- 23/06/2025
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NotíciasTranscrição
00:00:00Hoje temos a oitava apresentação desse ciclo de palestras que é organizado pela Faculdade
00:00:10de Comércio de São Paulo, que é apoiada pela Associação Comercial de São Paulo
00:00:15e pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo.
00:00:19Aliás, aqui já quero agradecer o presidente, que é o nosso amigo, o Alfredo Cotait, que
00:00:26é presidente tanto da Federação da FAPESP como da Associação Comercial, e agradecer
00:00:31também o diretor-geral da Faculdade de Comércio, que é o Wilson Rodrigues, e o diretor acadêmico,
00:00:38professor e economista, o doutor Roberto Macedo.
00:00:42O tema de hoje é o novo formato da comunicação.
00:00:47A era digital é um momento de novos desafios para as mídias tradicionais, que também tem
00:00:53o volume, velocidade, os conteúdos que são produzidos e distribuídos de uma forma hoje
00:00:59completamente diferente e numa velocidade completamente diferente.
00:01:04Ao mesmo tempo, cada cidadão passou a ter a possibilidade de se manifestar, fazer publicidade
00:01:11em um veículo totalmente aberto.
00:01:15Nem sempre falando a verdade e muitas vezes desqualificando empresas, instituições e até pessoas.
00:01:21por não ter nenhuma regulação, muitas vezes nós temos assistido até o judiciário tirar
00:01:28do ar alguns veículos, proibir pessoas de se manifestarem, enfim, tomando as medidas que
00:01:35não sei se certas ou não, mas que hoje tem ficado só a critério do judiciário.
00:01:42Tudo isso, claro que a nova informação, vamos dizer, ela não tem mais a mediação dos ditos
00:01:50veículos credenciados.
00:01:52Isso mudou, efetivamente mudou.
00:01:55Se é bom ou se é ruim, isso nós vamos ouvir do Mário Sabino.
00:02:01Mário Sabino é um jornalista de grande experiência e ele passou pelos mais respeitados e qualificados
00:02:10veículos de comunicação brasileiros da imprensa escrita.
00:02:13E hoje ele é o publisher da revista eletrônica que chama-se Cruzoé e também sócio e fundador
00:02:23do jornal O Antagonista.
00:02:26O jornal eletrônico, para mim, é um dos cases de sucesso que nós temos visto nessa transição.
00:02:32Então, Mário, nós queremos ouvir de você como foi passar, você que justamente saiu de
00:02:39uma das mais importantes revistas, se não a mais importante revista brasileira, escrito
00:02:44e de repente estreou no eletrônico, criando o Diogo Mainardi, um veículo importantíssimo
00:02:54que ficou uma referência como O Antagonista.
00:02:58Conta para nós, para todos aqueles que estão nos ouvindo.
00:03:01E obrigado pela sua participação, pela oportunidade que você nos dá.
00:03:08Bom, em primeiro lugar, muito obrigado, Andréia, muito obrigado a todos os envolvidos, organizadores
00:03:14desse ciclo de palestras, da Associação Comercial de São Paulo, a Faculdade de Comércio.
00:03:19É um prazer e uma honra estar aqui para falar para vocês.
00:03:24Bom, eu não sou exatamente um homem digital.
00:03:35Eu vim do analógico, como o Andréia me pontuou.
00:03:38Eu comecei minha carreira em 1984, na Folha de São Paulo.
00:03:44Passei depois pela revista Isto É, pelo jornal Estado de São Paulo e pela revista Veja,
00:03:51onde passei a maior parte da minha carreira.
00:03:53Eu sou um sujeito analógico.
00:03:56Eu comecei em 1984 e eu ainda fazia reportagens, escrevia reportagens,
00:04:04artigos e todo tipo de matéria em máquina de escrever.
00:04:07Então, de fato, eu sou um dinossauro nesse mundo.
00:04:12Mas é um mundo que passou a existir em substituição ao outro.
00:04:19Então, eu tive que me adaptar.
00:04:22Eu acho que o mundo digital, Andréia, ele tem dois tipos de gente nele.
00:04:30Gente que ganha dinheiro...
00:04:31Dinheiro, pois não?
00:04:34Ah, desculpe.
00:04:35Gente que ganha dinheiro, que aprendeu a ganhar dinheiro, a fazer dinheiro no mundo digital,
00:04:43aí você pode incluir, no caso do jornalismo, os tais influenciadores.
00:04:50Você tem as TVs que se transformaram, as rádios que se transformaram em TVs graças ao digital,
00:05:02sem precisar de toda aquela parafernália televisiva.
00:05:07Você tem, no caso das instituições financeiras, bancos digitais, que não existiriam de outra forma.
00:05:16Você tem também as grandes lojas que se fizeram na internet, que adquiriram um outro tamanho na internet,
00:05:31através do e-commerce.
00:05:33Então, essa gente toda, o mundo digital foi um extraordinário mundo novo e positivo.
00:05:41No caso do jornalismo, já é o contrário.
00:05:48A gente está tentando sobreviver no mundo digital.
00:05:53O mundo digital nos tolheu receita publicitária,
00:05:57nos tolheu assinantes, ou pelo menos assinaturas mais caras,
00:06:01que possibilitavam a sobrevivência dos veículos em outras dimensões,
00:06:05em termos de redação, de estrutura.
00:06:09E cada caso é um caso.
00:06:13O que eu posso dizer aqui, eu vou falar de alguns aspectos que nós todos aqui temos em comum,
00:06:20eu digo todos os veículos, e um caso muito particular, que é o caso do antagonista e da Cruzoé.
00:06:28O caso do jornalismo, veja, para vocês terem uma ideia,
00:06:32quando eu trabalhava na revista Veja, e a revista Veja na época tinha uma tiragem de um milhão e duzentos mil exemplares,
00:06:43o que significava uma circulação de quase cinco milhões de leitores,
00:06:51porque a conta que se fazia era que cada exemplar tinha, em média, quatro leitores,
00:07:01duas páginas de publicidade na revista Veja,
00:07:08uma tabela cheia, custavam cerca de trezentos, quatrocentos mil reais.
00:07:16Então, era um negócio estrondoso.
00:07:22Eu me lembro, por exemplo, que, se eu não me engano, foi em 2007, André,
00:07:27a revista Veja, e aqui eu não estou cometendo nenhuma inconfidência,
00:07:32porque já se passaram 14 anos, numa década e meia,
00:07:35então são dados que eu posso abrir sem estar ferindo nenhum tipo de confidencialidade.
00:07:40Eu me lembro que a revista Veja, em 2007, teve um lucro líquido de cento e setenta milhões de reais.
00:07:50Para vocês terem uma ideia, o lucro líquido da revista Time,
00:07:55a maior revista do mundo na época,
00:07:59que tinha uma tiragem quatro vezes maior, em língua inglesa,
00:08:03ou seja, tinha uma disseminação mundial,
00:08:05havia sido de dezoito milhões de dólares.
00:08:08Eu não me lembro aqui exatamente qual era a paridade ali,
00:08:13entre o câmbio, na época, entre o dólar e o real,
00:08:18mas era certamente bem menor do que o de hoje.
00:08:20Então, assim, era um lucro fabuloso,
00:08:23evidentemente fruto de um trabalho conjunto da área editorial,
00:08:28da área comercial, da área de distribuição,
00:08:31da história da revista, mas, enfim, foi o maior lucro obtido.
00:08:35Eu me lembro do Roberto Tivita, o saudoso Roberto Tivita,
00:08:41brindando conosco o extraordinário sucesso que nós havíamos alcançado,
00:08:47tanto em termos editoriais como em termos financeiros.
00:08:50Então, eram...
00:08:52E os números dos outros veículos não eram tão vistosos,
00:08:56mas, certamente, também eram muito bons.
00:08:59Ou seja, você chegou a ter jornais no país,
00:09:02que, por uma série também de ações de marketing e tudo mais,
00:09:05como o caso da Folha de São Paulo,
00:09:07chegou a ter um milhão de exemplares por dia.
00:09:11E, hoje, todo mundo diminuiu de tamanho e alguns até desapareceram.
00:09:20Porque, de fato, hoje o impresso é quase um...
00:09:25É só custo, praticamente, hoje, para as grandes empresas jornalísticas.
00:09:30Porque você tem ali uma gama de leitores
00:09:33que ainda está apegada ao papel,
00:09:36mas que, certamente, não estará mais dentro de algum tempo.
00:09:40E será substituída por gerações que nem sabem o que é papel.
00:09:46Outro dia mesmo, aqui na redação do Antagonista,
00:09:48um colega meu abriu um jornal em papel e eu achei estranho.
00:09:51Até fotografei.
00:09:53Bom, agora, o que isso implica?
00:10:00Implica, no mundo digital, você já não consegue ter mais...
00:10:05Conseguir, em termos de publicidade,
00:10:07você não consegue mais os valores que você tinha no impresso.
00:10:12Você não consegue mais cobrar os mesmos valores.
00:10:15E, na outra ponta, você também não tem mais o anunciante
00:10:18querendo pagar, disposto a pagar o valor que ele pagava pelo impresso.
00:10:23O que parece um pouco interessante, né?
00:10:25Quer dizer, curioso, porque no digital o alcance é muito maior,
00:10:30teoricamente, é muito maior do que no impresso.
00:10:32Mas todos esses valores, sejam os tangíveis, sejam os intangíveis,
00:10:38eles foram subvertidos pelo mundo digital.
00:10:41Então, hoje, um anúncio, um banner, num site,
00:10:46obviamente, não custará o mesmo que as duas páginas,
00:10:50uma página dupla da Veja, impresso,
00:10:53ou de qualquer outro veículo impresso,
00:10:56de 15, 20 anos atrás.
00:11:00É muito menos.
