O Congresso retomou a agenda de reformas estruturantes, como a tributária, aprovou o Marco do Saneamento e se prepara para votar o Fundeb com a inclusão de sugestões do governo. Depois de um ano e meio de embates, parece que a relação entre os Poderes entra numa nova fase. Mas a pacificação tem seu preço.
Na semana passada, o Ministério da Saúde liberou R$ 3 bilhões em emendas extras para serem direcionadas por parlamentares alinhados às suas bases eleitorais. O Palácio do Planalto também aprofunda o aparelhamento da máquina com os indicados do Centrão.
As negociações entre líderes do bloco parlamentar e integrantes do governo – inclusive da equipe econômica – ocorrem fora das agendas oficiais, numa bela mansão em Brasília. No cardápio dos encontros, as privatizações.
Paralelamente, Davi Alcolumbre segue trabalhando nos bastidores para garantir sua recondução ao comando do Senado. A ‘solução jurídica’, que tem o aval de Jair Bolsonaro, vem ganhando adeptos no Supremo, apesar da conhecida proibição.
Alcolumbre adoçou a boca de Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, ao garantir a rápida aprovação do PL das Fake News no Senado. E Rodrigo Maia não deixará por menos, ciente de que poderá pegar ‘carona’ na tese do colega para a reeleição.
As faturas não terminam aí. Ricardo Barros está de olho no lugar de Vitor Hugo, líder do governo na Câmara. E até Luiz Eduardo Ramos poderá ser ‘realocado’ para dar mais espaço ao Centrão, que vem minando a expansão dos militares no Executivo.
Mas não é só o troca-troca que embala a nova lua de mel entre os poderes. Bolsonaro e os líderes do Centrão entenderam que possuem um inimigo comum que precisa ser derrotado antes de 2022: Sergio Moro.
Por isso a retomada da agenda de reformas é tão importante para dar fôlego a uma reeleição, combinada ao arquivamento dos pedidos de impeachment de Bolsonaro – e, claro, à articulação de Augusto Aras contra a Lava Jato com apoio de Dias Toffoli.
Em outra frente, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, vem matando no peito as demandas judiciais de interesse do clã Bolsonaro e abrindo caminho para sua indicação ao Supremo. Impressão que ganha força após os recentes ataques dos olavistas, nas redes sociais, ao ministro André Mendonça.
#DaviAlcolumbre #RodrigoMaia #JoãoOtávioNoronha
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Na semana passada, o Ministério da Saúde liberou R$ 3 bilhões em emendas extras para serem direcionadas por parlamentares alinhados às suas bases eleitorais. O Palácio do Planalto também aprofunda o aparelhamento da máquina com os indicados do Centrão.
As negociações entre líderes do bloco parlamentar e integrantes do governo – inclusive da equipe econômica – ocorrem fora das agendas oficiais, numa bela mansão em Brasília. No cardápio dos encontros, as privatizações.
Paralelamente, Davi Alcolumbre segue trabalhando nos bastidores para garantir sua recondução ao comando do Senado. A ‘solução jurídica’, que tem o aval de Jair Bolsonaro, vem ganhando adeptos no Supremo, apesar da conhecida proibição.
Alcolumbre adoçou a boca de Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, ao garantir a rápida aprovação do PL das Fake News no Senado. E Rodrigo Maia não deixará por menos, ciente de que poderá pegar ‘carona’ na tese do colega para a reeleição.
As faturas não terminam aí. Ricardo Barros está de olho no lugar de Vitor Hugo, líder do governo na Câmara. E até Luiz Eduardo Ramos poderá ser ‘realocado’ para dar mais espaço ao Centrão, que vem minando a expansão dos militares no Executivo.
Mas não é só o troca-troca que embala a nova lua de mel entre os poderes. Bolsonaro e os líderes do Centrão entenderam que possuem um inimigo comum que precisa ser derrotado antes de 2022: Sergio Moro.
Por isso a retomada da agenda de reformas é tão importante para dar fôlego a uma reeleição, combinada ao arquivamento dos pedidos de impeachment de Bolsonaro – e, claro, à articulação de Augusto Aras contra a Lava Jato com apoio de Dias Toffoli.
Em outra frente, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, vem matando no peito as demandas judiciais de interesse do clã Bolsonaro e abrindo caminho para sua indicação ao Supremo. Impressão que ganha força após os recentes ataques dos olavistas, nas redes sociais, ao ministro André Mendonça.
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NotíciasTranscrição
00:00E eu não estava aqui, mas mentalizei, acompanhei de longe, tentei ficar...
