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Governo Lula contraria história da diplomacia brasileira
O Antagonista
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há 6 meses
O embaixador Paulo Roberto de Almeida analisa a diplomacia do governo Lula.
Assista à conversa completa: https://www.youtube.com/watch?v=3S2n8_pCtrw
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00:00
Nosso convidado de hoje é o embaixador, o diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida,
00:06
que é colunista da Cruz OE, escreve regularmente para nós,
00:10
e hoje está com um artigo sobre as relações da Rússia com o Brasil.
00:17
Nós vamos falar com o embaixador sobre essas relações,
00:22
sobre a visita do Lula à China, que foi adiada e deve ser realizada na segunda semana de abril,
00:29
e sobre o papel geopolítico da China atual.
00:33
Vamos chamar, então, o embaixador Paulo Roberto de Almeida para a tela.
00:38
Bem-vindo, embaixador. Boa tarde.
00:40
Alô, Rogério. Alô, Duda. É um prazer estar com vocês novamente.
00:44
Estou à disposição de vocês para uma boa conversa sobre o mundo e o Brasil.
00:48
Perfeito. É um prazer recebê-lo de novo.
00:51
O embaixador esteve no segundo podcast da Atitude, não foi isso, Duda?
00:54
Segundo, isso aí.
00:55
Logo no início das nossas transmissões.
00:59
Então, vou começar, embaixador, perguntando sobre o seu artigo
01:03
publicado na edição desta sexta-feira, 31, da revista Kruzoek.
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Eu, aliás, recomendo que vocês leiam.
01:10
Não só o artigo do embaixador, como a edição toda.
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Está muito boa. Modéstia à parte.
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No artigo, o senhor diz que o chanceler russo, o veterano chanceler de Vladimir Putin,
01:24
Sergei Lavrov, deve vir ao Brasil em abril, provavelmente no dia 17 de abril, e vai ser
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recebido pelo chanceler oficioso Celso Amorim, não pelo chanceler oficial, que é o Mauro Vieira,
01:36
pelo Amorim, que é meio que o...
01:39
O chanceler de fato.
01:40
O chanceler de fato, o ideólogo da política externa do atual governo Lula.
01:44
Nesse artigo, o senhor conta a história de como os BRICS se desenvolveram, como a Rússia
01:55
chegou a fazer parte do G8 e como a situação no mundo evoluiu para o atual conflito, com
02:03
Putin invadindo a Crimeia em 2014, e oito anos depois, a Ucrânia, e a posição de neutralidade
02:15
que o Brasil vem adotando diante de todas essas invasões.
02:21
Já com Dilma Rousseff, que era presidente em 2014, na época da invasão da Crimeia,
02:26
depois com Jair Bolsonaro, cujo governo se encerrou agora no início do ano, e agora com
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Lula, quer dizer, com orientações ideológicas diferentes, a posição básica de alegada
02:36
neutralidade ou imparcialidade do Brasil não mudou.
02:40
Nesse seu artigo, o senhor disse que a diplomacia brasileira enfrenta agora o seu mais relevante
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desafio das últimas décadas.
02:47
Então, eu queria que o senhor explicasse aos nossos espectadores no que consiste esse
02:50
desafio.
02:52
Pois não.
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O desafio consiste na postura brasileira em relação ao mundo, em relação à ONU,
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em relação ao direito internacional, e em relação à sua própria história, da diplomacia
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tradicional.
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Pelo menos desde o final da Guerra do Paraguai, o Brasil é um país que se guia pelo direito
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internacional.
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Já se guiava desde o Império, não é?
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Mas a postura do Brasil ficou mais afirmada a partir da República e a partir do Barão
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do Rio Branco, de 1902 a 1912, e também de Rui Barbosa, que colaborou com ele na primeira
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conferência da Paz da Aia, na segunda conferência da Paz da Aia, em 1907, e depois foi o embaixador
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plenipotenciário do Brasil nas comemorações do primeiro centenário da Argentina, em 1916,
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quando ele pronunciou um famoso discurso sobre os deveres dos neutros, que é um discurso
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que se aplica a hoje, digamos assim, porque na Grande Guerra o Império Alemão invadiu
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a Bélgica, que era neutra, invadiu e destruiu, fez uma mortandade, um morticínio, queimou
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toda a biblioteca da Universidade Católica de Louvain.
