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  • há 4 meses
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No início do ano, Jair Bolsonaro recomendou que os eleitores não votassem em candidatos que usam fundão eleitoral. No Papo Antagonista desta segunda-feira, Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisaram as contradições dos Bolsonaro sobre o uso de dinheiro público.
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Transcrição
00:00Muito bem, a gente passa então aqui para a pauta mais política depois desse quadro econômico e de mercado
00:06e obviamente essas pautas estão sempre interligadas e a gente vai fazendo as conexões aqui para vocês.
00:11Um levantamento da Folha de São Paulo revelou que 80% dos recursos do fundão eleitoral e do fundão partidário
00:18usados nas eleições municipais deste ano são destinados a 0,8% dos candidatos.
00:26Portanto, uma quantidade muito pequena de candidatos recebendo aquela verba pública.
00:31Dos 807 milhões de reais repassados pelos partidos aos candidatos, 646 milhões foram entregues a 4.600 candidatos.
00:42O número de candidatos é aproximadamente de 550 mil.
00:47Repito, são 550 mil e esses 646 milhões só foram entregues a 4.600 candidatos.
00:55O campeão de recebimento de recursos públicos a essa altura da disputa é o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, do PSDB,
01:02que concorre à reeleição.
01:04Está aqui numa disputa acirrada com o Celso Russomano em São Paulo.
01:08Ele já declarou o recebimento de 7 milhões e 800 mil reais.
01:12A tendência é que com a aproximação do primeiro turno das eleições, no dia 15 de novembro,
01:17os partidos repassem mais recursos aos candidatos.
01:20Ainda assim, eles devem continuar priorizando poucos candidatos.
01:24Falando em fundão, o candidato a vereador no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro,
01:29o filho 02 do presidente da República, Jair Bolsonaro,
01:32apresentou uma prestação de contas parcial à justiça,
01:36informando o gasto de 22 mil reais de dinheiro público na campanha, ou seja, verba do fundão.
01:42De acordo com os documentos entregues pelo filho de Bolsonaro,
01:45Carlos obteve o valor por meio de material oriundo da campanha de Marcelo Crivella
01:50à Prefeitura do Rio, como adesivos e panfletos.
01:54Até agora, Carlos Bolsonaro declarou receitas no valor de 45 mil reais,
01:59que incluem uma doação de 11 mil reais do presidente Jair Bolsonaro.
02:03Portanto, uma parcela ali, esses vinte e poucos mil reais, é verba pública.
02:09Já a Rogéria Bolsonaro, que é ex-mulher do Jair Bolsonaro e é a mãe do Carlos Bolsonaro,
02:16recebeu 100 mil reais de dinheiro público para a campanha em uma doação do seu partido,
02:21o Republicanos.
02:22Vale lembrar que em janeiro, pouco antes de sancionar o fundão eleitoral de 2 bilhões de reais,
02:29Jair Bolsonaro fez campanha contra o uso de recursos públicos em campanha eleitoral.
02:34E a gente tem um trecho da declaração do Jair Bolsonaro sobre o que ele recomendava fazer.
02:40Pode soltar, produção?
02:42Eu lanço a campanha aqui.
02:43Não vote em parlamentar que recebe fundão.
02:51Vamos chamar de novo aqui, porque saiu a voz do Jair Bolsonaro,
02:55mas teve gente que não viu a imagem aqui no YouTube.
02:57Então pode soltar, produção.
02:59Eu lanço a campanha aqui.
03:00Não vote em parlamentar que recebe fundão.
03:04Está aí, para ninguém ter dúvida de que a frase veio realmente do Jair Bolsonaro
03:11e o seu filho 02 é vereador lá no Rio de Janeiro, está em campanha para se reeleger,
03:17embora a gente chame muitas vezes de vereador-geral da República,
03:20porque ele trabalha muito menos para o Rio de Janeiro do que na comunicação do governo
03:26com toda a militância virtual bolsonarista.
03:29Então, tanto o Carlos quanto a Rogério estão usando a verba pública.
03:34E eu lembro que houve toda uma narrativa bolsonarista de que se ele não sancionasse o fundão naquele valor de 2 bilhões de reais,
03:43ele poderia ser alvo de impeachment, o que foi negado pelo próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia,
03:48que é o responsável, o presidente da Câmara, seja ele quem for, mas no caso é o Rodrigo Maia,
03:52por uma eventual abertura do processo de impeachment.
03:56Então, ele sancionou e está aí dinheiro público também sendo usado pela sua família.