00:06Eu entrei, eu confesso para vocês, eu entrei nas redes sociais umas três vezes, nessas três semanas.
00:14Aí eu olhava ali as notícias e tal, evitava comentar, às vezes fazia uma brincadeira no Twitter,
00:18deixava uns bolsonaristas com raiva, uns petistas com raiva, e depois voltava para o meu isolamento.
00:24Mas o fato é que nós tivemos uma decisão importante tomada pelo ministro João Otávio Noronha,
00:31presidente do STJ, decisão antecipada por mim aqui, eu falei que isso ia acontecer.
00:36Eu falei, o João Otávio Noronha está indo para o plantão, ele tem matado no peito várias decisões de interesse do clã Bolsonaro,
00:46já vou comentar essas decisões, e a gente já estava na expectativa que ia acontecer a mesma coisa
00:51em relação ao que? Aos habeas corpus do Fabrício Queiroz e da sua esposa, sua mulher, que estava foragida.
00:58E aí ele saiu com uma novidade, ele deu domiciliar para uma foragida, primeira vez que isso acontece.
01:07Então realmente, olha, não é fácil, vai desde o desembargadorzinho lá, falando lá,
01:15não querendo cumprir a ordem da máscara, até o presidente do STJ inovando aí na jurisprudência.
01:21Aliás, a nossa jurisprudência é evolutiva no Brasil, uma coisa fantástica.
01:27As prisões de segunda instância, enfim, vocês conhecem bem, vocês que nos acompanham aqui conhecem bem essa história.
01:33E ele então deu, Noronha deu a domiciliar para o Queiroz e para a esposa dele,
01:39saiu foto deles na varanda, curtindo, só faltou realmente o churrasquinho.
01:44E aí agora a Defensoria Pública da União pediu ao Supremo para colocar em prisão domiciliar
01:52todas as pessoas do grupo de risco da Covid que estão em cadeias superlotadas,
01:57da mesma forma que o presidente do STJ fez com o Fabrício Queiroz.
02:02É óbvio, né?
02:04Aí tá lá, é inequívoco o alto número de contaminados pela Covid entre os presos, não é de se estranhar.
02:10As péssimas condições de higiene, superlotação, péssima circulação do ar do ambiente prisional
02:16são fatores catalisadores da disseminação da doença que tende a se alastrar cada vez mais.
02:21Mas é óbvio que vai acontecer esse tipo de coisa.
02:25A gente sabe o papel da Defensoria Pública da União.
02:28Estão sempre querendo, são contra a prisão.
02:31Se puder acabar com a prisão, acaba com a prisão.
02:35E aí, claro, o Noronha vai abrir um precedente lindo desse e eles vão e entubam.
02:41Eles querem que todos sejam tratados da mesma forma,
02:44só que tem que conhecer, tem que ter amigo, tem que ter acesso.
02:50Olha a carteirada aí de novo.
02:53Bom, vamos lá, próxima.
02:57Tem próxima ou não tem?
03:00Não, não tem.
03:01Então é o seguinte, aí é o meu comentário que eu vou lembrar aqui
03:05porque isso tem a ver com o que a gente vai falar daqui a pouquinho.
03:10O Noronha, além de beneficiar o Queiroz e a mulher dele com a domiciliar,
03:16ele já vem tomando várias decisões que beneficiam o clã Bolsonaro, como eu acabei de dizer.
03:22Por exemplo, permitiu, proibiu a divulgação do exame do Bolsonaro,
03:29quando ele estava com aquela coisa, não vou divulgar, divulga, não divulga.
03:32Ele havia uma decisão de segunda instância para divulgar e ele lá na terceira instância vetou a divulgação.
03:40Acabou que foi divulgado, isso foi para o Supremo, caiu na mão do Lewandowski e o exame dele acabou sendo divulgado.
03:46Mas o Noronha fez o papel dele.
03:47O Noronha também garantiu a posse, a nomeação do Sérgio Camargo na Fundação Palmares
03:54e também a divulgação dos resultados do Enem que estavam sendo questionados, enfim.
04:00Colocou para frente, ajudou, está ajudando, vem ajudando, não é sem interesse.
04:06O Noronha quer ser ministro do Supremo, então ele quer estar aí cavando, buscando, fazendo
04:14o que precisa ser feito para ele ganhar essa vaga no Supremo.
04:18É possível, Cláudio?
04:19Olha, eu confesso para vocês que até algumas semanas eu achava que não era possível.
04:25Hoje eu mudei de ideia.