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E o Rui Barbosa, o que ele dizia nessa famosa conferência que ele fez na Universidade de
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Buenos Aires, na Faculdade de Direito, ele dizia que entre a justiça e o crime não
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se pode ser neutro, ou seja, a questão da neutralidade ou da imparcialidade.
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O Brasil tinha o dever de afirmar a sua adesão aos princípios do direito internacional, confirmando
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não uma neutralidade hipócrita ou passiva, mas uma neutralidade ativa e, de certa forma,
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favorável ao direito internacional, em defesa da Bélgica.
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E o Rui Barbosa fez com que a posição do Brasil saísse da neutralidade para a denúncia
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e o rompimento de relações com os impérios centrais.
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E o Brasil foi um partícipe, ainda que tardio, na Grande Guerra, na Primeira Guerra Mundial.
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Essa mesma posição do Rui Barbosa, de 1916, foi reproduzida pelo Oswaldo Aranha, quando
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era chanceler no Estado Novo.
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E no ataque japonês à Pearl Harbor, nós éramos neutros, mas nós ficamos solidários
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aos Estados Unidos e, logo em seguida, denunciamos os impérios fascistas centrais,
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Alemanha, Itália e depois o Japão, e fomos à guerra na Itália.
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Ou seja, a diplomacia brasileira seguia pelo direito internacional.
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Tanto é assim que, mesmo o Estado Novo, com simpatias fascistas, não aprovou a ocupação
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da Polônia por Hitler, em 1939.
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O governo do Estado Novo continuou reconhecendo o governo polonês no exílio.
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O governo do Estado Novo tampouco aceitou a incorporação dos três estados bálticos
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à soberania da União Soviética, em 1940.
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Nós continuamos reconhecendo os governos no exílio e mantendo relações diplomáticas
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com os três estados bálticos, até os anos 60, quando o Jânio Quadros reconheceu a União
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Soviética e aí nós deixamos de nos relacionar com os três estados bálticos, com os quais
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nós tivemos relações diplomáticas e consulares durante todo o pós-guerra, não é?
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Então, você veja que a diplomacia brasileira tem princípios, doutrinas, fundamentos jurídicos
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muito bem estabelecidos. E o primeiro rompimento dessa tradição se deu justamente na invasão
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da Crimeia pelo Putin, em 2014, quando a Dilma Rousseff disse que não iria se manifestar
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sobre assuntos internos da Ucrânia, como se a invasão de um país soberano por outro
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fosse um assunto interno, não é? E o mesmo se repetiu agora, de uma outra forma, claro,
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mas a nossa neutralidade hipócrita, eu diria, do governo Bolsonaro, que até se manifestou
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solidário pessoalmente ao Putin, continuou se manifestando atualmente com a invasão da
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Ucrânia, não é? A tentativa de ocupação total da Ucrânia pelo Putin, não está conseguindo,
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mas está destruindo sistematicamente o país, matando a sua população e o Brasil tem o dever
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de sair dessa neutralidade passiva, digamos, e assumir a defesa do direito internacional,
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da Carta da ONU, dos princípios e valores que são os da nossa diplomacia.
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O Duda usou, num podcast sobre a Ucrânia, talvez com o Paulo Filho, não lembro exatamente,
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uma metáfora mais simples. Se a gente vê uma pessoa apanhando de outra na rua e chega e diz
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não, eu sou neutro, nós estamos objetivamente a favor de quem está agredindo, não é isso?
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A posição do Brasil, essencialmente, agora é essa.
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Exato. O Brasil pediu, na última resolução aprovada não pelo Conselho de Segurança,
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mas pela Assembleia Geral, que é, digamos, meramente simbólico, e essa última resolução
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foi aprovada a uma larga maioria, embora muitos tenham ficado neutros, ela dizia que a Rússia
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tem que retirar as suas tropas de ocupação da Ucrânia imediatamente, não é?
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O Brasil até apoiou essa resolução, mas fez questão de introduzir um parágrafo ou uma demanda,
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uma questão que pedia cessação de hostilidades. Ora, o que é cessação de hostilidades?
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É o congelamento das forças aonde elas se encontram no terreno, ou seja, isso é garantir
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a ocupação, de fato, pelas forças russas de mais ou menos 20% do território ucraniano,
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o que significa que eles terão possibilidade de se reagrupar e preparar uma nova ofensiva
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para atacar ainda mais a Ucrânia e continuar destruindo não apenas aqueles 20% do território,
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mas o resto do país.
08:43
Obrigado.
08:44
Obrigado.
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