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Notícias
Transcrição
00:00Vamos falar da história do Kim Kataguiri e do Ministério da Verdade.
00:05Teve mais de uma notícia em torno disso hoje.
00:09Explica aí para os nossos espectadores.
00:15É isso.
00:17João, só para a gente ler a nossa matéria sobre o assunto.
00:21O Kim Kataguiri acionou a Procuradoria Nacional da Defesa da Democracia
00:29com uma representação contra o Lula.
00:31Foi disseminar fake news ao afirmar que o impeachment da Dilma seria golpe.
00:35É muito curioso essa situação, Greve, porque o PT, o governo Lula,
00:42tem estabelecido muito essa coisa da narrativa.
00:45Vamos combater fake news e tal, não sei o quê.
00:47Mas o PT colocou uma narrativa de que o impeachment foi um golpe.
00:51Maravilhoso.
00:52É um negócio esdrúxulo.
00:54Enfim, o Kataguiri aqui, ele repite uma acusação leviana em visitar o Uruguai na quarta-feira
01:00e na página oficial do site do governo, que chama o impeachment de Dilma, o serve de golpe.
01:06O mais louco dessa história toda, e é por isso que eu falo,
01:10que o roteirista de Brasil, o roteirista do filme Brasil,
01:13dessa série de Netflix que deixa House of Cards no chinelo.
01:20O outro estilo é maravilhoso, porque assim, vai lá o PT e estabelece,
01:23quer estabelecer quase o Ministério da Verdade, essa Procuradoria de Defesa da Democracia,
01:29e aí o Lula começa a tentar emplacar uma narrativa internacional de que houve golpe,
01:33não houve impeachment, houve golpe, não houve impeachment.
01:36O que faz a oposição?
01:37Já aciona a própria Procuradoria para perguntar,
01:39e aí, isso aqui é impeachment, isso aqui é impeachment, isso aqui é fake news, não é fake news,
01:44e aí, como é que vocês vão responder em relação a isso?
01:47E o mais louco é que, inclusive a gente já falou isso durante a semana,
01:52o deputado Biratan Sanderson, hoje apresentou o pedido de impeachment do Lula
01:58por dizer que impeachment foi golpe.
02:02Então assim, é uma coisa maluca, a gente desculpa a risada,
02:06mas é uma coisa maravilhosa esse Brasil, sabe?
02:08É muito bom, é muito bom.
02:10É uma coisa que você fica meio...
02:11O que que eu... sabe?
02:13Porque isso é a demonstração, assim, Wilson, é...
02:17Papum!
02:20Da maluquice de você criar controles desse tipo.
02:25É óbvio que eles servem para atirar para tudo quanto é lado.
02:30Exato.
02:30Os caras querem...
02:32O PT quer criar isso para controlar a opinião de quem eles não gostam.
02:36Só que o pessoal de quem eles não gostam foi mais rápido e voltou a arma contra eles.
02:42E esse é o problema.
02:43Você nunca sabe como essa arma vai ser usada.
02:45Uma hora vai ser usada contra você.
02:48Então, essa situação que é absurda, mostra o absurdo da ideia.
02:52É isso.
02:56E é uma coisa maluca, né?
02:57Porque existe um princípio no direito norte-americano, né?
03:01Que existe, né?
03:01Acho que você conhece bem, né, galera?
03:03Que é hard kids make bad law, né?
03:05Casos complicados e difíceis criam legislações ruins, né?
03:09É isso, assim.
03:10Os caras querem criar uma legislação com base em uma situação dessa.
03:16Mas, assim, a chance de dar ruim, como dizem os novinhos, é grande.
03:22Tem tudo para dar ruim, sabe?
03:25Agora, o ponto, Greves, de novo, eu acho que assim, nós vivemos desde 2012...
03:33Isso é uma defesa que eu sempre faço.
03:34Desde 2012, o Brasil entrou numa espiral de gambiarras legislativas, jurídicas,
03:46e que a gente não consegue sair, sabe?
03:48Me parece que é quase como aquela série Dark, sabe?
