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A rejeição de Marcelo Crivella pode diminuir as chances de ele bater Eduardo Paes no segundo turno no Rio de Janeiro. No Papo Antagonista desta segunda-feira, Felipe Moura Brasil e Mario Sabino analisaram a disputa eleitoral carioca.
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Transcrição
00:00Muito bem, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes do DEM e o atual prefeito Marcelo Crivella do Republicanos vão disputar o segundo turno das eleições municipais.
00:08Paes obteve 37,01% dos votos válidos, enquanto Crivella obteve 21,90%.
00:15Então é uma diferença aí de mais de 15 pontos, uma diferença maior do que aquela por volta dos 12 pontos que o Covas tem sobre o Boulos.
00:23Mas o Crivella tem lá a máquina, é o atual prefeito, vamos ver como é que isso vai vingar.
00:29A Marta Rocha do PDT do Ciro Gomes ficou em terceiro lugar com 11,3% e Benedita da Silva do PT em quarto com 11,27%.
00:38Olha a Benedita aí ainda arrancando 11,27% dos votos no Rio.
00:42O PT informou ao Globo que deve apoiar Paes no segundo turno.
00:46O candidato do PSL, Luiz Lima, ignorado por Bolsonaro, que ficou com 6,85%, já afirmou que vai ficar neutro na disputa.
00:55Crivella é o candidato que tem maior rejeição nas capitais brasileiras no segundo turno, de acordo com o levantamento do UOL baseado numa pesquisa do Ibope.
01:04Dos entrevistados, 59% disseram que não votariam em Crivella de jeito nenhum.
01:09No data folha o índice é de 62%.
01:12Apesar disso, o prefeito afirmou estar animado com o segundo turno.
01:15Abro aspas para ele.
01:16Minha rejeição diz sobre a gestão, não é uma questão pessoal, portanto é reversível.
01:22Basta as pessoas serem informadas sobre o que fizemos.
01:26Segundo turno é outra eleição.
01:28Teremos mais tempo na televisão e no rádio.
01:30É comparação de gestão.
01:32Fecho aspas aí para o Crivella.
01:34Tem mais informação, mas é claro que o Crivella está falando isso, está querendo dizer simplesmente que o problema é de informação.
01:41A partir do momento que as pessoas souberem como a gestão dele foi maravilhosa, as pessoas automaticamente vão diminuir a rejeição em relação a ele.
01:49Sempre que no primeiro turno um candidato já tem uma rejeição maior do que 50%, se dá como bem difícil uma virada dele no segundo turno.
01:58E a do Crivella está na casa dos 60%.
02:00Mas nada é impossível no Rio de Janeiro, onde até o Wilson Witzel foi eleito sem ninguém saber direito quem ele era, nem sequer pronunciar o seu nome.
02:09Mas é bom lembrar que o Crivella usava os seus assessores como um comportamento miliciano para intimidar a jornalista na porta de hospital.
02:21Isso é uma das coisas que ele fez.
02:23Também privilegiar pastores evangélicos no atendimento público.
02:27Tudo isso foi fruto de muita polêmica durante a sua gestão.
02:31E do Eduardo Paes, o Mário já falou, está aí encalacrado também com essas investigações.
02:37Sempre andou com um político que acabou condenado, como Lula, de quem ele disse que seria soldadinho numa conversa que acabou sendo gravada por uma escuta telefônica.
02:48Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pesão depois, todos que acabaram presos.
02:53Então o Paes sempre teve aquela postura de virgem no bordel, para usar aqui o linguajar que o pessoal usa na política.
03:01E aí, Mário?
03:02Olha, o Rio de Janeiro, a impressão que eu tenho...
03:05Você sabe que uma vez, não sei se eu já contei essa história, eu namorava uma carioca e eu vivia ali no Leblon.
03:13Então, eu fui leblonista, lebloneiro, sabe como é que chama, durante algum tempo.
03:22E eu lembro que fazendo aquele passeio lá que todo mundo faz, andando no calçadão,
03:28eu me lembro das grades dos postos do Leblon e de Ipanema, enferrujado, tudo feio.
03:36E eu tenho um negócio meio... Eu fico incomodado com essas coisas.
03:39Então, eu ocupava um cargo lá importante numa certa revista.
03:44Então, eu tomei a liberdade de ligar para o Sérgio Cabral, que era o governador,
03:48e falei assim, o governador, é o seguinte, o senhor não vai pintar essas grades?