00:11:01Inclusive, porque os veículos podem fazer acordos diretos com o anunciante,
00:11:08os tais deus,
00:11:12mas esses deus não chegam nem perto do que pagavam
00:11:16essas empresas para os veículos impressos.
00:11:19No entanto, a venda direta, como a gente chama,
00:11:24costuma ser uma parte apenas do que nós faturamos.
00:11:31Eu digo nós, todos os veículos digitais.
00:11:35Uma grande parte da receita é obtida pela chamada mídia programática.
00:11:41O que é a mídia programática?
00:11:42Você tem o Google e uma série de empresas que concorrem com o Google
00:11:48e que são acionadas pelos anunciantes,
00:11:52ou vão até os anunciantes,
00:11:54e vendem aos anunciantes o seguinte.
00:11:56Bom, você anuncia conosco,
00:11:58eles são intermediários, certo?
00:12:00São os pulverizadores de publicidade.
00:12:02Você anuncia conosco, você nos paga um X,
00:12:06e nós colocamos isso em centenas de sites.
00:12:11Os sites que você quiser.
00:12:14Certo?
00:12:14E aí, desse dinheiro, os veículos ficam com uma parte ínfima.
00:12:22Ínfima.
00:12:24Então, nós temos o primeiro problema.
00:12:28Você tem uma receita publicitária que é muito menor,
00:12:33mas muito menor do que na época do impresso.
00:12:36Porque você tem anunciantes não querendo pagar o valor que pagavam,
00:12:43e você tem esses intermediários que ficam com boa parte da receita publicitária,
00:12:49e que são capazes de colocar isso em infinitos lugares, infinitos sites.
00:12:56Então, você está dividindo uma receita com outros sites.
00:13:01Bem, isso é um aspecto.
00:13:04Outro aspecto é que o mundo digital criou uma fantasia.
00:13:10A fantasia é que existe o almoço de graça.
00:13:15Muito pouca gente hoje está disposta a pagar por informação.
00:13:20Informação virou uma commodity sem valor.
00:13:24Eu digo informação jornalística.
00:13:25Porque, de fato, no mundo digital, a informação chega ou gratuitamente,
00:13:33nós mesmos, no Antagonista.
00:13:36O nosso site é um site, a matriz dele é gratuita,
00:13:40nós fizemos spin-offs desse site gratuito, que são sobre assinatura,
00:13:47mas uma boa parte dos sites ou é completamente aberta,
00:13:51ou deixa uma parte do seu conteúdo aberta.
00:13:53E você tem as redes sociais, que replicam rapidamente as informações que são apuradas pelos jornais.
00:14:02Mas as redes sociais viraram em si fonte de informação,
00:14:08porque lá você tem muitos políticos, esportistas, artistas, empresários,
00:14:14que se comunicam diretamente com o público.
00:14:18Agora, como você falou, fez menção aí, tocou nesse assunto,
00:14:22você tem também muitas notícias falsas, notícias sem apuração.
00:14:29No entanto, André, eu gostaria aqui de dar uma má notícia,
00:14:33porque, apesar de tudo, apesar de todas as fake news, os malefícios que elas causam,
00:14:43toda a tentativa de legislar, impedir que elas sejam disseminadas,
00:14:50a verdade é que a maior parte das informações disseminadas nas redes sociais
00:14:57são verdadeiras, e o que torna as redes sociais competidoras dos jornalistas,
00:15:07dos veículos de comunicação.
00:15:10Sabe, assim, associa-se a rede social a fake news, na maior parte das vezes.
00:15:14De fato, há um grande número de fake news.
00:15:16Mas a maior parte do conteúdo que está nas redes sociais não é fake news.
00:15:22Essa é que é a verdade.
00:15:24Essa é uma verdade até que poucos jornalistas estão dispostos a pronunciar.
00:15:30Porque nós temos tudo a perder com isso.
00:15:33Então, é um mundo complicado,
00:15:38no qual nós todos estamos tentando sobreviver
00:15:43e ao qual nós todos estamos tentando nos adaptar.
00:15:47É uma adaptação contínua.
00:15:56Os formatos ainda não estão definidos e são muito mutáveis.
00:16:01Você pode perceber isso nos jornais,
00:16:04você pode perceber isso nos jornais que nasceram no impresso,
00:16:08nos sites que nasceram já no digital, obviamente,
00:16:11nas rádios que se transferiram para o digital.
00:16:13Os caminhos estão sendo tentados.
00:16:18Por exemplo, um dos caminhos mais recentes são os podcasts.
00:16:26Podcasts.
00:16:26É um tal de podcast para lá, podcast para cá.
00:16:29Todo mundo gosta de podcast e tal.
00:16:30Mas a verdade é que ninguém ganha dinheiro com podcast.
00:16:34A não ser influenciadores.
00:16:36Eu estou falando aqui de veículos de imprensa.
00:16:39Não ganha pelo menos o dinheiro suficiente para bancar os seus custos.
00:16:42Mas a gente vai tentando.
00:16:45Provavelmente amanhã não será podcast, será outra coisa,
00:16:47porque eu já não sei o que é.
00:16:49E ninguém sabe.
00:16:52Bom, temos ainda mais uma questão no mundo digital,
00:16:57que é o monopólio do Google.
00:17:03O Google, ele virou sinônimo de internet.
00:17:11Então, como veículos de informação, o Google é capaz de fazer viver
00:17:21ou fazer morrer um veículo de comunicação.
00:17:26No caso do antagonista, no início, nós fomos muito bem tratados pelo Google.
00:17:32O Google nos colocava muito em evidência.
00:17:38E nós nos transformamos num 15 dentro do Google.
00:17:41Mas a partir de 2020, o Google mudou o seu algoritmo.
00:17:49E com isso, nós e uma boa parte dos veículos, perdeu a audiência.
00:17:55Quando o Google muda o algoritmo, você pode ganhar ou você pode perder.
00:18:03Nós perdemos, em outras ocasiões nós ganhamos.
00:18:07E com menos audiência, não se trata apenas de ter menos influência jornalística.
00:18:13Até porque nós não perdemos a nossa influência jornalística,
00:18:16porque continuamos com um público muito grande.
00:18:17Mas você perde receita.
00:18:20Por quê?
00:18:20Porque cada vez que você olha um bannerzinho ali,
00:18:25você está gerando uma receita para o site.
00:18:29E se você clica, melhor ainda.
00:18:35Quando você tem menos gente olhando os banners,
00:18:39e menos gente clicando os banners,
00:18:41obviamente você tem uma receita menor.
00:18:44O Google é um monstro para o bem ou para o mal.
00:18:55Certo?
00:18:55Porque ele é quem determina, ao colocar ali em evidência,
00:19:00mais em evidência ou menos em evidência,
00:19:02quem é importante e quem não é importante.
00:19:06Independentemente da importância intrínseca de cada veículo.
00:19:09Então, é mais uma variante com a qual nós temos que lidar.
00:19:15Ou seja, é mais ou menos, Andréia,
00:19:18como se você fizesse um jornal, uma revista,
00:19:23um bom jornal, uma boa revista,
00:19:25e muitas vezes não tivesse banca,
00:19:28banca de jornal para distribuir.
00:19:31Estou fazendo aqui uma analogia com o impresso,
00:19:34com o mundo que já praticamente não existe mais.
00:19:36É uma questão que está colocada, não só no Brasil, certo?
00:19:42E, inclusive, por que esses motores de busca,
00:19:47e o Google é praticamente o único motor de busca,
00:19:51vamos falar a verdade,
00:19:53eles não pagam pelo conteúdo que eles veiculam.
00:19:59Então, olha, eu diria que é quase o golpe do século,
00:20:03porque eles fazem dinheiro com publicidade,
00:20:06inclusive porque todos os seus concorrentes
00:20:09são obrigados a fazer os leilões por espaço
00:20:16no marketplace do Google.
00:20:19É o Google que distribui as notícias
00:20:25e não paga nada por isso.
00:20:27Então, ele ganha na publicidade,
00:20:30ele determina quem é mais importante,
00:20:32quem não é mais importante.
00:20:33Hoje, ele é alvo, inclusive, de investigações e de questionamentos,
00:20:39até porque o conflito de interesses está claro,
00:20:46porque se ele é o grande anunciante
00:20:49ou o grande intermediário de anúncios
00:20:52e, ao mesmo tempo, ele é o grande difusor dos sites,
00:20:57de notícias,
00:20:58ele está nas duas pontas.
00:21:01Então, ele pode estar privilegiando onde ele ganha mais,
00:21:04por exemplo.
00:21:07É uma questão que está colocada.
00:21:10Para escapar um pouco desse círculo,
00:21:16diante das reclamações e dos questionamentos todos,
00:21:21tanto o Google quanto as redes sociais,
00:21:23que também veiculam notícias,
00:21:25eles agora estão pagando alguns veículos,
00:21:30um valor mensal,
00:21:34um contrato, em contratos,
00:21:36para colocar esses veículos
00:21:38no que eles chamam de bancas,
00:21:43ou seja, mais em evidência,
00:21:44nos sites,
00:21:48nos motores de busca e nas redes sociais.
00:21:50Mas é um dinheiro que, mesmo assim,
00:21:53não cobre as necessidades do jornalismo.
00:21:57Jornalismo, gente, é uma atividade cara.
00:22:00Se você faz jornalismo mesmo,
00:22:02é uma atividade cara,
00:22:04porque você exige adestramento dos profissionais
00:22:07para fazer, por exemplo, reportagens investigativas,
00:22:10para você ter bons artigos de opinião.
00:22:13Isso requer formação.
00:22:14E você requer tempo.
00:22:17Uma reportagem investigativa demanda tempo.
00:22:20Então, muitas vezes, o repórter fica
00:22:21de três, muitas vezes, meses,
00:22:24três a quatro meses,
00:22:25para fazer uma reportagem,
00:22:27para reunir os documentos, evidências,
00:22:28checar, apurar, entrevistar.