03:51Você sabe, um ponto que leva a outro, que leva a mais outro e vai.
03:55Porque, de puxadinho em puxadinho, a democracia brasileira pariu um ovo de serpente
04:01que agora a gente não consegue dominar mais.
04:03Porque agora você sempre vai ter que achar um outro puxadinho
04:06para tentar resolver o puxadinho anterior, sabe?
04:09E aí, especificamente sobre o caso das fake news, é bom lembrar que essa história toda
04:13de fake news, inquérito, não sei o quê, isso começou com o Dias Toffoli.
04:19Não é novidade do Xandão.
04:20O Dias Toffoli começou com aquela história do inquérito das fake news,
04:25justamente para...
04:26Porque ele tinha um objetivo muito específico de tirar do alma a matéria da revista Cruzoé.
04:31Da revista Cruzoé.
04:33Aquela história do filho do meu pai, sabe?
04:37Enfim, associando o Toffoli ao esquema da Lava Jato.
04:40Então, assim, começou ali aquela brincadeira.
04:43Aí, para defender a democracia, não sei o quê, vamos lá, o plenário do Supremo
04:48regulamentou uma medida de um inquérito que foi instaurado por um ministro do Supremo
04:55e um ministro do Supremo virou investigador, autor da ação penal, julgador.
05:00Quer dizer, começou ali e aí esses instrumentos em nome de defesa da democracia,
05:06na verdade, eles acabam minando a própria democracia.
05:09Exato.
05:11Olha só.
05:12Parafraseando aqui, já que convidaram a nossa biblioteca...
05:15Opa, gostei.
05:18Parafraseando aqui o Levitsky e o Ziblatt, é assim que as democracias morrem, sabe?
05:24É isso, a partir dessa...
05:26Essas confusões.
05:28A partir dessa corrosão do tecido social.
05:30E isso é tácito, sabe?
05:33É tácito.
05:33E para quem duvidava que a biblioteca existe, tá aqui.
05:36A biblioteca existe, inclusive, com referência ao vivo para vocês.
05:39É nada, é o único livro que é de verdade, o resto é tudo foto.
05:43Tudo fake.
05:44É tudo fake.
05:45Olha só, mais uma vez essa história, né?
05:50Timing.
05:51Circunstâncias.
05:53Crise.
05:55A democracia não pode ter a pele tão fininha assim, precisa ter casca grossa,
05:59porque é um regime que é feito para abrigar discordâncias, inclusive as mais radicais.
06:09Sim.
06:09Para dar oportunidade para a alternância de poder entre visões diferentes de mundo e tudo mais.
06:15Se for muito delicadinho tudo...
06:17Ai, você falou uma coisa...
06:20Então, como eu tenho o poder, eu tomo aguadinho e eu vou te pôr na cadeia?
06:25Não dá, cara.
06:28Não pode.
06:28Não dá.
06:29Medidas extremas têm que ser usadas em situações extremas.
06:35Naquele momento em que a reportagem da revista Cruzoé foi tirada do ar,
06:41é muito questionável.
06:44Não é nem muito questionável.
06:45Não tinha situação que justificasse aquilo.
06:50Não tinha.
06:51Tudo bem, já tinha um Bolsonaro começando a enlouquecer, já tinha um monte de coisa.
06:58Mas não existia uma crise política, democrática, que justificasse tirar do ar uma reportagem de revista.
07:09Não tinha.
07:10Eu estou falando de abril de 2019, né, Greve?
07:12Abril de 2019.
07:14Tinha começado o governo há quatro meses.
07:19Não tinha.
07:20Ou seja, circunstâncias.
07:24Tinha crise que justificasse medidas.
07:26Não tinha.
07:27Então, não pode, cara.
07:30Senão, você perde a proporção de tudo.
07:32É isso.
07:32O Brasil não tem proporção.
07:36Chama de golpe a destruição absoluta da Praça dos Três Poderes e chama de golpe um impeachment feito segundo a lei.
07:44Chama de terrorismo.
