- há 4 meses
Nos corredores dos ministérios de Brasília, técnicos e políticos discutem sobre a dificuldade em convencer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a alterar a meta fiscal para o ano que vem. Alguns identificaram o problema e entendem que as contas não fecham. O ministro, no entanto, está irredutível. Quem pudesse compartilhar da privacidade dele talvez o visse em frente ao espelho, com as mãos na cintura, repetindo a frase: “Em 2024, vamos zerar o déficit primário. Você consegue”.
Uma voz baixinha, de um humilde desavisado, poderia, na tentativa de ajudá-lo, completar o pensamento: “Para isso, só precisamos de algo em torno de R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões ou R$ 170 bilhões”. Só isso.
Enquanto ministros do governo Lula confidenciam o planejamento de um plano B para quando a conta chegar, Haddad busca as receitas necessárias para fazer frente às despesas “imexíveis” de Lula. Cerca de R$ 25 bilhões com a tributação dos fundos offshore e exclusivos. Outros R$ 50 bilhões com o retorno do voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Agora, só mais um ajuste aqui com a tributação de JCP (Juros sobre Capital Próprio) e, quem sabe, mais uma mordida nos dividendos e, presto! Eis o maior show matemágico da Terra.
O único probleminha para o truque funcionar é que os assistentes de palco não parecem muito coordenados, e talvez alguns precisem de algum incentivo para que a performance convença a audiência. Entre ministérios e cargos dos mais variados escalões aos ajudantes, a equipe econômica tenta emplacar alguma das medidas necessárias.
Até agora, a única que passou é a do arcabouço fiscal, que garante o aumento das despesas acima da inflação e cobra uma meta de resultado primário. A tributação de fundos offshore ainda está à deriva no Congresso Nacional, após ter sido apresentada como MP e depois transformada em PL. É a mesma estratégia que deve ser adotada para a tributação dos fundos exclusivos.
O truque parece funcionar à primeira vista, mas lá se vai o 38º ministério. A audiência? Tentando entender se gosta ou não da apresentação enquanto o locutor repete: “rico no Imposto de Renda e pobre no Orçamento”, em tom hipnótico.
De qualquer forma, o Orçamento aceita como previsão de receita qualquer medida que seja apresentada ao Congresso Nacional. Ressalte-se, apresentada. Mas, para funcionar no ano que vem, o dinheiro vai ter que aparecer — como em um passe de mágica.
O espetáculo, no entanto, foi estrategicamente pensado para agradar à audiência. É só lembrar que, caso a meta não seja alcançada, não há punição prevista, além de uma carta de explicações e pedido de desculpa (quem sabe, acompanhada de um voucher para o próximo show?). Se tudo o mais falhar, bastará uma leve explosão de fumaça para cobrir o descontrole das contas públicas e o desaparecimento do responsável.
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Uma voz baixinha, de um humilde desavisado, poderia, na tentativa de ajudá-lo, completar o pensamento: “Para isso, só precisamos de algo em torno de R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões ou R$ 170 bilhões”. Só isso.
Enquanto ministros do governo Lula confidenciam o planejamento de um plano B para quando a conta chegar, Haddad busca as receitas necessárias para fazer frente às despesas “imexíveis” de Lula. Cerca de R$ 25 bilhões com a tributação dos fundos offshore e exclusivos. Outros R$ 50 bilhões com o retorno do voto de qualidade no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Agora, só mais um ajuste aqui com a tributação de JCP (Juros sobre Capital Próprio) e, quem sabe, mais uma mordida nos dividendos e, presto! Eis o maior show matemágico da Terra.
O único probleminha para o truque funcionar é que os assistentes de palco não parecem muito coordenados, e talvez alguns precisem de algum incentivo para que a performance convença a audiência. Entre ministérios e cargos dos mais variados escalões aos ajudantes, a equipe econômica tenta emplacar alguma das medidas necessárias.
Até agora, a única que passou é a do arcabouço fiscal, que garante o aumento das despesas acima da inflação e cobra uma meta de resultado primário. A tributação de fundos offshore ainda está à deriva no Congresso Nacional, após ter sido apresentada como MP e depois transformada em PL. É a mesma estratégia que deve ser adotada para a tributação dos fundos exclusivos.
O truque parece funcionar à primeira vista, mas lá se vai o 38º ministério. A audiência? Tentando entender se gosta ou não da apresentação enquanto o locutor repete: “rico no Imposto de Renda e pobre no Orçamento”, em tom hipnótico.