00:22:34E, muitas vezes, então, ele sai do dia a dia
00:22:37para fazer essas reportagens de longo fôlego,
00:22:40de um fôlego mais longo, longo curso.
00:22:43Então, é uma atividade cara.
00:22:44Veja, quem está nos assistindo ou nos ouvindo
00:22:49pode achar que isso aqui é um vale de lágrimas.
00:22:53Agora, tem um aspecto também, um aspecto positivo.
00:22:57Eu, por exemplo, hoje,
00:22:58só posso ser dono de um jornal porque eu não preciso comprar papel,
00:23:07eu não preciso imprimir, eu não preciso distribuir.
00:23:11Para vocês terem uma ideia da mudança de paradigma,
00:23:20a revista Veja, sobre a qual eu posso falar com mais propriedade,
00:23:25porque passei quase 20 anos lá,
00:23:27e da qual eu fui o número dois, o redator-chefe.
00:23:30O papel era comprado, não sei hoje, o papel era comprado, André, na Finlândia,
00:23:39porque a Finlândia tem um tipo de pinheiro lá que faz um bom papel para a revista.
00:23:43Então, veja só, o pinheiro do qual o papel da Veja era extraído demorava 40 anos
00:23:50para crescer, para ficar no tamanho exato para ser cortado.
00:23:56Esse pinheiro, então, depois de 40 anos, era cortado, certo?
00:24:00A tora tinha que ser transportada num caminhão até uma fábrica,
00:24:08uma indústria, para que esse tronco fosse transformado,
00:24:13a celulose desse tronco fosse transformada em papel, certo?
00:24:17Esse papel vira uma bobina,
00:24:19aí pegavam essa bobina, colocavam num caminhão, ou num trem,
00:24:26que é transportada até o porto, mais próximo,
00:24:32colocado, içado, essa bobina, para ser colocada num navio.
00:24:38O navio vinha para o Brasil, demorava 10 dias,
00:24:44talvez até mais, para chegar ao Brasil.
00:24:46Essa bobina, para ser descarregada em Santos,
00:24:52demorava um tempo, porque tinha uma papelada burocrática.
00:24:57Depois, sei lá, de uma semana,
00:24:59essa bobina finalmente era liberada,
00:25:03colocada num outro caminhão,
00:25:04que subia a Serra de Santos e até a sede da Abril,
00:25:11a gráfica da Abril, na Marginal Tietê.
00:25:14Essa bobina era colocada na máquina,
00:25:16tinha que fazer toda uma regulagem na máquina, certo?
00:25:19Depois, imprimia-se o papel dessa bobina,
00:25:22cortava-se o papel dessa bobina,
00:25:24para fazer os cadernos da revista.
00:25:26Uma vez a revista confeccionada,
00:25:29era colocada outra vez em caminhões,
00:25:33para ser transportada para aeroportos,
00:25:38ou era colocada em carros, bicicletas,
00:25:41enfim, outra vez para distribuir essa revista.
00:25:43Olha só o gasto, o custo disso,
00:25:47inclusive o custo ambiental,
00:25:49que foi deixado de lado,
00:25:52que foi cancelado,
00:25:52que foi eliminado com o mundo digital,
00:25:56com o jornalismo digital.
00:25:59Você não precisa de mais nada disso.
00:26:02Você, com um clique,
00:26:04você dissemina a sua notícia,
00:26:06você distribui a sua notícia
00:26:08para uma audiência infinitamente maior,
00:26:13em alguns casos,
00:26:15do que você conseguia ter
00:26:18com os veículos impressos.
00:26:21Então, isso, de fato,
00:26:24isso foi o que permitiu, obviamente,
00:26:25a um sujeito como eu,
00:26:28que sou jornalista,
00:26:29sempre fui jornalista,
00:26:30nunca fui empresário,
00:26:31construir o meu negócio,
00:26:34e assim como permitiu também a outros.
00:26:37Agora, se você é uma grande empresa
00:26:39que ainda está no papel,
00:26:40como é o caso dos grandes jornais,
00:26:43você ainda tem um custo enorme com o papel,
00:26:46e que o digital não é capaz de cobrir.
00:26:50Porque esse percurso que eu falei,
00:26:54guardadas as devidas e eventuais diferenças,
00:26:57é mais ou menos o mesmo.
00:26:59A árvore tem que crescer,
00:27:00você tem que cortar a árvore,
00:27:01tem que transformar o tronco em celular,
00:27:03depois pegar o papel,
00:27:05celulose em papel,
00:27:07enfim,
00:27:07e aí o processo todo já foi descrito.
00:27:10Bom, isso é um aspecto geral.
00:27:17No que se refere especificamente ao antagonista,
00:27:21eu não sei se será do interesse da nossa audiência,
00:27:28eu posso dizer que,
00:27:30eu posso contar um pouquinho a história do antagonista.
00:27:32Interessa a vocês saber?
00:27:33Eu não estou ouvindo o André.
00:27:40Oi, me ouve?
00:27:41Agora ouço.
00:27:43Queria fazer um comentário.
00:27:45Ah, pois não.
00:27:46Interessa saber, sim,
00:27:47a história do antagonista,
00:27:48porque ele aponta para o que será o futuro.
00:27:51Mas eu acho,
00:27:52essa coisa que você falou do Google,
00:27:55do?
00:27:56Olha, do Google,
00:27:57do monopólio da distribuição.
00:28:00Sim.
00:28:00E também,
00:28:02nós vivemos duas fases,
00:28:04eu acho que a gente viu,
00:28:06acho que nos anos 60,
00:28:07nos Estados Unidos,
00:28:08com as telefônicas,
00:28:10a Bell Company,
00:28:11que tinha o monopólio da telefonia nos Estados Unidos,
00:28:14e obviamente,
00:28:16depois também,
00:28:18que tinha acontecido no início do século,
00:28:20mas nos anos 60 ou 70,
00:28:22veio a lei antitrust
00:28:24e criou as Baby Bells,
00:28:26dividiu a South Bell,
00:28:29eu acho que chamava assim,
00:28:30se não me engano.
00:28:31Aqui no Brasil,
00:28:32nós tivemos também,
00:28:34uma coisa menos sofisticada,
00:28:36mas você deve,
00:28:37claro que você conhece a história,
00:28:39e quem contava com muita graça,
00:28:40isso era o saudoso Roberto Tiviton,
00:28:44a máfia das bancas de jornal,
00:28:47quando eram os imigrantes italianos que tinham.
00:28:49Então,
00:28:50era quem pagava mais,
00:28:51tinha o jornal em cima da pilha,
00:28:54sei lá o quê.
00:28:54E também isso acabou sendo regulamentado,
00:28:57até porque informação é um negócio muito importante,
00:29:02eu acredito que acontecerá isso mais para frente.
00:29:05Vai ter que ter,
00:29:07você não pode ter o mundo na dependência do que um menino decide que pode,
00:29:13que vai melhor ou que vai melhor,
00:29:15até porque o algoritmo também,
00:29:17ele acabou nivelando todo mundo,
00:29:19o bom jornalismo e o péssimo jornalismo.
00:29:22Se ele for isento,
00:29:24mas de repente,
00:29:25está lá na prioridade a porcaria,
00:29:28e todo mundo é obrigado a ler aquele troço.
00:29:30Então,
00:29:31eu acho que há uma esperança aí para frente,
00:29:34de que isso deve ser,
00:29:36deve ser,
00:29:38de alguma forma,
00:29:41deve esbarrar na lei antitrânsito.
00:29:43Mas eu queria saber então,
00:29:45olhando para o futuro,
00:29:46e justamente o antagonista,
00:29:48como ele começou e como ele pegou tão rápido?
00:29:54Olha, André,
00:29:54nós,
00:29:57em 2014,
00:29:59eu estava de volta da França,
00:30:02onde eu era correspondente da Veja.
00:30:06E foi lá,
00:30:09até,
00:30:10aliás,
00:30:11justamente pela distância geográfica,
00:30:14que eu aderi aos jornais digitais,
00:30:16porque, obviamente,
00:30:17eu não ia ter informação do Brasil
00:30:19para o jornal impresso.
00:30:23E foi ali,
00:30:25apesar da Veja já contar com o site,
00:30:28é que eu percebi, de fato,
00:30:29que o mundo havia mudado.
00:30:30Eu precisei tomar distância mesmo,
00:30:33literalmente,
00:30:34de uma redação para entender
00:30:36que o mundo havia mudado.
00:30:37todos os jornais demoraram muito
00:30:39para entender isso,
00:30:40no Brasil, principalmente.
00:30:41Apesar de nós já termos o exemplo
00:30:45dos Estados Unidos,
00:30:47onde esse processo já havia começado
00:30:49dez anos antes,
00:30:50quer dizer,
00:30:51as revistas,
00:30:52no caso,
00:30:53eram o nosso foco de atenção,
00:30:55a revista Time,
00:30:56Newsweek,
00:30:57elas declinaram,
00:30:59o impresso praticamente acabou.
00:31:01Elas foram ficando fininhas,
00:31:02sem anúncio.
00:31:03Mas nós aqui ainda estávamos
00:31:05no nosso cercadinho,
00:31:11e num cercadinho
00:31:11que ainda era muito bom.
00:31:12Então, a gente não percebeu isso.
00:31:14Bom, quando eu fui para Paris,
00:31:16sem ser correspondente,
00:31:18eu tive que me digitalizar,
00:31:21digamos assim.
00:31:22E aí percebi que
00:31:24eu tinha que seguir esse caminho,
00:31:27apesar das minhas resistências,
00:31:32porque eu também sou um escritor,
00:31:33eu gosto de papel,
00:31:34eu vivi no papel,
00:31:36eu cresci no papel,
00:31:37me formei no papel.
00:31:40Bem,
00:31:42quando eu voltei de lá,
00:31:45eu,
00:31:46em função aí
00:31:47das minhas necessidades
00:31:52na carreira,
00:31:54políticas,
00:31:55eu já não tinha trabalho aqui.