04:02Marcio Sabino.
04:03Esse levantamento da Folha, na verdade, Felipe, a Cruz Oé fez um levantamento muito, muito detalhado,
04:10mas há umas duas ou três semanas.
04:12Quem fez, se eu não me engano, foi a repórter Helena Mader.
04:15E ela, através desse levantamento, concluiu que o fundão, que é distribuído, mal distribuído,
04:24no sentido de que os caciques partidários distribuem isso para os seus preferidos,
04:30ou para eles mesmos, quando eles estão tentando outra vez reeleger-se ou eleger-se,
04:35isso serve, esse fundão serve para perpetuar o que se costumava chamar de velha política.
04:42A perpetuar o coronelato, perpetuar as oligarquias, porque se são os rebentos, os filhos,
04:52os aparentados, os amigos dos amigos, que recebem a maior parte dessa verba.
04:59Então, assim, o fundão eleitoral já é uma excrescência, obviamente, porque é dinheiro público,
05:04que não deveria estar indo para a campanha eleitoral, dessa maneira, nessa quantidade,
05:10e, além disso, serve para perpetuar o sistema que nós temos, na verdade, nem é o sistema,
05:17são as pessoas que compõem esse sistema.
05:20Então, é uma perpetuação feita às expensas do pagador de impostos,
05:26e é uma coisa absolutamente, é uma afronta, eu acho isso tudo uma afronta.
05:31O fundão em si já é um afronto, o valor,
05:33mas o fato dele ser distribuído apenas entre os apaniguados, entre os amigos dos amigos,
05:40entre os coronéis, na sua maior parte, configura, na minha opinião,
05:44uma apropriação indébita, ainda mais indébita, desse dinheiro.
05:48Quanto à fala do Bolsonaro,
05:50Bom, o sujeito está com o centrão, ele está baseado, está sendo sustentado pelo centrão,
06:00que é um notório devorador de verbas públicas, seja por meios legais ou meios ilegais.
06:07Então, obviamente, trata-se de uma fala, de quando é essa fala?
06:12Você tem ideia?
06:13A data da fala?
06:14É, do Bolsonaro.
06:15Do Bolsonaro, não, não tem, a gente vai localizar daqui a pouco aí a data da fala.
06:19Se foi feita agora ou se foi feita antes,
06:21se foi feita antes dele se aliar ao centrão...
06:24Perdão, Mário, foi janeiro de 2019.
06:26Janeiro de 2019, ou seja, um mentiroso...
06:272020, perdão.
06:29Mas é, já estava muito próximo do centrão, né?
06:31Mas, enfim, é uma fala mentirosa, não importa o período em que ela foi proferida,
06:36é uma fala mentirosa.
06:37Era mentirosa porque ele acabou se aliando com gente que só vive a base de fundão e adjacências,
06:42e se foi feita, se tivesse sido feita agora, seria ainda mais mentirosa,
06:45porque ele está abraçado com essa gente toda que só sabe consumir dinheiro público
06:53e enfiar também na cueca.
06:56Pois é, quer dizer, essa má distribuição da verba, que já é enorme,
07:01ela só agrava o problema, né?
07:03Mostra que são vários problemas dentro de um só.
07:06E, na época, quem acompanha meu trabalho sabe o quanto que eu critiquei
07:10esse valor de 2 bilhões de reais, que eles chamam de fundo de financiamento da democracia.
07:15E olha só como é que é a democracia, entre aspas, instrumentalizada pelos velhos caciques, né?
07:22A Folha também levantou que o Jair Bolsonaro é recordista em liberar emendas parlamentares.
07:28As emendas possibilitam que deputados e senadores decidam o destino de recursos do orçamento federal
07:33e, assim, enviem dinheiro a redutos políticos.
07:37Foram 17 bilhões e 200 milhões de reais pagos até meados de outubro,
07:42o que já representa um crescimento de 67% em relação a todo o ano passado.
07:47Trata-se do valor mais alto desde 2015, corrigido pela inflação,
07:52quando o Senado começou a compilar os dados.
07:55Então está aí o Bolsonaro também sendo recordista de emendas.
07:58O Mário Sabino estava falando aqui que o Centrão é craque, né?
08:02Velho conhecido do uso de verbas públicas, não só dos fundões, mas também das emendas.
08:08E essa aliança está ficando demonstrada aí como aquela está sendo feita,
08:14quais são os sustentáculos dessa união entre o Jair Bolsonaro e o Centrão.
08:28Legenda Adriana Zanotto
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