04:27Eu acho que é possível sim, possível sim, tá?
04:32Ele também, a gente registrou pouco antes de eu sair de férias, que uma coincidência, né?
04:39Que o filho do Noronha, o Tavinho, ele divide o escritório de advocacia com o Rueda, o vice do PSL,
04:46que é amigo de quem? Do Eduardo Bolsonaro e do Flávio Bolsonaro.
04:52Tá aqui, ó.
04:55Beleza? O Rueda, o Tavinho e o pai, o João Otávio Noronha.
05:01Matéria do Pedro Canário, mostrando aqui que eles dividem o escritório.
05:05Aí a gente questionou, os dois falaram assim, não, o Rueda falou, não, a gente não mistura as estações,
05:12é um co-working, eu acho engraçado, co-working, como se essa gente precisasse de co-working, né?
05:20Advogados, bancas, né?
05:22Que estão atuando fortemente, aliás, saíram também matérias mostrando, né?
05:27O Noronha, os filhos do Noronha passaram a atuar fortemente depois que ele foi para o STJ,
05:31na área criminal, né?
05:33No STJ, o que é uma coisa que deveria acabar também, tá?
05:37Ah, olha aí a carteirada, de novo, gente, de novo, é todo dia.
05:42O Noronha, aliás, fez uma live com a filha, advogada, que atua no próprio STJ,
05:48e muita gente, muitos ministros da corte olharam aquilo e falaram assim,
05:52ué, ele tá promovendo a filha, é como você fazer propaganda,
05:57olha, eu converso com a minha filha aqui, minha filha na live,
06:00a gente tá conversando, não é sobre questões familiares,
06:02nós estamos falando aqui sobre questões jurídicas, né?
06:06políticas jurídicas e que muitas vezes são de interesse de tantos, né?
06:11Que vão procurar quem?
06:13O escritório desconhecido?
06:16Você é um empresário, tá enrolado,
06:18o seu caso foi parar no STJ, foi parar no gabinete de Noronha,
06:21você vai fazer o quê?
06:22Você vai procurar o escritório de quem?
06:25Então é esse tipo de coisa que precisa acabar, por quê?
06:29Nem que, eu não tô dizendo aqui que eles estão fazendo alguma coisa de errado, né?
06:33Que tem pagamento, que tem isso, tem aquilo, tem benefício pra alguém, não.
06:37Mas fica a dúvida, né?
06:39Levanta justamente a suspeita, a gente fica sempre pensando que tem, né?
06:44Então a mulher de César precisa parecer honesta.
06:46Então é preciso realmente que ministros de cortes superiores, desembargadores, enfim, juiz,
06:53tenham ali, preservem a sua função sem misturar, né?
06:57Essas relações especialmente familiares e nem fazer também relação cruzada.
07:02Muitas vezes você tem ali o filho de um ministro atuando no caso,
07:05que tá no gabinete do outro ministro, igual o nepotismo cruzado lá no Congresso Nacional.
07:09Acontece muito também, tá?
07:11E eu já até publiquei aqui decisões, mudanças de decisões de ministro
07:17depois que entrou o sobrinho do...
07:18Olha, é complicado, é complicado.
07:21O certo seria o quê?
07:22Evitar.
07:23Por quê?
07:24Se o ministro do Supremo faz isso, o que o desembargador lá na ponta vai pensar?
07:31É isso.
07:32É o exemplo, né?
07:33Você deve governar pelo exemplo, deve liderar pelo exemplo.
07:37Então os nossos digníssimos que estão aí em posições de destaque,
07:41que chegam ao topo da cadeia alimentar desta República de Bananas,
07:46precisaria aí fazer uma revisão dos seus próprios atos.
07:49Bom, e no caso aqui do Noronha, é interessante porque tá dentro de um novo alinhamento dos poderes em Brasília.
08:01É, publiquei essa análise mais cedo, tá disponível no site, que é o seguinte.
08:06Bom, o Congresso retomou a agenda de reformas estruturantes.
08:10Eu fiquei até surpreso.
08:11Reforma tributária?
08:13Olha, a gente já tinha aprovado aí o marco do saneamento, que também chamou atenção.
08:17e tá se preparando pra votar o Fundeb, tá?
08:22Com a inclusão de sugestões aí do governo.
08:24O governo acabou de mandar uma proposta para o Fundeb.
08:27Nós publicamos, o César Feitosa acabou de publicar no site.
08:32Só que chama atenção porque justamente depois de um ano e meio de embates aí
08:36do Palácio do Planalto com o Congresso, parece que a relação entre os poderes entrou numa nova fase.