De qualquer forma, o Orçamento aceita como previsão de receita qualquer medida que seja apresentada ao Congresso Nacional. Ressalte-se, apresentada. Mas, para funcionar no ano que vem, o dinheiro vai ter que aparecer — como em um passe de mágica.
O espetáculo, no entanto, foi estrategicamente pensado para agradar à audiência. É só lembrar que, caso a meta não seja alcançada, não há punição prevista, além de uma carta de explicações e pedido de desculpa (quem sabe, acompanhada de um voucher para o próximo show?). Se tudo o mais falhar, bastará uma leve explosão de fumaça para cobrir o descontrole das contas públicas e o desaparecimento do responsável.
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NotíciasTranscrição
00:00Antes da gente falar de CPMI, eu queria chamar uma pessoa que todo mundo fica pedindo agora.
00:05Agora é quase que unânime no chat. Cadê Rodrigo Oliveira?
00:09Então, vou te responder agora. Cadê Rodrigo Oliveira?
00:12Boa tarde, Sugupira!
00:16Tudo bom, Rodrigo? Eu estou gostando agora que volta e meia eu te puxo.
00:21Então, está tudo certo.
00:23Antes de CPMI, vamos falar sobre orçamento?
00:25Você publicou no site do Antagonista uma matéria bem interessante, foi quase o Mr. R.
00:33A gente tem o Mr. M, não é? Pois bem, o Antagonista tem o Mr. R.
00:38Falando sobre os ilusionismos lá do Haddad em relação ao orçamento,
00:44o orçamento que tem que ser entregue pelo governo, pela equipe econômica, o Congresso, até amanhã, não é isso, Rodrigo?
00:50Até amanhã. Até amanhã, até o dia 31 de agosto, que é para configurar essa grande peça de magia
00:57que o nosso matemático favorito aí, o Fernando Haddad, vai poder, vai fazer aí para 2024.
01:06Eu escrevi um artigo ontem dizendo justamente isso, tem uma disputa interna do governo,
01:13as alas mais petistas, digamos assim, querem que o Haddad já abandone a ideia da meta de déficit primário zero
01:23no ano que vem, e o Haddad disse que não arreda a pé.
01:27Ontem eles tiveram uma reunião e o Lula, o Haddad usou de toda a confiança que ele tem ainda do Lula
01:33para poder impor essa meta aí de déficit zero.
01:37O Haddad também, obviamente, está calculando aí que ele já sabe que qualquer que seja a meta que ele colocar
01:42vai ficar abaixo, porque as despesas são sempre pouco controláveis nos governos petistas.
01:50Então, ele já sabe que vai ficar abaixo.
01:52E eu acho que o que ele tem medo agora é abandonar a meta de déficit zero já,
01:59e aí ter um problema ainda maior para 2024.
02:01Ficou resolvido, então, o que vai ser?
02:04Ele vai manter a meta, depois ele dobra a meta, se ele chegar no ponto dílmico
02:10de todo esse ilusionismo, todo esse matemagismo que o nosso querido Fernando Haddad está tentando fazer,
02:21mas ele mantém a meta de resultado de déficit primário zero, superávit zero.
02:27Então, você tem contas entre despesas e receitas equilibradíssimas, ali no zero a zero.
02:32E aí vai esperar, que é aí que vem a parte mais mágica dessa conversa,
02:39vai esperar para ver o que acontece com as medidas que vão aumentar a arrecadação,
02:45que prevêem aumento de arrecadação, que é a taxação dos fundos exclusivos,
02:52taxação dos fundos offshore, o CARF, que o governo entende que com a volta do voto de qualidade,
02:59a volta do desempate do CARF em prol do governo, o governo deve conseguir aí uns 50 bi,
03:05a gente falou aqui que é 150, 170, 120, de 100 bi para cima é o que o governo precisa.
03:12De vez em quando essa conta fica mudando, é que nem essas contas que ele faz da arrecadação prevista.
03:18Mas qual é a grande mágica disso tudo?
03:20O orçamento que você vai apresentar até amanhã, que o governo vai apresentar até amanhã,
03:24ele precisa só de uma expectativa de receita.
03:29Olha que coisa bonita se você pudesse fazer isso na sua casa, né?
03:33Você sai comprando, sai gastando e fala, não, olha só, eu acho que eu vou ganhar um aumento ano que vem,
03:39não se preocupe que vai dar para pagar, não precisa cobrar juros, fica tranquilo que vai dar para pagar.