00:31:59E a Veja já estava
00:32:00num processo de enxugamentos,
00:32:03enfim,
00:32:04de declínio.
00:32:06Então,
00:32:07juntamente com o Diogo Mainardi,
00:32:09que é meu amigo de infância,
00:32:11e que foi colunista da Veja,
00:32:14nós resolvemos fazer alguma coisa
00:32:17na área digital.
00:32:18assim, começou assim,
00:32:21a gente,
00:32:22ah, bom,
00:32:22vamos lá,
00:32:22vamos ver o que a gente pode fazer com isso aqui.
00:32:27E nós começamos em 1º de janeiro,
00:32:29em 2015,
00:32:30com um propósito político muito claro,
00:32:32que nós deixamos claro,
00:32:33que era
00:32:35aderir ao impeachment
00:32:37da então presidente da República.
00:32:42Até porque
00:32:43era uma briga,
00:32:45e o André sabe disso,
00:32:46era uma briga muito de foice ali,
00:32:48ou era matar ou morrer,
00:32:49mesmo, né?
00:32:50Então,
00:32:50a gente estava nessa luta aqui,
00:32:52pessoal,
00:32:53quase.
00:32:54Enfim,
00:32:55em função do cobertor do mensalão,
00:32:57né?
00:32:57De todas as brigas,
00:33:02né?
00:33:02que eu tive,
00:33:04e o Diogo também,
00:33:05ainda na Veja.
00:33:07Bom,
00:33:07resolvemos fazer um antagonista,
00:33:10nós contamos com a ajuda
00:33:12de um amigo do Lucas Mendes,
00:33:16que tinha lá uma empresa
00:33:17de fazer site,
00:33:20né?
00:33:21Que fez lá um site para a gente,
00:33:25e nós começamos em 1º de janeiro de 2015,
00:33:27como eu disse,
00:33:28não sabendo muito
00:33:29que caminho iríamos seguir, né?
00:33:32Então,
00:33:32o que a gente sabia
00:33:34é que a gente ia comentar
00:33:35o que saía nos jornais.
00:33:39Comentar o que ia sair nos jornais,
00:33:40de uma maneira,
00:33:42ele,
00:33:42o Diogo é o estilo dele,
00:33:43eu é o meu estilo,
00:33:44mas a ideia era fazer uma coisa muito curta.
00:33:47Textos curtos.
00:33:49Por quê?
00:33:50Porque,
00:33:51obviamente,
00:33:51as pessoas já não têm mais
00:33:52a mesma atenção,
00:33:54e o mesmo tempo que tinham,
00:33:56né?
00:33:56Isso foi uma coisa que a gente notou logo no início,
00:33:59para ler reportagens muito extensas,
00:34:02ou artigos muito extensos.
00:34:04Eu estava na estreia do site,
00:34:09embora já não fosse mais correspondente à Veja,
00:34:11mas por questões familiares,
00:34:13eu já estava,
00:34:14eu estava em Paris,
00:34:15quando nós começamos.
00:34:17E calhou,
00:34:19Andréa,
00:34:19de ocorrer o primeiro atentado,
00:34:23o atentado justamente a um órgão de imprensa,
00:34:25que foi o Charlie Hebdo,
00:34:28um jornal satírico,
00:34:30que foi atingido duramente,
00:34:32teve a sua direção dizimada
00:34:34por fundamentalistas islâmicos.
00:34:36eu estava jantando
00:34:40perto da minha casa,
00:34:46com o sogro,
00:34:47sogra,
00:34:48enfim,
00:34:49e quando eu vi aquilo,
00:34:51você pode imaginar o espanto que foi,
00:34:54a comoção,
00:34:54o tumulto que foi,
00:34:56eu voltei para casa,
00:34:57e comecei a noticiar
00:35:01tudo o que eu via,
00:35:02tudo o que eu ouvia,
00:35:04e amigos passando informações e tudo mais,
00:35:07sobre o atentado.
00:35:08E eu tendo a crer,
00:35:10salvo engano,
00:35:11que eu fui o primeiro jornalista brasileiro
00:35:13a noticiar o atentado ao Charlie Hebdo.
00:35:17E nós começamos a perceber
00:35:19que a audiência aumentou,
00:35:22aumentou bastante.
00:35:23E eu comecei a fazer posts muito pequenos,
00:35:25muito curtos,
00:35:27era uma sucessão de posts.
00:35:29Eu não esperava consolidar
00:35:31uma série de informações
00:35:33para escrever uma matéria mais longa.
00:35:35Eu fui escrevendo,
00:35:37no calor da notícia,
00:35:39posts muito curtos.
00:35:42Alguns de três linhas,
00:35:45duas linhas.
00:35:47E isso trouxe uma audiência,
00:35:52naquele momento, espantosa.
00:35:54E foi aí que nós percebemos
00:35:56que o que nós havíamos previsto
00:36:00para opinião,
00:36:02valia também para o noticiário.
00:36:05Ou seja,
00:36:05se nós fizéssemos notícias curtas
00:36:09e dividíssemos,
00:36:12decupássemos a notícia
00:36:14em três ou quatro posts,
00:36:16as pessoas prestariam mais atenção
00:36:20e leriam mais rapidamente
00:36:22e com mais interesse
00:36:23do que grandes matérias.
00:36:29A partir daí,
00:36:30então,
00:36:31a fórmula foi feita.
00:36:34Nós chegamos a essa fórmula
00:36:35de fazer posts,
00:36:37posts curtos,
00:36:38muitas vezes dividindo uma notícia.
00:36:41Então, por exemplo,
00:36:41no antagonista,
00:36:42um julgamento do Supremo
00:36:44não rende uma matéria
00:36:45em que você descreve
00:36:47o julgamento inteiro
00:36:48ou duas.
00:36:49Não.
00:36:50É de, assim,
00:36:51um ministro faz uma intervenção,
00:36:53nós noticiamos.
00:36:55O outro ministro faz outra,
00:36:56a gente noticia.
00:36:57Aí noticia o resultado,
00:36:58o resultado
00:36:59à medida que ele vai saindo.
00:37:01E isso foi um achado,
00:37:06juntamente com o nosso formato,
00:37:10que é o scroll infinito,
00:37:13que é perfeito para o celular.
00:37:17As pessoas viviam fazendo sites
00:37:20pensando principalmente
00:37:22nos desktops.
00:37:25Nos desktops.
00:37:27Nós partimos diretamente
00:37:30para o celular.
00:37:31Não que a gente...
00:37:31A gente tem também
00:37:32versão para desktop,
00:37:33como sabe o leitor do antagonista.
00:37:35Mas a gente resolveu
00:37:37privilegiar o celular.
00:37:39E essa foi a chave.
00:37:41Então, a nossa fórmula é...
00:37:44Hoje a gente tem que ter...
00:37:45Até por questões do Google,
00:37:47o Google nos obrigou
00:37:48a fazer posts maiores,
00:37:50porque senão ele não distribui.
00:37:51Aí entra aí o tal do algoritmo.
00:37:54Certo?
00:37:54Mas a nossa chave
00:37:57foi fazer posts curtos,
00:38:00decupando notícias.
00:38:03E, muitas vezes,
00:38:06a nossa fórmula inclui
00:38:08um pequeno comentário crítico.
00:38:10Pequeno.
00:38:11Às vezes é uma frase
00:38:12no final
00:38:14de cada matéria.
00:38:16Obviamente,
00:38:19pelas minhas características,
00:38:21pelas características do Diogo,
00:38:23pelas características do Cláudio Dantas,
00:38:25que se agregou a nós,
00:38:26e de demais profissionais
00:38:28que também agora trabalham conosco,
00:38:31nós temos uma...
00:38:33Nós somos sarcásticos,
00:38:34nós somos irônicos,
00:38:37nós...
00:38:37Enfim, isso também ajudou,
00:38:39obviamente,
00:38:39a pegada,
00:38:41digamos assim,
00:38:42do antagonista,
00:38:43ajudou a que ele
00:38:44fizesse um sucesso,
00:38:46um sucesso muito rápido.
00:38:48Porque nós
00:38:49não vendemos a ideia,
00:38:51e aqui,
00:38:52enfim,
00:38:53aí cada um
00:38:53vende o seu peixe,
00:38:56ou tem a sua fórmula,
00:38:58mas nós não vendemos a ideia
00:38:59de que nós somos
00:39:00imparciais.
00:39:02Nós não somos imparciais.
00:39:04Nós somos absolutamente
00:39:06parciais
00:39:07na fiscalização do poder.
00:39:09O que significa isso?
00:39:11Nós temos lado, sim.
00:39:13E deixamos claro
00:39:14que temos lado.
00:39:14O nosso lado
00:39:15é o lado
00:39:16da democracia representativa.
00:39:19O nosso lado
00:39:20é do capitalismo.
00:39:23O nosso lado
00:39:24é da meritocracia
00:39:25e o nosso lado
00:39:27é da honestidade.
00:39:29Nós não transigimos
00:39:30com isso.
00:39:31Por isso mesmo,
00:39:33nós,
00:39:34nessa história
00:39:35que já tem sete anos,
00:39:37quase sete anos,
00:39:40nós
00:39:40ganhamos e perdemos
00:39:43muitos leitores.
00:39:44Muitas vezes
00:39:44perdemos mais do que ganhamos.
00:39:46Porque
00:39:46nós começamos,
00:39:49porque vimos
00:39:50o tamanho da lambança,
00:39:51pedindo o impeachment
00:39:54de uma presidente
00:39:55da república,
00:39:56depois nós nos postamos,
00:39:58apesar de todas as
00:39:59virtudes do governo,
00:40:01quando veio à tona
00:40:03uma série de denúncias
00:40:04e de malfeitos
00:40:05cometidos pelo presidente
00:40:07que sucedeu
00:40:08a que foi impedida.