03:54Não, isso aqui está um horror, né?
03:56Isso aqui é um patrimônio do Brasil, essa orla magnífica e tudo mais.
04:00E ele pintou, viu? Foi lá e mandou pintar.
04:03Então, tudo funciona mais ou menos assim.
04:06Ou seja, eu, um paulista, ali, forasteiro, me preocupei com as grades e me permiti ligar,
04:12porque eu achei aquilo ali uma vergonha, e ele foi lá e pintou.
04:15Então, no Brasil, tudo funciona mais ou menos assim, é meio complicado.
04:19O Rio de Janeiro, em especial, eu acho que se aplica à cidade e talvez ao Estado,
04:28o que o Mussolini dizia da Itália, né?
04:31Que não era impossível governar a Itália, era inútil, né?
04:34Eu acho que o governo, às vezes eu tenho essa impressão em relação ao Rio de Janeiro,
04:37que me perdoe esse carioca, não é você carioca, você está entendendo o que eu estou falando, né?
04:41A confusão, o tal do bordel no Brasil é disseminada.
04:44Agora, no Rio de Janeiro, ele realmente concentra, né?
04:47É o coração do meu Brasil.
04:49Ali os nossos defeitos e, quem sabe, até as nossas qualidades são exacerbados.
04:53Eu acho fenomenal as escolhas que os cariocas fazem.
04:59Não que os paulistas sejam muito melhores, não, não é isso.
05:02Mas ali, você ganha um aspecto mais folclórico tudo, né?
05:06Você ficar entre o soldadinho do Lula e o soldadinho do Bolsonaro,
05:12por opção, é difícil.
05:15Enfim, é difícil, é difícil.
05:17O Rio de Janeiro não sairá melhor dessa eleição, infelizmente.
05:22Essa que é a verdade.
05:23É, como foi difícil ficar entre Marcelo Crivella e Marcelo Freixo, do PSOL,
05:28também na última eleição municipal.
05:31O Eduardo Paes, como eu tenho comentado aqui nesse programa, inclusive,
05:34ele disputou o governo estadual com o Wilson Witzel,
05:38que acabou sendo afastado do cargo em toda aquela investigação,
05:43a esposa dele recebendo dinheiro de empresas de empresários
05:49que estavam sendo beneficiados ali em gestão de hospitais,
05:53e havia transferência, inclusive, da esposa para o próprio Wilson Witzel,
05:57e o Wilson Witzel era muito pouco conhecido.
05:59Então, o Eduardo Paes, nessa campanha, já que ele perdeu a anterior
06:02para um desconhecido que acabou sendo afastado do cargo,
06:05ele usou como posicionamento, em termos de marketing,
06:09para o primeiro turno, era um posicionamento eficaz,
06:13sem fazer nenhum juízo de valor a respeito do conteúdo dele,
06:17da história dele, era um posicionamento, em termos de marketing, eficaz,
06:21que ele falou, chega de arriscar.
06:23Então, era aquele sujeito que o Rio de Janeiro já conhece,
06:27ele não tem ainda uma condenação, quer dizer, algo assim,
06:31mais cabal que possa produzir um efeito de aversão completa da sociedade,
06:36ainda é visto com dúvida esses casos em que ele está sendo investigado.
06:43Então, o povo lá do Rio de Janeiro tem uma memória da gestão dele,
06:48como um sujeito que trabalha, apesar de todas as mais companhias, etc.
06:53E aí, a aversão ao Crivella faz com que muita gente vote até de nariz tapado
06:58no Eduardo Paes.
06:59Mas agora fica, portanto, essa disputa,
07:02e talvez o Paes precise de um novo posicionamento,
07:05porque o Crivella já está aí há muito tempo.
07:07Não é uma questão de arriscar,
07:09é uma questão de manter aquilo que está ruim.
07:12Então, vamos ver qual vai ser o posicionamento dos dois
07:14no segundo turno no Rio de Janeiro,
07:16assim como vamos ver qual vai ser o posicionamento dos dois em São Paulo,
07:19se o Boulos vai tentar jogar o Covas mais para a direita,
07:23para um lado mais bolsonarista,
07:25e o Covas já chamando o Boulos de radical,
07:28ou se as questões vão se manter focadas nos itens da pauta realmente municipal.
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