança,
07:44a gente tem medidas como essa que você falou,
07:46do próprio IPVA,
07:47ou, o que eu julgo talvez mais importante,
07:49e mais rápida, que é a inspeção técnica veicular,
07:52que podem ser todas conjuntamente
07:55colocadas em práticas, concretizadas,
07:59para uma melhoria aqui do nosso mercado automotivo no Brasil.
08:02Veja que a agenda é ampla, é múltipla, é profunda,
08:05e ela é bastante complexa para se efetivar.
08:09Marcelo Matos.
08:10Pois é, presidente, no meio político,
08:13essa ideia de renovação de frota também não avança,
08:17porque a gente sabe, como o senhor falou,
08:18o nosso mercado não é um mercado de alta renda,
08:21e se esses veículos passassem até por uma vistoria,
08:24não precisa nem ser numa vistoria, numa oficina,
08:27mas se um agente de trânsito parar, observar o pneu,
08:31observar, ele poderia tirar esse veículo de cena,
08:34politicamente, quem fizer isso,
08:36nunca mais vai receber voto, praticamente.
08:38Então, a questão da segurança é extremamente importante,
08:41mas tem esse lado também,
08:42que nenhum político quer mexer nesse vespeiro,
08:45porque vai comprar uma briga impopular total,
08:48infelizmente, e a gente sabe que muitos acidentes são causados justamente
08:51por falta de segurança,
08:52mas, infelizmente, esse é o nosso cenário também.
08:56E o senhor falava dos números positivos da Argentina,
08:58então a gente só pode torcer para a Argentina,
08:59na seleção contra a economia,
09:02a gente tem que torcer para dar certo,
09:03porque quando ela dá certo,
09:04o país está dando certo, evidentemente,
09:06a gente, é claro, são indústrias irmãs,
09:09praticamente, Argentina-Brasil,
09:11polo de picapes lá na Argentina,
09:12que vem para cá, e vice-versa.
09:14Então, eu queria que o senhor falasse também o seguinte,
09:16nós tivemos em 2012 3.8, 3.9,
09:20o Brasil quarto, quinto mercado,
09:22muitas montadoras vieram para cá justamente por esse mercado ainda,
09:26e muito se fala que a gente tem muito carro,
09:28a gente está acostumado com São Paulo aqui e tudo mais,
09:30mas o índice de habitante por carro no Brasil
09:33ainda é muito baixo, né, presidente?
09:36É, esse número ainda é muito baixo,
09:39me foge aqui a memória,
09:40qual é o índice dos Estados Unidos e do Brasil,
09:43eu sei que a gente tem um potencial de crescimento ainda muito alto, né,
09:48a gente, como eu mencionei,
09:49a gente tem hoje uma frota de leves de 45 milhões,
09:52vamos chegar a 70 milhões daqui a 15 anos,
09:56e a gente está esperando uma expectativa de crescimento de 2% do mercado.
10:00Parte do nosso mercado, do nosso crescimento,
10:03veja que ano passado, 2024, na verdade,
10:05nós crescemos 14% do mercado brasileiro,
10:08é um dos poucos mercados industriais que tem dado bons resultados para a economia,
10:14acima da média da indústria de transformação.
10:16Esse ano nós estamos com uma expectativa de crescer
10:19aproximadamente 6% ou 7% no mercado de autoveículos,
10:24que inclui os caminhões e também os ônibus.
10:26Parte desse crescimento, ele se dá, sim, em função da Argentina.
10:32Então, eu diria, o mercado argentino crescer é super bom para a gente.
10:36E por que eu trago esses números?
10:38Porque o mercado brasileiro também cresceu, né,
10:40o mercado argentino cresce mais do que o brasileiro,
10:43proporcionamente, mas uma base é menor,
10:45é bem verdade, já vinha de problemas estruturais muito mais sérios, né,
10:49do que o Brasil, mas o mercado brasileiro também cresceu.
10:52Então, a gente está com a expectativa, né,
10:54de crescimento de ambos os mercados, o que é bom para o Brasil.
10:58O que aconteceu, né, com o crescimento brasileiro,
11:00e que eu tenho feito questão de chamar a atenção,
11:04é que o crescimento do mercado brasileiro,
11:06ele tem sido cada vez menos capturado, né,
11:09por aqueles produtos que são feitos aqui no Brasil e também na Argentina,
11:13que é um dos nossos parceiros preferenciais.
11:16Então, a gente tem chamado a atenção, né,
11:17da importância de você ter o crescimento do mercado brasileiro
11:21concomitante ao crescimento também da nossa produção e venda
11:25desses produtos feitos aqui no Brasil com as tecnologias nossas,
11:29e não sendo apenas capturado pelas importações.
11:34Esse é um fator que eu acho que nós não podemos,
11:36de maneira nenhuma, deixar a atenção sobre isso.
11:41Mas, dito isso, a gente tem que olhar para o mercado argentino
11:47sempre, né, de uma maneira muito boa,
11:49porque, veja, ao contrário, né, vou dar apenas a título de exemplo, né,
11:54do que tem acontecido com o mercado chinês,
11:56em que você tem tido a entrada de veículos no Brasil,
12:00não há do lado brasileiro uma contrapartida de enviar esses veículos à China.
12:05No mercado argentino, a gente tem exatamente o movimento contrário.
12:08Então, você veja, só nesse ano entraram 85 mil veículos argentinos no Brasil
12:14nos cinco primeiros meses do ano, né.
12:16Mas a gente também exportou muitos veículos para a Argentina.
12:22Então, é um mercado argentino de mão dupla, né,
12:25para aproveitar aqui uma figura do nosso setor, né.
12:28Vêm veículos da Argentina e vão veículos para a Argentina,
12:30assim como autopeças também.
12:32Essa troca, ela é mútua.
12:33Então, fortalece o comércio bilateral.
12:35Alguns outros países, né, ela é de mão única.
12:37Isso é que tem nos afetado bastante.
12:41Então, acho que a gente tem que olhar, sim, para o mercado argentino,
12:45sempre com bons olhos, né.
12:47Por isso que eu fiz questão de falar que a gente tem um acordo específico,
12:50que nós devemos e queremos manter esse acordo com a Argentina,
12:54aprofundar, modernizá-lo, inclusive que ele fique ali para além, né,
12:59para o Mercosul, mantendo especificamente, né,
13:02o setor automotivo numa relação bilateral coesa entre os dois países.

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