07:50Sei lá, sabe?
07:51Coisas que não são terrorismo e coisas que são terrorismo também.
07:54É isso.
07:57Não tem proporção mais.
07:59Perdeu-se.
07:59Eu sempre falo o seguinte, Greve, que nesse tipo de debate, acho que a gente está falando tanto hoje sobre isso, mas, enfim, eu acho que falta uma coisa que eu chamo de balizamento, sabe?
08:11Acho que faltam algumas balizas e um pouquinho de ciência, sabe?
08:15Um pouco de ciência não faz mal para ninguém.
08:17Sabe?
08:18Eu acho que um pouquinho de método não faz mal para ninguém.
08:20Por que você está falando assim?
08:22E você está certíssimo.
08:25E principalmente de quem está em posições de poder, de mandar prender e mandar soltar.
08:33Essas pessoas estão obrigadas, numa democracia, a seguir por balizas.
08:39Estão faltando.
08:40Então, elas precisam estabelecer as balizas ou alguém precisa estabelecer para elas.
08:43Não estou falando isso em termos, ah, vamos caçar o mandato dos...
08:50Não é isso.
08:52Mas o Congresso precisa discutir isso, por exemplo, de uma maneira adulta.
09:00Sabe?
09:01Chama lá os caras da STF.
09:03Como é que a gente vai regulamentar essas coisas aqui?
09:06Não sei.
09:07Não é adulto.
09:10Não tem proporção.
09:12Eu vou chorar.
09:13Não, não chore não.
09:14Não chore, cara.
09:15Mas é isso.
09:16Acho que falta um pouco de baliza, sabe?
09:17Porque, de novo, vou pegar conceitos que são básicos.
09:21Não estou falando aqui de coisas complexas.
09:22Estou falando de coisas básicas, sabe?
09:24O que é uma caneca, sabe?
09:26É isso aqui.
09:27Isso é uma caneca, entendeu?
09:29Ah, não.
09:29Caneca é o quê?
09:30Caneca é isso aqui.
09:32É uma caneca?
09:32Não.
09:33Isso aqui é outra coisa.
09:33Não é caneca.
09:34Então, assim, acho que falta a gente estabelecer essas coisas que são meio básicas, sabe?
09:38A gente estava falando ontem da denúncia da Polícia Federal, do inquérito da Polícia Federal sobre a questão Yanomami.
09:47Ah, vamos pedir para a abertura de inquérito por crime de genocídio.
09:50Cara, peraí.
09:50Omissão com pessoas.
09:53Virou crime de genocídio?
09:55Ponto.
09:56Os caras que depredaram lá a Praça dos Três Poderes, né?
10:01Como você falou agora há pouco.
10:03Tem um monte de maluco antidemocrático?
10:05Tem.
10:06Tem um monte de maluco antidemocrático.
10:07Agora, daí para classificar esse maluco como terrorista, sabe?
10:11Há uma diferença, entendeu?
10:13Não estou passando pano para esses caras.
10:14Mas há uma diferença, sabe?
10:17Tipo, a história lá do quartel, sabe?
10:21Um monte de gente que ficou lá durante três meses esperando uma bênção divina chegar.
10:27Ou o Bolsonaro aparecer num cavalo branco com a espada de São Pedro gritando independência ou morte.
10:32O que eu posso classificar daquelas pessoas?
10:35Todos ali são golpistas?
10:37São terroristas?
10:39Não.
10:39Posso classificar de golpista.
10:41Posso classificar de inconformado, de antidemocrático.
10:44Mas terrorista eu acho difícil.
10:45O exemplo do genocídio é outro que a gente estava falando sobre perda de proporção, né?
10:51Exatamente.
10:52A gente perdeu um pouco a...
10:53A gente usa por causa da Covid e usa por causa do Yanomami.
10:58São situações completamente diferentes.
11:01Sabe.
11:01E hoje essa coisa...
11:02A mesma palavra, o mesmo conceito jurídico.
11:06É.
11:06E a questão do, por exemplo, do impeachment ou golpe e tal.