00:40:11Nós também
00:40:11nos posicionamos contra.
00:40:13No caso do Bolsonaro,
00:40:16nós,
00:40:16no início,
00:40:17a diferença
00:40:19de boa parte
00:40:19da imprensa,
00:40:21nós nunca fomos
00:40:22bolsonaristas,
00:40:22mas nós
00:40:23não
00:40:26defendemos
00:40:28a legitimidade
00:40:28da candidatura
00:40:31do Jair Bolsonaro,
00:40:31porque ele era um
00:40:32candidato legítimo,
00:40:34ao contrário
00:40:35do que fazia crer
00:40:36muitos veículos
00:40:36de imprensa.
00:40:37Então,
00:40:37aí,
00:40:38obviamente,
00:40:38uma vez que ele
00:40:39tomou poder
00:40:40e começou a tomar
00:40:41as atitudes
00:40:42que ele tomou,
00:40:43nós passamos
00:40:44a nos opor
00:40:45a ele,
00:40:45a ser críticos
00:40:46ferozes dele,
00:40:47e assim vai.
00:40:49E assim vai.
00:40:50Então,
00:40:51nós não nos declaramos,
00:40:53assim,
00:40:53nós não nos obrigamos,
00:40:55entendeu?
00:40:55Se o sujeito ali,
00:40:58se a gente noticia
00:40:58que o sujeito
00:41:00cometeu
00:41:00ou foi condenado,
00:41:02que ele cometeu
00:41:03efetivamente
00:41:04lá um crime,
00:41:05nós não nos sentimos
00:41:06obrigados
00:41:07a ouvir
00:41:08o outro lado,
00:41:08porque o fato
00:41:10está dado,
00:41:11o sujeito
00:41:11foi condenado.
00:41:13Então,
00:41:15eu até brinco,
00:41:17viu, André,
00:41:18porque é como,
00:41:19existe aí um cacuete
00:41:21hoje no jornalismo,
00:41:22que é o outro ladismo,
00:41:23que é mais ou menos
00:41:24assim,
00:41:25eu fico imaginando
00:41:25um jornalista desses
00:41:26hoje cobrindo
00:41:27o tribunal
00:41:28de Nuremberg,
00:41:29que julgou
00:41:30os nazistas,
00:41:31os chefes nazistas
00:41:32no final
00:41:34da Segunda Guerra.
00:41:35Então,
00:41:35assim,
00:41:35o Goebbels
00:41:39é condenado,
00:41:42a gente vai ouvir
00:41:42o advogado Goebbels
00:41:43para dizer que Goebbels
00:41:44é inocente?
00:41:46Não,
00:41:46isso não existe,
00:41:48né?
00:41:49Embora
00:41:49o tribunal
00:41:50de Nuremberg,
00:41:52enfim,
00:41:53tenha aí
00:41:54um certo revisionismo,
00:41:55não para justificar
00:41:56o nazismo,
00:41:57né?
00:41:58Mas,
00:41:58mas para
00:42:00para criticar
00:42:02alguns aspectos
00:42:03ali do direito,
00:42:04digamos assim,
00:42:05mas de qualquer maneira,
00:42:06eram monstros
00:42:07que estavam sendo julgados
00:42:09com os crimes
00:42:10sobejamente
00:42:11provados,
00:42:13né?
00:42:14Não teria sentido
00:42:15ouvir a defesa
00:42:16do Goebbels,
00:42:17né?
00:42:20Enfim,
00:42:20eu estou aqui
00:42:21usando um exemplo
00:42:22paraclístico,
00:42:23né?
00:42:25Deixa eu pedir
00:42:26não estou
00:42:31ouvindo,
00:42:32não ouço.
00:42:36Como eu já
00:42:37tive em governo
00:42:38um período,
00:42:39então eu posso te dizer
00:42:40que eu gosto
00:42:41do outro lado,
00:42:42acho importante,
00:42:43porque tem casos,
00:42:44claro,
00:42:45você aí foi
00:42:45para a questão
00:42:46do tribunal
00:42:47de Nuremberg,
00:42:48mas na notícia
00:42:49do dia a dia,
00:42:50do cotidiano,
00:42:51a gente sabe
00:42:51que tem muitas,
00:42:53vamos dizer,
00:42:54tem interpretações,
00:42:55tem plantações
00:42:56e tem tudo isso daí
00:42:57que independe
00:42:59do jornalista,
00:43:00inclusive.
00:43:00Claro, claro.
00:43:01Tem jornalista também.
00:43:03Não, não,
00:43:03eu acho,
00:43:04olha,
00:43:05as fontes
00:43:06são publicadas,
00:43:07o que é importante
00:43:07é uma boa apuração.
00:43:09Exato, exato.
00:43:11Isso que é o fundamental,
00:43:13né?
00:43:14Exato.
00:43:14ouvir o outro lado,
00:43:16não é que nós
00:43:17ouvimos também
00:43:18o outro lado,
00:43:19mas quando eu falo
00:43:20em outro ladismo
00:43:21é levar isso
00:43:21às raias do absurdo,
00:43:23né?
00:43:23É isso que eu quero dizer.
00:43:26Então,
00:43:27é nesse aspecto aí
00:43:29que eu me concentrei.
00:43:31Não,
00:43:32ficou claríssimo.
00:43:33Temos algumas perguntas,
00:43:35Mário?
00:43:36Eu tenho aqui
00:43:37umas,
00:43:38uma que eu até,
00:43:40com um comentário,
00:43:42mas com uma pergunta,
00:43:42porque realmente
00:43:43as pessoas querem
00:43:44informação de qualidade.
00:43:46Todo mundo quer
00:43:47informação de qualidade,
00:43:49mas nem sempre
00:43:49estão dispostas,
00:43:50ou quase nunca
00:43:51estão dispostas
00:43:52a pagar por isso.
00:43:53E é engraçado
00:43:54que pagavam
00:43:55até pouco tempo atrás.
00:43:58E, pelo outro lado,
00:43:59os grandes distribuidores
00:44:00que vivem
00:44:02desse conteúdo
00:44:04de qualidade
00:44:04também
00:44:06não são a fim
00:44:07de remunerar
00:44:08a altura
00:44:11o conteúdo
00:44:12de qualidade.
00:44:13Por isso que eu tenho
00:44:14a convicção
00:44:15de que virá
00:44:16alguma coisa
00:44:17pela frente,
00:44:18porque,
00:44:19como você disse,
00:44:20nós não vamos voltar
00:44:21a plantar árvore,
00:44:24esperar 40 anos,
00:44:25cortar árvore,
00:44:27levar para o porto,
00:44:28em cima do caminhão,
00:44:29vai para o porto,
00:44:30anda 30 dias de navio,
00:44:31enfim,
00:44:32todo aquele ciclo
00:44:33para depois cortar.
00:44:34E tem a questão ambiental
00:44:36também,
00:44:37independente
00:44:37de ser árvore
00:44:38plantada ou não.
00:44:39então,
00:44:40a racionalidade
00:44:41vai ter que prevalecer
00:44:43e a qualidade
00:44:43de informação
00:44:44é essencial
00:44:46no mundo moderno,
00:44:47não só
00:44:47no dia a dia
00:44:49das pessoas,
00:44:49mas para tudo,
00:44:50para negócios,
00:44:51para política.
00:44:52Então,
00:44:53vai acabar tendo
00:44:54algum filtro.
00:44:55Eu acho que volta,
00:44:56de certa forma,
00:44:57uma intermediação
00:44:59credenciada,
00:45:01quem sabe,
00:45:01não por meia dúzia
00:45:02de veículos,
00:45:03mas eu acho
00:45:03que os jornalistas
00:45:04se credenciarão
00:45:06junto à sociedade.
00:45:07Claro que vai ter
00:45:08muda a quantidade,
00:45:12eu acho,
00:45:13mas alguma coisa
00:45:14acontecerá
00:45:15para fazer
00:45:15um filtro
00:45:16daquilo que é
00:45:18a boa informação.
00:45:19Mas a minha pergunta
00:45:20também
00:45:21é qual
00:45:23você acha
00:45:23que é o perfil
00:45:25do profissional,
00:45:27já que nós falamos
00:45:28da boa apuração,
00:45:29etc.
00:45:30Qual o perfil
00:45:31do profissional,
00:45:33é uma pergunta
00:45:33do Hubert Alquemes,
00:45:35do futuro,
00:45:36todas essas mudanças,
00:45:37qual é o perfil
00:45:39do novo profissional
00:45:40da empresa,
00:45:40do profissional
00:45:41do futuro
00:45:42para a empresa,
00:45:43para a boa notícia?
00:45:48André,
00:45:48assim,
00:45:50como eu tenho
00:45:52uma equipe
00:45:52e contratos
00:45:53jornalistas,
00:45:54tudo mais,
00:45:57eu continuo
00:45:57procurando
00:45:58o mesmo tipo
00:45:59de profissional.
00:46:02Antes de mais nada,
00:46:03o jornalista
00:46:04tem que ser íntegro,
00:46:05antes de ser
00:46:07um bom jornalista,
00:46:08ele tem que ser
00:46:08uma boa pessoa,
00:46:10porque a gente
00:46:11está lidando
00:46:11muito diretamente
00:46:14com a realidade.
00:46:16Mesmo que o jornalismo
00:46:17seja esse primeiro
00:46:18rascunho da história,
00:46:19como dizia
00:46:20um editor
00:46:21do Washington Post,
00:46:23a gente tem que ser
00:46:25o mais preciso possível
00:46:26nesse rascunho.
00:46:27eu acho
00:46:31que o profissional
00:46:32do futuro
00:46:37é o mesmo
00:46:37profissional do passado
00:46:38no que se refere
00:46:39à sua base,
00:46:42a sua base moral
00:46:43e a sua base cultural
00:46:45e educacional.