03:44Então, o que o governo está fazendo é, vai trazer o orçamento com expectativa de receita,
03:50já considerando tributação dos fundos offshore, tributação dos fundos exclusivos,
03:57o fim do juros sobre capital próprio, que é um instrumento utilizado aí por algumas empresas
04:03para remunerar o capital investido, como se ele não tivesse, ele poderia ter pego esse dinheiro emprestado,
04:11mas como ele não pegou, ele tem um abatimento no imposto em função disso.
04:17Foi feito lá atrás para recompensar a diferença de correção monetária que você tinha nos ativos,
04:23vai ficar uma conversa muito específica, mas assim, a ideia é que isso é um dividendo também,
04:29pago ao acionista como retorno por esse dinheiro emprestado do acionista para poder investir na empresa.
04:35Então, tem essa ideia de começar a cobrar também, ou terminar, ou finalizar,
04:42ou deixar de existir o tal do JCP, isso tem um impacto direto na Bolsa de Valores,
04:47e em algumas empresas, os bancos parece que conseguiram, o Haddad anda muito próximo do mercado financeiro,
04:55ele tem conversas muito próximas com os grandes banqueiros nacionais,
04:59e os bancos já conseguiram, aparentemente, uma brecha para eles ficarem com o JCP,
05:04mas as outras empresas devem perder boa parte disso.
05:07Além disso, tem tributação sobre dividendos, e o que mais aparecer na cabeça criativa do nosso querido Haddad
05:15e de sua trupe, a equipe econômica do governo federal.
05:20Então, tem tudo isso para colocar no orçamento, mas aí a gente tem que botar,
05:26só deixar os olhinhos, às vezes é aquela coisa do mágico,
05:29você fica olhando para essa mão que ele está mexendo,
05:32e a outra mão é que está fazendo a mágica,
05:35que essa é a arte do ilusionismo.
05:37Então, enquanto olhamos para isso, para o orçamento,
05:41o Haddad vai tentar fazer com que esse dinheiro realmente apareça lá na frente.
05:45Tem que combinar aí com o nosso querido Arthur Lira,
05:47Centrão e Dali Ministério, que você acabou de falar, inclusive, agora,
05:50a gente está quase chegando no recorde da Dilma Rousseff,
05:54de 40 ministérios.
05:56Rodrigo, era até uma coisa que eu queria que você comentasse,
06:01sobre esse possível, estou falando possível porque, enfim,
06:05a declaração de Lula ontem foi sobre uma intenção,
06:07Ministério de Micro e Pequenas Empresas.
06:11Como é que você vê isso?
06:13E, assim, foi uma coisa que me chamou a atenção,
06:15porque o PT e os partidos de esquerda sempre tiveram um discurso muito forte
06:20de fortalecimento das relações de trabalho tradicional.
06:25e aí a fala de Lula ontem foi quase um, seja-se hoje, se mesmo.
06:31Isso.
06:31Não sei se você lembra, não foi?
06:33Isso, foi.
06:35Assim, vamos, o Ministério de Pequenas, Medias Empresas,
06:39não sei exatamente o que é isso,
06:42nessa ideia que o Lula está tendo,
06:44era uma ideia para entregar para o Lira,
06:46o Lira já falou que não quer, isso aí eu não quero,
06:49tem uma brincadeira aí em Brasília, inclusive,
06:51de um pessoal falando, não, o Ministério de Microempresa vai ter micro orçamento,
06:57ninguém quer micro nada,
06:58a gente quer coisa decente para poder tocar.
07:01E aí, essa insistência no MDS, no Ministério de Desenvolvimento Social,
07:05Bolsa Família, que é tocado pelo MDS,
07:08ele tem muita capilaridade,
07:10é um lugar onde você consegue carrear as emendas dos deputados com mais facilidade,
07:17então, o Arthur Lira, que não é bobo nem nada, está lutando por isso.
07:22E toda essa conversa do orçamento, ela esbarra exatamente nisso, né?
07:27Para você conseguir com que esses tributos sejam cobrados,
07:32ou voltem a ser cobrados, ou sejam majorados,
07:35você vai precisar que o Congresso toque.
07:38E o Congresso não está muito afim,
07:40pelo menos por enquanto, não está muito alinhado ideologicamente.
07:45Eu até brinquei no texto ontem,
07:47que são os assistentes de palco,
07:49são aqueles dançarinos e dançarinas que acompanham o Mágico,
07:53eles estão meio dispersos, estão pensando,
07:56poxa, mas a gente podia ter um aumento,
07:57esse trabalho aqui não está legal.