11:11Enfim, impeachment é golpe.
11:12Essa é uma discussão que veio desde a época do impeachment.
11:15Eu lembro que durante as discussões do procedimento de afastamento da Dilma Rousseff em 2016,
11:23a ala anti-PT gritava não vai ter golpe, vai ter impeachment.
11:31O PT falava não, não vai ter golpe.
11:32Então, assim, é uma discussão que desde 2016 já se arrastava, né?
11:37Não é novidade.
11:40Agora...
11:41Olha, sobre isso...
11:42Vou dizer para o PT.
11:44Ah, termina, termina.
11:45Desculpa.
11:45Vou terminar, Pedim.
11:46Porque eu...
11:47E aí, nessa história, eu estava até falando com alguns colegas sobre esse assunto mesmo.
11:51E eu até falei, gente, olha...
11:53Isso é golpe, isso é impeachment.
11:54Isso é uma definição que muito provavelmente vai caber aos historiadores.
11:57Isso é uma questão de história, sabe?
12:02Na década de 30, quando você teve, no primeiro momento, o Hitler fechando todo mundo, sabe?
12:08Fazendo aquela perseguição aos judeus e tal.
12:10No primeiro momento, se falou que era política pública.
12:13Depois se viu que era uma política de extermínio.
12:16Então, assim, é uma questão que, de novo, a história é viva.
12:19Mas isso é uma questão que, de novo, eu gosto de deixar para os profissionais, sabe?
12:23Para o profissional deixar da história.
12:24O cara que vai definir se é golpe, se é impeachment, entendeu?
12:26Para mim foi impeachment, o ponto acabou.
12:29Eu desculpei o discordo de você.
12:31Na pior das hipóteses, aí...
12:33Na pior das hipóteses, você pode ter tido um...
12:36Aqui dando, baixando um pouco, um petista aqui, mas...
12:40Na pior das hipóteses, você pode ter tido um processo ali de...
12:45De fratura de baliza do que leva à perda de mandato presidencial, sabe?
12:51Na pior das hipóteses, sabe?
12:53Fazendo uma extensão, uma interpretação bem difusa do processo de impeachment.
12:58Mas, de novo, com o processo de impeachment, todos nós sabemos que é mais um processo político do que um processo técnico.
13:05Então, assim, não dá para ficar...
13:07Ah, houve golpe, houve golpe, não...
13:08Gente, espera aí.
13:10A Dilma perdeu o apoio do Congresso, perdeu o apoio popular.
13:13O parlamentar não vai carregar um presidente impopular nas costas.
13:16E aí, se criou uma solução para a saída da Dilma Rousseff.
13:20Então, assim, eu vou chamar...
13:22Não era só que o Congresso não ia carregar, né?
13:25O Brasil não conseguia mais carregar a Dilma, né?
13:28Tinha três milhões de desempregados.
13:29Tinha uma situação de penúria desgraçada, né?
13:33Então, ninguém mais conseguia carregar a Dilma.
13:36Exato.
13:37E o congressista vai ficar ali...
13:38Vou carregar...
13:39Não, assim, olha só.
13:39Em nome de uma suposta legalidade, eu vou carregar um peso morto durante mais dois anos e meio.
13:45De novo, era aquele momento em que se sempre analisava o momento histórico, sabe?
13:50Não dá para analisar 2016 com o olhar de 22.
13:53Ou olhar 2016 com o olhar de 12, sabe?
13:57Temos que olhar 2016 com o olhar de 2016.
13:59Aí, isso é fazer justiça com o momento histórico, né, Greve?
14:03Muito bem.
14:04Sobre essa história aí de golpe e impeachment,
14:07Eu gostaria de dizer as palavras imortais do ministro Luiz Roberto Barroso.
14:14Perdeu, Mané.
14:16Tentem o quanto quiserem reescrever a história.
14:21Foi impeachment.
14:23Ponto.
14:24Vamos para o próximo assunto.
14:30Impeachment
14:37O que é o próximo assunto é o próximo assunto.
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