00:46:47É preciso,
00:46:48veja,
00:46:48se você opta
00:46:50pelo jornalismo escrito,
00:46:51você tem que saber
00:46:52português,
00:46:53o que está cada vez
00:46:54mais difícil.
00:46:55os jornalistas,
00:46:58como eu costumo dizer,
00:47:00cada vez mais
00:47:00escrevem com as patas.
00:47:02É um negócio
00:47:02complicado,
00:47:04terrível,
00:47:05terrível,
00:47:06a vida de um editor
00:47:06é terrível
00:47:07e está piorando,
00:47:08porque a gente
00:47:09está pagando
00:47:09o preço
00:47:10da falta de escola,
00:47:11assim como
00:47:11todas as outras profissões,
00:47:13inclusive a classe política.
00:47:17Como a escola afundou,
00:47:18obviamente,
00:47:19está pagando
00:47:19por esse afundamento
00:47:21agora.
00:47:23Então,
00:47:23eu acho
00:47:24que se você
00:47:26tem um jornalista
00:47:27que tem
00:47:27uma boa capacidade
00:47:30de leitura,
00:47:32de síntese,
00:47:33de transformar,
00:47:37de traduzir
00:47:37na palavra
00:47:38escrito
00:47:38aquilo que ele apurou,
00:47:40aquilo que ele
00:47:41ouviu,
00:47:42aquilo que ele leu
00:47:43em documentos
00:47:45e tudo mais,
00:47:46já é
00:47:47o que sempre foi.
00:47:49É o que sempre foi.
00:47:50Agora,
00:47:51isso eu estou falando
00:47:52de jornalismo escrito.
00:47:53jornalismo
00:47:54televisionado,
00:47:56seja pela televisão,
00:47:57seja pela internet,
00:47:59no fundo,
00:47:59acaba sendo a mesma coisa
00:48:00hoje em dia.
00:48:02De fato,
00:48:03eu acho que hoje
00:48:05as novas gerações
00:48:06têm,
00:48:07em geral,
00:48:08uma capacidade
00:48:09de se fazer
00:48:12ouvir
00:48:13um tipo de linguagem
00:48:16que eu,
00:48:16por exemplo,
00:48:16não tenho.
00:48:17Nós não temos
00:48:18a linguagem
00:48:19do YouTube,
00:48:20não temos.
00:48:21eu não sei fazer,
00:48:22eu sei fazer isso
00:48:23que eu estou fazendo aqui,
00:48:24ficar falando,
00:48:25mas não é exatamente
00:48:26assim
00:48:27que funciona.
00:48:29Basta ver
00:48:30todos esses
00:48:30influenciadores.
00:48:32Então,
00:48:32há jornalistas
00:48:33que têm
00:48:34a bossa,
00:48:36que adquiriram isso,
00:48:37até porque cresceram
00:48:38já nesse meio digital,
00:48:40são muito mais jovens,
00:48:42que têm
00:48:43essa capacidade
00:48:44de comunicação
00:48:45pela internet,
00:48:46que requer um tipo
00:48:47de linguagem
00:48:47que um jornalista
00:48:48mais antigo
00:48:50como eu
00:48:50não tem.
00:48:51Alguns até
00:48:52são capazes
00:48:53de adquirir,
00:48:53eu não sou,
00:48:54mas eu também
00:48:55não campo
00:48:55chegado em vídeo.
00:48:56Então,
00:48:57há programas
00:49:00na Europa,
00:49:01por exemplo,
00:49:02de grandes
00:49:03sucessos,
00:49:04programas de televisão,
00:49:06em que você tem
00:49:07o repórter,
00:49:09que ele mesmo
00:49:10é o cameraman,
00:49:11e que vai
00:49:13fazer entrevista
00:49:14e ele mesmo
00:49:14monta.
00:49:16Então,
00:49:16talvez,
00:49:16o que eu posso dizer,
00:49:17a quem perguntou,
00:49:19é que,
00:49:21muito provavelmente,
00:49:24o jornalista
00:49:25que é capaz
00:49:26de ser câmera,
00:49:28de ser o apresentador,
00:49:31de ser o repórter,
00:49:32de ser o entrevistador,
00:49:33ou seja,
00:49:34que tenha recursos técnicos
00:49:35mais completos,
00:49:38esse talvez seja
00:49:39porque vai custar menos,
00:49:40é simples assim,
00:49:42porque ele vai custar menos
00:49:43para a empresa.
00:49:45Então,
00:49:45eu acho que talvez
00:49:46seja isso.
00:49:46agora,
00:49:47sempre tendo essa base,
00:49:48o esperado é que ele tenha
00:49:50essa base cultural,
00:49:51educacional
00:49:52e de caráter.
00:49:55Professor Wilson,
00:49:56vamos lá,
00:49:57tem pergunta dos alunos
00:49:58e sua pergunta também,
00:50:00suas perguntas.
00:50:00bom, obrigado André,
00:50:03e agradeço também o Sabino,
00:50:05estou aqui encantado
00:50:06com a sua palestra,
00:50:09Sabino,
00:50:09e quero lhe dizer
00:50:10que por certos alunos
00:50:12também da Faculdade do Comércio
00:50:13estão bastante felizes
00:50:14e eu estou vendo aqui
00:50:16os comentários
00:50:16no nosso chat,
00:50:18estão acompanhando
00:50:18atentamente,
00:50:20quero dizer que eu
00:50:20acompanho o trabalho
00:50:21de vocês,
00:50:23tenho lá,
00:50:24fico recebendo
00:50:25as atualizações
00:50:26do antagonista
00:50:27ao longo do dia,
00:50:28então eu posso dizer
00:50:29que eu estou sempre
00:50:30bem informado,
00:50:31bem informado,
00:50:34claro,
00:50:34porque o antagonista
00:50:35é uma fonte
00:50:36de informação séria,
00:50:37como eu estava dizendo
00:50:38há pouco,
00:50:39quando você vai buscar
00:50:39um profissional,
00:50:40você procura
00:50:41aquele bom profissional,
00:50:43não importa se hoje
00:50:44a coisa está digital
00:50:45ou não,
00:50:45mas o que importa
00:50:46é que o profissional
00:50:47tem que ser honesto,
00:50:47tem que ser sério
00:50:48e o antagonista
00:50:49ele é sinônimo disso,
00:50:51olha só Sabino,
00:50:54eu fiquei na verdade
00:50:56aqui bastante concentrado
00:50:58no momento da sua palestra
00:50:59que você fala
00:51:00dessa questão
00:51:01do Google
00:51:01banir conteúdos
00:51:04ou tentar assim
00:51:05ofuscar algumas
00:51:07páginas
00:51:08ou sites
00:51:09ou conteúdos
00:51:10e tal,
00:51:10isso é um debate
00:51:12no mundo inteiro hoje,
00:51:13eu conheço pessoas
00:51:14que trabalham no Google,
00:51:15tem alguns amigos
00:51:16que trabalham lá
00:51:17e um dia eu descobri
00:51:18que na verdade
00:51:19esse, digamos,
00:51:20esse tribunal
00:51:21de inquisição
00:51:22do Google,
00:51:23o tribunal de ética
00:51:24do Google,
00:51:24vamos dizer assim,
00:51:25na verdade é um tribunal
00:51:26composto por alguns jovens
00:51:28que ficam detectando
00:51:29conteúdos
00:51:30que na visão deles
00:51:34são conteúdos perigosos
00:51:36e a partir daí
00:51:37eles vetam
00:51:38esses conteúdos
00:51:39e às vezes
00:51:41quem foi vetado
00:51:42não tem nem muito
00:51:43uma opção
00:51:43de contestar
00:51:47aquilo
00:51:47ou responder
00:51:48aquilo,
00:51:49enfim.
00:51:49e daí surge
00:51:51esse debate
00:51:52no mundo hoje
00:51:52se é necessário
00:51:53ou não
00:51:54uma regulamentação
00:51:55mais pesada
00:51:56da mídia,
00:51:57se a gente
00:51:58tende a transformar
00:51:59isso em lei
00:52:00propriamente,
00:52:01para que haja
00:52:02então um procedimento
00:52:03determinado em lei
00:52:05para que esses
00:52:06grandes veículos
00:52:07ou esses motores
00:52:08de busca
00:52:09possam então
00:52:10atuar
00:52:12não
00:52:13de modo
00:52:14deliberado
00:52:15ou discricionário,
00:52:16mas atuar
00:52:16com base
00:52:17em um texto
00:52:17escrito
00:52:18na forma
00:52:18de lei.
00:52:19Eu queria saber
00:52:20qual é a sua
00:52:20opinião sobre isso?
00:52:21Se a gente
00:52:22deve ter uma
00:52:23regulamentação
00:52:23nesse sentido
00:52:25ou você acha
00:52:26que a imprensa
00:52:27tem de ser livre
00:52:28e não pode
00:52:28haver uma
00:52:29regulamentação?
00:52:30Qual que é a sua
00:52:31visão sobre isso,
00:52:32Sabino?