07:59E o Mágico, assim, não consegue disfarçar tudo o que ele precisa
08:02para fazer essas coisas andarem.
08:04Fato é que o governo tem até amanhã para apresentar o orçamento,
08:09portanto, o Lula deve, pelo menos,
08:13deixar bastante amarrado essa história da reforma ministerial
08:17até amanhã, porque ele viaja amanhã,
08:19se não me falha a memória, para o Nordeste,
08:20e o Congresso, obviamente, está todo mundo esperando para saber,
08:24tá bom, vocês querem isso, mas e nós, né?
08:28A gente ganha o quê com tudo isso?
08:30Afinal de contas, o Congresso é o representante
08:33de vários setores da sociedade,
08:35e, obviamente, alguns setores ganham e outros perdem
08:39nessa nova empreitada rumo a novos tributos, né?
08:44E tudo que o Haddad tinha prometido lá no começo do ano
08:47ficou meio parado, né?
08:50O CARF foi e voltou, entrou como MP,
08:53depois voltou como projeto de lei,
08:54talvez seja votado hoje à noite lá no Senado,
08:57o Fundo Offshore Tributação entrou como MP,
09:01voltou, virou projeto de lei agora,
09:02talvez volte aí nos próximos dias,
09:05o Fundo Exclusivo veio como MP,
09:07a gente já acha que vai virar um projeto de lei daqui a pouco,
09:11e assim vai.
09:12Enquanto isso, o aumento de despesas está tudo passando,
09:15aumento para servidor, aumento de salário mínimo,
09:19aumento de Bolsa Família,
09:21ninguém aqui está julgando se isso é bom ou ruim,
09:23o fato é que as despesas estão aumentando
09:26e as receitas não estão acompanhando.
09:30Então, você imaginar que as suas receitas
09:32vão ficar paradas, as suas despesas vão aumentar
09:35num Estado que já era deficitário
09:37e que você vai conseguir tirar da cartola
09:40R$ 100, R$ 120, R$ 150 bilhões no ano que vem,
09:45ninguém acredita mais, na verdade.
09:47E eu acho que nem o Haddad acredita,
09:49ele só está mantendo isso,
09:51que é para ter alguma credibilidade
09:55nessa história da meta fiscal,
09:57que no fim das contas,
09:58e aí vou lembrar também uma outra coisa
10:01que eu coloquei ontem naquele texto,
10:02é que não tem punição.
10:04Se vocês lembrarem aí do arcabouço fiscal,
10:07o arcabouço diz o seguinte,
10:08se não for cumprida a meta fiscal,
10:10tararitararau,
10:12a receita, a despesa só pode subir
10:15até 50% do que subir a receita,
10:17passa de 70% para 50%,
10:19já não cumpriu no passado.
10:22Quer dizer, o que impede de cumprir de novo?
10:24Nada.
10:25E além disso, o presidente,
10:27a equipe econômica tem que mandar um WhatsApp
10:30para o presidente do Congresso Nacional,
10:34falando, olha, mil desculpas,
10:36erramos, mas ano que vem a gente vai tentar mais.
10:39E é isso.
10:40Então, é só jogar uma bolinha de fumaça no chão
10:43e sair correndo para trás da cortina
10:45quando o bicho pegar.
10:46Você falou, só para complementar,
10:49antes de finalizar,
10:50você falou do aumento das despesas.
10:53E a gente viu,
10:54você também acompanhou isso que eu sei,
10:56ontem o Haddad anunciou,
10:58não sei se foi o Haddad
10:59ou se foi o Ministério da Gestão,
11:01agora eu estou até em dúvida,
11:02as cifras de 1,5 bi para aumento do funcionalismo,
11:06não foi?
11:06Ou seja, mais despesas.
11:08E ainda assim,
11:09teve até uma nota de representantes
11:12de entidades de classe
11:13que disseram que esse valor
11:15não preencheria nem 2% do que eles queriam.
11:19Eles queriam um reajuste de 26%
11:21e aí esse 1,5 preencheria cerca de mais ou menos
11:251 ponto, alguma coisa por cento
11:27desse reajuste pedido.
11:29Ou seja, além de tudo,
11:31tem a despesa e tem a cobrança.
11:33Lembrando que o funcionalismo é uma base, sim,
11:35muita gente que integra o funcionalismo
11:37é considerado base de apoio ao governo.
11:40Ou seja, nem assim,
11:42nem na própria base,
11:44Haddad está conseguindo fechar as contas
11:46e amarrar as contas de maneira positiva,
11:48não é, Rodrigo?
