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  • há 4 meses
Há um motivo bastante forte por trás da decisão do PSDB de se coligar ao MDB de Simone Tebet, mesmo com risco de implosão do palanque de Rodrigo Garcia. Os tucanos apostam que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai rejeitar o registro da candidatura de Jair Bolsonaro, em função de seus ataques ao sistema eleitoral.

Sem Bolsonaro na disputa, a chapa Tebet-Jereissati poderá herdar o eleitor antipetista e rivalizar com Lula, assumindo um dos polos da atual campanha. Na prática, a Presidência pode cair no colo de tucanos e emedebistas.

A senha foi dada na última terça-feira 7, durante julgamento do caso de Fernando Francischini. Normalmente em lados opostos, os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes se uniram pela manutenção da cassação do deputado bolsonarista.

O decano do Supremo disse que o "discurso de ataque sistemático à confiabilidade às urnas não pode ser considerado como tolerável no estado democrático de direito, especialmente por um pretendente a cargo político com larga votação".

"Não há como legitimar o mandato de alguém que é escrutinado sob o registro eletrônico de voto, mas que ostenta características de potencializar a desconfiança da população nas urnas sob a qual ele mesmo foi eleito. Tal conduta ostenta gravidade ímpar, que pode comprometer o pacto social em torno das eleições."

Fachin, que preside o TSE, afirmou também que "não há direito fundamental para propagação de discurso contrário à democracia". "O silêncio deste STF diante desta prática configuraria em grave omissão constitucional e descumprimento de suas nobres atribuições."

Bolsonaro entendeu o recado, tanto que seus aliados anteciparam o 7 de setembro para 31 de julho, quando pretendem ir em peso às ruas para demonstrar força. O objetivo é convencer o TSE de que o pior pode acontecer, caso o presidente seja retirado da disputa.

A aposta de tucanos e emedebistas é arriscada porque não há unanimidade no TSE sobre o impedimento de Bolsonaro. Alguns ministros temem a reação da ala bolsonarista das Forças Armadas, mas, especialmente, das PMs nos estados -- estima-se que existam hoje 3 mil policiais militares ocupando cargos de confiança na máquina federal.

É possível também que tais protestos, caso desbordem os limites civilizatórios, tenham como efeito sedimentar a convicção dos ministros de que retirar Bolsonaro da disputa de outubro virou uma necessidade. Por fim, o presidente ainda poderá posar de vítima junto à militância, dando sobrevida ao bolsonarismo.

Como disse Alexandre de Moraes, dias atrás, "de tédio ninguém vai morrer este ano".

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Transcrição
00:00Aí a gente precisa entender o que está por trás disso.
00:04E eu publiquei, vocês que me acompanham, mais cedo publiquei uma matéria com o título
00:09Aposta da Coligação MDB-PSTV. Põe na tela, por favor, Freitas.
00:19Pode baixar.
00:26É o seguinte.
00:27Há um motivo bastante forte por trás da decisão do PSDB de se coligar ao MDB da Simone,
00:33mesmo com o risco de implosão do palanque de Rodrigo Garcia.
00:36Os tucanos, eles apostam que o Tribunal Superior Eleitoral vai rejeitar o registro da candidatura de Jair Bolsonaro
00:42em função de seus ataques ao sistema eleitoral. É um cálculo tucano, tá?
00:46Sem Bolsonaro na disputa, a chapa Tebet e Gereissat poderá herdar o eleitor antipetista,
00:52também na perspectiva deles, e rivalizar com o Lula, assumindo um dos polos da atual campanha.
00:58Na prática, a presidência poderia cair no colo de tucanos e MDBistas.
01:02É uma aposta arriscada, tá?
01:05Só que a senha foi dada na última terça-feira, durante o julgamento do caso do Fernando Franciscini,
01:11deputado bolsonarista, o primeiro da história a ser caçado por fake news.
01:15Normalmente, em lados opostos, os ministros Edson Fachin e Gilmar Mendes se uniram
01:20pela manutenção da cassação do deputado que havia sido determinada pelo TSE.
01:26O decano do Supremo disse, abre aspas, que o discurso de ataque sistemático à confiabilidade das urnas
01:31não pode ser considerado como tolerável no Estado Democrático de Direito,
01:36especialmente por um pretendente a cargo público político com larga votação.
01:40Quer dizer, ele está falando do deputado, mas ao mesmo tempo deputado estadual.
01:44Fernando Franciscini hoje é deputado estadual.
01:46Está falando de deputado estadual, mas subentende-se presidente da República.
01:53E continua, não há como legitimar o mandato de alguém que é escrutinado
01:56sob o registro eletrônico de voto, mas que ostenta características de potencializar
02:00a desconfiança da população nas urnas sobre a qual ele mesmo foi eleito.
02:05Tal conduta ostenta gravidade ímpar que pode comprometer o pacto social em torno das eleições,
02:09fecha aspas, do Gilmar.
02:11Aí o Fachin, que hoje é o presidente do TSE, será sucedido pelo Alexandre Moraes,
02:16afirmou também que não há direito fundamental para a propagação de discurso contrário à democracia.
02:22O silêncio deste STF diante desta prática configuraria em grave omissão constitucional
02:27e descumprimento de suas nobres atribuições, segundo o Fachin, fecha aspas.
02:32Bom, o Bolsonaro entendeu o recado.
02:33Tanto que seus aliados anteciparam o 7 de setembro para 31 de julho,
02:37e nós anunciamos também em primeira mão aqui,
02:39quando eles pretendem ir em peso às ruas para demonstrar força.
02:43O objetivo, claro, é convencer o TSE de que o pior pode acontecer
02:47caso o presidente seja retirado da disputa.
02:50A aposta de tucanos e MDBistas é arriscada porque
02:53não há unanimidade no TSE sobre o impedimento de Bolsonaro.
02:58Alguns ministros temem a reação da ala bolsonarista nas Forças Armadas,
03:01mas especialmente nas PMs dos estados.
03:05Estima-se que hoje existam 3 mil policiais militares
03:07ocupando cargos de confiança na máquina federal.
03:09Inclusive no INCRO, no IBAMA, toda essa área que está dando problema aí.
03:14É possível também que tais protestos de 31 de julho,
03:19caso desbordem os limites civilizatórios,
03:21tenham como efeito sedimentar a convicção dos ministros
03:24de que retirar Bolsonaro da disputa de outubro virou uma necessidade.
03:27Por fim, o presidente ainda poderá posar de vítima junto à militância,
03:31dando sobrevida ao bolsonarismo,
03:33já que há aí uma série de candidaturas ao Legislativo.
03:38Como disse o Alexandre Moraes dias atrás,
03:40de tédio ninguém vai morrer deste ano.
03:57Legenda Adriana Zanotto
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