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  • há 6 meses
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Os partidos do Centrão conquistaram boa parte dos redutos eleitorais dependentes de auxílio emergencial nas eleições municipais. No Papo Antagonista desta segunda-feira, Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisaram o cenário e a possibilidade de Jair Bolsonaro voltar para o PP.
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Transcrição
00:00Os partidos do Centrão foram os grandes beneficiados com a implementação do auxílio emergencial.
00:05Um levantamento da Folha aponta que PP, PL, Republicanos, PSD e MDB conquistaram 57% das 200 prefeituras de municípios
00:15com maior proporção de moradores atendidos pelo benefício.
00:19Antes do pagamento do Corona Voucher, os partidos controlavam 41% dessas prefeituras.
00:25Enquanto isso, os partidos de esquerda tiveram uma queda no número de prefeituras.
00:30PT, PSB, PDT e PCdoB, que antes controlavam 48 desses municípios, agora controlam 34.
00:39Hoje, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, disse à Folha de São Paulo que tem certeza de que o presidente Jair Bolsonaro será reeleito em 2022.
00:48Segundo o Ciro, que é réu no STF por organização criminosa, é sempre bom a gente lembrar,
00:54Bolsonaro quer voltar para o PP.
00:57Abro aspas para o Ciro Nogueira, sempre, sempre, é um desejo enorme.
01:01Se nós estamos no projeto político, é um sonho ter o presidente no partido.
01:06Ele diz que tem muita saudade do partido.
01:08Fecho aspas aí para o Ciro Nogueira.
01:10A ideia de se candidatar à reeleição em 2022 pelo seu novo partido, Aliança pelo Brasil, parece distante.
01:18O vice-presidente da sigla, Luiz Felipe Belmonte, disse ao Globo que há mais de 180 mil fichas de apoio à criação do partido aguardando a análise do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral.
01:30No entanto, segundo o jornal, o TSE informa que há apenas 11.558.
01:36Olha a diferença, ele alega que há 180 mil e o TSE diz que são apenas 11.558, o que tem rendido, inclusive, muita crítica e zoeira nas redes sociais de que os robôs, as contas fakes, bolsonaristas, não estão assinando, fazendo assinaturas suficientes para a criação do partido, assim como não votaram nas eleições municipais.
01:57Mas daí, em parte, o encolhimento do bolsonarismo.
02:01Mário Sabino, como é que você analisa aí essa relação do Corona Voucher com o Centrão?
02:07O Diogo Mainardi falou aqui na semana passada que o Bolsonaro agora está entre essa turbinada do auxílio emergencial com Bolsa Família, Corona Voucher, e voltar ao Centrão para ter uma candidatura, mesmo que ele não declare, que é do velho sistema, do velho establishment.
02:25Então, como é que fica aí a sua análise?
02:27É a mesma lógica, Felipe, do fundo partidário.
02:34Um levantamento feito pela Cruzou há algumas semanas mostrou que o fundo partidário é muito mal repartido dentro dos próprios partidos.
02:44Os caciques é que determinam quem vai levar mais dinheiro dentro de cada gremiação.
02:53O Corona Voucher é a mesma coisa, guardadas as diferenças.
02:58Você tem também uma clara preferência pelos partidos que compõem essa base meio fluida do governo, os partidos do Centrão.
03:10E dentro desses partidos também, com as verbas que são destinadas, obviamente, se você for olhar lá dentro, você vai verificar que os municípios mais bem atendidos são aqueles cujos representantes são mais próximos destes mesmos caciques, que também distribuem o dinheiro do fundo partidário.
03:31Somos nós sempre bancando a farra e a manutenção do poder.
03:39A manutenção da estrutura partidária brasileira, que é podre, ela é mantida pelo fundo partidário, pelas emendas e agora também pelo auxílio emergencial.
03:48E esses velhos caciques desses partidos que compõem o bloco parlamentar chamado de Centrão, eles adoram ir lá no reduto eleitoral deles e dizer que eles estão em parceria com o governo federal, levando recursos para a população necessitada.
04:05Então, assim, isso é um discurso de campanha deles também, é um discurso eleitoreiro e é uma das razões pelas quais eles ficam, pelo menos até o momento, unidos aí ao Jair Bolsonaro.
04:18É claro que sempre há aquele risco do Centrão também, diante de um eventual desgaste do presidente, chutar o presidente e aderir a uma chapa em 2022 que lhe seja mais oportuna.
04:29Mas, enquanto isso, eles vão tirando as vantagens eleitorais, né, Mário?
04:33E vai ficando esse apoio, depois do fracasso dos candidatos apoiados pelo Bolsonaro, e não importa aqui por quais motivos, eu já disse que ele também escolheu mal os candidatos, ele não tem um partido, enfim.
04:48Tem uma série de questões que levaram ao mau desempenho dos candidatos apoiados pelo Bolsonaro, mas, independentemente disso, este fracasso faz com que o preço, o preço do apoio do Centrão fique mais caro.