00:52:32Obrigado pela pergunta
00:52:34Wilson
00:52:35e pela audiência
00:52:36e pelos elogios
00:52:36eu fico muito lisonjeado
00:52:38muito estimulado
00:52:39também
00:52:39eu posso falar
00:52:43por mim
00:52:44porque eu sei
00:52:44que há
00:52:45alguns colegas
00:52:47inclusive aqui
00:52:48no site
00:52:48que não são
00:52:49da mesma opinião
00:52:50pelo menos
00:52:50quando escrevem
00:52:51parece não ser
00:52:51da mesma opinião
00:52:52embora
00:52:55que eu
00:52:55dirijo
00:52:56o site
00:52:57não necessariamente
00:53:01todo mundo
00:53:02tem que andar
00:53:02em ordem unida
00:53:03preciso respeitar
00:53:04a liberdade
00:53:05de cada um
00:53:05também
00:53:06eu sou
00:53:07absolutamente
00:53:08contra
00:53:09qualquer
00:53:10regulação
00:53:11nesse sentido
00:53:13qualquer
00:53:14regulação
00:53:15qualquer regulação
00:53:17nesse sentido
00:53:17levará
00:53:19ao risco
00:53:20levará
00:53:22ao risco
00:53:22de descambar
00:53:23para a censura
00:53:24e nós
00:53:26já vivemos
00:53:27essa censura
00:53:27você falou
00:53:28de como
00:53:29as coisas
00:53:30funcionam
00:53:30no Google
00:53:31de fato
00:53:31é uma
00:53:32empresa
00:53:33absolutamente
00:53:34não tem
00:53:34transparência
00:53:35você não sabe
00:53:35quais são os
00:53:36critérios
00:53:36de mudança
00:53:37do algoritmo
00:53:38obviamente
00:53:40tem uma
00:53:41interferência pessoal
00:53:41inclusive porque
00:53:42quem faz
00:53:43os algoritmos
00:53:43esse conjunto
00:53:45lógico
00:53:46que privilegia
00:53:48ou determina
00:53:49que alguém
00:53:49não pode
00:53:50aparecer
00:53:51são pessoas
00:53:52com ideário
00:53:54com pauta
00:53:56ideológica
00:53:57então é impossível
00:53:59quando se fala
00:54:01o algoritmo
00:54:02eu costumo chamar
00:54:03o algoritmo
00:54:04do Google
00:54:04é o algoritmo
00:54:05da Silva
00:54:05o senhor
00:54:06algoritmo
00:54:07da Silva
00:54:07que em algum
00:54:08momento
00:54:08resolveu
00:54:10que você
00:54:11é legal
00:54:11e outras vezes
00:54:12você resolveu
00:54:13que você
00:54:13não é legal
00:54:13enfim
00:54:14eu sou contra
00:54:16olha
00:54:16eu diria
00:54:17eu cheguei
00:54:19a expressar
00:54:20essa minha
00:54:21preocupação
00:54:21ao ministro
00:54:23do Supremo
00:54:23Tribunal
00:54:24Federal
00:54:24eu estou
00:54:25muito
00:54:25preocupado
00:54:26com a
00:54:26liberdade
00:54:26de expressão
00:54:27no Brasil
00:54:27porque
00:54:29a pretexto
00:54:31de combater
00:54:31fake news
00:54:32nós poderemos
00:54:35censurar
00:54:36o que não é
00:54:37fake news
00:54:37aliás
00:54:38isso já
00:54:38aconteceu
00:54:39comigo
00:54:39eu gostaria
00:54:41de lembrar
00:54:42aqui o episódio
00:54:43da censura
00:54:44revista
00:54:44cruzoé
00:54:45em 2019
00:54:46quando nós
00:54:47trouxemos
00:54:48uma capa
00:54:49com o ministro
00:54:49do Supremo
00:54:50Tribunal
00:54:50Federal
00:54:50que havia
00:54:51aparecido
00:54:52lá nos
00:54:53documentos
00:54:53da Lava Jato
00:54:54nós
00:54:57trouxemos
00:54:57essa reportagem
00:54:58essa reportagem
00:55:00foi
00:55:01censurada
00:55:02pelo Supremo
00:55:03Tribunal
00:55:03Federal
00:55:04no âmbito
00:55:06de um inquérito
00:55:07que está aberto
00:55:07até hoje
00:55:08aberto de ofício
00:55:09pelo Supremo
00:55:11Tribunal
00:55:11Federal
00:55:11e a reação
00:55:14foi tamanha
00:55:16ainda bem
00:55:17da imprensa
00:55:17que percebeu
00:55:18ali o perigo
00:55:18que o ministro
00:55:21se viu
00:55:21obrigado
00:55:22a levantar
00:55:23a censura
00:55:23contra a
00:55:25cruzoé
00:55:25e eu fui parar
00:55:26na Polícia Federal
00:55:27aliás
00:55:27é pela segunda vez
00:55:28na democracia
00:55:30brasileira
00:55:31eu
00:55:32fui parar
00:55:33na Polícia Federal
00:55:34uma vez como
00:55:35redator-chefe
00:55:36da Veja
00:55:36outra vez
00:55:36como
00:55:37editor
00:55:38da Antagonista
00:55:40da Cruzoé
00:55:41na Polícia Federal
00:55:44por
00:55:44sabe-se lá
00:55:45por quê
00:55:46porque nós
00:55:46simplesmente
00:55:47publicamos
00:55:48reportagens
00:55:49verídicas
00:55:50baseadas
00:55:50em documentos
00:55:51de apuração
00:55:52séria
00:55:53jornalística
00:55:54então
00:55:54eu sou um exemplo
00:55:56infelizmente
00:55:58um exemplo
00:55:59vivo
00:55:59de como
00:56:00a pretexto
00:56:01de se combater
00:56:01fake news
00:56:02a pretexto
00:56:04de haver um filtro
00:56:05que tire a sujeira
00:56:07né
00:56:08na verdade
00:56:09isso pode
00:56:10descambar
00:56:11pra censura
00:56:12censura
00:56:13censura
00:56:14censura
00:56:15né
00:56:15então
00:56:15não acho
00:56:16que tenha
00:56:17que ter
00:56:17uma regulação
00:56:17inclusive
00:56:18porque
00:56:18regular
00:56:19a internet
00:56:20e aí
00:56:21redes sociais
00:56:23motores de busca
00:56:24sites
00:56:24e tudo mais
00:56:25é regular
00:56:25o mundo
00:56:26né
00:56:26como você
00:56:28você não
00:56:29o mundo
00:56:29tem regras
00:56:30tem leis
00:56:31mas assim
00:56:31não é que
00:56:32você possa impedir
00:56:33o mundo
00:56:33de existir
00:56:34você não impede
00:56:35o mundo
00:56:36em que o mundo
00:56:37abrigue
00:56:38gente boa
00:56:38gente ruim
00:56:39gente honesta
00:56:40gente desonesta
00:56:41eles existem
00:56:42agora
00:56:42para isso
00:56:44já existe
00:56:44uma legislação
00:56:45né
00:56:46existe a legislação
00:56:47que pune
00:56:48quem comete
00:56:49calúnia
00:56:50difamação
00:56:52certo
00:56:53e esse tipo
00:56:55de
00:56:55faz acusação
00:56:56falsa
00:56:57isso já
00:56:58essa legislação
00:56:59já é suficiente
00:57:00agora
00:57:01é óbvio
00:57:02nós vivemos
00:57:02um momento
00:57:03político
00:57:03em que
00:57:04houve um
00:57:04exacerbamento
00:57:05das fake news
00:57:07uma aposta
00:57:08oficial
00:57:09nisso
00:57:10né
00:57:10o que suscitou
00:57:11do outro lado
00:57:12uma reação
00:57:13mais dura
00:57:14agora
00:57:15senhores
00:57:17assim
00:57:17nessa história
00:57:20nem todo mundo
00:57:21é mocinho
00:57:22por inteiro
00:57:22e nem todo mundo
00:57:23é bandido
00:57:24por inteiro
00:57:25é isso que eu posso dizer
00:57:26sem querer fulanizar
00:57:27então assim
00:57:28para resumir
00:57:29Wilson
00:57:30eu sou
00:57:30completamente
00:57:31fora
00:57:32assim
00:57:33completamente
00:57:33contra
00:57:34uma legislação
00:57:37específica
00:57:39para
00:57:39regular
00:57:41qualquer tipo
00:57:42de mídia
00:57:43qualquer tipo
00:57:45de mídia
00:57:45inclusive porque
00:57:46isso pode resultar
00:57:47naquele
00:57:47como disse
00:57:48em censura
00:57:48e na criação
00:57:49de um
00:57:49conselho federal
00:57:50de jornalismo
00:57:51como PT
00:57:51que queria criar
00:57:52em 2004
00:57:52para mordaçar
00:57:53imprensa
00:57:53então sou contra
00:57:54agora
00:57:55tem outro aspecto
00:57:57que você levantou
00:57:58que é isso
00:57:58quer dizer
00:57:59você tem um grupo
00:58:00de iluminados
00:58:01que constrói
00:58:02um algoritmo
00:58:03que acaba sendo
00:58:05também
00:58:06um tipo
00:58:08exercendo também
00:58:09um tipo
00:58:09de censura
00:58:10né
00:58:11isso está errado
00:58:13então é preciso
00:58:14como o André
00:58:15mesmo falou
00:58:15eu acho
00:58:16que talvez
00:58:17isso vá se resolver
00:58:18como se resolveu
00:58:19na questão
00:58:20telefônica
00:58:21nos Estados Unidos
00:58:22ou seja
00:58:22é preciso quebrar
00:58:23os trustes
00:58:24no Brasil
00:58:25no mundo
00:58:26na área
00:58:28de comunicação
00:58:29eu só queria
00:58:29chamar atenção
00:58:30para um fenômeno
00:58:32que está acontecendo
00:58:33que é pouco sabido
00:58:34que existe um tipo
00:58:36de censura
00:58:36hoje
00:58:36que está ocorrendo
00:58:38no Brasil
00:58:38que é muito grave
00:58:39que é o seguinte
00:58:41não tem nada a ver
00:58:41com decisão
00:58:42de STF
00:58:43nada disso
00:58:44é o seguinte
00:58:44o sujeito
00:58:46quer tirar uma matéria
00:58:47sua do ar
00:58:49sabe o que ele faz
00:58:50ele entra
00:58:51com uma ação
00:58:51no Google
00:58:53aliás não
00:58:54ele notifica
00:58:55o Google
00:58:55às vezes
00:58:57nem tem ação
00:58:57judicial
00:58:58ele notifica
00:58:59o Google
00:58:59falando assim
00:59:00olha
00:59:01eu quero que tire
00:59:02isso aqui
00:59:02porque isso aqui
00:59:03está falso
00:59:03sabe o que o Google
00:59:04faz?
