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Brasil recuou 90 anos ao firmar acordo com a China
O Antagonista
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26/06/2025
O embaixador Paulo Roberto de Almeida analisa a diplomacia do governo Lula.
Assista à conversa completa: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw
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00:00
Embaixador, essa ordem multipolar que foge dos nossos princípios
00:06
está sendo muito empurrada pela China, pela Rússia e o Brasil
00:13
nessa história de gaiato.
00:16
E aí se anunciou recentemente que a gente tem agora a Dilma
00:21
no banco dos BRICS, lá em Pequim,
00:25
e o Brasil parece que vai começar a exportar produtos para a China
00:30
sem usar o dólar.
00:32
Dizem que isso aí reduz os custos de transação.
00:37
Faz sentido? O senhor acha que pode ser positivo?
00:41
Do ponto de vista econômico, pode ser uma boa para o Brasil?
00:46
Não, acredito que é um retrocesso de mais de 90 anos
00:49
no sistema multilateral de pagamentos de Bretton Woods.
00:52
Veja, o mundo do século XIX, que foi o mundo do capitalismo triunfante,
00:57
da burguesia, da revolução do capital, como diria o Eric Hobsbawm,
01:01
um historiador marxista, foi o mundo de uma paz na Europa.
01:05
Nós não tivemos guerras durante 100 anos aproximadamente,
01:09
o mundo da expansão do comércio, da imigração, dos grandes investimentos.
01:13
Todo mundo se beneficiou disso, alguns mais, outros menos,
01:16
mas foi um mundo que funcionou à base da Libra britânica,
01:20
que funcionava na base do padrão ouro, não é?
01:23
Então, durante 130 ou 140 anos, até as vésperas da Segunda Guerra Mundial,
01:29
o comércio internacional era feito em Libras britânicas, em grande medida.
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Aliás, nem em Libras britânicas, porque era um Bill of Exchange,
01:38
cartas de câmbio que eram trocadas na Praça Financeira de Londres.
01:44
Você não transferia mais ouro, como faziam os antigos capitães nos seus navios,
01:49
você simplesmente passava uma ordem telegráfica para Londres,
01:51
transferindo o dinheiro de uma conta para outra,
01:54
e o comércio estava feito, e os investimentos, o pagamento de juros,
01:59
de empréstimos, financiamentos, tudo.
02:01
Isso foi o mundo da Libra britânica durante um século e meio aproximadamente,
02:06
até ser suplantada pelo dólar, a partir do início do século XX,
02:09
quando os Estados Unidos se tornaram a primeira economia mundial,
02:12
o grande exportador, a grande indústria,
02:15
financiaram, aliás, adversários e aliados na Grande Guerra,
02:20
financiavam a Alemanha, a Áustria antes,
02:22
financiaram os aliados, França, Grã-Bretanha, Itália, etc.,
02:27
e depois se tornaram os grandes credores do mundo.
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Então, o mundo passou do domínio da Libra para o domínio do dólar,
02:33
mas apenas a partir de 1939.
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Aliás, nós tínhamos uma delegacia do Tesouro em Londres,
02:39
pagávamos todos os diplomatas e fazíamos todas as operações internacionais
02:42
a partir de Londres.
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Em 1939, transferimos isso para Nova Iorque e passamos a usar o dólar.
02:48
Então, o dólar é o padrão.
02:50
Quer a gente goste ou não, é uma realidade do mundo.
02:54
Se você pensar em todas as cotações de commodities,
02:57
chega, digamos, os grãos em Chicago,
03:02
petróleo em Amsterdã, em Nova Iorque,
03:04
café, metais em Londres,
03:06
todos eles são cotados em dólar,
03:07
mesmo nas transações em outros continentes,
03:10
com países que têm moedas conversíveis, digamos,
03:13
as cotações são em dólar,
03:14
porque é uma realidade inquestionável do mundo.
03:17
E o aparecimento do euro, 20 anos atrás,
03:20
não deu tanta importância ao euro como se poderia esperar.
03:24
O dólar ainda é 60% das reservas internacionais
03:27
e é usado em dois terços das transações internacionais.
03:32
Por que voltar a moedas nacionais, muitas vezes inconversíveis,
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quando você tem uma moeda puramente conversível,
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que não é objeto de manipulação?
03:42
Não existe controle de capitais nos Estados Unidos.
03:45
Eles não manipulam o dólar,
03:47
mesmo que quisesse, não poderia,
03:49
porque eles são um PIB de 23 trilhões de dólares, digamos.
03:53
O FED, o Tesouro americano,
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talvez tenham controle de alguns trilhões de dólares,
03:58
mas o comércio internacional está muito acima disso.
04:01
E as transações financeiras internacionais
04:03
estão em mais de 200 trilhões de dólares por ano.
04:06
Então, não há possibilidade dos Estados Unidos manipular o dólar.
04:10
As moedas da OCDE, em geral,
04:12
são moedas conversíveis dos países membros da OCDE.
04:17
Então, você sair do dólar para adotar moedas nacionais,
04:22
conversíveis ou não,
04:24
é um recuo de 90 anos no sistema de Bretton Woods,
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que significou o fim da bilateralização.
04:30
Nós, nos anos 30, trocávamos produtos brasileiros
04:34
contra produtos alemães da Alemanha nazista
04:36
por renta em marquem e não marcos conversíveis.
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Então, só podíamos usar o saldo das nossas exportações
04:43
para comprar produtos alemães.
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O que se pede agora, talvez, é mais ou menos isso.
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Você vai exportar para a China,
04:50
e nós temos um saldo de 30, 40 bilhões de dólares com a China.
04:54
Será que o renminbi servirá apenas para comprar produtos chineses na China
04:59
ou em alguns outros países que participam do arco financeiro chinês?
05:03
Será que o renminbi poderá ser usado para pagar as importações brasileiras
05:07
na Europa, nos Estados Unidos?
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É duvidoso que isso ocorra.
05:12
A moeda chinesa foi aceita no sistema de contabilidade
05:17
do Fundo Monetário Internacional, faz parte daquelas quatro grandes moedas
05:22
que são usadas para a contabilidade, para os empréstimos, para as operações,
05:27
mas ela não é totalmente conversível e não é aceita como tal
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porque existe uma manipulação do governo.
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E aí tem um fator maior, mais importante.
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Você está falando de exportações, importações,
05:41
que são operações, sobretudo no mercado privado.
05:43
A parte do comércio estatal, digamos, é pequena.
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Ora, quando você abre uma caixa de conversão em real brasileiro
05:53
e em yuan chinês, você tem que passar isso pelo Banco Central.
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Nós já temos uma janela em dólar que faz a contabilidade
06:02
de todo o nosso comércio exterior, de todo o sistema de pagamentos,
06:05
na verdade, todas as finanças externas do Brasil.
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Então você vai abrir uma caixa exclusiva em ien.
06:10
Ora, mas quem vai garantir que entre a exportação,
06:15
o câmbio fixado e o câmbio liquidado
06:18
será feito naquele câmbio fixado 30, 40 ou 60 dias antes,
06:24
como são as letras de câmbio, 30 ou 60 dias de pagamento?
06:29
Os bancos centrais terão que garantir o risco cambial?
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Não é função dos bancos centrais garantir risco de exportador privado.
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Não é função em nenhum lugar do mundo.
06:40
E agora?
06:44
E aí
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