11:49Então, e isso é muito ruim, né?
11:52Porque o Haddad conseguiu,
11:53pelo menos por enquanto,
11:54ele conseguiu fazer esse meio de campo, né?
11:56entre a ala mais gastadora
11:58e a ala mais, como é que eu posso dizer,
12:01mais austera fiscalmente.
12:04E aí, sim,
12:05é aquilo que a gente já falou aqui uma vez,
12:07aqui no meio-dia,
12:08que o quanto você gasta,
12:10em que você gasta,
12:12é uma decisão da sociedade.
12:14A sociedade vai decidir se quer,
12:16né?
12:16Saiu o PPA, agora estava lendo
12:18alguns dos pontos do PPA,
12:20dizendo, não, foi democrático,
12:22não sei o quê,
12:23teve não sei quantos congressos,
12:26sei lá como é que chama isso,
12:27e o que foi mais votado
12:29foi que,
12:30desculpa,
12:32meio ambiente, né?
12:36Diminuir a emissão de gases,
12:38cuidar do efeito estufa.
12:40Ora,
12:41então, a sociedade
12:42acha que é mais importante
12:45cuidar do efeito estufa
12:46do que cuidar
12:47de gerar emprego para todo mundo,
12:51do que cuidar
12:51da recuperação do salário mínimo,
12:54do que cuidar
12:54da recuperação
12:56da tabela do imposto de renda,
12:59então,
12:59essas coisas a gente tem que ter
13:00um pouco de cuidado
13:01quando a gente
13:02pega um grupo de pessoas,
13:05põe elas para discutir,
13:06e diz que elas representam
13:07a sociedade.
13:09Não é bem verdade isso,
13:10eu tenho certeza,
13:11se a gente fizer
13:11uma votação
13:13no país inteiro,
13:14acho muito difícil
13:16que efeito estufa,
13:17ou efeito
13:18aquecimento global,
13:20seja uma das prioridades
13:22apontadas pela população.
13:24Mas, mesmo assim,
13:25o que a gente tem
13:26é aquilo, né?
13:27Tem que falar com os nossos deputados,
13:29com os nossos senadores
13:29para poder organizar isso
13:31de uma forma
13:32um pouco mais produtiva.
13:33Enquanto isso,
13:35o Haddad
13:35vai tentando se manter
13:37aí
13:37à frente do cargo.
13:38É claro que ele tem
13:39uma posição que é muito invejada,
13:41não é a de ministro da Fazenda,
13:43e sim à de sucessor
13:45do Lula.
13:47E é isso que incomoda
13:48tanto boa parte
13:49aí das fileiras petistas.
13:53Exatamente.
13:53E Haddad,
13:54bem ou mal,
13:54agora que ele está aprendendo
13:55como é que funciona
13:56essa loucura de Brasília,
13:58na linha de frente.
14:00Exato.
14:00Agora vê como é que ele se sai
14:03como político.
14:05Exatamente.
14:06Até deixa eu fazer
14:07um adendo.
14:08Hoje de manhã
14:08até conversava isso
14:09com o pessoal falando
14:10olha que coisa interessante,
14:12vocês notam como
14:13o Roberto Campos Neto
14:14é um político ruim.
14:17Ele está soltinho,
14:18soltinho,
14:19porque ele saiu muito bem
14:20da história da queda dos juros
14:21e agora toda vez
14:23que ele aparece em público
14:25ele fala mal do fiscal,
14:27quer dizer,
14:28voltando de novo
14:29a artilharia para ele.
14:31Impressionante.
14:32Podia ficar quieto,
14:33só curtir a vida dele
14:34como a pessoa
14:35que baixou o juro
14:36em 0,5 ponto percentual,
14:38mas ele não consegue.
14:40é realmente
14:40um político
14:42de pouca habilidade,
14:45digamos assim.
14:46O peixe morre pela boca,
14:48esse editado,
14:49não lembro exatamente,
14:50mas acho que é o peixe
14:50que morre pela boca.
14:51Exatamente isso.
14:54Está ótimo, Rodrigo.
14:55Rodrigo,
14:56obrigada de novo.
14:57Sempre aqui,
14:58casa aberta para você,
14:59você sabe,
15:00viu?
15:01E novamente,
15:01muito obrigada.
15:03Pode chamar que eu venho.
15:05Até mais.
15:05Até mais.
15:10Tchau.
15:11Tchau.
15:12Tchau.
15:13Tchau.
15:13Tchau.
Recomendado
5:10
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