08:42Só que, gente, essa pacificação institucional tem o seu preço.
08:46Na semana passada, o Ministério da Saúde, nós divulgamos isso em primeira mão,
08:52liberou 3 bilhões em emendas extras
08:55para serem direcionadas por parlamentares alinhados às suas bases eleitorais.
09:01Além disso, o Palácio do Planalto também aprofunda o aparelhamento da máquina
09:04com os indicados do Centrão, Codevasf, Ciro Nogueira, aquela turma que vocês conhecem.
09:09Essas negociações entre líderes do bloco parlamentar e integrantes do governo,
09:15inclusive da equipe econômica, ocorrem também fora das agendas oficiais,
09:21numa bela mansão em Brasília, como mostrou a Cruzoé no cardápio desses encontros,
09:26privatizações.
09:28Olha só.
09:29Por quê?
09:30Volta para mim aqui.
09:31Por que um ministro, um senador, um deputado está ali, tem o seu papel institucional,
09:40tem a sua agenda oficial, tem que cumprir as suas missões, as suas funções institucionais?
09:46Por que fazer encontro paralelo, fora da agenda, numa mansão alugada de um...
09:55Aliás, essa mansão pertence a um conhecido gestor de crises.
10:01Está ela aqui, que já foi alcançada, inclusive, pela Lava Jato.
10:06E aí ela foi alugada ao pai de um deputado federal, do PP.
10:15A mansão está alugada, o pai também foi diretor da Fiesp.
10:19Enfim, gente, uma confusão institucional que lembra os tempos do PT.
10:23Lembra a mansão do Palócio, o caseiro, o francenildo?
10:29A gente gira, gira, gira e para no mesmo lugar.
10:32Não é possível.
10:33Não é possível.
10:34As mesmas pessoas mudam alguns agentes, mudam o endereço, a casa, mas o comportamento é o padrão.
10:44Então, assim, muito, muito, muito, muito complicado esse negócio.
10:50Enquanto isso, olha, Davi Alcolumbre está trabalhando nos bastidores para garantir a sua recondução ao comando do Senado.
10:57A solução jurídica nós também antecipamos.
11:00Lá em fevereiro, o Diogo Amorim publicou uma matéria mostrando que ele vai usar um parecer lá da década de 80
11:06para garantir que ele possa ser reconduzido, apesar da proibição que existe legal da sua recondução na mesma legislatura para a presidência.
11:17E essa tese vem ganhando adeptos no STF.
11:22Obviamente que também é em função de uma série de coisas que o Alcolumbre está fazendo.
11:27Ele adoçou, por exemplo, a boca do Alexandre Moraes e do Dias Toffoli, garantindo a rápida aprovação do PL e das fake news lá no Senado.
11:36O Rodrigo Maia, que agora está com a missão, não deixará por menos ciente de que poderá pegar carona na tese do colega para a reeleição.
11:43Lembrando que o Rodrigo Maia assumiu a Câmara, a presidente da Câmara, no mandato tampão, vocês lembram, né?
11:51Teve a cassação do Eduardo Cunha e tal, ele assumiu no mandato tampão.
11:53Depois foi reconduzido uma vez, justamente porque entrou também numa análise jurídica de que não, era um mandato tampão, não era não sei o que e tal, não sei o que.
12:02Assumiu, beleza.
12:03Mudou, entrou o governo Bolsonaro, entrou a nova legislatura depois da eleição de 2018, foi eleito.
12:08E agora ele quer ser reeleito também, aí vai para o quarto mandato, como presidente da Câmara dos Deputados.
12:14Ele está deixando o Alcolumbre tocar a agenda para ele seguir pelo mesmo caminho das pedras.
12:22Bom, as faturas dessa pacificação também não param por aí.
12:27Ricardo Barros, vocês vão lembrar, o deputado que é ex-ministro da Saúde do Temer, está de olho no lugar do Vitor Hugo, líder do governo na Câmara.
12:36E até o Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, que faz aí articulação política,
12:41também está com a cabeça prêmica, poderá ser realocado para dar mais espaço a quem?
12:47Ao Centrão, que vem minando também a expansão dos militares no Executivo.
12:52Bom, não estamos falando só de troca-troca nesta nova lua de mel entre os poderes, não.
12:59O Bolsonaro e os líderes do Centrão entenderam que eles possuem um inimigo comum,
13:03que precisa ser derrotado antes de 2022, Sérgio Moro.
