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  • há 4 meses
O jornalista analisa como será a economia sob Lula e as perspectivas de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.

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Transcrição
00:00Filipe, vamos falar um pouquinho de expectativa em relação ao mercado que abre amanhã,
00:07depois eu vou pedir também a opinião aqui do Rodrigo.
00:11Primeiro, se você viu nesse discurso agora no Palatório alguma nova sinalização,
00:17algo que se possa entender como necessário para a apreciação política.
00:23Eu acho que vale a pena destacar um pouco do que se tinha falado sobre a Janja,
00:30no papel da posse, da transmissão de faixa.
00:35Pelo nível da economia brasileira, pelas dificuldades que a gente vai enfrentar nos próximos anos,
00:41eu tenho uma certa dificuldade em encarar o Haddad como candidato natural à presidência em 2026.
00:47Eu acho que o Haddad é uma figura política, como eu já tinha comentado antes, fraca,
00:53ele não é uma figura política que vá conseguir transmitir esse sentimento populista
01:01que o Lula tem em torno dele, essa organização do governo Lula
01:07e essa conexão com a população e com o eleitorado,
01:12que já foi colocada à prova nessa eleição.
01:14A gente teve um resultado muito fraco por parte do que se esperava.
01:19Eu lembro que no começo do ano a gente tinha pesquisas apontando 20 pontos de diferença
01:24e a gente terminou com uma eleição decidida por dois pontos percentuais, 49 a 51.
01:31E com esse contexto econômico que a gente vai enfrentar do próprio governo Lula e da economia mundial,
01:39eu acho que uma figura como o Haddad não vai ter estofo para disputar a presidência em 2026.
01:47Nesse cenário, valeria mais a pena a gente prestar atenção na Janja.
01:53Como a gente já tinha comentado até pessoalmente,
01:56reeditando uma versão de Perón e Evita,
02:00é bem possível que a gente veja isso no Brasil, sim, em 2026.
02:05Eu não me surpreenderia tanto.
02:07Acho que essa naturalidade com que se vê o Haddad é exagerada.
02:12A gente não vai ter espaço para isso.
02:15Como eu disse antes, eu não vejo o Haddad como uma figura tão radical
02:18quanto boa parte do partido.
02:21Acho que há nomes bem piores dentro do PT,
02:26alguns até nomeados para o próprio ministério do Haddad,
02:29como o Nelson Barbosa, por exemplo.
02:34Mas o próximo governo vai ter uma reforma tributária para enfrentar,
02:40que é muito clara.
02:42Não tem como fugir disso.
02:43Ele vai ter que reeditar a medida do teto de gastos.
02:47A gente já está muito evidente,
02:49foi falado disso no discurso do Lula hoje,
02:53de que o teto de gastos vai ser derrubado.
02:56Isso significa que ele vai ter que implementar outra medida fiscal no lugar.
03:00Provavelmente uma medida paliativa para os próximos anos,
03:04para ver como a economia vai reagir,
03:06como ele vai conseguir conciliar dentro do orçamento
03:09todas essas demandas sociais,
03:13que o populismo econômico dele agrega em torno de si.
03:18Não acho que tenha nenhuma grande novidade para fazer o mercado ir para um lugar ou para o outro amanhã.
03:27Não houve nenhuma mudança significativa em relação a todo o discurso do Lula.
03:32Não há nenhum fato concreto, não há nada tão relevante para movimentar o mercado nesse sentido.
03:39Agora, o que a gente vai ter nos próximos meses é essa batalha de tentar entender a força política do Lula
03:47para conseguir conciliar esses interesses eleitorais que ele tem com a força do Congresso.
03:55Agora, um ponto que eu estava, inclusive, pesquisando agora há pouco, só para confirmar,
04:01mas o orçamento discrecionário da União,
04:04ou seja, aquilo que o governo tem livre para gastar ao longo do ano,
04:10ele está em torno de R$ 89 bilhões.
04:12Isso são sete a oito meses de lucro da Petrobras.
04:18Ou seja, uma única estatal, claro, a maior estatal brasileira,
04:22mas uma única estatal tem mais recursos livres por ano do que o orçamento da União.
04:30Então, se você pegar outras empresas, como é o caso do BNDES,
04:35que deve virar um novo ministério, o governo Lula,
04:38como é o caso da Caixa Econômica, do Banco do Brasil,
04:43de Itaipu, que ainda integra a Eletrobras, não foi privatizada.
04:48Itaipu, o próximo ano, começa a ter R$ 10 bilhões livres,
04:51já que a dívida da hidrelétrica foi paga.
04:57Você começa a ter muitos recursos livres nas mãos de estatais.
05:02Todos os bancos, por exemplo, o Itaú BBA publicou um estudo esses tempos,
05:08que mostra que os bancos públicos brasileiros
05:11devem ter por volta de R$ 2 trilhões
05:15para poderem emprestar e aumentar o crédito na economia.
05:22Ou seja, as estatais brasileiras vão ter muito mais recursos
05:26do que o orçamento da União, que vai estar em disputa,
05:29e que é aquilo que a gente costuma conferir mais.
05:32Então, vale a pena prestar atenção nessas estatais.
05:35Por isso, toda briga para se aparelhar novamente com políticos,
05:42esses bancos e estatais, ou no caso aqui dos bancos.
05:47Muita gente do Banco do Brasil me chamou atenção,
05:49eu estava de folga essa semana, mas saiu a nomeação da nova presidente
05:54do Banco do Brasil, que é apenas uma gerente executiva.
05:57Isso nunca aconteceu, pegar uma pessoa de terceiro escalão
06:00e colocar na presidência do banco, uma coisa que quebra a hierarquia do banco.
06:04E essa quebra sempre tem um objetivo político,
06:07de angariar, primeiro eliminar qualquer possível resistência
06:12de quem está já na cúpula ou próxima cúpula,
06:16e substituir por gente nova e muito ambiciosa
06:19que topa tudo para executar a missão política
06:23dentro à frente, nesse caso aí,
06:27de um banco tão importante como o Banco do Brasil.
06:29Felipe, obrigado pela tua participação aqui na live.
06:33Vai descansar, aproveitar ainda o restinho do domingo.
06:38Valeu, pessoal. Muito obrigado pelo convite.
06:40Sempre à disposição aqui. Abraço.
06:46Legenda Adriana Zanotto
06:53Legenda Adriana Zanotto
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