O ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, disse nesta segunda-feira (12), em entrevista ao Papo Antagonista, que as prováveis candidaturas de Jair Bolsonaro e Lula à Presidência são dependentes uma da outra. -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL
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00:00Em junho, no início de junho, o senhor me disse em entrevista que a gente publicou aqui no Antagonia,
00:04se deu uma repercussão danada, o senhor me disse que o tempo corria a favor de quem quer uma terceira via
00:10e não o contrário. O senhor continua acreditando nisso e por quê?
00:17Olha, é o meu treinamento de vida. Eu já disputei oito eleições, apoiei muitos candidatos no curso,
00:27então, assim, o tempo na política é importante, quer dizer, nós não chegamos à hora de tomar uma decisão, sabe?
00:41Nós estamos aí no meio do ano que antecede o ano da eleição. Daqui até lá é uma eternidade.
00:49Se você precisar de datas assim para você raciocinar, eu acho que quando estiver chegando lá
00:55em outubro, novembro, dezembro desse ano, nós vamos ter um quadro mais claro.
01:02Mas, assim, muita coisa vai ocorrer no início do próximo ano.
01:06Então, eu acho que tem que ter paciência, sangue frio.
01:12Quem tiver angústia muito grave, precisa procurar um psicanalista, uma psicanalista,
01:21porque veremos muitas emoções ao longo desse segundo semestre agora e do início do ano que vem, na minha opinião.
01:30Muita gente descarta a terceira via, mas está cheio de candidato, né?
01:34Então, alguma chance, eu acho, que eles vislumbram.
01:39Senão, não haveria tanta gente tentando perseguir essa candidatura.
01:44Descarta a terceira via e fala mal delas, sem...
01:47Pois é.
01:49E depois levanta o dedinho, olha...
01:52Grava mensagem para a militância falando mal da terceira via e assim por diante, né?
01:59Quais são essas surpresas ou essas notícias importantes que você imagina para os próximos meses?
02:07Assim, nós temos dois movimentos populistas na conjuntura atual, né?
02:20Mas um agarrado no outro, literalmente, um dependente do outro.
02:26Então, assim, qualquer fragilidade de um dos dois lados, o outro se ressente também.
02:34Então, quer dizer, na roça, o povo fala assim, calma, meu filho, tem muita água para passar debaixo da ponte.
02:41Então, assim, eu acredito que nós vamos ter uma evolução, falando sério, uma evolução política muito interessante nesse segundo semestre, né?
02:53A emergência de nomes, tem que ver quem consegue um fio terra com a sociedade.
03:00Não adianta conversar apenas com a elite brasileira, precisa conversar com o povo brasileiro, o que eu chamo de um fio terra com a sociedade.
03:10Chegar lá na Dona Maria, no Seu João, ter uma mensagem que mostre como a vida dos brasileiros pode melhorar.
03:20E aí, sim, você vai definindo esse processo.
03:23Só para ilustrar, assim, olhar as eleições recentes do Chile e do Peru, o eleitor mesmo, assim, olhando aí Brasil e Argentina, horas atrás, e olhando Itália e Inglaterra, quer dizer, o povo mesmo só entrou em campo, sabe?
03:47Em cima da hora da decisão, o Peru, assim, uma disputa ali muito, muito, muito dividida e com o eleitor dando o ar da graça muito em cima.
04:03Então, assim, quando eu vejo os analistas muito confiantes que as coisas já estão definidas,
04:09que esse quadro é o quadro que vai chegar ao segundo turno da eleição do ano que vem, eu sinceramente duvido disso.
04:17Não que eu não admita que essa seja uma das hipóteses, mas o que eu não admito, Diogo, é que seja a única hipótese.
04:27Temos várias hipóteses que podem ser processadas ao longo desses próximos meses.
04:36Eu volto a dizer, tem um político antigo, Capixaba dizia assim, olha, quando você está num processo eleitoral, um mês, dois meses, seis meses, isso não significa muito tempo, não, isso significa uma eternidade.
04:51É isso que nós temos. Se a gente for olhar do ponto de vista da construção política, o tempo não é escasso.
05:01Nós temos tempo, não.
05:03Se teremos competência para estabelecer um nome, uma narrativa que chegue nos brasileiros, isso é outra coisa, não.
05:11Porque a racionalidade no Brasil, muitas vezes, conversa ela com ela mesma.
05:19Acho que o pulo do gato é quando a racionalidade no Brasil conseguir conversar com os brasileiros,
05:24conversar com quem mora na região amazônica, conversar com quem mora no Rio Grande do Sul,
05:31no Brasil Central, produzindo grãos para o mundo inteiro.
05:33A hora que conseguir conversar com esse Brasil, eu tenho certeza que a racionalidade vai dialogar com a outra coisa importante na política,
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