13:09Por isso, a retomada da agenda de reformas é tão importante para dar fôlego a uma reeleição
13:14combinada ao arquivamento dos pedidos de impeachment do próprio Bolsonaro, que estão na mão do Maia,
13:19e claro, a articulação de Augusto Aras contra a Lava Jato com o apoio de Dias Toffoli.
13:25Eu, pouco antes de sair de férias, falei do caso da Lindora, foi lá, criou aquele problema lá na Lava Jato,
13:33depois isso avançou, teve problema no Rio de Janeiro também, aí o PGR tinha solicitado dados secretos, sigilosos,
13:42confidencialidade das investigações, sem nenhum procedimento aberto de apuração que justificasse o acesso
13:49a essas investigações, sem decisão judicial.
13:52E aí o que eles fizeram? Ele recorreu ao Toffoli, o Dias Toffoli, que deu uma liminar dizendo o seguinte,
13:58não, agora tem decisão judicial, tem que passar, abrir e copiar todos os arquivos da Lava Jato,
14:05no Rio, em São Paulo, em Curitiba, todos, todos que eles quiserem, as forças-tarefas têm que abrir
14:14e passar e compartilhar esses dados. Dados, inclusive, sob o manto legal ali do sigilo.
14:23Você não pode sair tendo acesso a isso sem que isso esteja, sem que haja uma justificativa legal,
14:30ou seja, você deveria ter um procedimento, uma investigação, dizendo o seguinte,
14:33olha, eu estou aqui na PGR investigando um empresário que tem relação com um deputado,
14:38então, vocês têm investigação aí sobre isso, nós estamos aqui com uma demanda,
14:44aí você tem como justificar, porque você faz o compartilhamento de provas,
14:48aquilo está acoplado a uma decisão judicial, acoplado a um processo, a uma investigação formal.
14:55O que estão fazendo é justamente permitir que o PGR, que é um cargo político,
15:01acesse, tenha conhecimento sobre tudo o que há contra todos, né?
15:07Então, é uma arma poderosíssima e o Aras não está fazendo isso a troco de nada,
15:13ele também está de olho no Supremo, tá?
15:16E tem aí a companhia do Dias Toffoli autorizando, então, este acesso.
15:22É uma decisão inédita também, mais uma vez, mais uma jurisprudência evolutiva aí
15:27para surpreender a todos, né?
15:31Muito mais, escandalizar muito mais do que a carteirada do desembargador.
15:36Bom, aí é o seguinte, e aí na outra frente está lá o Otávio de Noronha
15:44matando no peito, então, as demandas judiciais do interesse do clã Bolsonaro
15:47e abrindo caminho para a sua própria indicação ao Supremo.
15:50Essa impressão, aliás, ganha força após recentes ataques de olavistas aí nas redes sociais
15:55ao ministro André Mendonça, o terrivelmente evangélico.
16:00Pode ser que o Bolsonaro abra mão de indicar o terrivelmente evangélico
16:03para indicar um terrivelmente qualquer outra coisa,
16:05aquele que terrivelmente enfrenta as suas demandas e atende aos seus interesses.
16:10Então, esta é a situação, este é o novo cenário,
16:15the big picture, né?
16:17Para vocês terem uma ideia geral do que está acontecendo na política nacional,
16:21na política em Brasília, tá?
16:23É o big picture, é o the whole picture, né?
16:27Eu até brinquei aí com o título do gabinete de crise,
16:30the whole picture, segundo o Eduardo Bananinha.
16:34E aqui, olha, só para encerrar, eu estava nas minhas férias
16:39e eu pedi também, olha, muito iFood, muito iFood.
16:44Porque você está em casa e fala assim, pô, pelo menos não vou cozinhar,
16:48não vou lavar louça, vou pedir o iFood.
16:51Eu fiquei pedindo o iFood, me chamou a atenção quando surgiu essa história da pizza,
16:57do Subway, que o sujeito encomendou uma pizza,
17:01chegou isso aqui, chegou essa coisa aí,
17:05a gente não sabe o que é exatamente,
17:07virou um meme, né?
17:08Virou um meme e eu achei muito parecido com o próprio governo Bolsonaro.
17:13Como se você estivesse ligado aqui para o iFood e falasse assim,
17:17olha, me vê um governo conservador nos costumes,
17:21liberal na economia, né?
17:23E firme no combate à corrupção,
17:26que foram justamente as bandeiras de campanha.
17:29E aí, olha, é isso que entregaram para vocês, para mim.
17:32É esse o governo que vocês terão de digerir até 2022.
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