05:02Ou seja, vamos gastar mais dinheiro, né, de uma maneira pouco clara, pouco transparente, ou nada transparente, com o apoio que o Centrão está conferindo ao senhor presidente da república.
05:17Certo. Aliás, Mário, já que você falou de fundo eleitoral, fundo partidário, todas essas verbas públicas aí, das quais os políticos tiram vantagem, a gente tinha deixado uma pauta lá para o final, vou pegar, porque tem a ver também.
05:31Um levantamento do Estadão revelou que das 173 mil mulheres aptas a disputar o cargo de vereador no último domingo, 6.372 tiveram um ou nenhum voto.
05:44Os dados levantam a suspeita de que elas tenham sido usadas como candidatas laranja.
05:49É claro que levanta a suspeita, né, porque se teve um ou nenhum voto, quer dizer, nem a família da pessoa votou, né, de repente ela teve simplesmente o voto dela mesma e se não teve nenhum, nem a própria pessoa chegou a votar.
06:02Desde 2018, os partidos devem ter uma cota de 30% de candidaturas femininas.
06:08O MDB lidera a lista de partidos com mais candidatas, com um ou zero votos, foram 392 nessas últimas eleições.
06:17Depois vem o PSD, com 372, o DEM com 356, o Republicanos com 346 e o PP com 335.
06:27O jornal cita alguns casos, como o de Marjorie Piva, do Republicanos, de Vargem Grande Paulista.
06:33Ela recebeu R$ 17 mil do partido e não declarou nenhuma receita à justiça eleitoral.
06:39Marjorie foi a candidata que mais recebeu verba do partido.
06:42Segundo a Folha, o PSL investiu 84% em candidatos derrotados.
06:47O jornal afirma que um grupo de quase 200 candidatos do PSL que recebeu menos de 100 votos
06:53declarou ter recebido ao menos R$ 10 mil de verba do partido, mas não registrou até agora nenhum gasto de campanha.
07:01Mário, essa é aquela típica regra que é criada com um fundo de boas intenções,
07:07mas que está sendo usada de uma maneira que, obviamente, gera toda a nossa vigilância,
07:14toda a nossa desconfiança, até porque já houve casos em que a investigação avançou
07:18sobre o alegado laranjal do PSL.
07:22O próprio ministro do Turismo estava envolvido também em investigação sobre candidatura laranja.
07:28Então é mais verba pública sendo mal canalizada.
07:32Tem um esquema de lavagem de dinheiro que é exatamente assim.
07:38A empresa boa é aquela empresa que perde dinheiro.
07:42Você pode jogar nesta empresa tudo aquilo que você quer lavar em matéria de dinheiro ilícito e tudo mais.
07:49Olha, é a mesma lógica.
07:51Você tem essa obrigatoriedade de ter um determinado número de mulheres candidatas
07:56e o que parece ser bom, mas não é, porque todo esse tipo de política que nasce com cota
08:06acaba se revelando ou falha ou servindo para esse tipo de malandragem.
08:11A gente tem que lembrar que o PSL, justamente como você disse,
08:14foi um dos primeiros escândalos depois da eleição do Bolsonaro,
08:18foi o laranjal do PSL, no qual estava envolvido o ministro do Turismo, também com mulheres.
08:26Não adianta, cara, a gente tem que entender o seguinte,
08:30participação política tem que ser espontânea, seja de homens, seja de mulheres, seja do que for.
08:36Não é possível você criar uma regra que estabelece uma cota feminina
08:43se você não tem um interesse feminino despertado para a política.
08:49Eu acho ótimo que as mulheres participem da política, sempre mais.
08:53Você tem o caso, por exemplo, agora recente nos Estados Unidos, da Kamala Harris,
08:58que é vice-presidente, independentemente de se julgar ela boa ou má,
09:02ela vem fazendo uma carreira política fulgurante e bem-sucedida,
09:07mas ela não entrou em regime de cota.
09:09A Margaret Thatcher não surgiu no regime de cota.
09:12Então a participação feminina, ela tende a aumentar quanto mais politizada é a sociedade,
09:18e não por uma forçação de barra como essa que a gente assiste.
09:23O que está dando nisso?
09:24Então você tem aí um monte de candidata mulher,
09:28mas que na verdade são laranjas e são ótimas para perder.
09:33Assim como as empresas usadas para lavar dinheiro também são ótimas para perder dinheiro, entre aspas.
09:39E às vezes são só candidatas, inclusive, para fazer santinho com o candidato principal do partido,
09:44que é homem e está concorrendo lá a prefeito,
09:48e aí gera mais propaganda com o nome de uma eventual vereadora como essa.
09:52Há várias maneiras ali de se utilizar essa verba sob o pretexto de se ter uma candidatura feminina.
09:58E isso é óbvio que precisa ser reanalisado.
10:09Obrigado.
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