00:59:05o Google
00:59:05tira o conteúdo
00:59:06o tira o conteúdo
00:59:08sem te perguntar
00:59:10e te avisa
00:59:10olha
00:59:11nós recebemos aqui
00:59:12essa notificação
00:59:14então trate
00:59:15de procurar
00:59:15um advogado
00:59:16mas o seu conteúdo
00:59:17já foi retirado
00:59:19do ar
00:59:20preliminarmente
00:59:21sem ordem
00:59:22judicial
00:59:23e quando você
00:59:26voltando aqui
00:59:27ao início
00:59:27da nossa conversa
00:59:28quando você
00:59:28some do Google
00:59:29você some do mundo
00:59:31porque o Google
00:59:32virou sinônimo
00:59:33da internet
00:59:34então veja só
00:59:35o tamanho
00:59:36da encrenca
00:59:37e olha
00:59:38eu posso te dizer
00:59:40na esmagadora
00:59:42maioria das vezes
00:59:44o que o Google
00:59:45tira do ar
00:59:45é matéria
00:59:47legítima
00:59:48é matéria
00:59:50apurada
00:59:51é matéria
00:59:51jornalística
00:59:52baseada em declaração
00:59:54em fatos
00:59:55em provas
00:59:56é um problema
00:59:58que nós enfrentamos
00:59:59e não só nós
01:00:00a Folha de São Paulo
01:00:02enfrenta
01:00:03o Estado de São Paulo
01:00:04enfrenta
01:00:04todos os veículos
01:00:05de comunicação
01:00:05é um tipo de censura
01:00:07censura branca
01:00:09muito bem
01:00:11Sabino
01:00:11olha só
01:00:12uma aluna
01:00:13nossa
01:00:13Toane
01:00:14Cássio
01:00:14ela pergunta
01:00:15o seguinte
01:00:16o mercado
01:00:18isso já
01:00:19finalizando
01:00:20está sabendo
01:00:20que a gente
01:00:21está já
01:00:2218 e 5
01:00:23então a gente
01:00:25mais uma pergunta
01:00:26da Toane
01:00:27nossa aluna
01:00:28e a gente
01:00:29já parte
01:00:29para o encerramento
01:00:30ela pergunta
01:00:31o seguinte
01:00:32esse mercado
01:00:33digital
01:00:33quer dizer
01:00:35a mídia digital
01:00:36também não abriu
01:00:38as portas
01:00:38para jornalistas
01:00:39desempregados
01:00:40mostrarem o seu trabalho
01:00:42porque antigamente
01:00:43não seria um monopólio
01:00:45da comunicação
01:00:45de poucos veículos
01:00:47Olha
01:00:49eu disse aqui
01:00:51eu posso ser mais claro
01:00:52eu quando
01:00:53voltei da França
01:00:55eu era um jornalista
01:00:55desempregado
01:00:56é
01:00:58é
01:01:00por uma série
01:01:01de razões
01:01:01né
01:01:02o que eu ouvia
01:01:03muito
01:01:04é
01:01:04como é que é o nome
01:01:05da nossa
01:01:06espectadora
01:01:07Toane
01:01:08como
01:01:09Toane
01:01:10Toane
01:01:11então
01:01:11Toane
01:01:13Toane
01:01:14é
01:01:14era isso
01:01:16eu tentei
01:01:18ainda
01:01:18é
01:01:19pedi emprego
01:01:22e tudo mais
01:01:23e eu ouvia
01:01:24que eu era
01:01:24grande demais
01:01:25para os jornais
01:01:28era uma
01:01:28desculpa
01:01:29muito lisonjeira
01:01:31mas
01:01:31mas ainda assim
01:01:32né
01:01:33era uma porta fechada
01:01:34então eu resolvi
01:01:35resolvi
01:01:37fazer o site
01:01:39o Diogo também
01:01:40já tinha
01:01:41já tinha
01:01:41ele estava
01:01:42praticamente só
01:01:42numa Rata
01:01:43e Connect
01:01:43então sim
01:01:44sim
01:01:44é uma porta
01:01:46para que
01:01:47jornalistas
01:01:48desempregados
01:01:49né
01:01:49que não tem
01:01:50emprego mais
01:01:51na imprensa
01:01:53tradicional
01:01:53até porque também
01:01:54não é só uma questão
01:01:54pessoal
01:01:56porque também
01:01:56a imprensa
01:01:58diminuiu
01:01:58tá tendo que
01:01:59diminuir
01:01:59as suas redações
01:02:00né
01:02:00é
01:02:02sim
01:02:03é uma porta
01:02:04uma porta
01:02:04para que se
01:02:06crie um negócio
01:02:06assim como é uma porta
01:02:07para qualquer tipo
01:02:08de empreendedor
01:02:09né André
01:02:09né
01:02:10o sujeito
01:02:11por exemplo
01:02:12fabrica lá
01:02:12alguma coisa
01:02:13ele não tem uma loja
01:02:15para que venda
01:02:16ele pode vender
01:02:17virtualmente
01:02:17então
01:02:18no caso do jornalismo
01:02:19é isso
01:02:20ele vende a sua opinião
01:02:21não vende no sentido
01:02:22negativo
01:02:23né da palavra
01:02:23eu digo
01:02:24ele tem um canal
01:02:25de comunicação
01:02:26que ele pode monetizar
01:02:28legitimamente
01:02:30né
01:02:30tanto a informação
01:02:31que ele fornece
01:02:32quanto a opinião
01:02:34que ele emite
01:02:35então sim
01:02:36sem dúvida
01:02:37bom
01:02:39caro Mário
01:02:40eu sei que você tem
01:02:41um problema de horário
01:02:42também com a sala
01:02:43de utilização
01:02:45do estúdio
01:02:46mas queria te agradecer
01:02:47muito
01:02:47e dizer que eu acho
01:02:48isso que
01:02:49olhando para frente
01:02:51vendo o que nós
01:02:51ouvimos também
01:02:52aqui nesse ciclo
01:02:54de palestras
01:02:54sobre o setor
01:02:55financeiro
01:02:56sobre o setor
01:02:57de comércio
01:02:59de logística
01:03:00e da saúde
01:03:02não tenho dúvida
01:03:04que
01:03:04a área de imprensa
01:03:06ela vai ter
01:03:08de comunicação
01:03:08vai ter que encontrar
01:03:10o caminho
01:03:11assegurando a qualidade
01:03:13porque o usuário
01:03:14ele
01:03:15obviamente vai depender
01:03:17de que tipo de usuário
01:03:18de que país
01:03:19a gente esteja
01:03:20etc
01:03:20a qualidade
01:03:22é uma exigência
01:03:23do cidadão
01:03:24cada vez maior
01:03:25a qualidade de informação
01:03:26é algo essencial
01:03:28né
01:03:28porque sem informação
01:03:30você não faz nada
01:03:31é a base
01:03:32da cultura
01:03:32e a base
01:03:33da vida
01:03:33das pessoas
01:03:34eu estranho
01:03:36sinceramente
01:03:37de que é um setor
01:03:38que foi o primeiro
01:03:40a começar
01:03:40a ter essa revolução
01:03:41e ele
01:03:43realmente está
01:03:44tendo dificuldade
01:03:47né
01:03:47de encontrar
01:03:48os nichos
01:03:49porque as empresas
01:03:50de tecnologia
01:03:51acabaram monopolizando
01:03:53isso
01:03:53para quem achava ruim
01:03:54um monopólio
01:03:56aqui
01:03:56monopólio
01:03:57ou um oligopólio
01:03:58forte de comunicação
01:03:59aqui no Brasil
01:04:00deve estar
01:04:01arrepiado
01:04:02hoje em dia
01:04:03ou se arrependendo
01:04:03amargamente
01:04:04porque caiu
01:04:06num outro monopólio
01:04:06que nós não temos
01:04:07controle nenhum
01:04:09né
01:04:09nenhum
01:04:10nós assistimos
01:04:11e ouvimos aqui
01:04:12nessa sua apresentação
01:04:13queria te parabenizar
01:04:14você e ao Diogo
01:04:16que a gente acompanha
01:04:17desde o começo
01:04:18até pela italianidade
01:04:22também
01:04:22de vocês
01:04:23acompanha desde o começo
01:04:25a história
01:04:26do Antagonista
01:04:27e o Antagonista
01:04:29nos acompanha
01:04:30no dia a dia
01:04:31né
01:04:31muito obrigado
01:04:32pelas informações
01:04:33obrigado por essa oportunidade
01:04:34que você deu
01:04:35aos alunos
01:04:35aos alunos
01:04:36da FAC
01:04:37ao pessoal
01:04:38da Associação Comercial
01:04:40a todos aqueles
01:04:40que estão nos assistindo
01:04:41muito sucesso
01:04:42para frente
01:04:43e
01:04:44que Deus nos ajude
01:04:47também
01:04:47né
01:04:48um pouquinho
01:04:48obrigado Mário
01:04:49abraço grande
01:04:50muitíssimo obrigado
01:04:52André
01:04:52muito obrigado
01:04:53Wilson
01:04:54muito obrigado
01:04:55a Associação Comercial
01:04:56a Faculdade de Comércio
01:04:57a quem nos assistiu
01:04:58e quem porventura
01:04:59nos assistirá
01:05:00abração
01:05:02um grande abraço
01:05:03um abraço
01:05:04quem está nos ouvindo
01:05:07muito obrigado
01:05:08pela audiência
01:05:08de vocês
01:05:09semana que vem
01:05:10nós continuamos
01:05:11com o nosso ciclo
01:05:12de palestras
01:05:13Caminhos do Futuro
01:05:14né
01:05:15que está chegando
01:05:16também no seu
01:05:17no seu final
01:05:18muito obrigado
01:05:19até a próxima semana
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